Desvendando a Magia escrita por Gallan


Capítulo 6
Capítulo 6 - Viajando - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Se alguém souber uma denominação melhor do que "grito do falcão" para isso: http://www.youtube.com/watch?v=33DWqRyAAUw , me avisem nos reviews, por favor.



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Já estavam viajando a mais de um dia, sem descanço, e agora passavam os limites do reino de Ahzaran e começavam a entrar no vale de Urh. Longe de qualquer cidade ou vilarejo, cavalgando por aquele terreno seco e descampado, começavam a se direcionar para o sudoeste, até que Cailean sentiu um tremor.

 

- Ei! Sentiram isso?

 

- Sentir o quê? - indagou Bain.

 

Um novo tremor, dessa vez próximo a Falorian, quase fez com que seu cavalo tombasse, e surge uma sequência de pequenos tremores abaixo deles. O grito do falcão anunciou que havia algo de errado, e não demorou para perceberem o porquê. Do chão, pedaços de terra e pedra se amontoavam em enormes e velozes quadrupedes que começaram a seguir o grupo.

 

- Bain! - gritou Falorian, enquanto puxava a própria espada, mas foi um chamado desnecessário, o amigo já estava com seu machado em mãos e ficando mais atrás para ser o primeiro alvo das criaturas.

 

- Vão, vão, vão!!! - bradou enquanto cuidava da retaguarda e brandia seu machado com apenas uma mão. Podia parecer impossível usar aquela arma estupidamente grande e pesada com apenas um braço, mas Bain demonstrava enorme facilidade enquanto cortava três monstros de uma só vez.

 

Falorian e Cailean íam à frente seguindo o falcão que os guiava pelo céu, levando-os para o leste. Algumas criaturas conseguiram passar o bloqueio de Bain, e Cailean se adiantou para dar tempo ao seu amigo cavaleiro completar a magia que recitava. Atirando como podia com seu arco e flechas, atrasava aquelas criaturas, que quando destruídas, se regeneravam e voltavam a perseguí-los. Falorian terminou o encantamento no instante em que Cailean foi atingida na cintura com as garras de pedras de uma das feras, que investiu em um salto e por pouco não a derrubou do cavalo.

 

- Bain!!! Pegue a Cailean e vá!

 

Olhando para a frente, preocupado, deixou de atacar os monstros que surgiam cada vez mais e acelerou com seu cavalo para próximo de Cailean, que gritava enquanto se segurava como podia. Falorian foi ficando para trás enquanto os monstros se aproximavam cada vez mais, então com um movimento rápido, fez um corte no ar que se reproduziu no chão, desenhando um enorme arco no solo.

 

- Soun!

 

Apartir do corte, uma onda parecia explodir e avançar com uma velocidade absurda contra os monstros de terra. A onda invisível lançada destruía tudo em seu caminho, até mesmo criava deformações no solo conforme passava e aniquilava os monstros que aparentemente não conseguíam mais se regenerar. Voltando-se para o leste, Falorian vê Bain puxando as rédeas do cavalo de Cailean enquanto avançavam para entrar em uma floresta. Cavalgou na direção dos dois, e assim que passou pelas primeiras árvores, viu à frente Bain descendo do cavalo em uma clareira e colocando Cailean deitada no chão.

Falorian chegou à clareira no mesmo instante em que o falcão pousava em um galho grosso da árvore mais próxima de sua mestra, piando tristemente. Bain começou a falar muito baixo uma língua diferente da que todos ali conheciam, enquanto apertava o ferimento na cintura de sua companheira. Em alguns instantes ela parou de se contorcer e gemer de dor, e sua pele começou a restaurar a cor a pouco perdida.

 

- Que bom que nosso teurgo é o mais duro na queda... - disse Cailean com uma voz fraca, olhando para Bain que havia se deixado cair sentado depois de se tranquilizar em cuidar dos ferimentos dela.

 

- Cale a boca, você está muito fraca ainda! Não me assuste mais assim!

 

- Bem, teremos que acampar agora. Bain, você cuida de tudo por aqui enquanto eu vou buscar alguma comida. - interrompeu Falorian.

 

- Ei Fal! Não temos que parar, eu já estou bem, podemos continuar...

 

- Não. Você não está bem e nem nós. A magia que eu utilizei foi muito desgastante, e você sabe como ele fica quando tem que curar alguém. Vamos descansar hoje.

 

Assim que terminaram a conversa, Cailean deitou emburrada enquanto Falorian adentrava a floresta. Bain pegou o seu machado e começou a cortar alguns galhos próximos em pedaços pequenos, separando lenha. Agora ele parecia muito cansado, não podia-se dizer que conseguia manejar aquela arma tão bem quanto antes, mas Cailean não se atreveu a falar nada, ficou deitada em silêncio.

Não demorou muito e Falorian voltou trazendo a carcaça de um animal de porte médio, suficiente para todos. Acamparam ali mesmo, fazendo uma fogueira no centro da clareira, e após todos comerem, Bain caiu no chão exausto.

 

- Tudo bem Bain, não se preocupe... eu pego o primeiro turno. - disse Falorian, mais falando consigo mesmo que com qualquer outra pessoa. Cailean adormeceu logo em seguida, e a noite avançou tranquila sem nenhum outro contratempo. Bain acordou algumas horas depois e revesou com Falorian para que o amigo pudesse descansar.


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Notas finais do capítulo

Teurgo = praticante de teurgia
Teurgia = Suposta arte de curar doenças pela intervenção de seres ou forças sobrenaturais.

No caso, ele usa magia relacionada com a força da natureza.



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