O suicida e a sonhadora escrita por Oliver


Capítulo 9
Oli e a Garota Calorosa


Notas iniciais do capítulo

A cada minuto que eles passavam juntos, Oli criava mais questionamentos em sua mente. Questionamentos completamente diferente do que costumava ter. Assim como Oli, Anna também desperta questionamentos... Mais todos são em relação ao garoto. Esses questionamentos acabam aproximando os dois, e a garota acaba conseguindo penetrar a defesa que Oli tinha.



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Com frio que estava aquela noite e barulho da chuva que caia, Anna não conseguia dormir. Se levantou e foi ver como o garoto estava e viu que mesmo coberto, o garoto estava se tremendo de frio, então procurou ouro lençol para o cobrir. Percebendo o cuidado da moça, o incomodo de Oli aumentava, mais era um incomodo diferente de todos que ele já tinha sentido.

OLI: O que tá fazendo?

ANNA: Te cobrindo... Você tá se tremendo e ta fazendo muito frio. Até eu to pra congelar.

OLI: Não foi isso que eu perguntei. Você deveria ter se coberto.

ANNA: Voce precisa mais que eu. Então não reclama.

O toque de Anna era suave e Oli tinha percebido isso. Um frio na barriga começava sentir naquele momento. Sentia seu corpo queimar por dentro cada vez que ela o olhava. Oli não sabia o que acontecia, pois tudo aquilo era novo pra ele.

ANNA: Sabe... Já tem umas horas que estou aqui contigo e você ainda não me falou seu nome.

OLI: Isso é mesmo importante?

ANNA: Você não tem namorada né? Suas atitudes acabam fazendo com que ninguém chegue perto.

OLI: De fato. Mais acho que tenho que tomar outras atitudes, já que contigo não deu certo.

ANNA: Você não posso deixar só quem precisa de ajuda.

OLI: Quem disse que eu preciso? Sou melhor. Eu me viro e tinha me virado.

ANNA: Não. Não tinha. Se não fosse eu, você nem teria saído da água.

A garota fixa seus olhos em direção o rapaz que intimidado, fica em silêncio ao vê que a conversa poderia chegar ao real motivo que o fez entrar dentro daquele rio. Enquanto a garota o olhava, Oli percebia algo diferente. Os olhos de Anna brilhavam e era aquele brilho fazia com que Oli seu corpo esquentar por dentro.

ANNA: Seus olhos... Eles são diferentes. São bonitos... Sabe o solhos da gente dizem muitas coisas sobre nos.

OLI: São normais.

ANNA: São tristes. Seu olhar é gelado. Você deve ter passado por muita coisa.

OLI: Oli... Meu nome é Oli.

ANNA: Prazer Oli. Como te falei, me chamo Anna. Viu só não foi o fim do mundo.

A garota sorrir e o abraça, como se os dois estivessem acabado de se conhecer. E aquele sorriso se gravava na mente de Oli, sem que o mesmo desse conta. Oli só pensava em como aquele olhar era cheio de vida, como aquele abraço era caloroso, como aquele sorriso era diferente e como aquela garota o cuidava tão bem.

OLI: Você deveria dormir um pouco... Tá precisando.

ANNA: Verdade! Oli, sei que estamos nos conhecendo agora... Mais se precisar conversar, eu tô aqui. Talvez eu possa te ajudar.

OLI: Agradeço. Mais não precisa.

ANNA: O que voce fazia naquele rio? Parece até que não sabia nadar rsrsrs.

OLI: De fato não sei nadar. Só quis entrar dentro da água mesmo. Bem sono bateu.

ANNA: Tá bem. Descansa...

Anna da um beijo em seu rosto e foi para sala, onde tinha arrumado o sofá para dormir.

ANNA: Bem a febre dele baixou um pouco. Que bom! Bem... Não me sai da cabeça que ele não estava apenas nadando. O que será que houve?

Alguns minutos depois viu que o frio só aumentava, voltou para onde Oli e se deitou junto com ele, já que ali estavam os lençóis mais grossos para aquela ocasião. Oli sentia o corpo de Anna o tocar. A principio quis afastar a garota, mais o corpo dela o aquecia mais que os lençóis. Sentiu também o coração acelerar e se perguntava o que acontecia. Aquela sensação o agradava muito. Tudo estava da sua normalidade, mais ele permitiu senti aquilo mesmo que fosse apenas um momento passageiro. Oli era acostumado com o frio e a solidão, mais aquela sensação que o confortava tanto, era de uma realidade diferente da sua. Ao abrir os olhos no amanhecer, a primeira coisa que avista, são aquele par de olhos tão cheio de luz e de vida e acompanhado de um charmoso e belo sorriso. Era como se ela pertencesse a um mundo diferente do dele.

ANNA: Bom dia bela adormecida. Ah, usei sua escova de dente.

 OLI: Você é mesmo doida. Como que põe na boca a escova de um desconhecido?

ANNA: Oli, você é meio estranho, mais não tem mau cheiro ou coisa do tipo. E também eu lavei antes, além de ter passado as ultimas 16 horas contigo. E também não poderia ficar sem escovar.

OLI: Bem... Já tô melhor. Pode ir. Eu me viro agora. Já dou conta.

ANNA: Já tá me expulsando?

OLI: Você tem que ir.

ANNA: Calma... Bem. Vem, quero que você venha comigo.

OLI: Ir pra onde doida?

ANNA: Pra minha casa. Você vai almoçar lá.

OLI: O que você quer heim? Já fez demais.

ANNA: Oli, só venha comigo. Não vou te dar veneno não. Depois você poderá fazer o que quiser. Aliás, você tem que se alimentar e aqui não tem muitas coisas. Cuida logo, vai tomar um banho pra gente ir.

OLI: Você não desiste né?

ANNA: Não.

OLI: Tá bem então.

Após o banho, os dois tomam café e partem em direção a casa da menina. Anna já se sentia atraída pelo menino, a frieza do olhar dele não a incomodava, pois ela sabia que aquele era apenas o jeito dele se defender.

ANNA: Oli. Me diz uma coisa. Pra onde seus pais foram?

OLI: Não faço idéia.

ANNA: Tem irmãos?

OLI: Sim. Dois. Ambos são casados.

ANNA: Poderia ter me falado... Eu teria avisado eles o que tinha acontecido. Ou algum familiar seu.

OLI: Esquece isso. O melhor que você fez foi não falar nada.

ANNA: KKKK, eu não fiz porque não achei contato de ninguém. Pensava até que morava sozinho e tava mentindo pra mim. Nem no whats não tinha nada. Não li conversas. Apenas procurei o grupo da sua família ou contato dos pais. Mais não tem nada. Você é definitivamente estranho. Mais porque? Não gosta da sua família.

OLI: Eu não gosto de pessoas.

ANNA: E por que você tá aqui?

OLI: Porque se não você não me deixaria em paz.

ANNA: AH... Isso é verdade.

Naquele momento, Anna percebeu que Oli entrou no rio sem a intenção de sair. E que o motivo seria a sua família. Anna lembrou que a data do dia anterior, era a mesma que viu o garoto pela primeira vez... Era seu aniversário. Concluiu que Oli queria tirar sua vida porque sua família era ausente e que isso causava a dor que tinha o feito chegar naquele ponto.

ANNA: Oli... Seus olhos. Eles me incomodando. Não quer me conta o que houve? Acho que já deu pra perceber que você pode confiar em mim.

OLI: Não. Já me ajudou demais. Obrigado. E tchau não vou ficar. Eu me viro com o pouco que tenho. (Oli vira as costas e sai sem olhar pra trás).

ANNA: Espera... Você disse que ia ficar pra almoçar. Oli... Fica por favor.

ADRIENE: Oi minha filha. Tinha escutado sua voz.

ANNA: Oi mãe.

ADRIENE: Quem é aquele?

ANNA: O nome dele é Oli. Aquele cabeça dura.

ADRIENE: Anna. Não já é namorado novo não né? Não já basta o tanto que voce sofreu?

ANNA: Não mãe. Não é nada disso. Ele tinha entrado dentro do rio e não tinha saído. Não tinha mais ninguém por perto. Eu entrei na água pra tirar ele. Ele é o esquisito da parada que falei pra senhora uma vez.

ADRIENE: Sério? Tava no hospital com ele?

ANNA: Não mãe. Ele me pediu pra não levar. Estávamos na casa dele.

ADRIENE: Porque não veio pra casa? A família dele se responsabilizava.

ANNA: Não podia mãe. Ele tava sozinho. Era aniversario dele e a família dele deixou ele sozinho.

ADRIENE: Bem. Então que bom que você estava lá.

ANNA: Sim. Mãe aquele numero que liguei ainda esta no seu celular?

ADRIENE: Sim.

ANNA: Me dê aqui. Preciso mandar uma mensagem.

Oli tinha acabado de entrar no ônibus quando chega uma mensagem:

”Desculpe não ter lembrado antes, mas ontem era a mesma data de quanto nos vimos a primeira vez... Então, FELIZ ANIVERSARIO. Você não quis ficar, então o abraço fico devendo. Se cuida e até mais! Beijos.’’

De fato aquela menina era especial. Aquela mensagem o deixou pensativo e com um pequeno e modesto sorriso de canto de boca. Parecia que havia surgido uma pequena bolinha de luz, naquele mundo em que Oli vivia.


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