Um amor de contrato escrita por Andye


Capítulo 21
Toques, olhares, sensações


Notas iniciais do capítulo

Olar... Olha quem apareceu: a enclausurada. 4 casos em menos de 24h no meu bairro e só o medo dos meus pulmões com bronquite pegarem esse covid-19. Aiaiaia.... mantenham-se em casa!
Por aqui, um capítulo fofinho, porque eles são fofos demais, e algumas mudanças que começam agora.
Estamos entrando na fase final da gestação da Mione e, com isso, terminamos mais um arco. Se preparem para o próximo, haverá emoçaummmm KKKK

Beijos no coração!

PS: Obrigada pelos comentários... Amo cada um de vocês. Até tentei responder, mas me atolei em fazer máscaras de pano :P



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/786243/chapter/21

Há dez dias ela havia voltado para casa. Não para a sua casa, por mais que se sentisse confortável ali, mas para a casa de Rony e um excessivo cuidado que ele havia desenvolvido.

Neste momento, estava sorrindo ao contemplar o visor do celular, sentindo-se tão protegida que, às vezes, parecia estranho por fugir à sua realidade.

“Já tomou o remédio das 10h?”. Era a mensagem que aparecia para ela, sentada na poltrona do quarto do filho, recentemente montado. Perguntava-se onde Rony estava e por que não teve a sorte de conhecê-lo antes.

“Já sim. Nem tenho como esquecer.” Respondeu com um sorriso ainda mais amplo. Ele havia voltado ao trabalho depois de muito conversarem e de ela o convencer que era a melhor opção. Em contrapartida, no mesmo dia em que ele voltou à empresa, uma jovem senhora, Margo, chegou para lhe fazer companhia. Era uma cuidadora e tinha formação em enfermagem.

Colocou o celular sobre o braço da poltrona e olhou aquele espaço mais uma vez. Estava cada vez mais perto o dia de conhecer o seu bebê e, por mais que achasse excessivo o cuidado que aquele homem estava lhes dedicando, prometeu ao filho que faria o máximo possível para mantê-lo bem até o dia do nascimento.

Suspirou.

~/~

— Você tem certeza que vai conseguir fazer isso sozinho, Rony? — Hermione perguntou da porta do quarto de Hugo. Vestia um vestido soltinho, encostada ao umbral, acariciando a barriga dilatada — Não acha melhor chamar um montador?

— Não... Eu consigo — Rony, provocante demais em uma camiseta regata, com os pelos vermelhos brilhando sobre a pele branca e sardenta, levemente suado do esforço, estava sentado sobre o tapete do quarto.

Hermione deu alguns passos para dentro do ambiente, ele a observou com cuidado, ela revirou os olhos e sentou-se sobre a poltrona.

A cortina, num tom verde bem claro, já havia sido colocada pela montadora, assim como as duas prateleiras fixadas na parede, uma acima do sofá reclinável e uma na outra parede, de frente, sobre a cômoda.

Hermione optou por tons pastéis e não se arrependeu. Foi parabenizada pela decoradora por ter um excelente gosto para cores. Parecia uma bobagem que ele tivesse contratado aquela mulher, mas não negava que o trabalho feito por ela havia ficado impecável.

Queria ter conseguido dar um quarto tão bonito para Rose, mas seu coração estava em paz, pois, mesmo com dificuldades, a filha havia crescido bem e, por mais que tenha relutado no princípio, hoje ela tinha tudo o que sempre havia desejado para a pequena e sabia que nada lhe faltaria a partir dali.

Para Hugo, as coisas já começavam diferentes, mas nada do que ele tinha, ou viria a ter, seria suficiente para que ela permitisse que o filho crescesse sob o domínio do luxo ou do mimo excessivo. Mesmo com excelentes condições financeiras, ele aprenderia desde pequeno a importância do essencial, assim como foi com Rose.

A cômoda de madeira maciça, imponente como boa parte dos móveis daquela casa, havia sido do bebê Rony e foi reformada para o seu primeiro filho e revestida com um tecido também no tom verde. O sofá e a poltrona eram mais claros, também em tons pastéis.

Ao lado da poltrona, que serviria para a amamentação, Hermione colocou uma mesa de apoio e um abajur. Nas prateleiras, ursinhos de pelúcia e alguns brinquedos que compunham aquele ar doce e pueril.

O berço... Bem, o berço era o que Rony, ainda sentado sobre o tapete, com o manual de montagem nas mãos, tentava finalizar a aproximadamente quarenta minutos. Na verdade, ele nem mesmo havia iniciado, parecendo perdido em meio a tantas peças, parafusos e outras coisas.

— Posso dar uma olhada no manual? — Hermione pediu, solícita, entendendo que aquilo deveria ser importante para ele. Ele passou o papel para ela, concentrado nas peças à sua frente e encostou as costas na poltrona onde ela estava.

O desejo de deslizar os dedos entre os cabelos de fogo foi contido, mas o coração parecia a cada dia mais desesperado quando aquele homem se aproximava dela. Se ainda havia dúvidas sobre o que sentia por ele, haviam se dissipado todas desde o abraço que ele lhe deu, no hospital, duas semanas atrás.

— Acredito que aquela peça ali é junto com essa aqui — ela começou, Rony olhando para ela com estranhamento, mas sorrindo e seguindo as suas instruções sem reclamar.

Então, juntos, depois de um bom número de tentativas, o berço estava pronto e o tempo que havia sido gasto não era nada perto dos olhos brilhantes e do sorriso satisfeito daquele pai.

~/~

Ela sentiu os olhos embargando novamente - as crises de choro cada vez mais constantes no final da gestação, a mente indo de encontro ao homem mais uma vez. Parecia um castigo estar tão perto e não poder dizer o que sente, como se sente.

“Por que não nos conhecemos antes? Por que tinha que ser assim, Rony?”

Questionou-se. Aquela pergunta estava martelando seus pensamentos havia meses. Gostaria de, em sua vida, ter tido a oportunidade de tê-lo conhecido antes, mesmo consciente de que nada existiria entre eles. Tinha consciência do tipo de mulher que o atraia e ela não tinha nada a ver com elas.

— Oi, Mione — era ele, despertando a louca dos seus devaneios — Se sente bem?

— Sim... — respondeu incerta; parecia ter sido acordada abruptamente. Por que ele já estava em casa? — O que está fazendo aqui?

— Nossa… — ele encenou ofensa — Pensei que ficaria feliz em me ver.

— Não é isso — ela sempre tinha vários sentimentos quando o via — Você acabou de me mandar uma mensagem… Como já está aqui?

— Estava na esquina de casa quando enviei — ele sorriu e ela derreteu, mas não demonstrou — Vim comprovar se está realmente bem e se tomou a medicação.

— Como eu não me sentiria bem com tanta gente cuidando de mim? — ela revirou os olhos.

— Hermione, não revire os olhos pra mim — ele ralhou, mas não parecia chateado.

— Você faz com que eu me sinta uma prisioneira e quer que eu esteja feliz? — reclamou e cruzou os braços sobre a barriga.

— Já conversamos sobre isso um milhão de vezes — ele se aproximou, puxando o banquinho ao lado do berço e sentando-se diante dela. Em seguida, lhe entregou a salada que ela havia pedido para a acompanhante preparar — A Dr.ª Scott falou que você precisa de repouso absoluto...

— O repouso absoluto foi apenas nos três primeiros dias, Ronald — contestou com seu ar sabichão — Esqueceu que ela falou que depois eu poderia retomar minha rotina normal, caso não sentisse nada, sem exagerar?

— Claro que eu não esqueci…

— Então por que já faz dez dias e eu não posso me levantar da cama para a poltrona sem ser amparada por alguém? Pelo menos me deixar usar o banheiro e tomar banho sozinha — ela ralhou novamente e percebeu que Rony ficou vermelho — De toda forma, agradeço o cuidado... Sei que faz tudo isso para que o bebê não corra maiores riscos. Agradeço muito por sua preocupação, mas sinto bem.

— Não precisa agradecer... — ele parecia querer falar algo mais, mas calou, os olhos se voltaram para a barriga, mexendo com intensidade.

— Hoje ele está mais agitado que o normal — Hermione comentou enquanto comia — Acho que está virando...

— Sim... Claro! — ele parecia ter se lembrado de algo, talvez das aulas de pais.

— Quer sentir? — ela perguntou com tranquilidade, o coração acelerado, a expressão livre de qualquer sentimento. Ele a olhou com espanto.

— Posso?

— Claro que pode, Rony... Você é o pai dele e ele precisa saber disso... Você sabe, o bebê ouve...

— Sim... Ouve e sente — ele completou a frase, parecia encantado com aquela oportunidade.

Levantou a mão com certo receio e a colocou sobre a barriga de Hermione com cuidado. Era incrível! Tudo se mexia e ele não conseguia compreender a imensidão daquele momento, daquele sentimento.

Hermione, colocando a salada de frutas sobre a mesinha de centro, subiu a camisa deixando toda barriga exposta. Ele a olhou com incredulidade, mas ela sorriu, parecendo não se importar com aquilo.

Ele era o pai daquele menino e, por quase nove meses, não teve contato algum com ele. Sentiu-se egoísta.

Tirou os pés de cima do pufe e aproximou-se mais de Rony. Ele ainda parecia impressionado em ver a barriga de Hermione sem tecidos diante de si.

Com carinho, e cuidado, pois ele parecia assustado, pegou na mão dele. O coração bateu intensamente novamente, sentiu que a respiração queria acelerar, mas se conteve. Colocou a mão de Rony sobre a sua barriga e a segurou ali.

— Ele também é seu filho — falou, ele estava focado nos movimentos tão claros diante de seus olhos — Não posso ser tão egoísta ao ponto de te privar disso...

***

Hermione havia completado a 38º semana e aquele era o último encontro dos dois no curso de pais que formaria aquela turma, já que, assim como Hermione, as outras mulheres do grupo estavam na fase final da gestação.

Aqueles encontros eram interessantes e, no geral, ensinavam sobre o desenvolvimento do bebê, sobre como trocar fraldas, identificar problemas intestinais pela cor do cocô e a dar banho. Para Rony, todos os encontros foram mais que proveitosos. Ele não saberia dizer o que Hermione havia tirado de bom durante aqueles meses.

A jovem mãe saiu do carro com grande dificuldade. Alongou os braços assim que se viu de pé. A barriga estava absurdamente grande agora e a Dr.ª Scott havia dito que era normal, afinal Hugo já estava posicionado para o parto e, nas próximas semanas, só ganharia peso e altura. Lembrou-se da imagem em 3D e de como o menino tem as feições dela, mesmo que ela ache que ele parece muito mais com ele mesmo.

Ela cruzou o carro e foi à frente. Caminhava engraçado e ele suprimiu o riso. Ela era pequena, tanto de tamanho como de tipo físico, e era estranho o movimento do seu corpo tentando equilibrar aquela barriga.

Na legging, com os tornozelos tão inchados que se confundiam com suas panturrilhas, agora ele entendia o que significava a frase “anda como uma pata”. Não suportou e riu pelo nariz.

— O que é? — ela se virou e o pegou no flagra.

— Nada — segurou a risada e ela se aproximou, os olhos semicerrados, inquisidora.

— Espero que não esteja rindo de mim, Weasley — ela estava com os nervos à flor da pele também naqueles dias. Às vezes era um rio de lágrimas, às vezes, um poço de rudeza. Ele adora vivenciar os dois.

— Não... Por que eu estaria rindo de você, Mione — aquela era a versão rude, ele tinha certeza. Precisava agir com cautela.

— Vou ficar de olho em você... E se, por acaso, estiver rindo de mim ou de como estou andando, lembre-se que é culpa sua — na ponta dos pés, ela inclinou o rosto pra cima, o dedo indicador apontando e batendo no peito dele, acusadora, os olhos arregalados poderiam colocar medo em qualquer um — Seu filho é um gigante, tanto quanto você! E eu não vejo a hora que ele saia de uma vez — ele pigarreou, era realmente divertido vivenciar todas as faces de Hermione Granger, mas não a provocou naquele momento. Seguiu ao seu lado, assumindo a sua culpa, e entraram para aquele encontro de despedida.

Assim que entraram na sala, Hermione estancou e, por fração de segundos, ele não colidiu com ela. A sala habitual onde faziam os encontros havia ganhado uma decoração diferente.

Os tapetes onde as mães geralmente se sentavam para os alongamentos e para que os pais massageassem seus pés estavam posicionados nos mesmos lugares, mas havia velas perfumadas decorando o ambiente.

Mais para o lado, onde trocavam as fraldas e davam banho nos bebês de brinquedo, havia uma mesa disposta com lanches e era possível ouvir um som ambiente bem tranquilizante, uma música que relaxava os ombros. Havia mais almofadas que o habitual também.

Hermione olhou para ele, curiosa, talvez esperando uma confirmação que deveriam prosseguir, e ele o fez. Entraram, ainda lado a lado, e foram recebidos por um sorriso grande e animado, vindo da instrutora, Kate.

— Sejam bem-vindos, Rony, Hermione... Parece que o nosso Hugo deu uma crescida nesses últimos quinze dias...

— Sim... Estou em ponto de explodir — Hermione sorriu, mas parecia ácida. Rony achou que, talvez, tenha sido com ele, a acidez.

— Sentem-se e fiquem à vontade. Papai, ajude sua mamãe a ficar confortável no tatame.

— Claro!

Rony e Hermione caminharam para onde geralmente ficavam, mais escondidos, nos tatames mais ao fundo. Ele a ajudou a abaixar, ela resmungou que deveriam ser cadeiras ao invés daqueles tapetes, e ele apoiou suas pernas colocando uma almofada sob elas. Sentia-se bem em fazer essas coisas por ela.

Pouco tempo depois, quando todos os oito casais haviam chegado, Kate iniciou seu pequeno discurso de agradecimento por aquela turma que foi tão assídua e comprometida.

— Vocês foram incríveis durante esses meses. Nossos encontros quinzenais, às vezes, pareciam poucos, tamanha a afinidade que criamos entre nós.

Isso era verdade. Rony acabou se aproximando daquelas pessoas também, assim como Hermione. Já era o terceiro filho do casal ao lado deles, Peter e Claire, e eles ajudaram muito os dois durante aqueles encontros, principalmente Peter a Rony.

— Hoje nós faremos um encontro diferente, já que é o final. Não falaremos dos bebês, eles já estão prontos. E nossos papais de primeira viagem tiveram um desenvolvimento incrível, parabenizo a todos. Também agradeço aos papais mais s experientes por todo auxílio que nos deram. Vocês foram incríveis!

“Mas, hoje, a nossa atenção também não será para as mamães, porque elas já estão sendo muito bem cuidadas e mimadas, assim espero — uma pausa para o riso contido de algumas mulheres — Considerando que os nossos papais aprenderam todas as técnicas de massagens relaxantes para os pés e a ativarem a circulação dessas lindas mães, hoje, a nossa prioridade será destinada ao casal.

Rony ficou nervoso. Sentiu o pescoço esquentar e imaginou que havia corado alguns tons, o medo do que poderia vir dali para frente tomando conta dele, afinal, diferente de todos os outros presentes, eles não eram um casal.

— Para iniciarmos esse encontro, gostaria que todos os papais se sentassem de frente para as suas mamães — movimentos entre os oito homens presentes. Rony foi por impulso — Vou colocar uma música para vocês relaxarem e, enquanto ouvem, mantenham o olhar de vocês fixo no do seu parceiro. Pensem em tudo o que viveram juntos desde que se conheceram até o momento de estarem aqui. Pensem nas qualidades do seu companheiro, da sua companheira. Também nos defeitos e de como eles parecem insignificantes diante de tantas qualidades.

A música começou a tocar e Rony se sentiu intimidado em ter que olhar para Hermione. Sentia que ela descobriria seus sentimentos, que riria dele, afinal, ele era um louco capaz de pagar uma mulher a ter um filho dele. “Nem mesmo tinha sido capaz de conquistar uma mulher e viver isso de forma natural…” Mas ela o olhava e, com as mãos, levou o rosto dele a se posicionar diante do dela, os olhos profundos penetravam a alma e ele desejou, mesmo que por breves instantes, saber o que ela pensava sobre ele.

Os olhos de Hermione eram profundos, indecifráveis, assim como ela. Ao observá-los tão próximos de si, percebeu que eles tinham a cor de chocolate e brilhavam, brilhavam intensamente e não se desviavam dos seus.

Sentiu os pelos da nuca se eriçarem e, ouvindo o toque gentil da música que os embalava, pensou no quanto àquela mulher era incrível. Uma mulher forte ao ponto de ir de contra a própria mãe para ter sua filha. Que enfrentou todo tipo de dificuldade para não deixar que a filha sofresse. Uma mulher capaz de fazer o impossível por aqueles que ama.

— Agora, papais e mamães, se abracem e sintam no toque de seus corpos a energia que eles transbordam. Se abracem profundamente, com desejo por esse abraço.

Novamente, Rony se sentiu retesar. Hermione o olhava, parecia aflita, mas o incentivava. Ele aproximou o corpo do dela, os braços compridos pareciam desproporcionais àquela situação, mas o coração estava acelerado por tamanha aproximação.

Descansou a cabeça sobre o ombro dela e pensou que parecia um adolescente apaixonado ao vivenciar aquelas situações. Fechou os olhos tentando manter o seu próprio controle, já era o bastante ter de fingir não sentir o que, verdadeiramente, sentia.

Os cabelos de Hermione, presos num rabo de cavalo, eram cheios de cachos perfumados.

Já fazia um tempo desde que ele havia percebido aquele aroma tão envolvente, mas senti-lo assim, de perto, era reconfortante.

Os olhos se desviaram para a nuca. Percebeu alguns pelos arrepiados pelo pescoço dela.

Desejou poder tocar os lábios em sua pele, aparentemente tão macia e delicada, mas desviou os pensamentos de si e agradeceu à Kate por sua fala.

— Papais, sentem-se por trás das suas mamães — novo movimento dos pais e Rony sentia o estômago frio, os pelos arrepiados — e levantem as suas camisas de forma que consigam sentir a pele da barriga, o toque com o bebê...

— Com licença — ele murmurou, envergonhado, ao ouvido de Hermione, e levantou a camisa que ela vestia, nervoso, as mãos tremiam.

Posicionando-se atrás dela, uma perna estendida para cada lado do corpo da mulher, aproximou-se tanto naquele momento, seguindo o exemplo dos demais, que as costas dela se apoiaram em seu peito que parecia em ponto de explodir.

Sentiu vergonha, sabia que ela sentia aquele descompasso, mas tinha a esperança de que ela considerasse aquele momento atípico entre os dois e ele seguiu o que lhe foi dito.

As mãos deslizaram por sua barriga, ainda se baseando no casal à sua frente, e sentia a pele queimar em contato com a pele dela. O perfume dos cabelos cor de chocolate, muito mais próximo, fez com que ele se perdesse momentaneamente em seus pensamentos, os olhos fechados, pareceu realmente viver aquela experiência.

Desejou que ela se repetisse mais vezes e despertou dos seus devaneios insanos com um movimento inesperado de Hugo.

— Papais, massageiem suas mamães... Foquem em fazer leve pressão sobre a lombar, tão forçada neste último mês. Em breve, essas lindas mulheres estarão com o filho de vocês nos braços e precisam de muito mais apoio, carinho e atenção.

Os dedos de Rony deslizaram pela barriga, aproveitando aquele momento, e encontraram as costas de Hermione. Sua pele era tão macia ao toque e ele observa sua textura, sua cor... Seus pelos arrepiados?

Cada um dos movimentos comandados por Kate era musicalizado, e o tempo do toque era referente ao tempo da música.

Assim, por cerca de três minutos, Rony conseguiu tocar as costas de Hermione, massagear o seu corpo da melhor forma que podia, se doando ao máximo àquela que lhe daria seu filho e que conquistara o seu coração.

— Por fim, papais, como estão, se aproximem mais de suas mamães — Rony se aproximou mais uma vez, havia se afastado para a massagem, o peito tocando as costas de Hermione — e as abracem mais uma vez. Abracem com a alma, toquem o coração e transmitam todo conforto, paz e segurança que elas precisam agora e também nos dias que virão. Abracem e sintam o corpo da sua mamãe que, além de mamãe, também é mulher, a mulher que está ao seu lado em todos os momentos, sejam eles bons ou ruins.

“Quando se sentirem cansados do dia, das atividades, das responsabilidades, reservem um tempo para vocês. Vão ao seu quarto, se deitem sobre a cama e se olhem em silêncio. Se beijem, se abracem... Se permitam viver esse momento juntos, recuperem suas energias juntos, como estão fazendo agora.”

Rony poderia beijar Hermione. Havia muito tempo que desejava isso, mas não o faria, nem ali, nem em qualquer outro lugar. Hermione era inalcançável aos seus olhos, uma mulher deslumbrante em sua força, garra e princípios. Totalmente diferente das moças que conheceu ou mesmo daquela com quem um dia pensou em se unir. O que era importante para Hermione fazia sentido para ele e, para ele, ela parecia perfeita.

Desejava, todos os dias, ter conhecido a moça em outro tempo, em outra situação. Por vezes imaginou como seriam as suas vidas se nada daquilo tivesse acontecido, se realmente existisse outra situação que os aproximasse.

Sentia-se imaturo, um tolo, perto daquela mulher, tão pequena em estatura, mas gigante em qualidades.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Dicas, críticas, conselhos, reclamações... sejam bem-vindas todas as sugestões!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Um amor de contrato" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.