Que horas são?? escrita por Fósforo ambulante


Capítulo 6
A Super Máquina do Tempo do Simon 3000


Notas iniciais do capítulo

:9



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Jujuba

Meu primo saiu do laboratório logo depois do estrondo. Seu rosto e seu jaleco estavam enegrecidos, parecendo queimados e talvez suas roupas estivessem um pouco chamuscadas.

— O que houve? - Perguntei preocupada. Diversos fios de seu cabelo estavam para cima, contrariando seu estilo elegante de sempre.

— Deve ser o experimento de vocês que deu um bug. - Marceline disse enquanto ria escandalosamente do meu primo.

— Não. - Ele passou a mão por cima dos olhos e manchou ainda mais a manga da roupa. - Foi a geringonça do professor que deu um bug. - Ele explicou, olhando seriamente para a Marceline e para o Professor Simon. Eu me aproximei com o meu paninho e o entreguei. Agradecido, ele limpou o rosto. Tirei seu jaleco, para analisar os danos.

— Sem essa.- O professor Simon resmungou. - Não é uma geringonça. É uma... Uma... - Ele fingia procurar o termo certo. Todos sabiam, porém, que ele não encontrava o que rebater, pois era a verdade.

— Se nem o dono da criação sabe o nome dela, não acho que devemos esperar muito dessa geringonça que ocupa metade do laboratório. - Eu murmurei. Percebi Marceline revirando os olhos ao meu lado, mas a ignorei.

— O nome da "geringonça", que, afinal, não é uma geringonça, né, é A-Super-Máquina-do-Tempo-do-Simon-3000! - Com essa resposta ele não deveria estar esperando que o levássemos à sério.

O Simon nunca foi meu professor favorito. Ele é muito estranho e não parece, de forma alguma, um adulto. Além disso, às vezes ele captura um de nós para servir de cobaia a alguma nova ideia idiota (e normalmente perigosa) que ele tem. Ainda não acreditava que teria que passar tanto tempo suportando as baboseiras que ele dizia. Marceline e Marshall Lee também não eram muitos melhores que ele, rindo de qualquer idiotice.

Enquanto eu pensava em algum jeito de lavar o jaleco do meu primo, notei Marceline tentando o irritar. Marshall estava logo atrás, mas provocava Fionna. Esses irmãos são insuportáveis. Com um suspiro, retornei minha atenção à roupa em minhas mãos. O jaleco estava coberto por uma fina, mas resistente, camada de cinzas, muito chata de limpar. A barra de tecido da parte de baixo estava levemente chamuscada, mas eu podia arrumar.

— Marshall, me deixa em paz! - Ouvi Fionna dizer com um tom zangado perto de mim. - Vai encher o saco de outra pessoa, por favor! - Marshall Lee riu e não o escutei se afastar. - Olha lá a novata. Você não mexeu com ela até agora.

— E aí, princesa de fogo, o que é isso aqui? - Ele disse no instante seguinte, já longe. Fionna soltou um suspiro aliviado. Levantei meus olhos por um momento e enxerguei Marshall Lee segurando o colar com uma pedra lozangonal laranja que Flame vestia antes.

— Me devolve. - Ela mandou. Sua raiva me surpreendeu. Pelo visto ela é um pouco cabeça quente.

— O que é? - Ele não se importou com a ordem.

— Me devolve agora, vampiro. - Ela repetiu. Podia sentir a tensão aumentar. Olhei para os lados. Simon tinha ido resolver a fumaça em seu laboratório, meu primo tinha entrado no banheiro para se lavar e Marceline fora atrás dele. Fionna tinha deixado o lugar assim que Marshall Lee se afastara.

Finn estava perto da discussão, intercalando seu olhar entre os dois. Ele sempre foi um garoto muito simpático, então não me impressionei em ver sua rápida amizade com Flame. Mesmo assim, pude sentir alguma espécie de arrependimento ao vê-los tão próximos: estavam tão perto que seus braços quase se encostavam. Não era segredo que ele me via além de amiga, ainda que eu não quisesse nada com ele. Portanto, eu não deveria me incomodar com a amizade dos dois. Mas me incomodava mesmo assim.

— Só depois que me disser o que é. - Marshall Lee continuou analisando o colar, sem fazer menção de devolvê -lo.

— É melhor voce me devolver agora senão eu transformo você em vampiro frito. - Ela ameaçou, fuzilando-o com os olhos.

Sem uma palavra, ele devolveu seu colar e, Sem um palavra, foi embora.

Interessante.

Marshall Lee tem medo da Flame. Talvez seja bom saber para alguma referência futura.

— Consertei minha máquina. - Simon disse, mais perto do que esperava. Dei um grito.

— Ah, que maneiro! - Finn se aproximou animado como sempre. - E aí? A gente vai poder fazer o que com ela? Ver os tais mundos paralelos que você disse antes?

— Sim, claro. - Ele sorriu para ele. Nao sei o que o Finn faz, mas ele é o aluno predileto de todos os professores. Por mais que eu tire as melhores notas e tenha o melhor desempenho da história do colégio, o Finn é sempre o mais querido. - Chamem os outros. O show já vai começar.

E, com uma virada de corpo dramática, ele entrou novamente no laboratório.



— Cara, ele está se achando. - Marceline comentou quando estávamos sentados ao redor do professor, apenas esperando ele pôr a máquina para funcionar.

A grandiosa máquina era uma mistura de computador com televisão e fonte de energia. Uma enorme bateriaservia de suporte para as duas telas, tão grande quando uma verdadeira mesa. O professor mexia na fiação do computador, para ligá-lo e o monitor da televisao continuava escuro.

— Com certeza. - Marshall Lee concordou. Ele estava ao lado de Fionna e, creio que somente eu tenha percebido, o mais distante possível de Flame.

— Boto fé. - Finn murmurou do outro lado. Meu coração bateu um pouco mais rápido ao vê-lo sentar tão próximo de Flame. Rapidamente olhei para meu primo tentando sentar-se perto de mim sem sujar suas calças.

— Mal lhe pergunte, professor... - Ele começou. Pude ouvir Marceline o imitar com voz estúpida em um tom mais baixo, mas, se ele ouviu, não demonstrou. - Mas há bilhões de possibilidades e infinitas dimensões. Só o fato de essa máquina existir já contraria diversas leis da física.

— Concordo. - Eu o apoiei. O mesmo pensamento me passara pela cabeça alguns minutos antes. - Acredito que não seja uma boa ideia utilizá -la, ainda mais num momento tão fragilizado como o de agora, já que estamos sob um ataque de zumbis fora da previsão.

— Esse ataque já vai contra a ordem natural dos acontecimentos, não deveríamos mexer ainda mais com a natureza, caso contrário ela poderia se rebelar e as consequências são inimagináveis. - Meu primo complementou a minha fala e me olhou, dando a deixa para que encerrasse a nossa proposta.

— A ideia de usar a máquina é, portanto, algo a ser meditado e refletido por todos. Os desdobramentos dessa ação podem resultar numa situação complicada não somente para nós, mas para toda a população daqui. Correr tamanhos riscos apenas para ter um passatempo é uma decisão infantil e sem sentido. O que vocês acham?

— Esse aqui deve ser mais legal, não é? - Marshall perguntava ao professor Simon.

Todos estavam na frente da tela do computador embutido na máquina. Enquanto discursávamos, sem se importarem com uma palavra que dizíamos, eles a ligaram e pareciam se divertir com o perigo.

Uma raiva morna pousou sobre minha cabeça. Idiotas.

— Mano, olha esse que da hora! - Fionna falou apontando para uma opção da lista.

— Matemático! - Finn exclamou.

— Tem como escolher dois em um só? - Flame indagou ao professor.

— Eu dou um jeito. - Ele respondeu.

Idiotas. Todos muito idiotas.

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Notas finais do capítulo

Nanana
Eu também Gostei de escrever como Jujuba.
Me sinto inteligente.
Nanana



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