Enquanto isso, já era manhã na Califórnia e a praia estava tranqüila apesar de ter algumas pessoas pegando sol ou tomando banho de mar.

Julie passeava com um “amigo” pela calçada da praia enquanto conversavam sobre planos futuros. Julie propôs tirarem os sapatos e irem molhar os pés com água do mar. Se aproximaram e ficaram curtindo o vem e volta do mar que lambia seus pés que afundavam na areia aos pouco.

- que lugar maravilhoso. – disse Julie sorridente. – nunca estive na praia antes. Quero dizer, já estive, mas era bem nova.

- o mar é uma coisa incrível. – disse o homem olhando encantado pra Julie.

- e a minha filha ainda disse que leu numa revista que essa praia era suja. Olha só pra tudo isso. – apontou em volta com o braço. – já viu água mais cristalina? – perguntou maravilhada.

- essas revistas não sabem o que publicam. Um bando de besteira...

- concordo. – fechou os olhos e abriu os braços. – que paraíso. – gritou sentindo o sol bater em rosto e o vento gelado esvoaçar seus cabelos. Estava distraída perdida em êxtase quando ouviu uma voz conhecida.

- claro que posso me encontrar com você hoje. – dizia a voz conhecida. Não parecia estar tão longe de onde ela estava.

- espere...Acho que conheço... – falou a Sra. Campbell fazendo cara de assustada.

- o que houve?

- é que... – e virou pra trás procurando a dona da voz quando seus olhos se encontraram com uma menina magra, baixa de cabelos curtos e negros com algumas mexas loiras. A menina conversava com um rapaz e sorria escandalosa enquanto batia palmas animando-se. – o que...? – perguntou confusa.

- o que houve meu bem? – perguntou o homem sem entender. Sem responder á ele, Julie se aproximou da filha em passos largos e mesmo assim a menina não percebeu a aproximação com a distração com o rapaz ao lado.

- Alex. – a menina não ouviu já que ela não gritava o bastante. Foi então que ela pronunciou o nome mais forte e já estando bem próxima. – ALEX! – gritou a mulher puxando o braço da menina.

- mãe? – perguntou a menina incrédula.

Molly acordou no dia seguinte e olhou confusa em volta. Foi difícil quando acordou pela primeira vez na casa da Alex e sentiu-se confusa até se acostumar com o novo quarto. Agora acordava novamente em outro lugar, um território desconhecido. Olhou pro seu lado e avistou Gerard que dormia de boca aberta. Molly sentou-se na cama e colocou os cabelos atrás da orelha observando o menino ao lado. Acabou dormindo na casa dele no dia anterior. Ficaram até tarde conversando deitados na cama dele. Não fizeram nada demais, apenas trocaram idéias. Molly não se sentia preparada pra se entregar pro Gerard mesmo gostando dele, ele ainda era quase um desconhecido pra ela.

- “ah Gerard! Como eu queria que soubesse quem sou de verdade”. – pensou ela.

- eu sou a Molly. – sussurrou mexendo no cabelo dele.

- falando sozinha? – Molly olhou em direção a porta e assustou-se em ver o Mikey.

- Hei. – cumprimentou sem graça.

- minha mãe pediu pra chamar os dois pra tomar café.

- o Gerard ainda está dormindo.

- mas você já está acordada.

- é, mas eu prefiro esperar.

- deixa de vergonha. Vem. – insistiu ele.

Molly chegou na cozinha ao lado de Mikey e Donna sorriu simpática.

- dormiu bem? – perguntou ela normalmente como se não ligasse pro fato de Molly ter dormido ali e na mesma cama que o filho dela. Ela poderia não achar tão incomum, mas para Molly aquilo era tão constrangedor. Provavelmente todos ali na mesa pensavam que ela e Gerard haviam transado na noite anterior.

- bom, o bolo está uma delicia. – elogiou Molly tentando puxar assunto com a mãe de Gerard que a encarava junto com Mikey deixando a menina corada.

- obrigada. Prove também um de meus biscoitos. – Molly sorriu sem graça e provou um dos biscoitos.

- é ótimo. – falou tampando a boca cheia de biscoito.

- receita da minha mãe. Ela sabia cada truque na cozinha.

- a vovó fazia coisas maravilhosas. Ia gostar dos doces dela. Pena que...

- eu sinto muito. – disse Molly desconfortável no meio deles.

- tudo bem, querida. Já faz tempo. – disse Donna levantando-se da mesa e pegando o prato vazio de Molly.

- deixa que eu lave. – disse Molly levantando-se também.

- não. Eu lavo. Tudo bem. – falou Donna sorridente.

Molly se encolheu na cadeira envergonhada. Mikey não parava de encará-la a sua frente. De vez em quando ela sorria pra ele tentando ser gentil, mas ele não movia um músculo, continuava com o mesmo olhar desconfiado pra ela. Molly pigarreou se ajeitando na cadeira e olhou pras próprias mãos. Foi então que Gerard entrou na cozinha e ela pôde respirar aliviada. Pelo menos agora estaria segura, já que ele era conhecido.

...

- dormi demais. Tava cansado. Deve ser do dia que andamos de skate. – comentou Gerard.

- é. Também estou com dor no corpo. O pior é que foi mais um dia de falta no colégio.

- é, mas não faz mal. Não temos prova nessa semana.

- Gerard, a mãe está te chamando. – disse Mikey pela porta de entrada interrompendo a conversa entre Molly e o irmão que estavam sentados na varanda da frente da casa.

- eu já volto. – disse levantando-se e antes dando um selinho em Molly. Novamente lá estava ele encarando-a. Molly sentiu novamente aquele desconforto. Não agüentava mais aquilo, precisava saber o que ele tinha.

- algum problema? – perguntou Molly sem querer ser ignorante, mas já sendo.

- sabe por que estou desse jeito, não sabe?

- eu não faço a mínima idéia. – disse Molly confusa. – você tem algum problema comigo?

- não se faça de desentendida.

- olha Mikey, se é por causa de toda a confusão entre seu irmão e eu e aquele negocio do Kylan, nós já resolvemos tudo isso. Seu irmão e eu conversamos e já está tudo resolvido.

- você sabe que não presta, Alex, ou devo dizer, Molly?