It - Palhaço Assasino escrita por Laura Queiróz


Capítulo 6
Capítulo 6 - A Coisa


Notas iniciais do capítulo

Mais Um Capítulo Pra Vcs, e...
É isso, Boa Leitura
Ah Não Se esqueça De Comentar Aqui Embaixo Oque estão Achando!

BJS!!❤



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Eram 8:00 hs da manhã, Chloe permanecia deitada em sua cama, observando o teto. Ele era cheio de estrelas brilhantes, algo muito bonito que sempre chamava a atenção dela, quando a mesma perdia o sono.

Ainda não conseguia dormir direito, o vazio ainda estava presente, e desde o dia anterior, ele ficou ainda maior.

Ela ainda lembrava do que Henry e os outros meninos fizeram com ela, a lembrança era como se fosse uma fita que passava como looping em sua mente.

Ainda não havia comentado com o seu pai e nem comentaria. Só de pensar que ele ficaria bravo com ela, ao invés de tentar ajuda-la era algo extremamente apavorante e tedioso.

Ainda bem que seus amigos estavam lá, para ajuda- lá, para conforta –lá. Ela perdeu a conta das vezes em que Eddie ligou para ela, a noite, para saber se ela estava realmente bem. Também se surpreendeu com as ligações do Richie, ele sempre falava algo que não tinha nada haver com nada, parecia até que ele só ligava para escutar a voz dela.

De algum jeito meio maluco ele se importava com ela, e saber disso a deixava muito contente.

Pensando em seus amigos, o coração de Chloe ficou mais caloroso, e a sensação de vazio até diminuía. Ela podia sentir seus olhos pesando e o sono finalmente chegando.

*****

Chloe estava na cozinha, arrumando algo para comer. Eram umas 16:00 hs e ela estava morrendo de fome. Por causa de ter dormido mal a madrugada inteira, ela pegou no sono só de manha e isso fez que ela acordasse somente as 14:00. Seu pai até estranhou ela ter acordado há essa hora, mas não se preocupou em saber o motivo.

David, como sempre, lia atentamente o seu jornal, enquanto tomava uma xicara de café.

– Chloe, você esta muito ocupada hoje? – Ele perguntou, ainda olhando para o jornal

– Não pai, por que ? – ela respondeu, enquanto enchia sua xicara de café.

– Preciso que faça um favor para mim. Quero que vá até o consultório do Dr. Tozier e pague sua consulta.

– Mas a consulta não é só para o mês que vem?

– Sim, mas eu gosto de adiantar as coisas, para não precisar me preocupar depois.

– Tudo bem, eu vou – Ela disse, pensativa. Não estava nem um pouco a fim de sair na rua sozinha depois do que lhe aconteceu, mas ela precisava encarar a realidade. Não podia ficar trancada dentro de casa para sempre. Uma hora, até mesmo o seu pai perguntaria o porquê dela não querer mais sair de casa, então o segredo viria à tona e não seria nada legal.

Ela também não gostava muito de ir no Dr. Tozier, pois o achava um homem muito serio e arrogante. Ela só aceitou ir nele, pois não havia mais nenhum dentista disponível em Derry. Os dias no consultório, só eram bons quando ela encontrava com Richie na sala de espera. Ele levava o almoço para o pai, a pedido de sua mãe, e aproveitava para conversar com amiga quando se encontravam. Chloe também pensava que Richie merecia um pai melhor.

– Ok, obrigado. O dinheiro vai estar em cima da mezinha de centro da sala. Vou ir no meu escritório, resolver algumas papeladas. – Ele disse em quanto deixava ela sozinha na mesa.

– Não tem de que.- Ela respondeu, enquanto pensava o quanto seria legal se ele, pelo menos terminasse de tomar o café junto com ela. Mas isso era algo impossível de se acontecer.

***

Já na sala de espera do consultório, a castanha observava algumas revistas velhas e empoeiradas na mezinha ao seu lado. Todas elas tinham alguma propaganda relacionada à beleza. Dentes bonitos, cabelos sedosos, o corpo perfeito, todos esses artigos estavam estampados nas capas. Eles dividiam espaço com os artigos de noticias da cidade, onde como sempre havia um cartaz de desaparecido.

Cansada de olhar as revistas, Chloe decidiu observar, a sala onde estava. Era um local bem grande e arejado, com varias janelas e portas de vidro que deixavam a claridade entrar. As paredes eram cor de gelo cheias de quadros com paisagens e alguns certificados de odontologia. Ela estava sentada em um sofá, bem grande e confortável, da cor cinza. As poltronas que ali tinham, também eram cinza. De madeira, eram todas as mezinhas e alguns armários pequenos que estavam perto do balcão de recepção.

Falando na recepção, atrás do balcão estava uma mulher loira, muito bonita, mas totalmente arrogante. Ela não teve nenhum respeito com a Chloe ,a tratando muito mal, quando a mesma chegou no local. Ela disse para a castanha esperar, pois ela estava muito ocupada com papeladas e que só atenderia a menina assim que acabasse com tudo.

Chloe pensou em dar uma resposta no mesmo nível, mas achou melhor não gastar suas palavras com alguém tão rude e insuportável. Achou que ignora-la seria a melhor forma de lidar com uma pessoa igual a ela.

Chloe tinha muita paciência e odiava criar conflitos, então ela sempre permanecia na dela. Ela não estava a fim de discutir com a loira aguada, só queria ir logo para a casa.

Ela pensou que Eddie pudesse acompanha –la até o consultório, mas o mesmo estava proibido de sair de casa, já que a mãe dele alegara que o filho já tinha saído muito ultimamente e que poderia pegar alguma doença no ar, se continuasse a sair.

A castanha ficou horrorizada com a desculpa da mulher, mas ela não podia brigar com a mesma para que Eddie saísse. Se não a mulher ia ficar ainda mais louca e exigir que Eddie nunca mais visse a amiga.

Isso era algo que Chloe não podia deixar acontecer, Eddie era seu melhor amigo e ficar sem ele era algo fora de cogitação.

A única opção agora era esperar que Richie aparecesse lá e ficasse com ela. Assim ela teria uma distração, e poderia rir bastante com as palhaçadas do amigo.

Algum tempo se passou até a mulher , finalmente, atender a Chloe. A garota já estava quase dormindo sentada no sofá.

Com toda a gentileza que a mulher tinha, só que não, atendeu Chloe rapidamente, e quando descobriu que o assunto era sobre pagamento adiantado, ela pediu desculpas pela demora, dando um sorriso falso.

A castanha teve vontade de vomitar, com tanta falsidade que estava presente na sua frente. Ela acertou o dinheiro rapidamente e logo foi embora.

Saindo do consultório, um pouco desapontada por Richie não ter aparecido, Chloe andava pela calçada a passos largos, com pressa de chegar em casa.

Quando chegou, ela deparou com todas as luzes da casa apagadas. Acendendo a da sala, ela concluiu que seu pai deveria ter tido uma reunião de última hora, por isso saiu às pressas.

Ela foi até a cozinha ver se achava um bilhete do mesmo, e chegando lá, ela o encontrou.

“Eu abri a geladeira e reparei que não tinha muita coisa então fui fazer compras, mais tarde eu chego, fique bem”.

Ass: Pai.

Compras? Ela não esperava por isso. Ultimamente ela nem havia reparado no que tinha na geladeira, porque tudo o que ela comia ficava nos armários, então ela nem se importava muito com isso.

Ainda com o papel em mãos ela reparou que ele estava manchado nas pontas. Virando o mesmo do outro lado, ela encontrou oura mensagem.

“Obs: Entre no meu escritório, você precisa ver algo lá dentro”

Chloe achou essa mensagem meio estranha, primeiro porque ela estava com uma letra bem esquisita, diferente da do seu pai. Segundo, porque nesta parte o papel estava muito mais manchado do que antes.

Ela conhecia a obsessão do seu pai por limpeza, e por deixar as coisas organizadas, então porque ele escreveria em um papel tão manchado daquele jeito.

Ela também sabia que seu pai não gostava muito de ver ela entrando no seu escritório, pois lá era o seu ambiente de trabalho, o lugar que era só dele e das pilhas de papeladas. O que ele queria que ela visse, no seu lugar particular?

Mesmo com a cabeça cheia de duvidas, a sua curiosidade falou mais alto.

Subindo as escadas, Chloe começou a sentir uma sensação esquisita. O sentimento de que deveria parar o que estava fazendo e fazer qualquer outra coisa.

Ela estava suando frio, e seu estomago embrulhou, quando ela finalmente passou pelo corredor e chegou na ultima porta. A porta do escritório.

Seu intimo dizia para ela não entrar, mas a curiosidade a atormentava, e guiada por esse tormento, ela pousou sua mão na maçaneta dourada e a virou.

Abrindo a porta, Chloe olhou dentro do quarto escuro, a sala de trabalho do seu pai já não era a mesma de sempre. Tudo estava em seu devido lugar, mas não tinha nada de diferente, nada que ela “deveria ver”.

Mesmo assim ela entrou no cômodo escuro, ligando o interruptor. Assim que o lugar ficou mais claro, ela entrou e começou a procurar o que deveria ver. Foi de encontro a janela aberta, onde entrava um vento extremamente forte, balançando as cortinas brancas. Ao fechar a janela Chloe voltou a observar o local e curiosamente ela viu um balão vermelho flutuar em sua direção.

Ela ficou pasma, encarando o objeto e raciocinando se aquilo realmente estava acontecendo.

O balão começou a flutuar entrando no escritório, passando por ele, até chagar do outro lado onde Chloe estava. Ele fez menção de ir para a janela, mas mudou de direção indo de encontro a um quadro na parede.

O balão ficou parado do lado do quadro, de cavalos, que Chloe, particularmente, não gostava muito.

Ela foi se aproximar do balão, mas no momento em que seus dedos iam alcançar o objeto, ela escutou um barulho de algo que caiu. Olhando para sua direita ela viu o globo terrestre, fora da sua base, no chão.

Rapidamente ela foi até ele temendo que ele estivesse quebrado. Ao chegar perto dele, ela se ajoelhou no chão, pegando o mesmo e checando se não havia quebrado ou rachado nada. A castanha então reparou, ainda olhando pro objeto que alguém estava na sua frente. Esse alguém tinha os sapatos grandes, brancos e com bolinhas felpudas, vermelhas, em cima dos mesmos.

Chloe não queria ver quem estava na sua frente, não queria olhar para figura, ela sentia medo.

Ela agarrava o globo terrestre, certificando-se de que ele era à única coisa que a fazia acreditar que tudo aquilo era real. Seus dedos já estavam ficando roxos por conta da força que ela fazia, agarrando objeto.

– Chloe , Chloe, Chloe , não vai olhar diretamente pra mim? Qual é o problema?- disse uma voz rouca, masculina.

Chloe sentiu cada parte do seu corpo se arrepiar ao escutar aquela voz maligna, ela sabia que não era algo bom, uma pessoa boa. Continuou de cabeça baixa, se recusando a olhar quem quer que fosse, nos olhos.

– Ah, não precisa ficar com medo de mim, eu sou um bom amigo. O que você acha de brincarmos um pouquinho ? – continuou o dono da voz, dando uma risada logo em seguida.

Não obtendo resposta, a risada parou repentinamente. Chloe continuou de cabeça baixa, até sentir que seus cabelos estavam sendo puxados, com certa brutalidade, fazendo com que ela olhasse para cima.

– Qual é cavalinho, não seja mal educada! Eu sei que você quer brincar. Não recuse o convite do seu amigo Pennywise. Ele não gosta de ficar bravo – disse o dono da voz irritado

Chloe viu que ele era um palhaço, mas não um palhaço comum. Podia ver o mal dentro de seus olhos. Algo tão ruim, que ela não poderia descrever em palavras.

Chloe paralisou de medo mais uma vez, não sabia o que fazer, como aquele palhaço estava na sua casa? Por onde ele entrou? Como sabia o seu nome e o apelido que as pessoas lhe deram? O que ele era? Estava evidente que ele não era um ser humano normal.

– Ah Cavalinho, vamos lá não seja tímida! Tem algum problema na sua mordaça, por isso que você não quer falar nada ?- O palhaço riu mais uma vez, agora soltando os cabelos da castanha e mexendo na boca dela. Ele a abriu, segurando o aparelho e o puxando de um lado para o outro, fazendo com que a castanha balançasse a cabeça ao mesmo tempo.

Chloe se apavorou com o que estava acontecendo, começou a se debater, ate fazer o palhaço soltar o aparelho dela. Livre das mãos dele, ela começou a se afastar dele, chorando. Até aquele momento ela achou que tudo não fosse real, mas ao sentir o mesmo puxando o seu aparelho, quase o arrancando a força, fez com que ela ficasse ainda mais apavorada.

O palhaço começou a rir novamente enquanto observava Chloe se afastar, quando a mesma, bateu as costas na parede. Chloe então viu os quadros das paredes se mexerem. Os cavalos estavam relinchando, se movendo, tentando sair do quadro. As miniaturas, de soldados, e cavalos, saíram das mesas, pularam das prateleiras e começaram a ir de encontro a ela.

Chloe, então se apressou e saiu da sala correndo, no corredor ela podia ver manchas de sangue nas paredes, marcas de mãos e ferraduras estavam por toda parte.

O corredor parecia ter aumentado de tamanho, estava com mais portas, todas também manchadas de sangue e com as mesmas marcas de mãos e ferraduras.

Chloe correu em direção à escada desviando das portas que abriam com tudo na sua frente. Ela ouvia relinchos de cavalo, pessoas gritando e a risada do palhaço.

Chegando à escada, tropeçou nos degraus, mas conseguiu chegar à sala de estar, que para o seu terror, estavam muitas pessoas amontoadas com cabeças de cavalo e corpos humanos. Todos estavam ensanguentados, pedindo por ajuda, relinchando, tentando tocar nela, a impedindo de sair da casa.

Seu coração começou a acelerar, faltava ar em seus pulmões, ficou tonta, estava tudo girando.

A única coisa que a movia era o seu próprio medo.

Tomando forças de um lugar desconhecido, ela continuou caminhando em direção à porta, desviando da multidão. Abrindo a porta, saiu pela mesma tropeçando nos próprios pés, até cair de joelhos na calçada.

Ofegante, ela continuou no chão, respirando profundamente, tentando recuperar o ar e o bom senso.

Ela nunca sentira tanto medo antes, nem mesmo depois do seu incidente com a Gang Bowers. Suas mãos tremiam, estava mais pálida do que costumava ser.

– Chloe querida, esta tudo bem? – perguntou a mãe de Eddie, na janela de sua casa. Provavelmente a mesma estava espionando os vizinhos de novo.

– S-Sim senhora Kaspbrak ... esta tudo ... bem – Chloe disse olhando para a mulher, tentando manter a calma

– Ok, se precisar de algo é só chamar- ela disse com um sorriso falso no rosto, era obvio que não se importava de verdade.

– Tudo bem... obrigada – A castanha observou a mulher sair da janela, fechando a mesma logo em seguida.

Ela então olhou para trás, ainda receosa do que viria. A porta ainda aberta, mostrava a sala como estava antes, sem pessoas, sem sangue, sem cavalos, somente os moveis.

Chloe se levantou e encarou a entrada da casa por um momento, encarou a porta e dentro da sala. Foi tudo ilusão da sua cabeça? Ela estava ficando louca?

Continua ...


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Notas finais do capítulo

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Tchau!!❤



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