Pictures of Us escrita por Ellen Freitas
Notas iniciais do capítulo
Olá, pessoas!!
Como estão do lado daí? Do lado de cá estou lutando para passar pela deprê que foi o final do Crossover e as fotos do último episódio que saíram. Vocês também sofreram comigo nessa?
Mas por aqui em POU as coisas estão mais do que bem, então espero que gostem e aproveitem o capítulo. Muito obrigada a todos os favoritos e reviews, vocês são os melhores!! Até as notas finais... Bjs*
― Isso é bom! ― murmurei pegando outra garfada do suflê de chocolate que dividíamos.
― Tão bom! ― Felicity exclamou, soltando um pequeno gemido de prazer, me fazendo sorrir. Estava pra nascer alguém tão doida por doce como ela.
― Hey. ― Deslizei do meu lugar no lado oposto da mesa para sentar no espaço ao seu lado, passando o braço por seus ombros. ― Percebeu o que escolhi para nosso jantar hoje? ― Ela franziu a testa, dobrando o pescoço levemente para o lado. ― Peixe e chocolate. ― Seu sorriso aumentou e seus olhos brilharam.
― Você é um fofo, peixinho, quem diria. ― Fez um carinho na minha barba, então beijou meus lábios de leve.
Hoje a gente completava um mês de namoro e, como ela descreveu a sobremesa, estava sendo tão bom. Não tínhamos muito tempo, nossos empregos exigiam muito, mas cada segundo juntos eram aproveitados ao máximo.
Claro que ainda tinha o pequeno detalhe que o nosso relacionamento era parcialmente secreto. Minha irmã sabia e já amava minha namorada, a mãe de Felicity que não morava em Star também sabia, mas as pessoas com quem passávamos maior parte do dia, nossos amigos e colegas de trabalho estavam totalmente por fora da situação. Foi o meio termo que concordamos para levar isso à frente nesse início sem todas as críticas que viriam. Ninguém da delegacia pouparia comentários negativos, eu tinha certeza disso.
― Quem viu a gente naquele tribunal, não diria que chegaríamos tão longe ― comentou terminando de comer sozinha a sobremesa.
― E desviar dos nossos amigos tem sido até divertido. ― Escapar de todos os encontros marcados por Tommy e as saídas para boates com Sara com basicamente o mesmo objetivo, estavam sendo um desafio a parte, mas Felicity não precisava se preocupar com isso ou detestaria ainda mais meus amigos. ― Quem diria que eu seria tão bom em mentir e escapar? Eu deveria me tornar um criminoso?
― Daí eu te tiraria da cadeia quando fosse preso ― completou entrando na brincadeira, segurando minha mão em cima da mesa.
― Eu não seria pego, amorzinho. ― Minha mão livre enredou-se por seus cabelos e logo desci minha boca para a dela.
― Ollie? ― O chamado interrompeu nosso beijo no meio, e quando olhei na direção da voz, engoli seco.
― Laurel. ― Ela parecia feliz em me ver, já fazia um tempo que não nos encontrávamos, e estava acompanhada de um moreno alto, que supus ser o namorado novo que Sara havia falado sobre.
― Que coincidência você... Ow! Doutora Smoak. ― Só então ela pareceu reconhecer minha companhia. Felicity sorriu sem graça e soltou minha mão para dar um aceno nervoso.
― Doutora Lance.
― Espera aí um segundo… Vocês estão juntos juntos? ― Apontou para nós dois com um sorriso divertido, então abrindo a boca demais em um gesto encenado.
― Sim.
― Não. ― Felicity me olhou levemente magoada e confusa com a minha negativa diante da afirmação dela sobre nosso relacionamento.
― Ops, isso é ruim.
― Quer dizer, sim. Estamos juntos, só combinamos de não contar pra ninguém ― falei a última frase para Felicity, quase como uma explicação.
― Uau, um policial e uma advogada de defesa! Isso é como…
― Peixe e chocolate? ― Felicity murmurou escondendo a cabeça no meu ombro. ― Deus!
― Para seu conhecimento, peixe e chocolate é muito bom, acabamos de comer um salmão maravilhoso e um suflê divino!
― Okay ― concordou me olhando esquisito. ― Como isso aconteceu? Quando? Quem já sabe? Caramba, Tommy já sabe? ― A última pergunta foi feita em tom mais sério. Todos sabiam quem seria meu maior desafio com a novidade.
― Tudo bem, querida, acho melhor guardar o interrogatório para o tribunal ― o namorado dela apaziguou lhe acariciando as costas. Já gostei desse aí. ― Prazer, Ray Palmer.
― Oliver e Felicity ― nos apresentei.
― Por que não nos juntamos a vocês? ― Laurel já foi logo puxando uma cadeira. ― Estou mesmo muito curiosa para como isso aconteceu. ― Fez um gesto amplo com as palmas para nós dois e em seguida segurou o pulso de Ray o forçando a se sentar também.
― Amor, tem certeza...
― Então, Oliver... Felicity… ― começou com as duas mãos unidas sob o queixo, como uma criança prestes a aprontar. ― Isso é alguma penitência mútua que estão pagando, ou…
E eu achando que ela seria a pessoa com a qual eu não teria problemas. Laurel, apesar de compor a equipe da promotoria, era a mais mente aberta de todos os meus amigos e não costumava se importar em nada com a vida amorosa de ninguém. Como esquecer quando Sara começou a sair com um "ex" criminoso e ela foi a única a não se opor, apenas aconselhar todos a deixar rolar que logo ela deixaria aquilo para lá? Mas parece que se divertir às minhas custas era mais prazeroso.
― De onde vocês se conhecem? ― Ray apontou para mim e Laurel. Cancela, não quero mais ser amigo de Ray Palmer. Eu ainda não tinha tido a conversa estranha sobre os ex com Felicity.
― A gente namorou. ― Com a resposta de Laurel, Felicity tirou a cabeça do meu ombro para me olhar. ― Duas vezes. ― Suas sobrancelhas franziram. ― Ah, e meu pai é capitão dele. ― Se eu achei que isso fosse irritá-la, não poderia estar mais enganado. Ela começou a rir, de verdade.
― Você é completamente pirado, peixinho.
― Peix...
― Querem saber? ― interrompi o que seria outro comentário impertinente de Laurel. ― Melhor a gente ir nessa, amor. Vamos pagar a conta direto no caixa, que tal? ― Fiquei em pé, pegando a mão de Felicity.
― Ei, espera, agora quero conversar com a Laurel!
― De jeito nenhum. Tchau, Laurel. Foi um prazer Ray.
― Nos vemos pelo tribunal, Felicity. ― Minha ex acenou animadamente, e para meu desespero, foi retribuído de pronto. Tô ferrado.
~
― Oliver, eu estava pensando...
― Hm? ― O tecido macio da camisola verde de seda sob as minhas mãos era uma delícia, mas eu não via a hora dele estar fora.
― Devíamos contar para nossos amigos sobre a gente.
― Amigos? ― murmurei meio distraído, entre os beijos que deixava pelo pescoço alvo de Felicity.
― Sua barba faz cócegas. ― Ela começou a rir e contorcer o pescoço, segurando em meus ombros.
― Em que parte do corpo vai querer sentir cócegas? ― O sorriso dela ficou maior, e quando comecei a subir o tecido de suas pernas, ela balançou a cabeça como se tentasse se focar e segurou minhas mãos.
― É sério, Oliver, dois minutos. ― Suspirei, saindo de cima dela e apoiando a cabeça na mão e o cotovelo na cama para realmente prestar atenção no que falava.
― Tá bom, o que quer fazer sobre isso?
― Se o fiasco do fim do jantar de hoje for algum indicativo, devemos contar a eles logo.
― Tão ruim assim? ― Fiz uma careta.
― Eu estou acostumada a fazer as perguntas, não respondê-las ― se justificou. ― Não me leve a mal, Laurel é uma ótima profissional, sempre levou a promotoria com honestidade, e não vejo a hora de compartilhar histórias constrangedoras sobre namorar você, mas...
― Hey, não façam isso! ― Me apressei em dizer, mesmo sabendo que não adiantaria.
― Mas aquilo aconteceu porque não estávamos preparados.
― Não é um julgamento, babe. ― Sentei no meio colchão, e ela ajustou as costas melhor à cabeceira. Aparentemente, aquilo ia durar mais que dois minutos. ― Você já pensou em algo, não é? ― Seu sorriso dessa vez foi animado, e até bateu palminhas.
― Com Laurel não deu muito certo porque fomos pegos de surpresa, num jantar com outro propósito, em um local discreto demais onde era possível sermos interrogados. Eis minha ideia… Precisamos de um ambiente, horário e cronograma controlado por nós, assim poderíamos dar a notícia no nosso tempo e nos nossos termos, e ainda com um escape fácil se tudo não sair como planejado. ― Okay, o sexo era excelente, mas eu também poderia ouvi-la tagarelar por horas. Eu devia parecer patético enquanto a admirava nesse momento. ― Então, o que acha?
― Você é muito do tipo A, amor ― murmurei sorrindo.
― Tá dizendo que sou obsessiva e controladora? ― Engoli seco. Eu tinha acabado de irritar minha namorada e acabado com minhas chances da noite?
― Só um pouquinho assim. ― Mostrei meu polegar e indicador separados por uma pequena distância, mas ao contrário do que achei ela sorriu maior.
― Ainda bem que você já sabe ― respondeu sem dar a mínima para o que irritaria a maior parte das mulheres. Primeiro ela não tem ciúmes da minha ex, e agora nem se importa com isso. De fato, ela era diferente. ― Resolvido isso, se puder voltar ao que estava fazendo, tem um lugarzinho bem específico que sente falta da sua barba. ― Sorriu maliciosa, e sem esperar por um segundo convite, puxei suas pernas para estar completamente debaixo de mim, seu gritinho surpreso e nossas risadas ecoando pelo quarto.
― Eu realmente gosto de você, Felicity.
― Eu também, Oliver. ― Seu sorriso agora foi doce, mas os olhos me encantaram mais dessa vez. Eles brilhavam e nunca senti tanta reciprocidade de alguém na vida. ― Agora desce. ― Ergueu uma sobrancelha, e deixou um selinho em meus lábios, empurrando meus ombros para baixo e separando os joelhos.
~
Analisar uma cena, coletar pistas, identificar suspeitos, eram coisas que eu fazia todos os dias no meu trabalho. E era o que eu estava fazendo agora, naquela boate barulhenta e mal iluminada.
― Nossa, essa sua touca é ridícula, Felicity vai odiar. ― Thea chegou com uma garrafa em mãos e passava um pano no balcão, limpando a água que se acumulou ali, enquanto gargalhava às minhas custas. ― Minha cunhadinha do coração já chegou? É hoje que vocês farão a grande revelação?
― Não, ela não chegou, e sim, será hoje.
― Você sabe que ainda tem revelações a fazer para ela, não sabe? Sobre nossa família. ― Torci o nariz para a ideia.
― Só estamos juntos há um mês, acho que ainda é cedo para toda a coisa da grande família Queen cair em seu colo.
― Só não demore muito ou ficará estranho pra contar, ela vai achar que você estava escondendo e não a protegendo da mamãe ― aconselhou. ― E as vítimas de vocês, já chegaram? ― Mudou se assunto, acenando um "já vou" para um cara que a chamou com o dedo em riste.
― Já sim. ― Virei de costas para o balcão para olhar melhor a pista de dança como um todo. ― Sara está ali no meio, dançando. Tommy naquele canto dando em cima daquela loira, e Diggle, Barry e Kara, na área VIP, onde é "mais silencioso".
― E os amigos dela?
― Curtis, aquele ali com alguém que acredito ser o namorado pela proximidade e intimidade. ― Apontei para um ponto mais distante no balcão. ― Tem aquele andando meio perdido no meio de tudo, Roy alguma coisa. A melhor amiga, Caitlin, está chegando com ela.
― Já sabem o que vão fazer?
― Reunir todos na área VIP e dar a notícia. Existem mais detalhes no cronograma de revelação, mas eu não estava mais entendendo. ― Thea ergueu uma sobrancelha, segurando uma risada.
― Existe um cronograma de revelação?
― Tá na porta da geladeira dela, olhamos para ele e o revisamos todas as manhãs, desde o início da semana ― revelei, a fazendo gargalhar alto.
― Você tá ferrado, mano, pescou uma tipo A, igual a mamãe. ― Deu dois tapinhas em meu ombro, indo atender ao cara. Me arrastei a seguindo pela borda do balcão.
― Elas não são iguais e nunca mais fala isso, pelo amor de Deus! ― Sim, Moira era extremamente controladora, mas Felicity não era nada como ela. Minha namorada não me sufocava como minha mãe fazia.
― Amorzinho! ― Felicity chegou passando os braços por meu tronco. ― Hey, Thea! ― As duas se abraçaram por cima do balcão.
― Lissy! Ainda está me devendo aquele dia de compras, hein?!
― Logo que tiver um tempinho do trabalho, vamos sim. Não esquece de levar as fotos do peixinho bebê, que combinamos.
― Claro que não. Falando em trabalho, melhor voltar ao meu, fiquem à vontade. ― Minha irmã já tinha dado alguns passos à frente, quando voltou, com a cara de que ia aprontar, como a que fez antes de jogar meu carrinho de brinquedo preferido do andar de cima da nossa antiga casa. ― Ah, antes de sair, me diz o que achou da touca do Oliver.
― É ridícula, ele não tem mais vinte anos ou é um astro de TV.
― Eu te amo. ― Apontou o indicador para ela e piscou, saindo com o sorriso satisfeito por ter conseguido o que queria.
― Qual é, eu fico estiloso! ― reclamei, ajeitando a coisa na minha cabeça.
― Claro que fica, amor ― retrucou sem nem me olhar direito. ― Legal que sua irmã trabalha em uma boate, encaixou com nosso plano. ― Assenti sem graça.
A coisa é que Thea não trabalhava em uma boate, ela tinha uma boate.
Ao contrário de mim, que havia sido deserdado por minha mãe quando resolvi abandonar todo o legado Queen, Thea ainda desfrutava de algumas regalias de ser filha de bilionários, a maior delas sendo ser a filha única e adorada de Moira Queen. Mas, de onde eu via, nunca tinha sido mais feliz do que quando abri mão de tudo para sair de debaixo do controle da nossa mãe e me tornar policial.
― Então, seus amigos já chegaram?
― Sim, sim ― respondi voltando ao foco dos nossos planos da noite. ― E sua amiga?
― Já, ela está deixando nossos... Oh, não.
Acompanhei seu olhar para ver que Tommy tinha deixado a loira de antes em paz e agora caminhava obstinado na direção de Caitlin, com um sorriso nos lábios que ele considerava conquistador. Isso ia dar merda.
― Oh, não.
― Corre lá, peixinho. Não posso ir tirar ela de lá, seu amigo me conhece.
― Eu vou. Nos vemos daqui a pouco. ― Deixei um selinho em seus lábios e andei a passos rápidos entre as pessoas até lá.
― Porque eu te chamaria de videogame? ― Caitlin perguntava para Tommy, que sorria safado, chegando mais perto dela.
― Pra você me jogar no sof...
― Okay, okay, a moça não precisa ouvir isso ― interrompi a cantada barata do meu amigo. ― Tommy, parceiro, vamos?! Vou te pagar um drink. ― Comecei a arrastá-lo pelo braço para onde Sara estava.
― Ei, cara, atrapalhou meu esquema ali! Logo quando eu ia usar a cantada do Benjamin Button e convidar ela para ter um estranho caso comigo. ― Piscou para mim, me fazendo rolar olhos. Como alguma garota ainda caía naquelas?
― Então agradeça por te salvar de levar um tapa na cara ― falei elevando minha voz quando entramos na pista de dança e o barulho aumentou. ― Ei, Sara.
― Loiro! Moreno! ― gritou para nós dois, jogando os braços para o ar enquanto dançava.
― Tá gata, hein?! ― Tommy pegou na mão dela, a fazendo girar em seu tubinho vermelho curto e justo, os dois gargalhando juntos, ele a puxando pela cintura, para falar ao seu ouvido.
― Foi mal, lindinho, já tenho dois encontros para depois. ― Mostrou dois dedos, lhe dando um empurrãozinho para longe. ― Pode ser amanhã?
― O capitão mata os dois se souber que andam se encontrando por aí! ― avisei. ― Vamos lá em cima, preciso conversar com vocês.
― Mas lá em cima é silencioso! ― Sara reclamou, mas acabou me seguindo.
Kara e Barry estavam distraídos em uma disputa de um jogo de adivinhação no celular, ele agitado fazendo uma mímica e ela agoniada por não conseguir adivinhar sobre o que se tratava, enquanto Diggle parecia já entediado de ter ficado de babá das crianças. Sara sentou ao lado do tenente e já ia começar a rir dos outros dois, quando resolvi a interromper, ou nunca conseguiria falar.
― Eu tenho um comunicado a fazer.
― Sim, Ollie vai pagar bebidas para todo mundo! ― Tommy passou um braço por meus ombros, dando tapinhas em meu peito. ― Hoje tá liberado, galera! Wow! ― gritou.
― Não é isso não, Tommy. ― Tirei seu braço de mim. ― Como eu estava dizendo, tem algo que preciso falar para vocês, meus amigos que me apoiam e me amam apesar de tudo. Bom, eu...
― Você é gay? ― Sara, que não conseguia falar baixo nunca, gritou, chamando a atenção de todos na área VIP.
― Quê? ― minha voz subiu uma oitava, tamanha minha surpresa. Pigarreei, engrossando minha voz um pouquinho além do necessário. ― O quê?
― Acho que não estou tão surpresa no fim das contas, com toda a coisa com Tommy... ― começou a explicar como chegara àquela conclusão, apontando para nós dois.
― Eu não sou gay! ― Tommy rebateu, antes que eu o fizesse, dando um passo para longe de mim, também elevando a voz. ― E é mal uma pessoa com quem eu dormi ficar falando isso por aí, Sara.
― Eu também não sou gay, só para esclarecer ― falei estendendo as palmas para ela. ― Qual é, Sara, a gente até namorou um tempo.
― Ah, querido, você ficaria surpreso. ― Fez um gesto de “deixa para lá” com a mão, se encostando melhor no sofá.
― Cara, o que você fez? ― Dig questionou preocupado, quando as risadas pelas gracinhas da minha amiga diminuíram. ― Tá com cara de quem aprontou.
― Não importa! ― Sara pulou no sofá. ― Precisa de identidades novas, mudança de visual, Deus me livre, um advogado? Eu conheço um cara.
― Não foi nada ilegal, gente, mas a parte do advogado não é totalmente mentira.
― Você matou um advogado? ― Tommy arregalou os olhos na minha direção, então sorriu animado. ― Eu não acho ilegal, cara, inclusive chamo isso de dedetização.
― Do que você está falando afinal, Oliver? ― Barry questionou, salvando Tommy de uma resposta rude minha.
― É tipo um pronunciamento, não é? ― Foi a vez de Kara dar opinião. ― Será doença?
― Com certeza deve ser importante. ― Kara tocou o ombro dela no de Barry, os dois especulando baixinho.
― Eu posso falar? ― Finalmente todos calaram a boca e me deram atenção. ― Obrigado. ― Respirei fundo. ― Então, estou saindo com alguém. ― Esperei em silêncio alguma manifestação mais exaltada, mas todos me olharam com cara de tédio, voltando para os próprios assuntos em seguida.
― Só isso? Droga, Oliver eu estava ficando preocupado de verdade! ― Diggle ficou de pé, pegando a jaqueta. ― Eu estou indo embora, quero dar um beijo nos meus filhos ainda hoje.
― Não, Dig, espera. ― Segurei seu braço o impedindo de ir embora. ― Está ficando sério com essa pessoa, e eu queria que vocês a conhecessem.
― Pessoa, não mulher. Te disse ― Sara cochichou para Tommy, que havia sentado no lugar de Diggle, e ele balançou a cabeça concordando.
― Que merda, Sara, não é um homem! E vocês também vão conhecer os amigos dela, então, comportem-se. ― Apontei o indicador ameaçadoramente para todos, indo pelas escadas que levavam até a pista, já à procura de Felicity.
Minha namorada também conversava com os amigos em uma parte mais isolada, e quando me viu, acenou me chamando para chegar mais perto.
― Galera, esse é o Oliver.
― Mas esse não era o detetive do tribunal que você... ― Curtis levou a mão à boca, impressionado. ― É o gostoso do tribunal!
― Que merda, amiga, você está dormindo com o inimigo? Como isso aconteceu? E quando planejam acabar, por que vocês sabem que...
― Não planejamos acabar, e é por isso que estou contando para vocês. ― Felicity interrompeu Caitlin. ― Eu e Oliver vamos levar essa relação adiante, com ou sem o apoio de vocês, mas eu prefiro que seja com ele.
― Mas, amiga...
― Cait, por favor, é importante. Eu sei que somos diferentes, mas se conseguimos dividir a...
― Cama? ― o menino mais novo falou rindo, o que Felicity disse que era assistente jurídico.
― Vida, Roy. Se conseguimos dividir a vida, vocês poderiam se esforçar para lidar melhor com isso, que tal? Sejam razoáveis.
― Certo, eu vou ser razoável, mas só porque sei que isso não vai pra frente. ― Preferi nem dizer nada, não ia entrar numa discussão logo no início com a melhor amiga da minha namorada, mesmo que me segurar para não rebater a sentença de morte que ela havia dado para meu relacionamento tenha sido muito difícil. ― E você, bonitão... ― Caminhou na minha direção, me apontando um dedinho ameaçador. ― Se for a causa de uma lagrimazinha da Lissy, eu pessoalmente te caço e te jogo na cadeia para sempre.
― Você não... ― comecei.
― Me testa só pra você ver.
― Eu jamais a magoaria. Tá bom assim?
― Cadeia. Para. Sempre. ― falou levantando um dedo por vez, e, de algum modo, acreditei em cada uma das ameaças, tomando um passo de distância.
― Okay, Cait, já chega. ― Felicity ficou como um escudo na minha frente. ― Roy, Curtis, algum comentário? É o único momento que vou permitir que vocês façam. ― Se eles tinham algo para falar, deixaram para depois, pois ficaram calados. Parece que não era só em mim que Felicity jogava suas ordens. ― Olha que ótimo, agora vamos conhecer os amigos do peixinho.
― Ei, ninguém falou em amigos!
― Isso aí, eles devem ser, tipo, policiais. Eca!
― Eu não vou ser amiga de nenhum policial, amiga, esquece!
― Ninguém precisa ser amigo de ninguém, só queremos vocês se conheçam, dá pra ficarem calmos e fecharem a matraca. Eu, hein?! ― Felicity pegou minha mão e começou a caminhar da direção que eu tinha vindo. ― Venham, e comportem-se. ― Os três nos seguiram.
― Não foi tão difícil.
― Imagina ― ironizou. ― Você só teve que lidar com as ameaças da minha amiga.
― Amor, estou acostumado a ser ameaçado, não é grande coisa. Mas se prepare, meus amigos não serão tão compreensivos, e nenhum deles tem medo de mim.
― Por isso temos o plano B, Oliver. ― Piscou para mim.
― Ei, todo mundo! ― chamei a atenção de todos quando chegamos à área VIP. ― Essa é Felicity, e esses são os amigos dela, Curtis, Roy e Caitlin. ― Todos acenaram simpáticos, o que estranhei, até perceber que Tommy não estava mais entre eles.
― E eu vou me despedir antes do banho de sangue. Até mais, Oliver. ― Diggle não segurava a risada, quando passou por mim dando dois tapinhas em meu ombro. ― Bom te ver de novo, doutora.
Diggle foi a pessoa que me mandou ir atrás de Felicity naquele dia no tribunal. Ele me disse que não me via tão feliz e interessado de verdade em alguém há muito tempo, e que eu devia apenas seguir meu coração, mesmo que ele ainda não estivesse totalmente okay com a ideia de me ver com uma pessoa tão diferente de mim.
― Espera, doutora? ― Barry perguntou confuso. ― Você é médica?
― Não! ― o grito chamou a atenção de todos para Tommy, que quase derrubou as bebidas que tinha em mãos. ― Quem deixou essa paquita do capeta entrar aqui e porque ela está segurando sua mão, Oliver?
― Surpresa! ― Mostrei uma alegria exagerada, e o queixo dele quase foi ao chão em um gesto encenado. ― Você lembra do Tommy, não é Felicity?
― Hey, Merlyn!
― Não, não fala meu nome e fica bem longe de mim, não quero essa sua urucubaca a menos de... Oh, meu Deus, não me diz que vocês estão... Que ela é a sua...
― Não estou entendendo essa implicância, Tommy, achei a nova namorada do Oliver bem gata. Prazer, Sara Lance, ex do Oliver. Duas vezes. ― A loira ficou de pé, apertando a mão de Felicity, que me olhou curiosa. Droga, esqueci de contar esse detalhe sobre Sara e Laurel antes.
― Ela é a advogada de defesa que acabou com o Ollie no tribunal mês passado! ― Tommy explicou.
― Eca! ― Sara soltou a mão de Felicity rapidamente. Todos os outros também soltaram murmúrios de nojo quando descobriram de toda a história.
― Okay, nada de “eca”! Eu e Felicity nos gostamos muito e planejamos levar essa relação adiante, com ou sem o apoio de vocês, mas eu ia preferir que fosse com, então...
― Sério que você só vai copiar o que ela disse pra gente? ― Caitlin questionou, saindo de trás da gente. ― Não me chame de surpresa.
― Cait!
― Ei, você ― Tommy franziu o cenho para a morena. ― Eu dei em cima de você ainda a pouco. Não me diz que também é... Acho que vou vomitar. ― Colocou a mão na boca e outra no estômago.
― Eu que deveria vomitar, seu tarado! Você é um idiota, péssimo em cantadas e sua certidão de nascimento deve ser um pedido de desculpas da fábrica de preservativos!
― Ninguém fala com Tommy assim, só eu! ― Sara o defendeu. ― E se quer xingar alguém, deveria fazer isso com quem te vendeu essa roupa!
Foi a partir daí que as coisas saíram totalmente do controle. Curtis entrou na briga para defender Caitlin, Tommy voltou para discussão, e até Barry e Kara começaram a defender o lado da delegacia, forçando Roy a participar. De repente, a área VIP estava mais barulhenta que a pista de dança e eu sabia que a qualquer minuto alguns seguranças da minha irmã subiriam para nos expulsar dali.
― Amor, se tem mesmo um plano B, melhor usar agora, não vai ficar melhor do que isso. ― Franzi o nariz quando Caitlin pegou os copos que Tommy trouxe, jogando um na cara dele e entornando o outro no cabelo. E ele não deixava ninguém mexer com aquele topete ridículo.
― Tem razão, vamos. ― Começou a me puxar para as escadas.
― Para onde?
― Fugir daqui, oras. Peixinho, já nos resolvemos, deixem que eles façam isso.
― E se não fizerem?
― Tem advogados e policiais aí o bastante para não terem problemas de verdade se forem presos. ― Deu de ombros. ― Vamos para minha casa, podemos aproveitar a noite melhor sem toda a barulheira, o que acha?
― Partiu.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Então?
Ali loucura pouca é brincadeira, mas me divirto horrores com esse povo seriamente pertubado. E em meio à toda a confusão, e depois de como foi o último capítulo, quem diria que Oliver e Felicity seriam os mais tranquilos sobre tudo?!
Bom, espero que estejam gostando!! Se acham que a história merece uma chance, favoritem, recomendem, indiquem para os amigos que curtem Arrow.
Até os reviews. Bjs*