Legado escrita por Kayko


Capítulo 12
Capítulo 12




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Dante entrou no local vazio, depois de anos, o silêncio daquele lugar o incomodou. Talvez o que Agnes havia dito fosse verdade, ele deveria se abrir, aceitar que as coisas seriam diferentes dali em diante e que ele poderia sim ter uma vida quase normal. Seu irmão e seu sobrinho estavam conseguindo conciliar bem as coisas, então ele poderia fazê - lo.

Ele caminhou até o bar e se serviu de uma dose de uísque. Quantas vezes ele havia feito aquilo se lembrando de um passado triste? Várias vezes, mas hoje ele tinha lembranças boas que ele implorava ao destino que tudo continuasse daquela maneira. Agora ele tinha pessoas com quem se importar por perto, e ele faria de tudo para proteger cada uma delas, mas nada superava a felicidade de ter seu irmão por perto.

Saber que o mais velho estava bem e sendo verdadeiramente amado e cuidado aliviava um pouco o coração do lendário devil hunter. Se Agnes tivesse tido um pouco mais de poder sobre o mais velho, muito dos problemas poderiam ter sido evitados, mas a culpa não era dela afinal, mas sim do egoísmo do próprio Vergil.

Ele tentava entender o que havia feito o irmão tomar um rumo tão ruim. Pelo que havia ouvido dele, a vida de Vergil caminhou um pouco melhor que a dele, mas mesmo assim o ódio preencheu a alma do outro de tal forma que ele se corrompeu pela ideia de receber poder. O Sparda mais novo suspirou. Agora que tudo estava entrando nos eixos, talvez ele devesse tomar um rumo também.

Com o copo contendo o líquido âmbar em uma mão, ele caminhou até a mesa e se acomodou na cadeira. Olhou para o aparelho telefone por alguns minutos até que tomou coragem de ligar para ela. A mulher que havia povoado seus pensamentos desde que a conhecera e que ele fazia questão de esconder de todos envolvido em seu mundo sujo: a empresária do mundo financeiro, nacionalmente famosa Agathe Xanthos, a irmã mais nova de sua atual cunhada.

Ele discou o número e no terceiro toque, a voz suave dela soou pelo fone:

—Seja quem for, isso não são horas de ligar para alguém.

—Mesmo que seja eu? - Dante falou divertido.

—Dante? - A mulher falou surpresa.

—Alguém mais te liga a essa hora?

—Como você desapareceu faz algum tempo, não imaginei que voltaria a me ligar de novo. Sinceramente, achei que tivesse morrido, ou se casado com outra mulher, ou sei lá, enjoado do nosso estranho caso.

—Eu tenho umas coisas para te contar, precisamos conversar, além de fazer amor, claro.

—Vai ser bem vindo. Sabe onde me encontrar.

—Em alguns minutos eu estarei aí.

Assim como combinado, em poucos minutos ele estava a frente do luxuoso prédio onde a empresária morava. Como ele já tinha acesso liberado, ele cruzou o saguão de entrada e entrou em um dos elevadores, vazios naquele horário. No décimo terceiro andar as portas do elevador se abriu e ele seguiu pelo corredor até a porta de ferro e vidro delicadamente trabalhada. Assim que girou a maçaneta a porta se abriu como de costume. O devil hunter entrou no luxuoso apartamento e caminhou até a sala de estar, onde a morena de cabelos cacheados, olhos âmbar e pele bronzeada o aguardava segurando uma taça de vinho:

—Agora que pude te encontrar eu vejo a semelhança dos traços. - Dante falou a observando.

—Do que esta falando? - Agathe se ergueu revelando o corpo esguio coberto por uma lingerie rosé.

—É uma das coisas que temos de conversar, mon amour. - Ele se aproximou e a tomou nos braços, a beijando apaixonadamente. - Mas antes, eu quero você.

—Acho bom ter se guardado para mim, não quero imaginar que estava com uma vadia de rua. - A mulher falou irritada.

—Nunca que faria isso, ainda mais sabendo que você é muito ciumenta. - Dante acariciou o rosto dela. - Eu quero você e quero muito, acha que consegue algum tempo para nós?

—Metade de um dia.

—É pouco.

—Você já esta tendo muito de mim.

—Precisamos matar o desejo de todo esse tempo, precisamos de intervalos também e eu preciso te contar algumas coisas.

—Se for me deixar nem se dê o trabalho de transar comigo. - Agathe falou ríspida tentando sair dos braços dele, mas ele a segurou.

—Ao contrário, eu quero mais dessa vez.

—Mais?

—Sim, mas isso depende do que vou te contar.

—Eu vou te ouvir então, mas antes… - ela se pendurou no pescoço dele e enlaçou a cintura com as pernas. - Me fode gostoso, do jeito que só você sabe fazer. - Sussurrou sensualmente.

—Droga, eu senti muita falta disso.

 

Vergil aguardava Agnes vir para cama para dormirem. O problema dela com Scarlet não saia da sua cabeça e ele sentia - se culpado por isso, por mais que a amante falasse o contrário, o sentimento ainda estava ali. Logo a morena surgiu usando uma leve camisola de seda branca que destacava a pele morena e os cabelos soltos. Como o tecido era leve, ele podia ver o contorno dos mamilos dela, além da pequena peça íntima rendada:

—Quer mesmo que eu durma aqui? - Ele perguntou deixando o livro que lia de lado.

—Não temos mais porque esconder que estamos juntos, mas se isso o incomoda, não precisa ficar.

—Não incomoda. - Vergil observou ela tomar seu lado na cama. O decote da camisola em forma de u deixava uma parte generosa dos seios dela à mostra e aquilo estava despertando coisas que até então ele havia esquecido.

Agnes observou o amante por alguns segundos, até que percebeu o embaraço do mesmo. Ele havia se tornado mais reservado depois do reencontro e isso estava meio que dificultando as coisas para eles. Na maioria das vezes ela que tinha de tomar as iniciativas, ou eles continuariam em um namoro infantil o resto da vida.

Ela tirou o livro da mão dele, o surpreendendo, colocando o objeto do seu lado do criado mudo. Em seguida sentou - se no colo dele, o deixando um pouco mais surpreso. Sem dizer nada, a cantora iniciou um leve beijo, enlaçando o pescoço dele em seguida. Logo sentiu as mãos do detentor da yamato em sua cintura:

—Eu quero você. - Ela sussurrou no ouvido dele. - Quero você por inteiro.

—Agnes...não devemos…

—Vergil, por favor.

—Mas e se… - Foi então que ele se deteve. Ela não poderia engravidar mais e se ele contasse aquilo no momento, todo aquele clima seria destruído. - Eu não estou preparado para isso.

—Desculpe. - Ela ia saindo do colo dele, mas ele a deteve.

—Eu tenho medo de falhar com você novamente.

—Você não tem faltado em nenhum momento. Eu te amo.

—Eu também a amo e não quero mais viver sem você, sem o nosso filho, sem o idiota do meu irmão. Agora eu entendo o quanto vocês são importantes para mim.

—Não vamos te deixar ir nem que você enlouqueça. - Agnes o beijou no rosto e o abraçou, colando o corpo ao dele.

Vergil a envolveu em seus braços, a beijando no pescoço, sentindo o cheiro dos cabelos dela invadir suas narinas. Agnes tinha um cheiro amadeirado que o acalmava, isso desde que eles haviam se conhecido. Ele não sabia muita coisa do passado dela, na verdade mas o que ele tinha era suficiente.

Ele a beijou. Seu corpo a queria, mas a mente insistia em não avançar. Percebendo as dúvidas dentro de Vergil, a cantora tornou o beijo mais sensual, com toques mais ousados, o que surtiu efeito. O Sparda mais velho se entregou e em pouco tempo estava dentro do corpo dela, a reivindicando por completo.

Quando sentiu - se saciado depois de ter dado muito prazer a mulher que amava, Vergil se deitou ao lado dela e a puxou para junto de si:

—Nossa Agnes…

—Quer mais senhor Sparda? Posso fazer isso a noite toda. - Ela se apoiou sobre o peito dele para observá - lo.

—Sei que pode, mas também sei que precisa descansar para terminar suas gravações amanhã.

—Eu tenho uma sessão de fotos para o álbum, esta livre para me acompanhar?

—Quer mesmo que eu vá?

—Agora que todos sabem que você e eu temos um relacionamento. Não vejo problema.

—Em um relacionamento...Nunca imaginei isso para minha vida.

—E eu nunca imaginei estar com o pai do meu filho novamente, mas o destino realmente funciona de maneira misteriosa...Sempre achei que ficaria sozinha no mundo

—Eu também sempre achei isso, e por isso acabei fazendo o que fiz. Desistindo da minha humanidade quando na verdade eu deveria me unir a ela….

—Que bom que você voltou e teve a oportunidade de viver esse momento de regressão, fico feliz em poder te amar novamente.

—Eu adoro quando diz que me ama.

—Então, eu te amo. - Ela deu um rápido selinho nos lábios dele. - Te amo muito, muito muito e muito.

—Senhorita Xanthos, aceita ser minha esposa?

—Esperei mais de vinte anos por esse pedido, então sim. Eu aceito.


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