- como assim minha irmã? Impossível. – disse nervosa.

- você sabe, as semelhanças e tudo o mais... – disse o pai de Molly.

- mas isso não quer dizer nada. Já ouvi falar em que temos pessoas parecidas conosco espalhadas por aí. – ela tentou justificar.

- não, Molly. Ela é realmente sua irmã. – dessa vez foi a mãe de Molly que confirmou. – bom...é uma longa história, mas pra resumir, você não é minha filha de verdade. – Molly sentiu tudo rodar. Estava ouvindo direito aquilo? Aqueles não eram seus pais? Então quem eram?

- sua mãe morreu logo quando vocês nasceram. – explicou o pai. – e seu pai nós não sabemos quem é, nem sua mãe sabia. Mas isso não vem ao caso.

- quando você disse “vocês” se refere a mim e Alex?

- sim. – concordou ele.

- Emily era o nome de sua mãe. Ela era minha irmã e irmã de Julie.

- Julie Campbell? – Molly olhou surpresa. – então vocês sãos irmãs?

- sim. Infelizmente... – sussurrou ela. – a nossa irmã quis que Julie ficasse com vocês por ela ter uma situação melhor pra sustentar duas crianças, mas acontece que...Julie não quis ficar com as duas. Concordou em levar apenas uma. Então foi isso que aconteceu. eu e seu pai concordamos em ficar com você e nos esforçarmos pra que não lhe faltasse nada.

- nossa! – Molly estava imóvel. Não conseguia nem olhar pra nada de tão aérea.

- por acaso o destino acabou fazendo você e Alex se reencontrarem. Nem eu sabia que isso aconteceria um dia.

- e vocês nunca iam me contar? – perguntou ela horrorizada.

- talvez um dia. Mas tínhamos medo da sua reação. – justificou a mãe.

- a Alex já sabe?

- conversamos com ela quando Julie veio aqui em casa reclamar.

- fala alguma coisa, Molly.

- falar o que, pai? – e enxugou algumas lagrimas que rolavam seu rosto. – só tenho que agradecer a vocês por não terem me rejeitado como a Julie fez. Eu tive sorte de ter vocês como meus pais. – e se abraçaram emocionados. Eram muitas informações pra digerir, mas de uma coisa ela tinha certeza, agora amava ainda mais seus pais. Eles eram especiais.

...

Molly estava isolada em seu quarto quando sua mãe gritou por ela.

- o que é? – gritou de volta.

- vem comer bolo.

- não estou afim, mãe. To sem fome. – gritou.

- desce agora! – ordenou impaciente.

- aff! – murmurou ela levantando irritada. Odiava quando não tinha escolhas naquela casa.

Desceu a escada pisando fundo e quando chegou emburrada na sala, ficou surpresa ao vê-lo ali parado em pé na sala de sua casa com as mãos no bolso.

- oi. – cumprimentou sem graça. Franziu a testa perguntando-se o que ele fazia ali. – o que faz aqui?

- eu vim te buscar.

- como assim? – e riu achando tudo estranho.

- o Gerard precisa de você, Molly. – falou Mikey nervoso. – ele está muito triste depois de tudo. Por favor, vem comigo.

- Mikey! Eu não vou voltar pra Nova Jersey. Eu nem posso.

- e quem disse que precisa ir tão longe? – ela balançou a cabeça sem entender. – estamos de passeio aqui. Ele topou pra descansar, mas ele não sabe que você mora aqui. Só eu, a Alex e o Frank.

- Alex e Frank também estão aqui?

- estão aí fora.

- o que? – Molly correu pra janela e avistou Frank e Alex se agarrando do lado de fora próximo ao carro de Alex, o mesmo que ela foi atropelada. Então eles haviam se entendido enfim.

- vamos Molly. Antes que o Gerard perceba nossa ausência lá na casa.

- mas eu já disse que não posso. – repetiu ela.

- pode, Molly. – ela olhou pra trás em direção á porta da cozinha e sua mão estava lá com uma xícara de café na mão. – aproveita enquanto seu pai está no trabalho. – e sorriu pra filha que entendeu que a mãe estava lhe dando permissão pra encontrar a pessoa por quem se apaixonara.

- vamos, Mikey. – pegou na mão dele e saiu arrastando-o até o lado de fora.

- Molly! – gritou Alex.

- oi Alex. – cumprimentou nervosa. As duas ficaram frente a frente se encarando e Molly sorriu emocionada. – eu já sei de tudo. Minha irmã... – Alex sorriu e abraçou-a.

- oi Molly. – disse Frank meio sem graça.- acho que eu te devo desculpas por ter te tratado mal...

- agora não Frank! – gritou Mikey. – precisamos ser rápidos.

Entraram todos no carro e Molly acenou pra mãe que estava na porta de casa vendo-os partir.