O pequeno inseto tem medo
Ele avista seu predador a distância
E fica cauteloso
Não sabe o que fazer
Está no alcance do seu enorme dedo
O predador lá grande bichão
De relance distante
Eterna admiração fugaz
Sem nunca se importar em virar as costas
Ou verificar seu chão.

O pequeno inseto tem medo
Avista a cabeça aterrorizante
Agora acoplada a uma nova bugiganga
Redonda e alongada
Ensurdece o grande perigo avistado
Aos sons de sua presa
O predador lá emburrado
De ouvidos distantes
Sem nunca se importar em ouvir seus arredores
Ou apreciar seu silêncio perturbado.

O pequeno inseto está perdendo o medo
Agora intrigado quer saber
O que se sucede com seu pesadelo
Precisar saber como lidar
Para não acabar se dando mal
Grita e esperneia
O predador lá alterna
Olhos e ouvidos distantes
Pseudo admiração
Sob falsos sons
Desligados do mundo que a ele externa
Mas atentos a seus próprios devaneios
Em uma reflexão pessoal moderna.

O pequeno inseto está perdendo o medo
Percebe o inofensivo gigante
E seu engano ledo
As pernas de mamute
Agora não passam de gravetos
Gravetos para escalar
O predador lá guerreiro
Com o espírito distante
Em uma batalha etérea pessoal
Inimigos antes amigos
Ataques multidimensionais
Frenesi
E sem tempo para o estrangeiro.

O pequeno inseto não tem mais medo
Encara a ameaça de frente
Ameaça a ameaça
Infla-se com bravura
E estufa o peito de coragem
O predador lá atordoado
Sangrando, quase morto
Tocando tambores em seu peito
Sem saber como vencer sua batalha
Ou dar valor a seu relaxamento negado.

O pequeno inseto não tem mais medo
Prepara-se para desferir um golpe
Carrega em si a esperança de sua espécie
E sua ilusão de vitória
Alimenta sua garra de veneno
E a injeta na sua grande presa
O predador aqui
Com um movimento da sua mão
Esmaga o pequeno inseto
E todos os seus orgulhos.