Pictures of Us escrita por Ellen Freitas


Capítulo 15
Let It Go || Oliver


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!!
Como estão do lado daí?
Bom, do lado daqui, já podemos deixar toda aquela tensão do último capítulo e nos divertirmos com esse, porque, só faltam três dias para o casamento e nossos lindos enfiaram o pé na jaca em suas respectivas despedidas de solteiro.Também tem uma mudança importante para um dos nossos coadjuvantes.
Mas não vou mais me prolongar aqui.
Leiam as notas finais, são mais importantes do que nunca!!
Boa leitura!! Bjs*



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― Let it go! Let it go! Can't hold it back anymore!

― Oh, galerinha de Frozen, dá pra cantarem com o corpo pra dentro do carro? ― Diggle ralhou conosco, mas não adiantou de nada.

― Let it go, let it go... Turn away and slam the door. ― Continuamos a cantar a plenos pulmões. Eu estava pegando um ventinho na janela da frente, Roy na de trás, Tommy tinha a metade do corpo para fora, sentado na janela e Barry estava com a cabeça para fora do teto solar da minivan de Dig.

― Você vai cair, Merlyn, pra dentro!

― I don't care, what they’re going to say… ― meu amigo cantou, vi pelo retrovisor ele mostrando a língua para Dig, mesmo que ele nem pudesse ver.

― The cold never bothered me anyway.

E o que colocou nós cinco dentro da minivan do tenente, cantando Let It Go às três da manhã? Minha despedida de solteiro.

Não havia sido nada como Tommy queria, no clube de strip e essas coisas, mas havia sido ainda mais divertido. Sair pra comer carne e ficar bêbado com os amigos era algo que devíamos fazer com mais frequência e não esperar apenas ocasiões como essas. No final do jantar, Curtis e o capitão foram embora de táxi e Diggle, o pobre coitado do motorista da rodada, ficou responsável de sair nos desovando em casa.

― Chegamos, Queen. Desce… ― ordenou quando parou em frente à minha casa.

― Caras, agora da ponte. ― Pulei para fora do carro, fazendo um gesto encenado do chão ao céu na entrada, como se construísse meu próprio castelo de gelo. ― My power flurries through the air into the ground! Tommy! ― Apontei para ele que também desceu.

― My soul is spiriling in frozen fractules all around. Harper!

― And one thought crystallizes like an icy blast! Barry!

― I never going back, the pass in on the pass! ― ele mais gritou do que cantou, abrindo os braços como no Titanic. Filme errado, irmão.

― Todos juntos! ― Tommy falou e nós o acompanhamos. ― Let it go, let it go!

― Em três dias seremos os Smoak-Queen. Eu te amo, Felicity Smoak! ― gritei para a porta fechada, e sem que eu esperasse, ela se abriu, revelando minha noiva saltitante.

― Eu te amo, Oliver Queen! ― Veio correndo em minha direção e saltou para os meus braços. Péssima ideia, eu estava bêbado e tonto o bastante para não segurá-la eficientemente, e nós dois acabamos no chão.

― Frozen, eu amo Frozen!

― Eu quero ser a Anna! ― reivindicou Caitlin.

Ela e Kara também saíram da casa, e se juntaram aos meninos na cantoria. Pelo jeito, a despedida de solteira de Felicity tinha seguido o mesmo ritmo da minha.

― Vocês vão ser presos por desordem ― Diggle alertou, ao mesmo tempo que se ocupava em filmar a coisa toda.

― Espero que tenham tomado café da manhã, porque essa noite jantaremos no inferno! ― Tommy gritou com o braço erguido, imitando o Rei Xerxes em 300, e todos gritaram como seu povo espartano. ― Ah, meu Deus, eu tive a melhor ideia! Vamos roubar um banco, tipo, La Casa de Papel?

― Eu tenho um macacão vermelho! ― Roy ergueu a mão ao alto.

― Já chega, ninguém aqui vai roubar um banco ― o tenente cortou a ideia quando todos já concordavam.

― Você é um estraga prazeres, seu chato!

― É, chato! ― Felicity concordou com Tommy. Engraçado como as versões bêbadas deles eram tão amigos.

― Já sei, podemos impedir um assalto à banco, tipo La Casa de Papel ― sugeri quando a primeira ideia não foi aceita. ― Eles ainda estão lá na Casa da Moeda, não estão? Por tipo, quinze temporadas? Ou seria no Banco da Espanha?

― Nós vamos pra Espanha, peixinho? ― Balancei a cabeça em afirmação para Felicity.

― Okay, vocês estão delirando. Venham, meninas, eu deixo vocês em casa.

― Eu não vou! ― Caitlin bateu o pé teimosa, cruzando os braços. ― A gente está super bem, eu poderia fazer uma cirurgia agora. Vamos aproveitar a noite!

― O bêbado apaixonado, o bobo alegre, o desligado e o chorão. ― Apontou para mim, Tommy, Roy e Barry, respectivamente. ― E vocês não estão muito melhores, então, hora de encerrar a noite.

― Não! ― continuou a contestar.

― Não, espera… Um, dois, três, quatro, seis, sete, nove, dez. ― Kara começou a contar rápido, apontando para cada um de nós. ― Não, espera. Um, dois, três, cinco, seis, oito, nove, dez. Isso não pode estar certo. Espera… Um, dois, três, cinco, sete, oito, nove, dez. Não, espera…

― Kara entrou em looping, Kara entrou em looping ― Felicity cantarolou batendo palmas. ― O que está contando, Karazinha?

― Somos dez, não cabe no carro.

― Alguém vai subir no colo de alguém e alguém vai ganhar uma dança no colo de alguém ― minha noiva continuou a cantar suas palavras.

― Eu sei de quem eu quero uma dança no colo.

― De quem? ― Felicity pulou até Tommy, como uma criança curiosa.

― É segredo ― completou tentando segurar a risada, até falhar nisso e explodir em uma sonora gargalhada.

― Não vai ter dança no colo nenhuma, a minivan tem vagas de sobra para todos! Todos para dentro, antes que o coitado do Barry desidrate de tanto chorar. ― Todos olhamos para ele.

― É que isso é muito bonito, cara, as pessoas casando e tudo. ― Barry havia descido em algum momento e agora chorava sentado na beira da calçada. ― O amor é lindo, eu amo o amor!

― Eu sei, parceiro, eu sei. ― Diggle o levantou e o ajudou a entrar no carro. ― Meninas, lá atrás, Roy perto do Barry, Tommy, aqui do meu lado, você é o pior.

― Eu não aceito que mulheres sejam colocadas atrás dos homens em situação nenhuma. Exijo que ocupemos lugar de igualdade. ― Caitlin determinou.

― Tudo bem, troquem com os meninos, é só o lugar no banco do carro.

― Em que século estamos que precisa ser feito esse tipo de separação onde homens e mulheres não podem sentar juntos?

― Senhor, dai-me paciência ― o tenente pediu olhando para o céu. ― Tanto faz, sentem onde quiserem. Ainda ganhei de brinde a bêbada matemática e a militante e vou deixando a cantora para trás. ― Depois de longos minutos para que todos estivessem alocados, Diggle finalmente entrou no carro. ― E vocês dois, se comportem! ― falou para mim e Felicity, se inclinando na direção da janela do carona.

― Vocês dois vão fazer agora, não vão? ― Tommy insinuou maliciosamente com um sorrisinho de lado.

― Coloca a cabecinha pra dentro, Merlyn!

― Ollie vai colocar a cabecinha pra dentro.

― Ah, meu Deus, só cala a boca! Tchau. ― Fechou todos os vidros, o nariz de Tommy quase ficando para fora quando ele recusou a entrar.

― E nós dois, babe?

― Peixinho, peixinho, eu quero nadar com o meu peixinho!

Tão logo fechamos a porta e o vestido dela, minha calça e camisa saíram com uma velocidade invejável e se espalhando pela sala, enquanto nos alternávamos em beijos e uns amassos bem intensos. Ela estava descalça, o que fez eu perceber que também estava. Onde tinha deixado meus sapatos e como não notei a falta deles antes?

― Você fede a whisky ― falou, sua respiração ofegante contra meu pescoço, enquanto eu me ocupava em sugar o seu.

― E você a tequila, amor.

― Já sei, vamos tomar um banho?! ― Me afastou com as mãos em meus ombros, já indo em direção às escadas, até que parou bruscamente e me olhou com os olhos estreitados parecendo se perguntar o que eu estava pensando. ― Você entendeu que não vamos tomar banho, não é?

― Claramente. ― Sem aviso, a agarrei pelas pernas e a joguei sobre meus ombros, um gritinho surpreso saindo de sua garganta.

― Não corre nas escadas, vamos morrer!

― Não antes de chegar lá. ― Chutei a porta do quarto e logo estávamos no banheiro, quando a coloquei no chão, voltando a beijá-la.

Caminhamos juntos cegamente pelo banheiro, até sermos inundados pelo jato de água morna, que ela ligou em algum momento. Nossas roupas íntimas foram as próximas a irem para o chão.

― Ah, meu… ― seu grito ficou suspenso no ar quando a segurei pelas coxas e ergui para estar com as pernas rodeando meu quadril, nossas intimidades se tocando.

― Feliz despedida de solteira!

― Feliz despedida de solteiro! ― desejou de volta, um segundo antes de estarmos finalmente unidos fisicamente.

Suas costas batiam contra a parede fria do banheiro enquanto eu arremetia contra ela, nossos gemidos ficando mais altos a cada entra e sai. Por sorte ninguém morava perto o bastante para ouvir, ou estaríamos dando um verdadeiro show naquele banheiro para a vizinhança inteira. Mesmo com a mente nublada da bebida, eu podia sentir o orgasmo chegando pra mim e para ela, e mais algumas investidas para o alcançarmos.

― Quem disse que álcool afeta o desempenho sexual? ― questionei em retórica.

― As pesquisas ― respondeu simplesmente, acalmando a respiração.

― Se fosse verdade, não haveria tanta gente engravidando em Vegas ― argumentei, saindo de dentro dela, mas ainda assim, nos mantendo abraçados.

― Isso que disse nem faz sentido.

Pra mim fazia muito. Se tanta gente casava em Las Vegas porque estava bêbado, muita gente deveria engravidar também, ué. Era lógico.

― Quer saber, vamos testar nosso desempenho na cama? ― Ergui as duas sobrancelhas em um gesto sugestivo e ela riu concordando.

― Melhor despedida de solteiro da vida!

~

Grunhi com as duas mãos na cabeça, apertando meu crânio como isso fizesse a dor diminuir, mas foi inútil. Cada vez que a colherinha batia nas bordas da xícara enquanto Felicity mexia seu chá, era como se fosse uma martelada direto em uma bigorna. Em cima de mim.

― Tão alto ― reclamei, e ela diminuiu a velocidade que mexia o líquido, mas não ajudou em nada.

― Minha cabeça dói como se a Shakira e toda a África fizessem a coreografia de Waka Waka das olimpíadas em cima do meu cérebro. ― Ela desistiu do chá, baixando a cabeça sobre o balcão da cozinha.

― Copa do Mundo ― a corrigi.

― Quê? ― Ergueu o olhar pra mim, me julgando por tê-la corrigido.

― Essa música é da Copa do Mundo de 2010, não das Olimpíadas ― expliquei.

― Eu não me importo ― resmungou e voltou a deitar sobre os braços no mármore. ― O que aconteceu noite passada?

― A última coisa que eu lembro é de estar bebendo com os caras. Diggle me mandou um vídeo de todos nós aqui em frente de casa, mas é humilhante demais para ser compartilhado.

― Sério, Let It Go? ― Sorriu pequeno, então fechou os olhos em uma careta de dor. ― Ai, minha cabeça dói até pra sorrir.

― Você lembra?

― Não, mas ele mandou o vídeo pra mim também ― admitiu. ― A última coisa que lembro é da Sara fazendo tatuagens na gente que espero mesmo que sejam fake.

― Tatuagens? ― Me mostrou no pulso algo que eu ainda não havia notado. Era uma pequena estrela e em cada ponta haviam as letras T, K, F, C, S. As iniciais delas.

― Desconfio que em algum momento da noite achamos que essa seria uma boa ideia e cada uma de nós cinco tem uma dessas.

― Uau, vocês garotas são tão selvagens!

― Sara é maluca e eu nunca mais vou beber na vida! ― exclamou alto e foi como uma facada no cérebro. ― Ai, gritar também dói.

― Em nós dois, babe. ― Massageei minha testa com a palma da mão. ― Consequências demais… ― reclamei.

― Por falar em consequências, preciso de uma pílula do dia seguinte, tenho certeza que a camisinha não estava entre nossas prioridades noite passada, e vai que meu anticoncepcional falha… Melhor não arriscar.

― Fizemos sexo? ― questionei franzindo o cenho.

― Acho que sim. Meu palpite é que começamos no banheiro, que estava uma zona com água espalhada, e terminamos na cama, que estava úmida.

A campainha tocou e o barulho ecoou pela casa. Nos dois tapamos os ouvidos, mas estava muito alto, e não parava.

― Tão alto ― ela reclamou.

― Eu atendo. ― Até caminhar doía. Deus, que ressaca!

― Bom dia, casal! ― Sara entrou tão logo abri a porta, aos gritos.

― Fala baixo, criatura ― pedi cochichando.

― Uau, vocês estão péssimos. ― Olhou de mim para a cozinha, onde Felicity estava deitada no balcão. Minha noiva apenas ergueu dois dedos em uma continência à distância. ― O que aconteceu?

― Como assim? Ontem à noite aconteceu!

― Foi bom, hein? Precisamos repetir.

― Como você pode estar tão bem, bebeu ontem mais que todo mundo aqui em casa! ― Felicity veio até nós, deitando a cabeça no meu braço.

― Porque eu não tenho o fígado de uma criança de sete anos, querida ― justificou. ― Mas meu assunto é com a Elsa aqui.

― Diggle mandou a droga do vídeo pra todo mundo? ― resmunguei para mim mesmo.

― Temos um caso, assassinato na cafeteria! ― Sara bateu com o arquivo na minha cabeça.

― Ai.

― Oh, meu Deus, ela fala tão alto! ― Felicity reclamou, já indo em direção ao quarto. ― Bom trabalho aos dois, eu vou tomar um frasco de aspirinas e dormir mais umas duas horas. Tchau, Sara.

― E a gente…

― A gente nada, o capitão sabia da nossa comemoraçãozinha e me deixou voltar ao trabalho só mais tarde. Só saio desse pijama depois do meio dia!

― Qual é, cara?! ― Esmurrou meu ombro. ― Eu sei que latrocínios são seus preferidos, você ama conversar com as testemunhas, analisar a cena do crime, coletar pistas, ler o relatório do legista! ― fingiu empolgação.

― Não, meus preferidos são perseguições em alta velocidade, por cima de carros e por cima de prédios. ― Sentei no sofá com os pés sobre a mesinha de centro, cruzando os braços e fechando os olhos. ― O que você terá lá é um ambiente bagunçado e depoimentos que são variações de "eu não vi o que aconteceu" ou "foi tudo muito rápido". É chato, por isso quer me arrastar junto!

― Ótimo, não quer ir, não vai. ― Abri os olhos e encarei desconfiado quando desistiu, e ela apenas mexia em seu celular. ― O que está fazendo?

― Nada de mais, só postando um vídeo. Se o mundo achou que Blackstreet Boys havia sido o auge de vocês, espera eles verem como ficam adoráveis enquanto constroem um castelo de gelo na calçada de casa. ― Me deu um sorriso maligno. Chantagista.

― Vou trocar de roupa ― me rendi, já ficando em pé.

~

― Dá pra melhorar a cara de bunda? Só pode ter um mal humorado entre nós dois, e você sabe que sempre tem que ser eu ― Sara reclamou comigo, mas rolei olhos por trás dos óculos escuros, sentando ainda mais relaxado no banco do carona.

― Tô de ressaca ― justifiquei.

― Devia ter vindo sozinha ― falou estacionando o carro perto de onde já se aglomerava uma pequena multidão de curiosos em torno da faixa amarela que cercava o lugar.

― Devia mesmo ― concordei, saindo do carro. Toda aquela luz ia lutar e ganhar contra os remédios pra dor de cabeça que tomei, já estava prevendo.

Apresentamos nossos distintivos e passamos por baixo da faixa de isolamento, apenas o pequeno ato de baixar a cabeça, fazendo ela martelar. Concordo com Felicity, nunca mais bebo na vida.

― Detetives Lance e Queen, o que temos aqui? ― Ela perguntou ao guarda de patrulha que chegou primeiro e cuidava das coisas até o momento.

― Roubo seguido de morte. Vítima: homem adulto, quarenta e poucos anos. Era o gerente do lugar.

― Testemunhas?

― Sim, apenas seis, ainda era muito cedo. Um casal, um grupo de três amigas, mais a garçonete, mas eles não têm muito o que falar, só disseram que…

― Deixa eu adivinhar… Foi muito rápido, não viram direito o que aconteceu? ― chutei, tirando os óculos e o homem assentiu impressionado.

― Sim, como sabia?

― Eu sou um detetive muito bom, né não? ― Dei uma pequena cotovelada no braço de Sara, me gabando por estar certo.

― Cala a boca, Queen. ― Rolou olhos. ― As testemunhas?

― Lá dentro, só esperando vocês, inclusive o homem do casal é um detetive de Central City que estava de folga, Thawne. O corpo também ainda não foi tocado à espera da equipe legista. ― Ela apenas acenou com a cabeça e entrou. Agradeci ao guarda e a segui para dentro, onde uns poucos policiais circulavam.

― Eu sabia! Ah, como eu sabia. ― Minha parceira deu um soco na palma da mão. ― Vou já ali filetar uma piranha.

― O que foi, Sara?

― Dá uma olhada no casal.

Meu olhar seguiu o dela, encontrando ninguém menos que Íris, acompanhada de um cara loiro. Meu choque em ver a namorada do meu amigo ali acompanhada por outra pessoa me fez perder o momento que Sara já avançava na direção dos dois, e tive que correr para alcançá-la.

― Ora, o que temos aqui? Um corpo e uma vaca.

― Sara, Oliver? O que fazem aqui? ― Os olhos dela estavam arregalados com a surpresa.

― Chocada em nos ver, queridinha? Imagina a surpresa do Oliver em te ver com alguém que não é seu namorado. Não eu, você nunca me enganou.

― Não é o que parece. ― Estendeu as palmas em nossa direção.

― O que está acontecendo aqui, Íris? ― O cara loiro perguntou a ela.

― São amigos do Barry ― explicou, e ele balançou a cabeça como se entendesse.

― Ah, e você sabia que ela era comprometida, loiro gostoso? Que baixo, hein, que baixo!

― Vocês não sabem o que está acontecendo, sou o detetive Eddie Thawne, CCPD. ― Nos mostrou o distintivo. ― Estava no banheiro quando aconteceu o assalto por isso não tenho uma descrição pra vocês, e sem minha arma para poder fazer qualquer coisa.

― Eu não me importo mais com isso, quero saber do chifre que essa aí está colocando no nosso amigo.

― Dá pra explicar, Íris? ― exigi. Eu estava com mais paciência que Sara, mas não tanta.

― Eu não estava traindo Barry, eu nunca fiz isso. Conheci o Eddie quando fui visitar meu pai em Central City, ficamos amigos.

― Amigos que viajam onze horas de trem pra tomar café? Admite logo que está afim desse cara! ― Íris mordeu os lábios, evitando nosso olhar, quase uma admissão de culpa.

Droga, Barry ia ficar arrasado.

― Eu amo o Bar, amo desde sempre. Mas a gente começou nosso namoro ainda crianças, e está meio que virando uma amizade. Como eu poderia imaginar que me sentiria assim e que conheceria outra pessoa?

― Não é amizade para ele, e você deveria ter falado. ― Fui em defesa do meu amigo.

― Eu sei que deveria, mas não quero magoá-lo.

― Olha que princesa, tadinha dela ― Sara ironizou.

― Prometem que não vão contar?

― Eu não vou contar nada, você vai, agora ― exigi. ― Você vai procurar o Barry e contar tudo pra ele.

― Sim, e vai ser meiga, fofa, assumir toda a responsabilidade e culpa, pedir desculpas e fazer tudo que tiver que fazer pra ele se sentir bem, me escutou? Todos esses caras têm medo de mim por um motivo ― a loira ao meu lado ameaçou. ― E você, Thor baixinho, fica de olho. Fez com o Allen, vai fazer com você um dia.

― Ah, e se não ficou claro até agora, está desconvidada do meu casamento ― decretei, saindo da presença deles. ― Inacreditável.

― Não é?! ― Sara concordou comigo. ― Vou falar com as outras testemunhas e encaminhá-las pra delegacia, você pode ver se tinha alguma câmera viável funcionando? ― Concordei com a cabeça e fui para o lado de fora do lugar falar com o guarda que havia nos recebido no início e o com o dono da cafeteria, que havia acabado de chegar.

― Bom dia, sou o legis… ― a fala foi interrompida por um bocejo bem audível. ― Desculpem, sou o legista. Barry Allen.

― Barry? ― Eu que estava de costas, me virei para vê-lo com sua grande mala de sempre, cabelos meio bagunçado e como eu, óculos escuros para esconder a cara da noite passada.

― Hey, Oliver, te chutaram da cama também?

― Barry ― repeti, sem saber exatamente o que fazer. De todos, logo ele havia sido mandado pra cá, como naquelas coincidências horríveis que só se vê nos filmes.

― Sim, sou eu. ― Sorriu passando por mim. ― E as pessoas ainda dizem que eu sou o estranho e você o descolado.

― Hey, Barry! ― Deixei o dono da cafeteria falando sozinho e me apressei em barrar sua entrada. ― Bem-vindo ao assassinato! ― falei fazendo um gesto amplo. ― Pronto, agora que já viu, não quer sair pra trabalhar em outro lugar ou tomar um café, sei lá?! ― Tudo bem que fiz a exigência para Íris contar logo tudo para ele, mas isso não deveria ser feito no meio de uma cena de crime, com o outro cara olhando.

― Eu já estou atrasado, tenho que trabalhar e você também, não?!

― E o jantar de ensaio? ― Mais uma vez fiquei em seu caminho. ― Amanhã à noite, lembra?

― Claro que lembro, agora me deixa passar. O que há de errado com você hoje, Oliver? ― Fiz uma careta não consegui mais o impedir, a menos que usasse a força. ― Aquela é a Íris, ela estava aqui? ― Nem esperou por minha resposta, já correu preocupado ao encontro dela, deixando sua maleta de CSI em qualquer lugar no chão.

― É o Allen? Que azar, vai descobrir tudo na lata! ― Sara chegou até mim.

― Não deu pra segurá-lo. Coitado, ele não merecia ― lamentei.

― Então, é como trair um ursinho carinhoso. ― Fez uma cara de pena. ― Vamos ao trabalho, melhor terminar logo com isso. E você parece melhor do seu drama da bebida ― observou.

― Nada como um drama de verdade pra curar ressaca.

~

― Pega leve com as asinhas de frango, parceiro. ― Dei dois tapinhas em seu ombro, indo para o lado de Tommy, que me serviu um copo igual ao seu. ― Coitado.

― Coitado nada, olha ele aí, sendo paparicado por praticamente todas as mulheres, ele é o cara mais sortudo da festa. ― Apontou com o copo para o sofá, onde Barry estava cercado por Felicity, Kara e Caitlin, que o consolavam, até Sara ficava batendo no topo da cabeça dele, acredito que sua versão para um cafuné. ― Jogada clássica.

― Até parece que não conhece nosso amigo, essa jogada clássica é sua.

― Touché ― concordou comigo, tocando nossos copos em um brinde.

Barry e Íris haviam terminado no dia anterior, depois de uma longa conversa no meio de uma cena de crime. Ela disse que os sentimentos dela haviam mudado para amizade e não queria mais seguir com o relacionamento. E para piorar, Íris ia embora para Central City. Fazia sentido, já que a família e o provável futuro namorado eram de lá, e Barry era a única pessoa que a prendia aqui.

Todo o drama agora usava como palco meu jantar de ensaio. Como seria apenas para amigos mais íntimos, decidimos fazer em casa mesmo.

― Mas sabe o que eu não entendo? ― Tommy continuou a falar. ― Por que ficar assim por uma mulher? Acabou? Acabou, é seguir em diante, não há mais nada o que se fazer.

― Fala isso porque nunca se apaixonou.

― Desenvolva ― pediu com curiosidade, virando o corpo em minha direção. Fiz o mesmo.

― Você nunca amou tanto de alguém que apenas a ideia de não poder mais abraçar, beijar, conversar e ver ela todos os dias te dá uma coisa. ― Fiz um gesto perto do meu coração, sem saber exatamente como explicar. ― Dor no peito, coração acelerado…

― Procure um médico, cara, você está doente. ― Sorriu sem dar importância alguma ao que eu tinha dito, tomando um pequeno gole.

― Você não tem jeito. ― Rolei olhos.

― Estamos falando de novo sobre o traço psicopata de Tommy por não conseguir se importar com ninguém? ― Felicity chegou até nós, me abraçando pela cintura.

Ela estava especialmente linda essa noite, o vestido vermelho e justo se destacando em sua pele e a deixando iluminada.

― Se for pra ficar daquele jeito... ― Tommy apontou o indicador para Barry. ― Passo.

― Ele vai ficar bem ― minha noiva falou, descansando a cabeça em meu ombro. ― O que as pessoas não conseguem ver logo que finalizam um longo, ou até mesmo um curto relacionamento, é que podem encontrar alguém que combine mais com elas, e serem ainda mais felizes. Por enquanto, ele precisa só sentir essa dor, pra então deixar ir.

― Nossa, amorzinho, quer dizer que pretende encontrar alguém melhor que eu? ― brinquei.

― Quer dizer que pretende terminar comigo? ― retrucou sorrindo. ― Nunca ― respondemos juntos, trocando um selinho em seguida.

― Eca! ― Tommy exclamou, nos dando as costas e indo falar com Diggle e Lyla no outro lado da sala, nós dois rimos.

― Sinto falta da Donna, uma pena ela só poderá chegar amanhã na hora da cerimônia ― lamentei. ― Queria apresentá-la ao capitão. ― Ela sorriu, como se eu falasse algum absurdo.

― Nem me fala, queria minha mãe aqui, mas não por seus motivos Tinder, amor. Podemos servir o jantar, sua irmã ainda vem?

― Sim, me mandou mensagem, só está atrasada, algo tão atípico da nossa família ― ironizei, e com o timing perfeito, a campainha tocou. ― Olha ela aí.

Quando abri a porta, realmente era minha irmã ali, mas estava acompanhada por minha mãe. E eu estava quase deserdando Thea do cargo de minha caçula se continuasse aprontando dessas.

― Mas o que…

― Boa noite, casal lindo! ― A descarada cumprimentou como se não tivesse fazendo nada de mais. ― Estamos muito atrasadas?

― Mas que merda, Thea?

― Eu te disse que ele não ia gostar, melhor eu voltar pra casa ― minha mãe falou, já se voltando para ir embora. E olha quem criou algum bom senso!

― Calma aí, mãe. ― Thea a segurou pelo pulso, impedindo de sair.

― Você não vê que criou uma situação constrangedora aqui, querida? ― Olhou para mim, então para Felicity.

Meu olhar fez o mesmo caminho, e minha noiva se remexia desconfortável no lugar, trocando o peso das pernas e mordendo o lábio, mesmo que ainda sustentasse o olhar na minha mãe sem desviá-lo. A abracei mais forte.

― Não, parou! Vocês estão chamando a atenção de todo mundo, podemos conversar aqui na varanda por dois minutos, Ollie?

― Não acho que…

― Vem sim! Você também, cunhadinha!

Depois de sermos praticamente obrigados e arrastados a isso, fomos os quatro para o lado de fora, e fechamos a porta.

― Explica.

― Trouxe mamãe aqui sem avisar porque queria diminuir o impacto de levá-la amanhã ao casamento sem avisar. Pronto, falei! ― determinou cruzando os braços em sua clássica pose birrenta.

― Thea!

― Essa briga de vocês já rendeu tempo demais, e essa é uma ocasião especial e ótima para reconciliações. Eu pensei que iam fazer as pazes quando você começou a ir em todas as sessões de quimio, mas daí os dois parecem duas estátuas mudas e eu tenho que manter toda a conversa. É desgastante, tenham pena de mim! ― Ela olhou para todos, que não falaram nada. ― Ainda sem ter o que dizer? Pois eu digo. Ela é sua mãe e devia estar presente em seu casamento.

― Você está sendo inconveniente e narcisista como sempre. Não vê a situação que coloca para Felicity e eu?

― Lissy, melhor pessoa que conheço, que consertou o meu irmão… ― Se virou para a loira. ― Tudo bem mamãe ir ao casamento? Ela promete ficar quietinha, sem ex malucas e cheques milionários, só uma mãe querendo fazer parte do momento especial do filho, não é, mãe? ― Deu uma cotovelada de leve na mais velha.

― Sim, claro.

― Essa é uma decisão do Oliver, não minha ― respondeu, falando pela primeira vez. ― Melhor vocês conversarem, eu vou voltar para dentro. Temos convidados que a esse ponto, acham que a gente fugiu. ― Soltou uma risada sem graça.

― Senhorita Smoak, antes de ir… ― mamãe a chamou. ― Preciso lhe pedir desculpas pelos acontecimentos ocorridos logo após o noivado. Eu estava sendo uma mãe super protetora, e entendo que poderia ter causados danos sérios no relacionamento de vocês, e por isso, eu peço perdão aos dois.

Okay, agora fiquei impressionado. Eu não lembro de uma única vez ver minha mãe se desculpar por qualquer coisa que havia feito, e olha que eu mesmo poderia escrever uma lista comprida bem agora.

Felicity apenas assentiu, e me abraçou.

― Você já sentiu a dor, hora de deixar ir ― cochichou apenas para mim. ― Com licença. ― E entrou.

― Então...

― Olha, se formos fazer isso vai ser do meu jeito ― exigi, me virando para elas. ― Você vai ficar na sua, sem dar opinião ou criticar nossas escolhas para a cerimônia. Não vai implicar com a mãe da Felicity ou com nenhum dos nossos convidados, e nem se tornar a anfitriã, essa festa não é sua.

― Ela vai se comportar, vou ficar de olho ― Thea prometeu, sorrindo por mais uma vez ter vencido.

― E só estou fazendo isso porque minha noiva consegue ser extremamente compassiva sobre toda essa coisa, mas não abuse. ― Esperei alguma réplica impertinente por parte da minha mãe, mas ela apenas balançou a cabeça, concordando com tudo. ― Ótimo.

Quando entrei, todos os olhares estavam sobre nós, mesmo que a maioria tentasse disfarçar a curiosidade e até o um certo receio sobre como levar a situação.

― Tudo bem? ― Felicity chegou até mim, falando baixinho e me abraçando, apenas balancei a cabeça em concordância. ― Vamos servir o jantar?

― Eu só gostaria de fazer um brinde antes. ― O capitão pediu a fala. ― Sei que o melhor momento para isso seria amanhã, mas tenho certeza que o detetive Merlyn vai querer toda a atenção para si.

― Nunca errou! ― Tommy gritou em concordância.

― Okay, vamos lá… ― Tomou uma respiração, enquanto Diggle e Ray ajudavam Kara a distribuir taças de champanhe para todos. ― Amanhã estarei casando um filho, e só Deus sabe como estou feliz por não ser com uma das minhas filhas. ― Uma risada coletiva foi ouvida. ― Conheci Oliver mais de dez anos atrás, quando um playboy milionário e debochado destruiu propriedade pública com seu esportivo novinho no meu turno. ― Fechei os olhos e neguei de leve com a cabeça com lembrança de quando fui detido a primeira por aquele detetive intransigente e insubornável. Oh fase! ― Conheci Oliver de novo quando veio trabalhar na minha delegacia, alguns anos depois, ainda como guarda de patrulha. Imaturo, sempre atrasado…

― Eu devia parar esse brinde antes que meu filme queime completamente e Felicity desista? ― questionei e todos riram.

― Continuando… Oliver estava diferente. O amor por ser policial estava nele, então fazia tudo com extrema competência e dedicação. Então temos o Oliver da fase Felicity, mais cuidadoso, responsável e com uma gramática bem melhor. Estou orgulhoso da pessoa que você é hoje, Oliver, mas esse brinde é pra sua noiva, afinal, o mérito é quase todo dela. Ao Oliver e Felicity! ― Ergueu a taça. Fiquei emocionado. Meu pai estava morto, minha relação com Moira era uma merda, mas ali em tinha uma nova família.

― Ao Oliver e Felicity! ― Todos falaram em coro.

― Isso foi lindo, capitão Lance, obrigada. ― Nos aproximamos dele quando todos já se dirigiam para nossa cozinha, que hoje serviria como sala de jantar.

― Obrigado, de verdade. ― O abracei. ― As pessoas não ficam orgulhosas de mim com frequência.

― A gente fica, só não falamos ― atestou com uma piscadela. ― Parabéns, filho. Parabéns e muito obrigado, querida.

― Uau, está mesmo acontecendo! ― Felicity falou quando todos já se ajustavam em seus lugares e nós dois ficamos para trás. ― A gente se casa amanhã, peixinho. Você está dando a típica crise de noivo, nervoso, pensando em desistir, querendo correr para as montanhas?

― Só se fosse para te levar junto, babe. ― Beijei seus lábios. ― Eu te amo, e amanhã vai ser só o primeiro dia do nosso felizes para sempre.


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Notas finais do capítulo

E eu continuo a considerar Sara a melhor pessoa!! Como vocês ainda acharam que eu poderia tirá-la da história capítulo passado? Sem condições, né? Enfim... Espero que tenham gostado do capítulo. Se estão se perguntando porque não foi mostrado a despedida de solteiro deles com detalhes, é porque nada de grande além do que foi comentando aconteceu, e tínhamos mais histórias para contar por aqui.

Agora aos recados mais importantes até agora de POU. Se nunca prestam atenção nas notas finais, leiam apenas essas...

Primeiro...
Próximo capítulo já o casamento!! Yey!! Mas não seria um evento comum, jamais, então esse dia vai ser contado em três capítulos. Mas, Ellen, vamos esperar três semanas para ver o que acontece? NÃO!! Os três capítulos serão lançados na mesma semana, dia 08/06, 10/06 e fecharemos com o último dia 12/06, às 17h (coloquem o alarme! kkkkkkkkk). Estou escrevendo os capítulos já faz um tempo, tendo muita atenção nos detalhes e cuidado com a história, torcendo para que vocês gostem.

Segundo...
Eu e mais seis autoras maravilhosas iremos lançar uma coletânea de ones Olicity de Dia dos Namorados. Está tudo tão lindo, que vocês vão se apaixonar por esse casal a cada história!! As postagens começam dia 05/06, então fiquem atentos!! E pra quem já está curioso e ansioso, a Cin postou um vídeo spoiler no twitter dela, vou deixar o link aqui. https://twitter.com/Cinthya_Smoak/status/1263958070889254916

Espero que tenham lido tudo, espero a todos nos reviews. Favoritos e recomendações, quem sabe, pra inspirar a autora que vos escreve... Bjs*

p.s: Alguém precisa comentar, Barry ficou mesmo solteiro nas vésperas do casamento? Isso terá alguma influência na história como um todo, em algumas pessoas, ou nada vai mudar já que a gente mal via ele por aqui? *suspense*



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