ela dançava. quando uma música começava a tocar, não existia absolutamente nada que a parasse.

nas músicas rápidas, começava com seus passos indefinidos, mas ritmados. sorria, sem perceber nada ao redor. todas a olhavam, admirados. era mágico.

e quando tocava uma lenta, ela vinha em minha direção com um sorriso enorme, encantador e, ao mesmo tempo, tímido.

ela era dançarina. na pista e na vida. às vezes, calma. outras, agitada. era romântica. safada. tinha seus momentos. mas, conforme dançava na linha da vida, fazia arte.

ela transbordava. saía totalmente do comum e isso chamava a atenção de todos. eu sabia que não era nada perto dela. todo mundo sabia. e, talvez, ela tenha se tocado disso em algum momento, entre uma música e outra. não sei. só sei que, com o tempo, nas músicas lentas, seu sorriso já não era mais meu.