Pictures of Us escrita por Ellen Freitas


Capítulo 12
Truth or Dare || Felicity


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas!! Tcharan!!

Gostaram da surpresa ou nem sentiram minha falta?
Decidi aparecer aqui mais cedo, porque, de hoje até o dia dos namorados, teremos uma maratona de postagens de POU!! Eu ouvi um "aleluia, arrepiei"? Mas falaremos mais disso depois.

Por hoje, quero agradecer para todos que tem deixado reviews tão perfeitos. Chame de TPM, chame de quarentena, chame de saudade de bater perna sem razão nenhuma, mas estou muito emotiva, principalmente com as coisas lindas que vocês tem deixado. É cada mensagem perfeita de amor, confiança, compreensão, que me traz lágrimas aos olhos. Enfim...

Vamos ao capítulo!! Esse está bem mais leve e tranquilo, com a galera toda de volta. Confusão? Com certeza!! Boa leitura e até as notas finais!! Bjs*



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― Podia ser um diamante maior, só acho ― Caitlin observou, fazendo uma careta. Estávamos eu, ela, Iris e Kara na minha cozinha, jogando conversa fora enquanto os outros arrumavam os jogos na sala. Girei minha mão esquerda na frente dos meus olhos, um sorriso brotando fácil dos meus lábios.

― Até poderia, mas não seria perfeito como esse anel é e como Oliver é. ― Caitlin rolou olhos, abrindo minha geladeira em busca de algo, pegando um pote de Nutela e uma colher, e atacando o doce.

― Você vai casar! ― Kara bateu palmas animadas.

― Eu vou casar! ― repeti aos gritos. ― Oh, meu Deus, eu já tenho tantas coisas planejadas, não vou conseguir terminar de organizar tudo em menos de um ano.

― Vai devagar aí, Felicity, eu tenho uma sanidade que pretendo manter por longos anos e você não vai estragar ela com sua obsessão por planejamento.

― Guarda um pouco de amargura pro Tommy, Cait ― rebati. Minha amiga estava especialmente chata nesses dias, mas isso não estragaria mesmo minha felicidade.

― Guarda um pouco de alegria excessiva para o Oliver ― retrucou.

― Obrigada por meu deixarem trazer o Mon-El! ― Kara chamou a atenção para si, cortando o climão. ― Tomara que não estejam traumatizando o coitado lá fora. E, sobre os planejamentos do casório, pode contar comigo.

― Querem saber, vou deixar o momento Missão Madrinha de Casamento pra outro dia. ― Caitlin abraçou meu pote de Nutela e saiu da cozinha.

― O que deu nela? ― Iris perguntou curiosa.

― TPM, eu acho, é a única coisa que geralmente a deixa assim. Isso e o Tommy, é claro ― respondi sem me abalar. ― É bom ele se cuidar, porque, mesmo que a raiva dela esteja aplacada nos últimos meses, qualquer brincadeira e aquele topete já era.

― O que não seria de todo ruim ― a morena completou e nós duas concordamos. ― Mas você falou em um ano. Já marcaram a data?

― Ainda não determinamos isso, mas não queremos ser um daqueles casais que prolongam um noivado por anos, vou tentar adiantar tudo. Não vai demorar mais que uns poucos meses.

― Meu nome na barra do vestido, viu? ― pediu sorrindo. ― Melhor eu vou voltar para sala antes que corrompam meu Barry. Beijinhos, meninas. ― Soprou dois beijos em nossa direção, deixando a cozinha. Entortei o pescoço para aquele comportamento tão incomum e simpático.

― Hm, as coisas parecem mais amigáveis entre vocês. Ela não tem mais ciúmes da sua amizade com o Bar?

― Namorar Mon-El meio que suavizou as coisas ― Kara esclareceu, dando de ombros. ― E ela está tentando, sabe? Fazer parte da galera por causa dele.

― Por experiência própria, vocês podem ser difíceis, mas eu vejo que vale o esforço. Quer dizer, não só por ficar bem com Oliver, o que é importante, mas vocês são boas pessoas. Estranhas, muito estranhas, mas boas.

― Eu acho que deveria agradecer, mas não me parece bem um elogio ― brincou.

― Foi um elogio. ― A abracei pelos ombros, voltando para a sala.

Toda aquela bagunça generalizada estava me dando arrepios de ansiedade, mas bem menos do que quando minha casa começou a ser tão frequentada por todos aqueles doidos. Kara foi sentar ao lado do namorado e logo eu também estava no colo de Oliver, acariciando seus cabelos enquanto ele brigava com Tommy e Sara sobre jogar Banco Imobiliário, Detetive ou Imagem e Ação.

― Banco Imobiliário é a coisa mais chata do mundo! ― Sara reclamou. ― Dura duas eternidades e destrói amizades mais do que a Felicity!

― Hey! ― reclamei.

― Não vamos jogar detetive, Sara, já fazemos isso todos os dias ― Tommy rebateu. ― Se eu tenho preguiça de fazer isso quando me pagam, imagina de graça.

― Por que não jogamos UNO? ― Mon-El sugeriu, mas Kara rapidamente tapou a boca dele, todos os outros negando efusivamente a ideia. ― Ué, qual o problema?

― Jogo proibido nas noites de jogos.

― Por quê?

― Felicity baniu só porque a última vez acabou no hospital. Injusto ― Sara reclamou, cruzando os braços como uma criança birrenta.

― Injusto nada, ainda tenho a cicatriz dos pontos que eu levei ― Curtis declarou.

― Porque é desastrado e não sabe nem correr.

― Eu estava fugindo de você, sua lunática! E Tommy e Caitlin também foram parar no hospital no mesmo dia.

― Semi coma alcoólico, quem nunca? E eu nem me lembro do que aconteceu. ― O moreno deu de ombros. ― A culpa não foi minha se ela não sabe a hora de desistir de um jogo. ― Todos olharam para Caitlin esperando a costumeira réplica, mas ela nem deu a mínima para ninguém além do seu doce, e até Tommy fez uma careta quando não teve sua resposta malcriada de sempre. ― Sem graça.

― E sem falar que Felicity quase terminou comigo naquela noite ― Oliver se manifestou.

― Você me deu dezesseis cartas, seu descarado! ― defendi meu ponto para Oliver, lhe dando um soco no braço. ― Isso não é coisa que um namorado faça com uma namorada.

― Okay, eu retiro minha proposta então.

― Bem pensado, querido. ― Kara segurou sua mão em gesto condescendente. ― A gente geralmente só fica quieto e deixa eles se matarem sozinhos. ― Barry e Iris concordaram com a cabeça.

― Por isso é sempre um de vocês que ganha? ― Oliver estava tão surpreso quando eu ao descobrir a estratégia deles. ― Seus falsos!

― Não importa! Acabamos com o jogo que eu sugeri desde o início, então vamos lá para Imagem e Ação. ― Todos acabamos concordando com o Merlyn.

Era um jogo de crianças, o que poderia dar errado?

Resposta para minha pergunta: tudo poderia dar errado em questão de minutos!

― Peixinho, tira ela de cima do Roy! ― gritei pro meu noivo. Oliver se apressou em segurar na cintura de Sara, que logo rebateu com uma cotovelada no nariz dele, o fazendo cair para trás.

― Tommy, Barry, Curtis, o outro cara, uma ajudinha aqui? ― Ele passou a mão pelo rosto e foi quando viu o sangue na ponta dos dedos, que ficou revoltado. ― Merda, Sara, você quebrou meu nariz?!

― Quebrou? ― Saltei por cima daquele bolo de gente no chão e fui em seu socorro, tentando ver se realmente íamos precisar ir para o hospital mais uma vez. ― Acho que só machucou um pouco, vou pegar gelo.

― Doida! ― Apontou para Sara, me seguindo para a cozinha. ― Aquilo está fora de controle. ― Indicou a sala.

― O que é uma noite dos jogos sem um pouco de sangue, não é? ― falei pegando algumas pedras de gelo e envolvendo em um tecido limpo e colocando no rosto dele.

― Você é incrível, sabe disso, não sabe?

― Espero que isso esteja nos seus votos. ― Deixei um beijo em seu rosto, lhe entregando o gelo para que segurasse. ― Agora me deixa voltar lá antes que eles quebrem a sala inteira.

― Seu ladrãozinho de merda! ― Sara ainda brigava com Roy. ― O tempo não tinha acabado, você só não conseguiu lidar com minha superioridade nas mímicas!

― Superioridade? Você estava roubando!

― Olha aqui, eu vou... ― A loira mais uma vez avançou na direção do meu amigo.

― Segura, segura! ― Tommy fortaleceu ainda mais o aperto na cintura dela diante do grito de aviso do Barry.

― Aquieta, mulher!

― Você tá morto pra mim. ― Apontou dois dedos na frente dos olhos, então os apontou para Roy, que rolou olhos.

― Uau, entendi agora a coisa das proibições.

― E vocês estão prestes a conseguir outra! ― anunciei, falando mais alto com as mãos nos quadris. ― Qual é, galera, não me façam banir Imagem e Ação também! Eu gosto desse.

― Sabe o que devíamos fazer? Procurar algo que todos fiquem sentados e quietos ― Iris sugeriu.

― Ai, meu Deus, tive a melhor ideia! ― Tommy bateu uma palma alta, chamando a atenção de todos, Curtis até deu um saltinho de susto. ― Vamos jogar verdade ou consequência, e a consequência? Tequila!

― Alguém já te disse como você é cachaceiro, Merlyn? ― Kara observou. ― Ficar em observação no hospital tomando glicose direto na veia não te ensinou nada?

― São assim que as boas histórias são construídas, minha doce secretária. E aí, vamos ou não? ― Friccionou as palmas.

― Eu não jogo isso desde que tinha catorze anos, mas... Vamos nessa! ― Sara concordou.

― Deus, vocês vão mesmo embarcar na ideia desse cara que precisa tratar a adolescência tardia na sala de um terapeuta? ― Caitlin se pronunciou, finalmente havia acabado de comer minha Nutela.

― Viram, até a sem graça vai jogar.

― Eu não vou jogar! Desencana, Thomas.

― Fraca.

― Eu não sou fraca, seu imbecil.

― Então joga ― a desafiou, erguendo uma sobrancelha.

― Lissy, traz a tequila ― se rendeu.

― Isso! Eis as regras... Quatro perguntas individuais e uma para o grupo. Todos têm que responder, ou bebem.

― E sobre aqueles que estão dirigindo?

― Vocês não têm opção, então, será a verdade. Prontos?

― Só mantenha suas perguntas para menores de idade, tá bem? ― Oliver falou com o amigo e sentou ao meu lado no chão, como todos os outros, formando um círculo na sala. Aquela ideia era prelúdio de desastre, mas acho que todos já estavam meio que cansados da competitividade agressiva das nossas noites juntos.

― Eu começo! ― Sara pegou a garrafa das minhas mãos.

― Por que ela simplesmente vai... ― Apenas com uma olhada mortal da loira, e o pobre Mon-El se calou. Esse aí aprendia rápido, talvez conseguisse sobreviver à gente.

― Mais alguém quer começar? ― perguntou sem ter a mínima intenção de oferecer a vez a mais alguém, e depois do nariz quase quebrado de Oliver, ninguém teve coragem de se opor. ― Ótimo. ― Ela girou a garrafa, que apontou para Kara. ― Que saco, queria pegar uns segredos bem cabeludos da Felicity ― reclamou.

― Hey!

― Okay, vou tirar então uma dúvida geral da delegacia. ― Tomou uma respiração profunda. ― Você já pegou alguém da delegacia? ― Ergueu as sobrancelhas duas vezes, olhando sugestivamente para Barry.

Nossa, Sara era o demônio. Ela não gostava da Iris e não perdeu a oportunidade de causar a discórdia no relacionamento do pobre do Barry. Observei a morena ficar tensa contorcendo os dedos em seu colo quando Kara baixou a cabeça corando. Oh, meu Deus, tinha mesmo rolado alguma vez, mesmo eles jurando que nunca? Chocada fiquei.

― Eu sabia... ― Tommy cantarolou. ― Meu garoto Barry, toca aqui! ― Ergueu a mão em sinal de high-five.

― Nós nunca ficamos, acho que já disse isso umas mil vezes.

― Eu acho que vou beber. ― A loirinha pegou a garrafa.

― Não, não! Proibido escolher consequência na primeira pergunta.

― Você está inventando essas regras agora, Tommy ― Kara acusou.

― Claro que estou, responde, mulher! Não foi a Sara, ela fez a pergunta. Se não foi eu e nem o Allen, e a gente não fala com ninguém de fora da panelinha... Ai, meu Deus, Oliver?! Foi com o Oliver! ― gritou a dedução.

― Eu acho que eu me lembraria se tivesse dormido com a Kara, Tommy ― apontou como se fosse óbvio.

― Na verdade... ― Todos olharam em completo estado de choque para a loira, Oliver o mais surpreso de todos.

― Melhor jogo de todos! ― Sara caiu na gargalhada com Tommy.

― Jesus amado, quando foi isso? ― Meu noivo parecia prestes a ter um negócio, engasgando com a própria saliva, me dando olhares nervosos, que só me fizeram me juntar aos outros dois nas risadas.

― A gente não... A gente só... Foi só um beijo, quase três anos atrás ― esclareceu. ― Os três tinham bebido demais numa festa da delegacia e eu, Dig e Barry ficamos responsáveis de deixar vocês em casa ― falou apontando para Oliver, Tommy e Sara. ― Então você me beijou, só isso.

― Me desculpa, Kara, eu não lembro.

― Deveria se desculpar mesmo, seu bafo estava péssimo e foi meio molhado e atrapalhado demais. ― Fez uma careta de nojo, levando todo o resto às gargalhadas.

― Amor, eu juro que não te disse porque não sabia.

― Peixinho, relaxa. Já te disse que você não me deve uma lista de todo mundo que já beijou, assim como não te devo uma.

― Você tem uma lista?! Ela é longa? ― exclamou desesperado, arregalando os olhos para mim.

― Gente, essa conversa só fica melhor e melhor! ― Tommy enxugava uma lágrima do canto do olho de tanto rir. ― Deus, me deixa morar nesse momento para sempre!

― Okay, já chega! Minha vez. ― Kara declarou, girando a garrafa. ― Felicity!

― Manda! ― exclamei animada. Era como estar no ensino fundamental de novo.

― Qual a coisa mais ilegal que você já fez?

― Minha garota, gostei da pergunta! ― Sara a incentivou.

― Mas não vai ter uma resposta, porque eu vou beber ― falei abrindo a garrafa e tomando um gole grande, que desceu rasgando na minha garganta.

― Amorzinho, você? ― Oliver me olhou com malícia. ― Vai me contar depois?

― Esquece, Oliver. ― Dispensei a ideia com a mão.

― Tão ruim assim?

― Eu cresci em Las Vegas, babe, e você conheceu minha mãe. Preciso dizer mais alguma coisa?

― Finalmente me deu um motivo para gostar de você, Felicity ― Sara me parabenizou, piscando para mim.

― É estranho dizer que isso me deixou no clima? Você sabe, fantasia de policial e bandida ― Oliver sussurrou ao meu ouvido, deixando uma mordidinha no lóbulo.

― É estranho dizer que estou entrando no clima também? ― Segurei em seu queixo e beijei seus lábios.

― Arrumem um quarto, pelo amor de Deus ― Cait reclamou.

― Desculpa, galera. Minha vez. ― Tampei a garrafa, murmurando um “depois” para o meu noivo e girando o objeto. ― Thomas Merlyn!

― Por favor, não me pergunta com quantas mulheres eu já fiz sexo ao mesmo tempo. Cinco! ― falou o número sussurrando super alto para todos ouvirem, e mostrando a mão espalmada para todos causando um girar de olhos coletivo nas mulheres presentes.

― Cara, qual foi a primeira coisa que eu te pedi quando sugeriu esse jogo? ― Oliver o repreendeu, mas o moreno nem pareceu ligar.

― Minha pergunta: já disse “eu te amo” para alguém que não fosse da sua família?

― Pro Ollie. Minha vez ― respondeu rápido demais, já pegando a garrafa, me fazendo franzir o cenho em estranheza.

― Mentira ― Oliver o desmentiu na hora. ― Teve a Susie Wright. Caralho, eu tinha esquecido da Susie Wright!

― E foi lembrar justo agora, filho da mãe?! ― murmurou entredentes. ― E outra, ninguém pode sair falando a verdade alheia, é contra as regras do jogo!

― Regras que você não respeita desde o início ― Kara observou. ― Conta tudo pra gente, Oliver!

― Tommy teve uma crush enorme por essa garota no primeiro ano do colegial. Ela era dois anos mais velha que ele e não lhe dava a mínima, até que ele fez essa vergonhosa declaração no meio da quadra, todo mundo falou disso por semanas! ― As pessoas da sala se dividiam entre rir da situação ou apenas ficarem sem palavras.

― Meu Deus, ele é humano! ― Curtis comentou abismado.

― E tem um coração de verdade. Quem diria.

― Mas pelo lado bom, perdi a virgindade por causa daquela história.

― Cara, ela te deu um tapa na hora, pode parar com as mentiras.

― Mas as outras garotas me acharam um fofo, e assim nasceu o cafajeste. ― Apontou para si em um gesto encenado, então girando a garrafa. ― Sara Lance, Sara Lance... Qual a coisa mais estranha que já te deixou excitada?

Oliver deu um tapa na própria testa diante da insistência do amigo em levar tudo para o lado sexual, enquanto Sara levou a mão ao queixo, parecendo pensar sobre, e levando todos às gargalhadas quando ela disse que era a Elsa, de Frozen.

― Qual é, ela é uma rainha bem gata! E todo aquele poder é meio excitante.

― Ela é um desenho animado infantil. Meu Deus do céu, nada é sagrado para você?! ― Barry, coitado, estava mais ofendido do que chocado, mas Sara só deu de ombros como se não fosse nada de mais.

― Hora da pergunta para o grupo.

― Que você não vai fazer nessa rodada, já que acabou de perguntar! ― Sara declarou e Tommy bufou, mas também sem coragem para discutir com ela. ― Ollie, você faz.

― Okay. ― O loiro pensou por alguns segundos. ― Okay, já sei. Todo mundo vai mostrar a foto mais vergonhosa que tem no celular, nudes não inclusos na categoria.

Foi a rodada mais divertida, todos mostrando as selfies mais absurdas e sem noção, e até Caitlin começou a se soltar e ficar mais animada. Seguiram-se então várias rodadas e eu tinha de admitir que estava sendo legal conhecer os prazeres secretos e infantis, e as histórias absurdas e vergonhosas de todos ali.

― Pergunta para o grupo e ninguém vai me tomar ela dessa vez. ― Tommy estava sendo barrado de fazer essa há quase uma hora. Começou com a ordem de Sara, mas depois todos já estavam fazendo isso de propósito para irritá-lo. ― E todos vão ter que responder, sem opção de beber dessa vez.

― Lá vem sacanagem...

― Pessoas amigas e demônios convidados ― começou unindo as mãos numa pose séria. ― Com quantas pessoas vocês já fizeram sexo durante toda a vida?

― Cara, se você está fazendo isso para exibir um número estúpido, não vai sair como o planejado, só avisando ― Sara falou para ele.

― Fica quieta, Sara. Vamos lá... Ollie?

― Precisamos mesmo?

― Só fala, peixinho, e ele vai parar de nos atormentar.

― Mas eu não me lembro exatamente. Umas oitenta e poucas? ― supôs.

― Sério, tudo isso? E eu achei que dizer quarenta ia te fazer brigar comigo ― Mon-El falou para Kara.

― Relaxe, querido, passado é passado. Eu, acho que fiz com uns sete, oito.

― Mesma média para mim ― Curtis concordou com Kara.

― Trinta e dois. ― Foi a vez de Roy falar.

― Seis, contando com o Oliver. Sempre namorei sério ― assumi, dando de ombros.

― Só Iris, já que namoramos praticamente a vida toda. ― Barry explicou.

― Isso, só o Barry.

― É mentira ― Sara cochichou para mim.

― Quê? ― murmurei de volta.

― Conheço mentiras, conto e ouço dezenas diariamente. Iris está mentindo. ― Não levamos o assunto adiante, já que o jogo continuava, mas aquilo me deixou no mínimo intrigada.

― Casal estranho ― Tommy comentou. ― E vocês são uns fofos, quase virgens. Agora rufem os tambores. ― Fez o som com a boca, movimentando os indicadores para imitar o instrumento. ― Duzentas e noventa e quatro. Um grande beijo a todos. ― Soprou um beijo para a gente.

― Trezentas e doze ― Sara interrompeu a comemoração dele, fazendo o moreno a encarar com os olhos quase saindo das órbitas. ― Eu disse que isso não ia acabar como você queria. E seriam mais, se eu não tivesse perdido todo aquele tempo namorando o Oliver. ― Bufou.

― Foram só cinco meses, amor, me defende!

― Ué, o que quer que eu diga, peixinho? ― rebati.

― Isso não vale, você dorme com homens e mulheres. Eu teria passado seu número se fizesse isso ― reclamou inconformado.

― Mas não faz, então... Próxima pergunta.

― Ela não respondeu ― Mon-El observou, apontando para Cait.

― É verdade, você não respondeu, sua coisa. É porque ainda não rolou, tadinha? ― Tommy falou para Caitlin, fazendo um bico de pena. ― Não se preocupa, você tem tempo para esperar o cara certo, não é a vantagem de ser uma múmia?

― Não é isso, oh idiota. Mas não quero falar sobre essa época vergonhosa da minha vida, porque ao contrário de você, eu não me orgulho de fazer más escolhas.

― Você, dona certinha, fazendo más escolhas? Isso foi antes ou depois de ser possuída pelo espírito de uma diretora morta de colégio?

― Cala a boca, Thomas.

― Então diz, quantos? Conta, conta, conta, conta, conta, conta, cont...

― Noventa e três! ― gritou, surpreendendo a todos nós, que até então só estávamos calados, apenas observando a discursão dos dois. Nem eu sabia daquilo. ― Droga, tem alguém mais irritante que você?

― O quê? Mais do que o Oliver? Duvido.

― Não precisa acreditar então. ― Deu de ombros.

― Não, por favor, me explica. Se aí dentro tem uma personalidade legal de verdade, me deixa falar com ela. Podemos não ser inimigos, no fim das contas.

― Quem disse que quero ser sua não-inimiga? Sabe qual o seu problema, Thomas? Perdão, seu maior problema? ― Fez um gesto amplo. ― Você se dá muito mais crédito do que vale na real. Fica aí se gabando de com quantas pessoas já transou, com quantas já fez isso ao mesmo tempo, quando sequer já foi amado de verdade e isso é no mínimo triste.

O clima na sala pesou, um silêncio sepulcral dominando o local. Uma coisa eram as brincadeiras e apelidos divertidos, já estávamos até acostumados com eles, mas agora Caitlin tinha pegado bem mais pesado. Ninguém estava rindo, nem Tommy, e esse último, comprimia os lábios numa linha firme de raiva e quase pude ouvi-lo rosnar.

― Pelo menos não é isso que eu morro para ter um dia, Caitlin, eu sou feliz desse jeito. Mas sabe o que eu acho triste? Você aí se mordendo de inveja da sua melhor amiga que por mais que seja uma maluca controladora, arrumou um trouxa para casar, enquanto você continua aí, sozinha. E mesmo que tenha passado por esses noventa e três caras, nenhum te aguentou por muito tempo, então não te vejo sendo amada também.

Olhei para Caitlin e ela tinha os olhos marejados, o nariz avermelhando e os nós dos dedos ficando brancos de tanto que ela apertava as mãos em punho. Meu coração apertou de compaixão por minha amiga e quando ia me levantar para abraçá-la, ela foi mais rápida, ficando de pé e enxugando rápido uma lágrima que teimou em cair.

― Estou fora daqui ― anunciou, pegando a bolsa e indo para a saída.

― Cait, espera. ― Corri atrás dela.

― Mandou mal, hein, Tommy. ― Ainda ouvi Oliver falar ao amigo antes de passar pela porta e encontrá-la na minha varanda, chorando.

― Cait...

― Eu não estou com inveja de você, amiga, eu estou tão feliz por você estar tão feliz! ― começou me explicando.

― Eu sei disso, amiga. ― Sentei ao seu lado, lhe abraçando de lado, deitando sua cabeça em meu ombro. ― Eu não acredito em nenhuma daquelas palavras do Tommy, você também não deveria dar crédito a elas.

― Eu não poderia me importar menos com o que o Merlyn acha sobre mim, ele pra mim não é nada ― refutou minha ideia.

― Então o que foi aquilo?

― Você lembra do Ronnie Raymond, certo?

― Seu noivo de anos atrás? Quando nos conhecemos vocês tinham acabado de terminar ou coisa assim.

― Esse mesmo. Ele casou hoje, Lissy ― falou com a voz chorosa, me abraçando mais forte.

― Então ele era a razão do seu mau humor? Você ainda gosta dele?

― Não, acho que não. É só que... Sei lá, quando terminamos uns anos atrás, ele disse que não estava pronto para um compromisso tão sério quanto casamento. Eu apelei que poderia esperar por um tempo, mas ele disse que talvez nunca estivesse pronto.

― E agora ele casou e você acha que o problema era você? Está errada, Cait.

― Claro que não estou, você não ouviu o Thomas? Eu vou morrer sozinha.

― Então você se importa com o que ele diz agora? ― Ergui uma sobrancelha para ela. ― Fala sério, amiga, você é linda, inteligente, bem-sucedida. E é jovem demais para já achar que vai morrer sozinha. Além de tudo, você é incrível e se basta.

― Eu já tenho vinte e oito. Todas minhas amigas já estão casadas e com pelo menos dois filhos a esse ponto.

― Eu tenho vinte e nove e nenhum filho que eu tenha conhecimento. ― Testei uma risada.

― Você vai casar com o amor da sua vida, para de se usar como exemplo de fracasso, Felicity. E se Ronnie tiver sido o amor da minha vida? Agora ele encontrou o amor da vida dele e eu sobrei nessa história sem nenhum amor da vida!

― Primeiro, foi uma sorte encontrar Oliver. Eu poderia estar muito solteira nesse momento e nem teria aproveitado a vida tão bem quanto você. Aliás, quero saber essa história direitinho outro dia. ― Ela riu, confirmando com a cabeça que me contaria depois. ― Segundo, você pode ter mais de um amor da vida, sua bobinha. Confia em mim, você vai encontrar seu cara, no tempo certo. Quem sabe vocês até já se conhecem. ― Ela franziu o nariz numa careta engraçada.

― Eu não quero pisar em ideais feministas nem nada, mas Thomas não está errado quando disse que eu quero alguém. Mas não quero ficar com ninguém que eu já conheço, Lissy. São babacas, comprometidos ou gays.

― Okay, outro conselho: se dê mais oportunidades de amar de novo. Saia mais, conserte uns babacas e nem todo mundo fica comprometido para sempre.

― Isso é um péssimo conselho, amiga.

― É um ótimo conselho! ― defendi meu ponto. ― Se eu não tivesse me dado essa oportunidade e focado apenas nos problemas, jamais teria levado nada a adiante com meu peixinho.

― A gente precisa mesmo conversar sobre esse apelido.

― O quê? Eu acho muito fofo e bem peculiar.

― É ridículo! ― Estávamos rindo quando ouvimos uma batida na porta, chamando nossa atenção para lá.

― Meninas, a gente pode falar com vocês? ― Oliver estava parado meio receoso na porta. ― Vem! ― Puxou o amigo, então nós duas ficamos em pé e Oliver empurrou o moreno em nossa direção. ― Fala, Tommy.

― Mas eu não quero falar...

― Fala, Tommy, ou eu chamo a Sara aqui ― ameaçou entredentes.

― Tá bom! Então, Snow... Eu não deveria ter falado aquelas coisas para você mesmo você tendo sido uma idiota quando... ― Oliver apertou o braço dele, o fazendo não levar a conversa para aquela direção. ― Foi mal ter te chamado de múmia e falado que tinha sido possuída por uma diretora morta e te comparado ao cão demônio do Caça Fantasmas.

― Você não disse esse último.

― Eu disse quando você saiu ― explicou.

― E o que mais? ― Oliver cobrou.

― Eu sou um babaca e você é super legal ― ele fez questão de usar a voz mais falsamente ensaiada que conseguiu. ― E, na verdade, você ficou pelo menos 2% menos desinteressante hoje. ― Ele sorriu para ela, e aquela pareceu a única frase honesta de todo o seu pedido de desculpas torto e forçado.

― Valeu, Thomas ― respondeu rindo de leve. ― Desculpa também.

― Posso voltar lá pra dentro? ― perguntou a Oliver.

― Pode, porque, com o timing perfeito, a pizza chegou. ― O entregador nos olhou estranho, quatro pessoas paradas na porta de casa no frio da noite de Star City devia parecer muito sem sentido. ― Vamos comer? Pagar antes, né?

O estranho riu. Ele tinha um sorriso bonito, mais ou menos nossa idade, e olhos cor de mel, alguns cachos de seus cabelos aparecendo quando ele tirou o capacete. Caitlin me lançou um olhar significativo e depois para o entregador, enquanto Oliver pagava a conta. Neguei com a cabeça de leve, tentando dizer para ela não fazer, mas foi inútil.

― Oportunidades, amiga ― cochichou para mim. ― Ei, que horas você termina seu trabalho hoje? ― O cara a encarou com curiosidade, entortando um pouco o pescoço para a pergunta.

― Na verdade, só mais uma entrega e encerro pela noite.

― É solteiro? Gay?

― Sim para o solteiro e não para o gay. Por que está pergunt... ― Caitlin surpreendeu a todos quando se lançou sobre o pescoço do homem, lhe dando um daqueles beijos desentupidores que a gente só vê pessoalmente nas telas do cinema ou TV.

― Amiga, amanhã eu pego meu carro ― me avisou e apenas acenei com a cabeça concordando. ― Vamos? ― Enlaçou o braço no dele. ― Ah, prazer, sou Caitlin.

― Thomas.

― Sério, esse nome? ― Fez uma careta. ― É o jeito. Tchau, gente.

― Número 94 ― falei rindo. Me virei para os meninos que estavam de boca aberta em choque, a vendo subir na garupa da moto.

― Que merda acabou de acontecer aqui no último minuto? Ela acabou de sair com um completo estranho que ainda por cima tem o meu nome e também pilota uma moto? Esse mundo enlouqueceu. ― Tommy pegou as caixas de pizza das mãos de Oliver entrou resmungando sozinho algo do tipo “10% menos desinteressante”.

― Hey. ― Segurei o braço de Oliver o impedindo de entrar também. ― Obrigada por fazer isso por ela, você é demais.

O segurei pela camiseta, trazendo seu corpo para mim e o beijando. Meus lábios logo exigiram mais dos seus, e nossas línguas já começaram a trabalhar quando eu o encurralei contra a parede mais próxima, nos afastando apenas um pouco e somente quando o oxigênio fez falta.

― Eu também te amo, mas por que isso? Não que eu esteja reclamando nem nada.

― A conversa com Caitlin me lembrou como eu tenho sorte de ter te encontrado. Você é o amor da minha vida, Oliver.

― Você também é o amor da minha vida, babe, eu vou te amar para sempre. ― Suspirei. Em um mundo onde é tão difícil encontrar sentimentos verdadeiros, aquela promessa de amor eterno era muito além do que a maioria das pessoas consegue numa vida toda.

― Vem morar comigo? ― Lancei o convite no impulso.

― O quê?! ― exclamou surpreso. ― Você disse que só queria fazer isso depois do casamento porque ainda precisava de um tempo para lidar com a minha bagunça.

― Eu sei, mas... Não quero mais ficar longe de você, Oliver, e não quero ter que me despedir quando cada um precisa ir para sua casa. Eu te amo tanto que a saudade de quando vai embora dói às vezes. Mora comigo?

― Claro, amor, é tudo que eu quero. ― Oliver segurou meu rosto e me beijou. Mais do que promessas de amor eterno, com Oliver eu tinha uma vida concreta que estávamos construindo juntos todos os dias.


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Notas finais do capítulo

Ain, gente, desculpa, desculpa, desculpa!! Sei que muita gente esperava um beijo Snow-Merlyn, mas se vocês voltarem nas notas do capítulo passado, vão ver que disse "Thomas", não especifiquei o sobrenome. E vou rasgar aqui a história toda, a Ciin Smoak sabia da trolagem e me apoiou. #falomesmo
Relaxem, vai acontecer, no momento certo, confiem em mim.

E sobre essas outras revelações? Oliver já beijou Kara, Sara atraída pela Elsa, Iris mentindo? Eita, que esse capítulo foi cheio dos babados. E claro, nosso casal maravilindo dando mais um passo e morando juntinho a partir do próximo.

Favoritem, comentem, recomendem. Não tenho palavras quando recebo notificações de vocês, o coração dispara, tropeça,quase para. No sério, recomendações aumentam tanto a inspiração da autora que vos escreve que vocês nem sabem o quanto. Então, se acham que a história merece, escrevam para mim!!

Muito obrigada pelos que acompanharam até aqui!! Até os reviews. Bjs*

p.s: Exagerando nas notas sim, porque com as mudanças no site, não sabemos ainda quanto tempo as teremos.



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