Whatever It Takes escrita por Dark Sweet


Capítulo 19
Segunda chance




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786294/chapter/19

—Se passaram 23 dias desde que Thanos veio a Terra. — Rhodes falou enquanto o holograma mostrava foto das pessoas que conhecíamos e que viraram pó com o nome logo abaixo.

Faziam algumas horas que Carol, Tony, Nebulosa e eu tínhamos voltado do espaço. Já era pouco mais das 08:00 am e com exceção de Pepper e Bruce, estávamos todos reunidos na sala de jantar, todos reunidos. Bem, e tinha o Thor também que estava sentando um pouco longe.

Theo estava no quarto, brincando.

Tony tinha tomado um banho, trocado de roupa, comido alguma coisa e estava sentado em uma cadeira de rodas tomando soro até então. Eu também já tinha tomado banho, trocado de roupa e tirado a barriga da miséria. Carol só trocou a parte de cima do seu uniforme por uma regata. E a Nebulosa, bem, ela não é lá uma pessoa muito sociável.

—Os governos mundiais estão despedaçados. As partes que ainda funcionam estão tentando fazer um censo e parece que ele conseguiu. — Nat falou, apoiada na mesa. — Ele fez exatamente o que falou. Thanos dizimou 50% de todas as criaturas. —

Desviei o olhar quando a foto de Tyler apareceu no holograma, suspirando.

—Onde ele está? — Tony indagou.

—Ninguém sabe. — Steve respondeu. — Ele só abriu um portal e foi embora. —

—Mas a pirralha aí conseguiu me encontrar com a tal habilidade estranha de localização. Aliás, desde quando você consegue fazer isso? — ele me encarou.

—Um ano e alguns meses. E não é assim que funciona, ok? Foi uma luta para te encontrar, mesmo estando consideravelmente perto de onde você estava eu não tinha 100% de certeza que você estava ali. — expliquei. — Fora que eu não conheço a energia que o corpo daquela berinjela produz. Estava muito ocupada levando uma surra para pensar nisso. —

Ele suspirou, movimentando sua cadeira até seu olhar encontrar o Thor.

—Que que houve com ele? —

—Ele está possesso. Acha que fracassou. — o guaxinim respondeu. — Que foi o que aconteceu, mas está todo mundo no mesmo barco, não é? —

—É sério até esse exato segundo eu achei que você fosse de pelúcia. —

—Talvez eu seja. —

—Estamos caçando o Tony há três semanas já, com sensores espaciais e satélites. E até agora nada. — Steve retomou. — Você enfrentou ele. —

—Quem te contou? — Tony indagou. — Não enfrentei. Não, ele esfregou minha cara com um planeta enquanto o mago da Blecker Street entregou o ouro. Foi isso. Não teve luta porque ele é invencível. — finalizou.

Observei Steve abaixar a cabeça, suspirando.

—Ok. Ele chegou a te dar dicas? Coordenadas? Qualquer coisa. —

Tony levou a mão até a testa fazendo um gesto que lembrava uma continência e soltando um ruído com a boca. Notei alguns olhares de Nat e Steve não acreditando na atitude de Tony.

—Eu previ isso a alguns anos. Eu tive uma visão, não quis acreditar. — pressionei os lábios com a fala de Tony. Eu sabia o que estava por vir. — Achei que era um sonho. —

—Tony, eu preciso que se concentre. — Steve falou, se aproximando.

—E eu precisei de você. — o Picolé parou no lugar após a fala de Tony. — É isso aí, no passado. Isso supera o que você quer, é tarde demais. Sinto muito. —

O clima ficou mais tenso do que já estava na sala.

—Eu preciso... preciso me barbear. — ele bateu na tigela derramando o conteúdo e levantou. — Ah, eu acredito que me lembro de dizer a todos aqui... —

—Tony. Tony. —

Rhodes começou a repreender o amigo quando o mesmo começou a puxar a agulha do braço com o cateter do soro. Desviei o olhar, não conseguindo olhar para aquela cena aterrorizante.

—Aos vivos e aos outros que era necessário que existisse uma armadura em volta do mundo. Se lembram disso? Com ela impactando nossa preciosa liberdade. Ou não? Isso era necessário. — ele encarou Steve enquanto Rhodes tentava calmamente fazê-lo sentar de volta na cadeira.

—É, mas não deu certo, não é? — Steve colocou.

Ninguém se atrevia a falar um a. Todos sabíamos que isso não era só por causa do Thanos, era muito além.

—Eu disse que íamos perder. Você disse: "faremos isso juntos também." E adivinha? A gente perdeu a guerra e você não estava lá. — Steve deixou os ombros caírem após um pequeno suspiro. — Mas é o que fazemos, não é? Trabalhamos melhor depois do fato de que os Vingadores... Somos os Vingadores, não somos? Não os precavidos? — Tony encarou Rhodes que começou a segurar o amigo, tentando colocar a bunda dele de volta na cadeira.

—Ok, todos compreenderam. Agora senta, tá? — falou.

—Não, não, não. — falou, tentando se desvencilhar dos braços do Coronel. — Isso tem que ficar claro. Ela é ótima, a propósito. — apontou para Carol que franziu levemente as sobrancelhas para o Cabeça de Lata. — É sangue novo. Somos mulas cansadas. — Tony conseguiu se soltar de Rhodes, caminhando até Steve e parando a alguns centímetros de distância. — Não tem nada para você, Capitão. Nenhuma coordenada, nem dicas, nem estratégias, nem opções, zero, zip, nada! Nada disso, traidor. —

—Oh, porra. — murmurei baixinho, fazendo Nat me encarar rapidamente. — Vamos voltar a estaca abaixo de zero. —

Tony estava com a respiração um pouco ofegante, mas mesmo assim passou a mão no peito, arrancando o reator e entregando na mão de Steve que encarava o mesmo confuso.

—Toma, segura. Se você achar ele, põe isso. Se esconde. —

Ele deu um passo para trás, mas seus joelhos acabaram cedendo com o peso fazendo-o cair de joelhos no chão, deixando todos preocupados.

—Eu estou bem. — falou quando Steve, Carol e Rhodes tentaram o ajudar a ficar de pé. — Eu estou... — e sabendo o que iria acontecer, ergui rapidamente minha mão na direção dele, conseguindo suspender seu corpo antes que caísse com tudo no chão quando ele apagou.

—Eu vou chamar o Bruce. — falei, abaixando minha mão assim que Rhodey e Steve seguraram o corpo de Stark.

***

—Bruce deu um sedativo para ele. Vai dormir provavelmente o resto do dia. — Rhodes falou assim que saiu do quarto o qual Tony estava deitado numa cama com Pepper sentada ao seu lado.

—Tomem conta dele que eu trago o elixir sorrindo quando eu voltar. — Carol falou, descruzando os braços e dando as costas.

—Para onde vai? — Steve indagou.

—Matar o Thanos. — respondeu sem nem olhar para trás.

—Como é que é? — murmurei, confusa com a atitude dela.

Sai andando atrás dela, ouvindo passos atrás de mim.

—Ei! — Carol parou com o chamado de Romanoff. Elas se encararam. — Geralmente trabalhamos em equipe e o ânimo do grupo já está fragilizado. —

—Eu sei que o espaço é mais o seu território, mas essa luta também é nossa. — falou Steve.

Dei uma breve olhada para Rhodes que ergueu as sobrancelhas, cruzando os braços.

—E sabe onde ele está? — o Coronel indagou.

—Conheço pessoas que sabem. — respondeu simplesmente.

—Não precisa. — a voz de Nebulosa se fez presente, atraindo a atenção de todos. — Eu posso dizer onde o Thanos está. —

—Como é que é? — soltei, mais confusa ainda.

Seguimos ela até a sala de jantar, onde Rocket, Thor e Bruce estavam. Observei o Grandão sentado a mesa, comendo. Desde que cheguei, ele mal tinha trocado duas palavras.

—Estamos todos aqui. — falei, me sentando na mesa, roubando um pouco dos pãezinhos que tinha na tigela do Thor.

—Thanos passou um tempo tentando aperfeiçoar a mim. — Nebulosa começou a falar. Ela estava no canto da sala, encarando o chão. — E enquanto eu trabalhava ele falava sobre seu grande plano. Mesmo desmantelada eu faria tudo por ele. Eu perguntava: "a onde vamos quando o plano estiver completo?" A resposta era igual sempre. — ela caminhou até a mesa onde Rocket estava em pé. — "Ao jardim." —

Abri a boca me preparando para questionar que raios de jardim era esse quando Rhodes soltou:

—Que coisa. Thanos tem um plano de aposentadoria. —

—Que jardim é esse? Queria muito que fosse o Central Park, não vou mentir. — falei, fazendo Nat revirar os olhos.

Rocket acionou um botão, fazendo um holograma da Terra aparecer sobre a mesa com alguns dados no canto.

—Quando Thanos estalou os dedos, a Terra se tornou o ponto zero para um surto de poder de proporções ridiculamente cósmicas. Ninguém tinha visto nada igual aquilo. — explicou. — Até dois dias atrás. Nesse planeta. — disse, apertando um botão três vezes que fez o holograma mudar para outro planeta que aparentemente ficava uns quatro sistema solar do nosso.

—Thanos está lá. — Nebulosa falou, tirando qualquer dúvida que restasse sobre a localização da berinjela.

—Ele usou as joias agora. — Nat falou, se apoiando na mesa e observando o holograma mais de perto.

—Ei, ei, ei. — Bruce chamou a atenção de todos. — Estamos sem gente, esqueceram? —

—Ele ainda tem as joias então... — Rhodes começou a falar, tendo sua fala completada por Carol:

—Então é isso. Com as joias traremos todos de volta. —

—Tranquilo assim? —

—É, tranquilo assim. — Steve respondeu Bruce.

—Mesmo que tenha a menor chance de desfazermos isso, devemos tentar por todo mundo que não está nessa sala. — Natasha falou, olhando para cada um e eu sabia que a esperança estava começando a tomar conta dela.

—Mas e se a gente fizer isso e acabar tudo como da última vez? — indaguei, receosa.

Já bastava metade do universo apagado da existência. Ter a metade que restou também apagada era um ideia insuportável demais de ser ter.

—Da última vez vocês não tinham a mim. — Carol falou calmamente, fazendo-me acalmar.

Pelo pouco que sei dessa mulher tenho certeza que ela é de grande ajuda. Se ela dissesse que ela é o ser mais poderoso do universo, eu que não serei a louca de discordar. Pelo contrário, irei aplaudir e gritar com todas as letras que ela é sim.

—Me convenceu. Sem ironia nenhuma. — falei.

—Aí, novata, todo mundo nessa sala leva uma vida de super herói. Vem cá, se não se importa, me fala onde você esteve todo esse tempo? — o Coronel questionou.

—Existe vários outros planetas no universo. E vocês não estão lá infelizmente. — pressionei os lábios, tentando conter um sorriso que insistia em aparecer após essa fala da Capitã.

Foi aí que algo aconteceu.

Thor, que estava comendo tranquilamente ao meu lado, afastou a cadeira, se levantando e, consequentemente, atraindo a atenção de todos. Ele caminhou até Carol que só então virou na direção do Deus do Trovão, o olhando nos olhos. O Grandão ergueu a mão e eu fechei os olhos, balançando a cabeça não acreditando que ele iria fazer aquilo.

Abri os olhos a tempo de ver o machado vindo com tudo na direção do seu dono e só parando quando Thor o segurou. Minha boca abriu num perfeito O quando notei que Carol não se intimidou nem um pouco com essa atitude idiota do Thor. Ela permaneceu firme e forte com o olhar fixo no dele, deixando um pequeno sorriso nascer no canto dos lábios quando o deus asgardiano assentiu.

—Gostei dessa aqui. —

Soltei uma risada, atraindo os olhares para mim.

—Carol, depois dessa meu cu é todo seu. Pode comê-lo a vontade. — falei.

—Melinda! —

—O que é, gente? Vocês viram o que acabou de acontecer? — indaguei, apontando para o Thor e a Carol. — O machado passou do lado dela, sacudiu até os cabelo dela e a loirinha ali nem se mexeu, ela nem ao menos piscou! Eu vim ao mundo para enaltecer mulheres fodonas sim e quem não gostar que lute. — finalizei, cruzando os braços e dando de ombros.

—Inacreditável. — ouvi Natasha resmungar.

—Bom, como a Melinda gosta de dizer: vamos comer o cu do Thanos. —

E novamente lá estava eu com a maior cara de idiota do mundo, embasbacada com o que acabei de ouvir.

—Ah, meu santo Zeus! O Steve falou um palavrão! Ele falou um palavrão! —

—É, Capitão, você quebrou a Melinda. —

Rhodes falou depois que eu soltei uma risada e continuei repetindo que o Capitão América, o senhor mais correto de todo o universo, tinha falado um palavrão.

***

—Theo? — dei leves batidas na porta dele, entrando no seu quarto.

—Oi, tia. Vocês já pararam de conversar? Eu queria mostrar meus desenhos para você. — ele me encarou, franzindo as sobrancelhas. — Ué, você vai para o espaço de novo? — indagou, observando meu uniforme.

—Sim. — me sentei na cama, dando tapinhas no espaço ao meu lado, chamando-o para se sentar. — Nós descobrimos onde o Thanos está. —

—Sério? Então vocês vão atrás dele? —

—Sim. — respondi, segurando a mãozinha dele. — Ele ainda está com as joias, sabe, papito? As que transformou todo mundo em pó. E... —

—Vocês vão pegá-las para trazer todo mundo de volta? — Theo perguntou, sem rodeios. Pisquei os olhos um pouco surpresa por ele ter acertado de primeira.

—Sim. — assenti, o olhando nos olhos. — Não quero ir para o espaço atrás da berinjela e deixar você achando que vamos conseguir trazer todos de volta. Nós iremos tentar, ok? Não é certeza. —

—Mas nós não vamos desistir de trazer todo mundo de volta, vamos? — questionou, fazendo-me sorrir.

—Claro que não, meu pequeno. — acariciei seu rosto, colocando seu cabelo atrás da orelha. — Olha, Theo, você sabe melhor do que ninguém que o que eu mais quero nessa vida é trazer todos de volta, não sabe? — ele assentiu. — Então você irá entender quando eu voltar e disser que teremos que continuar nossas vidas caso não tenha como trazer todos de volta hoje, certo? Porque... — suspirei, me ajoelhando no chão e ficando de frente para ele. — Papito, eu amo você. Muito. Nunca duvide disso. —

—Eu sei, tia. Também amo você. Muito, muito, muito. — sorri, sentindo as lágrimas já se formarem. — Se não der certo hoje, a gente tenta outro dia. Só não quero que você vá embora que nem meus pais. —

—Eu não vou. — garanti, deixando uma lágrima escapar. — Ficarei sempre com você, bem aqui. Eu prometo. —

Theo sorriu, trazendo sua mão até meu rosto e limpando a lágrima que escapou.

—Promete também que vai chutar a bunda da berinjela até ele começar a chorar? — soltei uma risada, puxando ele para um abraço.

—Prometo. —

Ouvi algumas batidas na porta, fazendo-me recuar do abraço e encarar Natasha.

—Estamos prontos. —

—Já estava indo. — olhei para Theo novamente, beijando sua testa. — A Pepper vai ficar com você, ok? Não atazane muito ela que o Tony ainda precisa de alguns cuidados. —

—Ok, eu ajudo a tia Pepper a cuidar do tio Tony. — sorriu.

Levantei, caminhando até Nat.

—Até depois, pirralho. — Romanoff acenou para ele que retribuiu o aceno.

—Até, tia Nat. Não deixa a tia Mel fazer nenhuma loucura. — abri a boca incrédula.

—Como é que é? —

—Pode deixar, Theo. — Nat sorriu. — Vamos, Valente. —

***

Fazia poucos minutos que estávamos na nave que trouxe Tony e Nebulosa de volta. Rocket tinha consertado seja lá o que estava quebrado e pilotava a banheira enquanto todos os heróis se encintravam acomodado nas poltronas, com exceção de mim que estava em pé ao lado de Thor. Optei por uma viagem com emoção, claro.

—Ok, ok. — o guaxinim nos encarou. — Quem aqui nunca esteve no espaço? —

Steve, Nat e Rhodes ergueram as mãos.

—Por que? — o Coronel resmungou.

Ouvi a risada de Carol achando graça da situação.

—Ótimo. Não quero ninguém vomitando na minha nave, hein. — sorri.

—Se aproximando do salto em 3... — observei a mão de Steve agarrar firme no braço da cadeira, causando-me uma risada. — 2... 1! —

Assim que Nebulosa finalizou a contagem, senti meu corpo ser jogado para trás e eu acho que teria me espatifado no chão da nave se Thor não tivesse segurado meu pulso.

—Eu ofereci minha cadeira. —

—Viagem com emoção, lembra? — disse, firmando melhor meus pés no chão e me segurando no encosto da poltrona dele. — E eu teria me saído muito bem sem a sua ajuda. —

—Ah, claro. No chão. — revirei os olhos, voltando meu olhar para frente e me dando conta que o tal salto já tinha acabado e já estávamos com a nave de frente ao tal "Jardim". — Ué, tão rápido assim? —

—Tão rápido assim. — Thor falou, soltando a trava de segurança da poltrona e levantando.

—Eu faço o reconhecimento. — Carol falou, passando por mim e em poucos segundos já não estava mais na nave.

—Voê está bem? — Bruce indagou, se aproximando.

—Se eu poder socar a cara daquela berinjela ressecada nem que seja uma única vez vou me sentir vingada pela surra que levei dele. — respondi. — E você? —

—Rezando para ele realmente estar com as joias. — ele baixou o olhar para suas mãos. — O que você falou para o Theo? —

Soltei um suspiro, pegando minha espada e fazendo ela crescer em seu tamanho normal. Analisei a lâmina.

—Disse que íamos tentar trazer todos de volta, enfatizando a parte do tentar. — respondi. — Tentei deixar claro para ele que poderíamos não conseguir trazer todos de volta hoje, mas... enfim, se tivéssemos êxito aqui, iria me poupar de uma péssima conversa com o Theo. Imagina ter que chegar para uma criança de 3 anos e dizer que os pais dele não vão voltar para casa? —

—Se tudo der certo, você não precisará ter essa conversa com ele. — sorriu, colocando a mão em meu ombro.

—Assim espero, Verdão. —

—Sem satélites, nem naves, nem exércitos, nenhuma defesa de qualquer tipo. — Carol falou, se aproximando da nave. Bruce me encarou com um franzir nas sobrancelhas. — É só ele. —

—Ainda é o Thanos. — Nebulosa falou, mas algo me dizia que tinha caroço nesse angu.

—Fácil demais, não? — questionei, vendo o pessoal se movimentar pela nave.

—Talvez ele não precise de exército já que tem as joias. — Banner respondeu.

—É. — murmurei.

—Todos prontos? —

***

Ok. Tínhamos montado um ataque surpresa para cima da berinjela.

Carol tinha atacado primeiro, afinal ela era a melhor aposta para isso. Logo depois foi Bruce e Rhodes para ajudar a Capitã a imobilizar o titã, cada um segurando um braço. E aí veio Thor com a Stormbreaker e cortou o braço da berinjela que tinha a manopla.

Rocket, Nat, Steve e eu entramos na cabana logo depois.

Seria cômico se não fosse trágico o fato desse genocida matar metade da população do universo com um único estalar de dedos e agora viver uma vida calma e tranquila nessa fazendinha, curtindo a aposentadoria como Rhodes mesmo disse.

—Ah, não. — a voz de Rocket chamou minha atenção.

Ele tinha virado a manopla que estava no chão e eu tinha entendido o porque daquela reação dele. Os lugares onde as joias ficavam estavam vazios.

—Onde elas estão? — Steve perguntou após alguns segundos de pura tensão.

—Responda agora. — Carol disse apertando seus braços ao redor do pescoço da berinjela.

—O universo necessitava de correção. Depois disso, as joias não tinham propósito, apenas a tentação. —

—Você matou trilhões! — Bruce gritou, empurrando o escroto que caiu que nem fruta madura.

—Então me agradeça. —

Cerrei meu punho e num segundo estava em cima do Thanos, segurando ele pela camisa enquanto meu punho esquerdo socava seu rosto sem descanso.

—Você é um puto de um escroto! — gritei, ainda o socando. — O meu sobrinho... vai crescer sem os pais... por sua causa, seu... genocida do caralho. — senti as lágrimas descerem ao mesmo tempo que sentia a raiva consumir meu corpo.

Tínhamos perdido, de novo.

—Melinda. Melinda. — senti alguém segurar minha cintura, me puxando e consequentemente me tirando de cima da uva passa que estava desorientado e com alguns pontos do rosto sangrando.

—Eu estou bem, eu estou bem. — falei calma, erguendo as mãos para o alto.

Assim que Carol me soltou, eu me virei, chutando o rosto de Thanos com toda força que tinha e fazendo-o cair com tudo no chão novamente.

—Agora sim estou bem. — disse, passando a mão no rosto limpando as lágrimas e indo até a porta daquela cabana.

O silêncio se fez presente por alguns segundos, até que Natasha tomou a frente:

—Onde estão as joias? —

—Joias? Reduzidas a átomos. — trinquei o maxilar ao ouvir a voz dele, me segurando para não voar para cima dele novamente e enchê-lo de soco.

Mais uma vez perdemos para essa berinjela.

—Você usou elas dois dias atrás! — Bruce rebateu.

—Eu usei as joias e então as destruí. — falou. — Isso quase me matou, mas o trabalho está feito e estará sempre. Eu sou inevitável. —

Me virei na direção deles, esbravejando:

—Você é um tremendo de um filha da puta! — me aproximei alguns passos dele, erguendo meu dedo em riste. — Devia ter implorado as joias para elas terem te matado quando você as usou porque assim que eles derem as costas, quem vai matar você sou eu! —

—Temos que procurar por toda parte. Tem que ser mentira. — Rhodes falou depois de um tempo.

—Meu pai é muitas coisas. Mentiroso não é uma delas. — Nebulosa, que até então estava calada, falou.

Como ela ainda conseguia chamar esse poço de escrotice de pai?

—Ah. Agradeço, filha. — ela baixou a cabeça. — Talvez eu tenha sido cruel com você. —

O que aconteceu depois foi tudo muito rápido. Thor ergueu a Stormbreaker e enquanto gritava cortou a cabeça do Thanos num piscar de olhos. A cabeça saiu rolando enquanto o corpo caiu que nem fruta madura.

—Que? — a voz de Rocket não passou de um sussurro. — O que você fez? —

—Pronto. Cabeça arrancada. — Thor respondeu e após olhar uma última vez para o corpo da berinjela passou por mim, saindo da cabana.

Lembrei da conversa que Thor e eu tivemos na primeira madrugada no Complexo após a batalha em Wakanda. Lembro-me dele ter comentado algo sobre se sentir culpado por ter enfiado o machado no peito do Thanos e o mesmo ter dito que ele devia ter arrancado a cabeça.

Dei as costas para o restante do pessoal, indo atrás de Thor que estava parado a alguns metros, encarando o nada.

—Se veio aqui para... —

—Te julgar? — interrompi, parando ao seu lado e observando uma cachoeira lá longe. — Não pense isso de mim, Thor. Jamais faria isso com você. E, bem, eu mesma falei que assim que vocês bobeassem eu mataria aquele escroto. Ele disse tinha destruído as joias então... para que ele serviria? — indaguei, desviando o olhar para meus pés. — Sei que isso não é algo legal a se dizer sobre ninguém, mas... ele matou mais da metade do universo. Não é alguém que merece perdão. — o olhei.

—Lamento por você ter que falar ao pequeno Theo que os pais dele não vão voltar. —

—É, ainda tem isso. — pressionei os lábios. — Não sei o que fazer. —

—Ele ainda tem você, Baixinha. — falou após um suspiro. — Poderia ser pior. —

Passei meu braço pelo dele, entrelaçando nossas mãos enquanto descansava minha cabeça no braço dele.

—Sei que agora mais do que nunca você deve achar que está sozinho, mas isso não é verdade. — falei, erguendo o olhar para olhar Thor nos olhos. — Eu vou estar sempre aqui para você. —

—Que bom que falou isso, porque estamos precisando de ajuda para construir a Nova Asgard. — sorri, voltando a olhar a cachoeira.

—Só peço alguns dias para acordar meu espírito de engenheira, ok? —


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Whatever It Takes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.