Um amor de contrato escrita por Andye


Capítulo 3
Weasley, o louco


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem com vocês? Espero que sim! Comigo, uma correria de um trabalho e tive de parar tudo para enviar para o cliente... Mas agora deu uma sossegada e consegui acessar para enviar o capítulo (com dois dias de atraso - sorry)!
Espero que curtam o que escrevi e que deixem o comentário. No próximo domingo, com fé, espero postar mais um, mas se não der, apareço durante a semana.
Um abraço para vocês!!!



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Os dias estavam ensolarados, mais agradáveis com a chegada da primavera. Era ótimo caminhar no início da manhã ou no fim da tarde no parque que havia perto de onde Hermione morava. Se o passeio fosse no sábado, na companhia de Gina, tudo ficava dez vezes melhor.

Rose estava mais adiante no meio de um grupo de crianças de sua idade ensaiando chutes ao gol. Como ela bem observava, a filha já havia tomado a liderança da brincadeira e os demais seguiam suas ordens sem qualquer ressalva. Os gols haviam sido demarcados com varetas que encontraram pelo chão e os times, divididos por meio de adedonha.

As duas mulheres, sentadas em um banco afastado, mas com total visão para as crianças, conversavam sobre as amenidades da vida enquanto sentiam a brisa do fim do dia acariciar seus rostos e cabelos.

— E o que pretende fazer? — Gina perguntou enquanto olhava Rose avançar com o controle da bola em direção ao gol improvisado.

— Tirar a Rose do judô — Hermione respondeu sem muita animação, mas sorriu quando a filha acenou para ela após fazer um gol.

— Fico pensando sobre isso e não consigo me conformar. Aquele idiota do Mclaggen devia estar pagando pelo crescimento da filha.

— Ah! Gina. Não vale a pena...

— Mas ele é o pai dela. Ele tem obrigações com ela e nem sabe que é pai.

— E vai continuar sendo assim...

— O Harry pode te ajudar, e ele não vai cobrar nada, você sabe disso.

— Eu sei, mas não quero mexer nessa ferida. Ela já cicatrizou.

— Será que cicatrizou para a Rose também?

— Como assim? — Hermione olhou atenta para a amiga. Com os raios de sol incidindo sobre ela, os cabelos pareciam ainda mais vermelho — O que quer dizer com isso?

— Você acha que tudo vai ser sempre fácil assim?

— Nada é fácil pra mim, Gina.

— Não estou falando disso. Acha mesmo que a Rose nunca vai perguntar do pai? Ela vai sair do jardim e começar a escola ano que vem. As outras crianças vão falar do pai, vão perguntar sobre o pai dela, e o que ela vai dizer? Já pensou sobre isso?

— Vou pensar em algo... Sei lá. Digo que ele morreu em algum acidente.

— Pode até dizer, mas por quanto tempo vai manter a sua filha enganada? Acha que nunca vai chegar o momento do confronto? A Rose é cabeça dura, Hermione, e ela não vai aceitar essa história futuramente.

— Eu sei... — a outra suspirou, vencida. Rose corria e reclamava com o colega que não jogou a bola ao gol — Quando o dia chegar eu verei o que faço.

— Seu problema é ficar adiando. Ele tem responsabilidades e você não pode privar a Rose de ter essas responsabilidades supridas.

— Eu sei...

— E além do judô, o que vai fazer? — Gina falou amenizando o tom.

— Meu pai mandou um dinheiro e vou conseguir pagar o aluguel e fazer a cesta básica sem maiores problemas, mas tem as outras despesas.

— Sua mãe também...

— Tudo bem. Ela tem seus motivos.

— Ah... Deixa de ser assim!

— Estou procurando trabalho. Vi alguns berçários e já deixei currículo. Sei que vai dar certo. Alguma coisa boa vai acontecer e as coisas vão melhorar.

— Assim espero — ela falou sem maiores reclamações e atendeu o celular, que começara a tocar, em seguida — Era o Harry. Está vindo nos encontrar.

— Que bom! Podemos lanchar alguma coisa mais tarde... O que foi? —ela perguntou ao observar a expressão de Gina.

— Ele não parecia bem ao telefone. Hoje ele foi encontrar aquele Weasley louco. Certeza que aconteceu alguma coisa!

— Por que louco, Gina? — Hermione perguntou divertida, achando graça da expressão da amiga.

— Porque ele é. Não sei como o Harry pode trabalhar para ele. Pior, não sei como o Harry pode ser amigo dele.

— Amigo?

— Sim. Eles se conhecem desde a infância. O pai do Harry era um dos advogados da empresa do pai do Weasley. O Harry conheceu o tal ainda criança, porque o senhor Weasley sempre gostou de crianças, mas a senhora não conseguiu ter outros filhos. Harry era uma espécie de consolo pro menino...

— Ah, Gina! Não fala assim. Eram crianças. Eles certamente se divertiam juntos — Hermione se exaltou, mas logo se tranquilizou. Rose havia caído, mas levantou rapidamente e parecia bem, gritando com o colega que a derrubou — Não sei de quem ela herdou esse gênio.

— Nem vou comentar de quem...

— Sabe que ontem eu fiz uma espécie de entrevista?

— Hmm...

— Em um dos berçários. A dona conversou comigo previamente e pareceu gostar de mim. Estou sentindo que dessa vez vai dar certo!

— Oi, meninas! — Harry, que estava sendo observado pelas duas enquanto estacionava, depositou um beijo na testa de Hermione e um nos lábios de Gina assim que sentou entre elas. Sorriu e acenou para Rose que lhe saudou com um enorme sorriso — Quais as novidades?

— Hermione está dizendo que vai ser contratada?

— Sério? — ele ficou radiante — Parabéns, Mione. Finalmente!  

— Não é bem assim, Harry! Foi só uma conversa. Mas eu senti um clima bom e acolhedor. Algo propício no ar...

— Nem vou comentar que você geralmente erra em seus sentimentalismos.

— Para, Gina! — Harry repreendeu — Deveríamos apoiar, não acha?

— E abrir os olhos também, não acha? — a moça encarou o rapaz que ficou sem argumentos.

— O que é o trabalho? — Harry perguntou ignorando a namorada.

— É um berçário, mais para o centro. Os contratos são por turnos, o que seria excelente porque posso colocar a Rose na escola no turno que estiver trabalhando.

— Isso seria realmente bom! — o rapaz comentou, atento à conversa.

— O salário é fixo, e relativamente bom por se tratar de um berçário. Daria para complementar a renda tranquilamente e talvez não precise tirar a Rose do judô.

— Vai tirar a Rose do judô? — Harry perguntou entristecido — Ela gosta tanto.

— Eu sei... mas se as coisas não melhorarem, não terei opção.

— Hermione — Harry começou — Eu sei que não gosta, mas Gina e eu podemos ajudar a...

— Não — falou enfática — Ao menos, não por agora. Vou tentar até onde conseguir ir. Se realmente for necessário, serão os primeiros da lista a quem irei recorrer.

— E o que você tem, Harry — Gina desconversou, consciente que aquele era um assunto sem argumentos — O que o louco do seu amigo fez dessa vez?

— Gina, ele não é louco — Harry rebateu — Sabia que posso ser demitido e responder processo se ele te ouvir falando assim sob meu nome?

— E como ele vai ouvir? — desdenhou.

— Sei lá... Ele é meio louco.

— Vocês dois são terríveis — Hermione gracejou enquanto Rose vinha até eles.

— Oi, tio Harry — ela o saudou com um beijo na bochecha — Aproveitei o intervalo do jogo pra falar com você.

— Oi, meninona — Harry a abraçou, mesmo ela estando pingando suor, cheia de areia e poeira da brincadeira.

— Vamos lá com esse jogo, mocinha — Hermione interrompeu o momento — Daqui a pouco iremos para casa.

— Mas mãe... — ela fez bico.

— Nada de “mas mãe”. Está ficando escuro e você está imunda, menina. Uma porquinha precisando tomar banho.

— Poxa, mãe...

— Vá terminar seu jogo e venha em seguida para irmos embora.

— Certo! — a pequena correu de volta aos seus e os olhos se voltaram para Harry, sem terno e com a gravata frouxa.

— Ele é um louco — o rapaz começou sob o olhar das duas e Hermione gargalhou abertamente.

— O que ele inventou dessa vez? — Gina não parecia tão animada quanto a amiga.

— Essa foi a pior de todas... — Harry continuou e o olhar de Hermione se voltou para ele também — Ele quer ter um filho.

— Quê? — Gina se exasperou, conhecia levemente a situação.

— O que tem de mais em ter um filho? — Hermione perguntou sem entender bem o assunto.

— O pai dele é dono de uma grande empresa daqui — Harry explicou para Hermione — E vai se aposentar ano que vem. Pela lógica, o Ronald deveria assumir a função de presidente, mas o pai impôs uma condição...

— Ele só vai assumir a empresa se tiver um filho até antes dos trinta anos, que é ano que vem — Gina completou.

— Ainda não vi nada de mais...

— Hermione, você é incrível quando quer — Gina ralhou e Harry continuou. A morena não parecia entender nada.

— O problema é que o Ronald não se envolve com mulheres...

— Ele é gay? — perguntou inocente.

— Não — Harry rebateu — Ele tem casos, mas nada fixo ou mais sério. Ele não acredita nas mulheres.

— Deve ser pra não perder o jeito — Gina comentou zombeteira.

— Gina!

— Ah, Harry! Quem vai querer aquele cara? O que salva é o dinheiro e ele ser bonito. Se não, ninguém queria uma pessoa tão complicada.

— Acredito que ele tenha vivido algo bem difícil na vida para ser assim, Gina — Hermione comentou sentindo certo reconhecimento.

— Ele foi traído — Gina falou diretamente — Na mesma época que você.

— Sério? — a outra arregalou os olhos.

— A diferença é que ele não teve filhos e se isolou — a outra completou.

— Agora o pai dele exigiu um herdeiro ou toda a empresa ficará nas mãos dos acionistas. Isso é muito frustrante pro Rony porque ele se matou por ela... — Harry falou pesaroso.

— Imagino... Mas é só ele ter um filho. Gente, a coisa mais fácil do mundo é ter um filho — Hermione falou com graça, mas os dois não riram.

— Ele não confia em mulheres, Hermione — Gina ralhou.

— E então?

— Ele me deu a tarefa de encontrar uma barriga de aluguel pra ele.

— O quê? Ele perdeu o juízo de vez? — Gina falou exaltada — Você não vai se meter nisso, Harry James Potter. Não pode fazer isso, entendeu? Como você vai se sentir daqui a dez anos, quando vir o péssimo pai que ele é?

— Não exagera, Gina. E se eu não fizer isso, ele vai procurar outro advogado. Ele pode ser enganado com tudo isso. Por mais complicado que seja, o Rony é uma boa pessoa. Teve os sonhos frustrados no passado e se fechou, mas ele é um homem incrível!

— Não se mete nisso, Harry, por favor — Gina continuou — Isso não vai terminar bem.

— Como assim “barriga de aluguel”? — Hermione quis saber.

— Eu tô dizendo assim, mas não é assim. A criança não vai ser entregue a ele no final. Será responsabilidade da mãe.

— Estou dizendo que ele é louco e ninguém me ouve — Gina comentou para si.

— Ele vai pagar uma bolsa permanente para a mãe e para o bebê. Ela será responsável pela criação saudável da criança que assumirá o controle da empresa um dia.

— É um conto de fadas às avessas.

— Por favor, Hermione — Gina ralhou com a amiga.

— Ele será responsável pelo custeio de tudo o que envolve a criança, desde saúde, alimentação, estudos, lazer... Tudo.

— E tem um contrato? — Gina perguntou incrédula.

— Sim. Fizemos o contrato hoje.

— Isso tem algum sentido?

— Para mim, sim — Hermione respondeu à amiga — Ele foi traído. Deve ter sido um golpe e tanto. Não se sente confiante de iniciar um relacionamento e se viu obrigado a isso. Não sei se teria uma atitude semelhante na situação dele, mas compreendo suas decisões. Ele quer se resguardar, e resguardar o patrimônio da família. Está sendo cauteloso no final das contas...

— Só você mesmo pra tentar compreender essa criatura celeste — Gina revirou os olhos enquanto comentava.

— E o que vai fazer, Harry?

— Não sei, Mione. Minha tarefa é encontrar a tal moça, mas sei que essa não será uma tarefa fácil. Talvez seja a mais difícil que tive até hoje.

— Realmente… Não parece algo que você consiga resolver ali na esquina — a amiga concordou.

— Pois é… E meu cliente é exigente…

— Imagino…

— Além de ter que encontrar uma mulher que queira aceitar ter um filho dele… ou com ele, ainda precisa ser uma mulher responsável, que ame esse filho e seja responsável por sua boa educação. Também precisa entender de finanças, sabe? Uma pessoa controlada, porque ela vai ser a responsável por administrar o valor destinado à criança até a sua maior idade.

— Caramba, Harry! 

— Não sei onde procurar — ele suspirou exausto — Não sei como nem onde vou encontrar tal mulher. Essa é, realmente, a tarefa mais difícil que recebi nesses anos de trabalho.

— Desejo sorte, Harry!

— Obrigado! Eu vou precisar.


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Notas finais do capítulo

Por hoje é só, pessoal! Espero que tenham gostado do que trouxe para vocês e, se puderem, deixem suas impressões. Até mais!



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