Um amor de contrato escrita por Andye


Capítulo 25
Cuidado


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tudo bem? Espero que sim!
Antes de tudo, desculpem-me o atraso, mas vou explicar o que houve!
Sou professora e, devido ao corona, estávamos sem aula por 30 dias. Mas, acabou esse prazo e a secretaria recomendou as aulas on-line. Ou seja, lá vai eu ter de preparar nova ementa, plano de aula e um monte de vídeo-aulas para os meus alunos, porque tinham que ser enviadas para a direção da escola. E olha que ainda estou editando os vídeos, mas hoje deu uma liberada e consegui chegar aqui. Nem mesmo os comentários eu consegui ler...

No demais, espero que gostem do que trouxe e tentarei ao máximo postar amanhã. Se não, termino esses vídeos da semana e tendo postar 3 ou 4 no final de semana. Sem promessas por enquanto, apenas o desejo de fazer isso KKKK

Beijos no coração!



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O mês de janeiro passou como um piloto de fórmula 1. Num abrir e fechar de olhos, Rony viu o filho nascer, reconhecer sons, inclusive a sua voz, assim como se deparou com a árdua tarefa de trocar as noites pelos dias.

Viu Hugo aprender e desenvolver seu sorriso, principalmente ao ouvir o som da voz de Rose, e a começar a mexer o pescoço e a cabeça para os lados, situação que deixava aquele pai em desespero.

Ele também viu sua casa se tornar uma espécie de parque aberto ao público. O espaço onde ele viveu por anos em silêncio e solidão se tornou um ambiente cheio de risadas e brincadeiras infantis, de gracejos e parabenizações pela bela família. Tornou-se um lugar agradável para se estar. Um lar.

Agora, em meados de janeiro, após tantas visitas inesperadas, e também desejadas, ele seguia no escritório, Rose mais diante de si - havia colocado uma mesa de estudos infantil ali - terminando a tarefa de matemática, disciplina na qual ela tinha maior dificuldade.

— Eu tô cansada disso, papai — ela reclamou mais uma vez. Rony focou a filha.

— É cansaço ou vontade de ir brincar?

— Cansaço, né? — respondeu recostando-se à cadeira, os dedos massageando as têmporas da mesma forma que ele fazia quando estava com problemas ou irritado.

— Então, por que não se esforça um pouco para terminar logo? — ele respondeu sem querer demonstrar fraqueza. Começava a observar que a pequena tomava suas características e isso enchia o seu coração de alegria.

— Porque matemática é muito complicado...

— Venha, vou explicar mais uma vez como você faz isso...

E assim, entre fraldas, vômitos, tarefas de casa, brincadeiras, febres, resfriados, pesadelos, noites sem poder dormir, a vida naquela casa foi tomando forma e uma nova rotina foi estabelecida.

A única coisa que não havia sido solucionada era a situação existente entre Hermione e ele.

Os últimos quarenta dias haviam sido, de certa forma, intensos para os dois também. Depois da sugestão que Hermione deu, de serem uma espécie de amigos com benefícios, não tocaram mais naquele assunto.

Ele entendia como se os dois, em silêncio, tivessem concordado em levar a situação daquele jeito. Não era o que ele esperava como relacionamento para os eles, ainda mais que se sentia velho demais para aquele tipo de situação adolescente, mas imaginava que era a opção de Hermione, que era o que ela realmente queria.

Pensava que, talvez, ela só o visse realmente como um amigo, um amigo por quem ela havia se interessado fisicamente, mas que, provavelmente, não passaria daquilo. Assim, depois de muito refletir, pensou que, se aceitasse aquele relacionamento, naquelas condições, pudesse ter a possibilidade de fazer com que ela se apaixonasse por ele. Era a única coisa que Rony queria.

*Dias atrás*

Aquele dia não tinha sido fácil na empresa. Ele já não sabia se o trabalho estava ficando complicado e exaustivo demais ou se, simplesmente, suas prioridades haviam mudado.

Entrou em casa e não foi recebido pelo abraço de Rose. Estranhou, mas lembrou, em seguida, que ela não estava em casa, era o dia do judô.

Deixou a pasta sobre o sofá e caminhou em direção ao quarto de Hugo. Lá, encontrou o filho dormindo, sozinho, em seu sono tranquilo. Estranhou não ter encontrado Hermione.

Direcionou-se até o escritório e, abrindo a porta, viu que a mulher também não estava lendo seus livros preferidos, ou mesmo alguns novos livros que ele havia adquirido.

Pensou se poderia indicar Hermione para uma entrevista na nova editora com a qual estava firmando contrato de parceria. Acreditava que, por ser uma editora em crescimento, ainda com poucos recursos, provavelmente contrataria a mulher.

Caminhou até a cozinha enquanto pensava naquela possibilidade e se deparou com Hermione, de costas, o cabelo amarrado em um coque alto, o pescoço adornado pelos fios de cabelo rebeldes que não se prenderam ao elástico que ela usava.

A mulher vestia uma camiseta regata estampada, um short jeans escuro. Estava concentrada em preparar aquela refeição e de onde ela estava, não conseguia vez que Rony a observava.

De repente, ela se estica. Lembrou-se do dia em que Rose tentava pegar a vasilha para fazer o lanche da mãe. A diferença era que ver Hermione ali trazia à tona pensamentos que ele desconsideraria inapropriados para qualquer pessoa com idade inferior aos dezoito anos.

Após quase dois meses no nascimento de Hugo, Hermione já não parecia ter estado grávida. Não fosse os seios avantajados e brilhantes pelo excesso de leite, nada em seu corpo denunciaria o seu estado gestante.

Ele viu a pele ficando exposta quando a blusa subiu em resposta ao esforço dela. Ela parou aquela tentativa e se afastou, olhando o armário, talvez tentando ver onde o que ela queria estava. Ele se aproximou. Ela não percebeu, concentrada naquela situação.

— Precisa de ajuda? — a pergunta saiu como um sussurro, ao pé do ouvido de Hermione. Ele reparou os pelos do braço da mulher se arrepiarem.

— Preciso de uma vasilha para colocar essa salada — ela respondeu sem muita certeza, tentando manter-se concentrada.

Estavam a sós. Não fosse por Hugo, que dormia profundamente em seu quarto, poderiam fazer o que bem entendessem e ninguém os descobriria. E foi aquele pensamento que permeou a cabeça de Rony que, depois de pressionar o corpo contra o dela, para pegar a tal vasilha que ela queria, não resistiu e beijou a sua nuca.

Ela se afastou um pouco mais para frente em resposta àquela aproximação. Rony, às suas costas, aproximou ainda mais o corpo contra o dela. Hermione sentiu a espinha gelar, o peito de Rony contra as suas costas, os lábios de Rony deslizando em sua nuca.

O peito começou a bater forte, o desejo tomando conta do seu pensamento, jogando para fora o pouco de sanidade que ainda existia nela. Tudo o que era lúcido se tornava desfocado quando se aproximava dele.

Desligando-se da salada de frutas que estava preparando para o lanche da filha, rendeu-se às investidas do ruivo e virou-se para ele, certeira em seus lábios, beijando-o com desejo.

As mãos de ambos começaram a deslizar entre seus corpos. O beijo desesperado ansiando por mais. Cada vez mais próximos, cada vez mais intenso, cada vez mais envolvidos.

Sem se dar conta, Hermione se viu sentada sobre a bancada onde estava cortando frutas para a sua filha. Os lábios de Rony deslizando pelo seu pescoço, os pelos arrepiados, o corpo reagindo de contra o corpo dele.

Quando ela sentiu as mãos de Rony deslizarem pelas coxas, indo em direção aos botões do short, sentiu os seios incharem, consciente que o filho acordaria em breve.

— Rony... — ela tentou entre os beijos — Hugo vai acordar...

— Como você sabe? — ele perguntou entre aqueles beijos — Eu acabei de ver que ele estava dormindo...

— Eu tô sentindo os meus seios — ele soltou um gemido entre os beijos.

— Ele está bem... ele está dormindo... — continuou sem dar muita atenção ao que ela dizia.

Desligaram-se daquele assunto e se concentraram naquilo que estava lhes dando maior prazer. Beijaram-se e tocaram-se por alguns poucos segundos antes de ouvirem o choro alto de Hugo pedindo por alimento. Rony, impressionado com aquela ligação entre mãe e filho, sorriu.

~/~

Hermione esperava o filho arrotar antes de colocá-lo para dormir. O menino estava a cada dia mais independente e olhar para aquele serzinho e saber que havia vindo dela, a deixava com o coração mais tranquilo. Todavia, a aflição não a liberava.

Sentia que o coração poderia explodir a qualquer momento de tanto sentimento por Rony. Às vezes se maldizia por ter dado aquela ideia descabida ao homem, mas, ao mesmo tempo, agradecia à ideia por ter a possibilidade de estar aproveitando aqueles momentos com ele e a sensação que tinha era a de que não resistiria por muito mais.

Ansiava por sentir seu corpo, estava cada dia mais complicado controlar os impulsos que sentia. Rony era um homem incrível em todos os aspectos, altamente desejável, e ela desejava se perder na vermelhidão de seus cabelos, no profundo oceano de seus olhos, na doçura dos seus lábios, no prazer de seu corpo.

Mas ela ainda tentava conter-se. Acreditava que se sentisse aquilo o que desejava por completo, entraria em um estado de dependência sem volta. Era consciente que tudo o que sentia e desejava do ruivo era completamente diferente do que havia desejado ou esperado de Comarco. Sentia que, finalmente, amava de verdade.

Mas também assustava-se. Acreditava que Rony não desejava qualquer tipo de relacionamento com ela além daquele que eles vinham desenvolvendo há mais de sessenta dias.

Às vezes tentava enganar-se acreditando que, naquela situação estranha e confusa na qual ela os colocou poderia, de alguma forma, fazer com que ele desenvolvesse sentimentos por ela. Tinha esperanças que o estado de paixão e desejo no qual viviam evoluísse para algo mais forte, para que ele a amasse assim como acreditava amá-lo.

~/~

— Esse neném é a coisinha mais linda do mundo — Gina comentou com Hugo nos braços. Ele sorria para ela em resposta aos seus muitos ruídos feitos com os lábios e caretas.

— Não é? — Hermione respondeu enquanto preparava um lanche para as duas.

— Ele é muito parecido com a Rose nessa idade — a outra continuou —Não fosse o cabelo e os olhos, seria idêntico…

— Também achei — a mãe respondeu — Até comparei uma foto dos dois e são realmente idênticos.

— Puxaram a você porque se fossem depender das belezas dos pais, estariam ferrados…

— Não diga essas coisas — Hermione ralhou — Nem na frente do bebê.

— Ele só tem dois meses, não entende o que eu falo.

— Você é quem pensa que ele não entende…. Os bebês são muito espertos e aprendem tudo por observação.

— Ai, Hermione… Me poupe dessas suas paranoias — a amiga comentou revirando os olhos, continuando quando Hermione sentou-se à sua frente com as fatias de bolo e o suco — Agora vamos falar sobre os temas sérios.

— Temas sérios? — Hermione estranhou.

— Sim… É óbvio que vim visitar você, claro, mas preferi um horário que sabia que nem a Rose nem o grandalhão estariam aqui…

— E por quê?

— Você sabe que não gosto de rodeios, então serei direta e objetiva: O que está acontecendo entre vocês?

— Vocês? — Hermione engoliu o suco com dificuldade.

— Não se faça de idiota pra mim, Granger… Você sabe do que eu estou falando. Vocês estão se pegando ou algo do tipo?

— Gina?

— O que é? — Gina se indignou — O que você quer que eu fale? Como deveria perguntar algo assim? Estão ou não estão?

— Por que está falando sobre isso?

— Quando fui com a Rose ao shopping, ela disse que viu vocês se beijando — foi direta e objetiva. Hugo cochilava em seu braço enquanto Hermione arregalou os olhos — Poderiam ser discretos, pelo menos. Sabe como a Rose é. O que está acontecendo? Vocês têm algo de verdade? Precisam conversar com ela sobre isso.

— Como assim a Rose viu? — ela parecia em desespero — O que ela viu?

— Parece que temos algo bem sério aqui para nos preocuparmos — Gina falou rispidamente — Espero que, pelo menos, esteja se protegendo. Você sabe muito bem que amamentação não é anticontraceptivo.

— Não é nada disso… Eu só me preocupei… Droga! Ela não deveria ter visto nada.

— Então deveriam ter sido mais discretos. Ela está feliz. Ela sabe o que isso significa.

— Não significa nada!

— Não?

— Claro que não!

— E estão fazendo o quê? Só falta me dizer que estão vivendo alguma espécie de amizade colorida… — Gina observou a amiga de tantos anos avermelhar e continuou, indignada, o tom de voz controlado para não acordar Hugo — Hermione… Eu não acredito! Você tem trinta anos, dois filhos e está vivendo como se fosse adolescente ou atriz de algum filme de romance. Você enlouqueceu?

— Não é bem assim…

— Você nem mesmo tem argumentos pra me rebater. Meu Deus, você está louca ou o quê? São os hormônios pós gestação? Só pode ser. Há quanto tempo estão fazendo isso?

— Desde um pouco depois que o Hugo nasceu…

— E quem teve essa ideia imbecil de amizade colorida?

— Eu…

— E aquele trambolho aceitou? Que se passa na mente dele? Por que você propôs uma coisa dessa?

— Eu… Bem, eu só não queria assumir nada sério…

— Você não queria assumir nada sério? — repetiu, indignada — Você jamais beijaria um cara sem que sentisse alguma coisa por ele…

— Eu não sou assim…

— Você gosta dele? — Gina parecia enojada, como se aquela ideia fosse inadmissível.

— Não!

— Você gosta dele…

— Não gosto.

— Deus! Você gosta dele. Desde quando?

— Eu não gosto dele!

— Desde quando, Hermione?

— Gina…

— Desde quando?

— Eu não sei… Aconteceu.

— Como vocês começaram com isso? Com essa “amizade”?

— Um dia, após colocar o Hugo pra dormir, nos beijamos…

— Assim, simplesmente?

— Sim.

— E o que ele sente por você?

— Nada…

— Hermione, nenhum homem beija uma mulher por sentir nada por ela.

— Eu não sou o tipo dele…

— E por que estão se beijando por dois meses?

— É como se ele sentisse que tem algum tipo de obrigação comigo, por causa do casamento. Ele sempre foi um cara que teve a mulher que quis e, depois disso tudo, ele não tem saído com ninguém em respeito a essa família falsa então eu achei que…

— Que poderia aliviar os desejos dele enquanto amortecia os seus sentimentos e, de quebra, tentaria conquistar o ruivo?

— Não é bem assim…

— Você sabe que isso não vai dar certo desse jeito. Por que não conversa com ele e diz como se sente?

— Tá louca?

— Por quê?

— Já viu o tipo de mulher que ele se relaciona?

— Para de se diminuir. Você é uma mulher linda.

— Não tanto quanto as mulheres que ele conhece. Eu sei que ele não gosta de mim. Ele tem um carinho por causa da Rose e gratidão por Hugo, nada mais. Não vou falar nada… De toda a forma, isso só vai durar mais dez meses.

— Você vai sofrer.

— Não vou…

— Vai sim, porque eu te conheço…

— Não se preocupa comigo…

— Eu vou tentar sondar alguma coisa com o Harry…

— Gina, por favor, não fale nada com o Harry. Ele pode deixar escapar alguma coisa e não quero que o contrato se desfaça antes do tempo.

— Você tá apaixonada pelo ruivo… Como pode me trair assim, Hermione?

— Ele é tão maravilhoso, Gina… É impossível não se apaixonar por ele — Gina fazia gestos de vômito — Ele é maravilhoso, sim! E eu vou aproveitar o tempo que puder assim.

— Você é uma louca…

— E não vou sofrer. Vai dar tudo certo!

— E ele vai se apaixonar por você…

— Gostaria…

— Idiota…

— E vou conversar com a Rose e ser mais discreta…

— Deveria conversar com ele também…

— Gina, só dessa vez, me deixa fazer as coisas do meu jeito. Me deixa aproveitar a vida. Me deixa ser a louca pelo menos uma vez. E, se eu me arrepender, sei que estará aqui comigo…

— Vou dar um tabefe na tua cara quando você começar a chorar.

— Gina… Hermione sorriu.

— Só tenha cuidado… Não quero que se fira de novo…

— Eu vou me cuidar...


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