Meu querido sonâmbulo 2 escrita por Cellis


Capítulo 18
Minha querida confiança


Notas iniciais do capítulo

Voltei mais rápido do que a última vez, por favor vamos manter isso em mente kkkkk! Antes do capítulo em si, eu gostaria de agradecer imensamente aos leitores que comentaram no último capítulo e entenderam a minha demora por causa do bloqueio criativo (ainda estou lutando contra esse pestinha, inclusive, mas aos poucos vou o vencendo). Vocês são uns anjinhos, sério ♥

Boa leitura!



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Kim Namjoon chegou a se sentir levemente constrangido — ainda que não tivesse dito nada daquilo em voz alta — quando o primeiro pensamento que correu pela sua mente naquela manhã foi o de que já estava começando a se acostumar ao sofá de Shinhye. A textura macia e o tamanho, ainda que não fosse o ideal para toda a sua altura, pareciam abraçá-lo melhor do que a sua própria cama; cuja qual, atualmente, não passava de um estrado velho de madeira acompanhado de um colchão de dois dedos de altura.  

Abriu os olhos e virou para o lado. Ainda deveria se tratar das primeiras horas da manhã, já que a luz do Sol que entrava pelas persianas da única janela da sala era tímida e fraca. Estava frio, também, mas o Kim não conseguiu sentir aquilo de primeira devido ao grosso cobertor que havia sido depositado sobre si durante a madrugada, mas sim, apenas quando finalmente se sentou no já familiar sofá e sentiu a brisa fria arrepiar os poucos fios de cabelo presentes em sua nuca. Na poltrona logo embaixo da janela, aquela pequena mobília vermelha e aveludada que Namjoon também já conhecia bem, Shinhye havia pegado no sono nas horas finais da madrugada, quando finalmente se rendeu ao mesmo e deixou o pescoço pender cansado para o lado esquerdo. Tinha escorregado alguns centímetros para baixo depois de algum tempo e, por isso, ela parecia que poderia cair sentada e torta no chão a qualquer momento.  

O Kim fitou aquela cena, pensativo. 

— Pelo menos você não está segurando uma frigideira dessa vez. — Namjoon sussurrou com a voz rouca de quem acabara de acordar e, em seguida, deixou uma risada baixa e nasalada escapar.  

Risada essa que logo desapareceu e deu lugar a um olhar preocupado. A breve piada tinha o intuito, ainda que inconsciente, de tentar aliviar o sentimento imediato que tomou conta do Kim assim que ele se deparou com o estado de Shinhye naquela poltrona: culpa. Sabia que ela tinha passado a noite ali por causa dele, provavelmente em claro e o vigiando todo o tempo possível. Imaginou a figura da terapeuta caminhando de um lado para o outro pela sala de estar, tentando vencer o cansaço ao ponto de recorrer a um café noturno, cujo qual Namjoon podia sentir resquícios do aroma vindo da cafeteira ainda não lavada sobre a pia da cozinha. 

O que mais tinha feito aquela mulher passar? 

Investigando sozinha, se arriscando por ele... Não, aquilo não estava certo sob nenhum ponto de vista sequer. Ela tinha, até mesmo, dirigido por horas e mais horas apenas para trazê-lo de volta de Daegu, isso tudo depois de encontrá-lo desacordado próximo a um segundo corpo. 

Respirou fundo, ainda fitando a figura que parecia dormir profundamente naquela poltrona, apesar da posição desconfortável. 

— Desculpa. — voltou a sussurrar, sério. — Se eu soubesse para aonde estava a arrastando, jamais teria aceitado a sua ajuda. Mas eu prometo que vou resolver isso sem envolvê-la ainda mais na minha bagunça. 

Tinha pensado muito naquilo na noite passada, antes de finalmente pegar no sono. Não podia continuar arrastando aqueles que o amavam e só queriam ajudá-lo para cada vez mais fundo naquele lamaçal, a situação tinha alcançado um ponto insustentável — e a confirmação disso veio quando ele se sentiu aliviado ao encontrar Shinhye naquele estado desumano naquela manhã, porém, ao mesmo tempo, intacta

Até quando continuaria aterrorizado pela ideia de acabar machucando a única pessoa que havia lhe estendido a mão? Até realmente machucá-la? 

Levantou-se com o cobertor em mãos e caminhou até a poltrona vermelha a passos silenciosos. Estendeu o pano sobre o corpo torcido de Shinhye e se certificou de cobri-la o máximo que conseguia, ao menos garantindo que ela não sentisse mais frio. Tinha passado a se importar demais com a terapeuta para continuar fazendo aquilo com ela, contudo, estaria disposto a fazer o certo até mesmo por um desconhecido — afinal, ninguém sabia quem poderia acabar sendo o próximo a sofrer em suas mãos, de qualquer que fosse o jeito. Fitou-a pela última vez, incapaz de expressar em voz alta o quão grato era por tudo que a Kim tinha feito para ajudá-lo até ali, e, em seguida, deu-lhe as costas em direção à porta da frente. 

Porém, algo o fez parar quando levou a mão direita até a maçaneta metálica. 

— Você não está planejando ir até a polícia, está? — a voz feminina soou um tanto arrastada pelo cansaço, porém, clara o suficiente para fazer Namjoon congelar diante da porta.  

Ao se virar de volta na direção da poltrona, o Kim encontrou Shinhye se ajeitando na mesma. Ela sentia diversas partes do corpo doloridas devido à péssima posição na qual tinha adormecido, porém, tentou ao máximo não deixar aquilo transparecer em seu rosto. Sentou-se do melhor jeito possível, não se desfazendo do cobertor agora caído sobre o seu colo em momento algum. 

— Você estava acordada esse tempo todo? — Namjoon questionou, sem jeito.  

— Bem, vamos dizer que eu tenho apenas um sono extremamente leve, apesar da ironia nessa frase. — respondeu a especialista em sono de quem se esperava, no mínimo, horas de sono bem dormidas e reguladas, o que não acontecia a Shinhye há algum bom tempo. — Mas e quanto a você? Estava indo a algum lugar? 

A pergunta tinha sido deveras irônica, afinal, Shinhye sabia perfeitamente para onde Namjoon estava indo. Inclusive, aquele tinha sido o único motivo pelo qual ela tinha realmente usado o par de trancas da porta da frente na noite anterior — já imaginava que o Kim fosse ter aquela ideia estúpida em algum momento. 

Namjoon respirou fundo e a encarou, exausto de tudo aquilo.  

— Seria melhor para todos se eu apenas fosse até a polícia e explicasse a minha situação. — disse. — Assim, ao menos, eles saberiam o meu lado da história. 

— E isso seria melhor para quem, exatamente? — a Kim rebateu imediatamente. — Para mim, que não conseguiria mais dormir sabendo que um inocente está atrás das grades porque eu não fiz o suficiente para ajudá-lo? Para os seus pais, que veriam o seu rosto estampado em todos os jornais mostrado como alguém capturado por dois assassinatos tão horrendos? — levantou-se, deixando a coberta caída sobre a poltrona e caminhando na direção de Namjoon. — Ou, talvez, fosse melhor para a Namkyu, certo? Ela se sentiria bem melhor sabendo que não pode, sequer, dar um último abraço no próprio irmão mais velho quando o viu livre pela última vez. 

— Ninguém disse que eu serei preso. — Namjoon tentou argumentar, apesar de ter se sentido realmente atingido pelas palavras de Shinhye. — Se eu explicar direito, posso... 

— Existe um mandado de prisão expedido contra você, Kim Namjoon. — a Kim o interrompeu, séria. — O que você acha que vai acontecer assim que colocar os pés na delegacia?  

— Não tem como prever isso, mas eu posso... 

— Eu posso prever para você, se me permitir. Até porque, conheço muito bem as pessoas que irão recebê-lo lá. — a terapeuta o interrompeu novamente. — Primeiro de tudo, você será algemado. Depois, será deixado sozinho em uma sala de interrogatório fria e escura por cerca de cinco horas, porque é esse o estilo no qual Lee Jihoon, o promotor que está lhe caçando, opera. Em seguida, já com fome, sede e cansado, você será atingido por uma enxurrada de perguntas que, eventualmente, acabarão o condenando por ambos os assassinatos. Você será preso, julgado e condenado a passar o resto da vida na cadeia. — pausou, finalmente parando de caminhar ao atingir poucos passos de distância do Kim. — Essa é a minha previsão. 

Namjoon respirou fundo e, em seguida, deixou escapar todo o ar que tinha prendido em seus pulmões no ápice da sua frustração. Tinha tanto a dizer e tantas decisões que queria e poderia tomar, contudo, não conseguia sequer dar um único passo sozinho naquele momento. 

Não fazia ideia de para aonde deveria caminhar. 

— Eu vou mesmo acabar atrás das grades, não vou? — indagou, fitando o chão. Suspirou. — Eu só queria ser capaz de fazer algo que não prejudicasse mais ninguém nessa história toda. 

— E você é, mas só que não desse jeito. — Shinhye afirmou rapidamente. — Por enquanto, o melhor que você tem a fazer é, literalmente, desaparecer. 

— Como assim?! Você quer que eu fuja? 

Aquela ideia aterrorizava Namjoon de todos os jeitos possíveis. Para onde fugiria? E se nunca mais pudesse voltar? 

— Não exatamente. Você precisa sumir por um tempo, deixar a poeira abaixar um pouco. — a terapeuta explicou. — Deixa que eu cuido do resto.  

— Eu não posso fazer isso com você. — o Kim rebateu, sério. — Você vai correr esse risco por minha causa justamente quando a polícia está atrás de mim? Se alguma coisa acontecer, eu nunca... 

Namjoon ainda estava expressando a sua opinião contrária àquela ideia simplesmente insana de Shinhye quando, de repente, foi interrompido de um dos jeitos que menos poderia esperar. A Kim caminhou até ele e, sem dizer nada, se esticou para frente quando o alcançou e jogou seus braços por cima dos ombros do sonâmbulo, envolvendo-o em um abraço repentino, porém, igualmente tranquilizador.  

— Vai ficar tudo bem. — ela murmurou e, só então, o corpo rígido de Namjoon cedeu ao seu consolo. — Foi isso que você me disse quando nós nos conhecemos, lembra? Agora, você só precisa continuar acreditando nas suas próprias palavras. 

O Kim estava estarrecido pelo contato tão repentino, contudo, era a primeira vez em muito tempo que se sentia calmo o suficiente para ser capaz de esvaziar a sua mente por alguns longos e silenciosos segundos. Sentiu-se à deriva em meio ao mar aberto por um momento, mas não de um jeito ruim — apenas permitindo que o balanço das ondas e o som do oceano lhe guiassem. Talvez não conseguisse acreditar nas suas próprias palavras, porém, acreditava em Shinhye, o que já era mais do que suficiente. 

A Kim foi a primeira a romper o abraço, se afastando gentilmente de Namjoon para apanhar a chave do seu carro deixada casualmente sobre a mesinha de centro da sala.  

— Vamos. — ela disse, por fim. — Eu conheço um lugar onde ninguém pensaria em procurá-lo.  

 

*** 

 

Aquela tinha sido uma viagem de pouco mais de quarenta minutos, o que Kim Namjoon achou estranho, porém, nada comentou. Usava um boné preto e uma máscara da mesma cor, ambos emprestados por Shinhye para que qualquer possibilidade de alguém reconhecê-lo fosse dificultada — mesmo que as chances de alguém realmente reconhecê-lo naquele lugar fossem, basicamente, nulas. 

Shinhye e Namjoon tiveram que deixar o carro para trás ao fim da viagem para adentrar Guryong a pé, afinal, aquelas vielas apertadas e porcamente calçadas não permitiam a passagem de quase nenhum tipo de veículo. Caminharam por cerca de mais dez minutos até que, em um beco repleto de pequenas casinhas que mais pareciam palafitas — apesar de não haver água debaixo das construções naquele momento em específico, situação essa que mudava completamente de figura quando chegavam as fortes chuvas de verão — Shinhye finalmente parou diante de uma das casas finais da viela. Sacou uma chave antiga e metálica do bolso e, sendo obrigada a usar da sua força para fazer girar a maçaneta enferrujada, abriu a porta da frente sem precisar se anunciar; afinal, ninguém mais morava ali já há alguns bons anos.  

— Pode entrar. — ela disse enquanto abria espaço para que Namjoon adentrasse no pequeno casebre primeiro. — E não precisa se preocupar pois, apesar de parecer que pode cair a qualquer momento, a construção em si é bem firme.  

Para uma pequena casa de madeira que já tinha quase os seus trinta anos de idade, a construção tinha envelhecido bem. Talvez, aquela tinha sido uma das únicas coisas as quais o seu pai havia feito com capricho ao longo dos seus anos de vida. Tinha erguido cada tábua com as suas próprias mãos e, por mais incrível que aquilo pudesse parecer, cada prego ainda estava no seu devido lugar até o presente dia, apesar de enferrujados. 

Namjoon entrou primeiro sem maiores receios, afinal, acreditava no que Shinhye lhe dizia. A primeira vista do interior da casa tratava-se de uma junção não muito convencional de sala de estar e cozinha, não havendo nenhuma separação física entre os dois cômodos. Um sofá antigo de dois lugares no centro, um aparador de televisão com o próprio eletrônico pequeno e quadrado depositado em cima, um fogão marrom, geladeira baixa e com alguns cantos enferrujados e um armário de cozinha de três portas também na cor marrom — era tudo o que havia no ambiente. Duas lâmpadas que se acendiam ao mesmo tempo, cada uma no seu respectivo cômodo

— Eu sinto muito pela simplicidade, mas é o melhor lugar para você se esconder, pelo menos por enquanto. — Shinhye foi a primeira a se pronunciar, enquanto Namjoon continuava a analisar cada detalhe daquele pequeno e aparentemente esquecido lugar. — Tenho certeza de que ninguém pensaria em procurá-lo aqui.  

— Que lugar é esse? — o Kim indagou, confuso. — Quero dizer, como você sabe da existência dessa casa? 

A terapeuta respirou fundo.  

— Essa foi a minha casa durante muito tempo. — respondeu. — Na verdade, eu nasci e cresci aqui.  

— Aqui? — Namjoon rebateu surpreso e, só então, percebeu a grosseria indiscreta que tinha acabado de fazer. — Desculpa, eu me expressei mal. Quis dizer que...  

— Tudo bem, eu entendo. — a Kim afirmou parecendo realmente tranquila com aquela situação. — É de se surpreender que uma criança possa ter sido criada em um ambiente tão limitado e marginalizado como esse. Duas crianças, no caso.  

Guryong era a única área extremamente empobrecida de Seul, o suficiente para o restante da capital evitar até mesmo pronunciar o nome do local. Não era nenhum motivo de orgulho que existisse um lugar tão esquecido em meio aos astronômicos avanços tecnológicos da capital coreana, porém, ninguém realmente parecia se lembrar do pequeno bairro — e fora justamente por causa daquilo que Shinhye resolvera levar Namjoon para se esconder lá.  

— Aposto que é muito melhor do que uma cela de cadeia. — o Kim concluiu, por fim. — Não se preocupe, eu vou ficar bem aqui.  

Shinhye exibiu um sorriso discreto, uma tentativa de tornar as coisas um pouco mais reconfortantes.  

— Eu irei ao mercado mais tarde e trarei um pequeno estoque de comida, afinal, conhecendo quem está atrás de você, seria arriscado se eu ficasse indo e voltando daqui. — complementou. — No final desse beco mora o Sr. Yoon, um senhor de idade que costumava cuidar de mim e do meu irmão quando nós ainda vivíamos nessa casa. Se você precisar de qualquer coisa, pode pedir a ele.  

— Tem certeza? — Namjoon indagou, hesitante. — Digo, o meu rosto já deve estar circulando pelos noticiários, então talvez ele me reconheça... 

— Não se preocupe. — a Kim respondeu com um riso triste. — A essa altura do campeonato, ele mal se lembra da própria família.  

E muito mal tinha uma televisão para assistir a um noticiário, inclusive. A última tinha sido dada pela própria Shinhye, contudo, a terapeuta não fazia ideia se o eletrônico ainda funcionava.  

Namjoon balançou a cabeça em concordância, porém, um par de segundos depois, franziu o cenho até que um ponto de interrogação imaginário surgisse no meio da sua testa.  

— Eu posso perguntar uma coisa? — indagou e Shinhye respondeu que sim através de um balançar de cabeça. — Quem é esse Lee Jihoon que está me procurando? O Taehyung disse que ele é um promotor, certo? 

Shinhye sentiu seus músculos gelarem diante da pergunta, mas isso logo se desfez quando o sangue que corria em suas veias começou a esquentar — afinal, aquele era o nome que ela mais odiava ouvir e um dos poucos ainda capazes de lhe causar calafrios.  

— Sim, ele é promotor. E provavelmente pegou o seu caso para tentar alguma promoção ou algo do tipo, afinal, subir na vida pisoteando as costas alheias é o que ele faz de melhor. — a Kim respondeu com um tom de voz desgostoso. De repente, achou melhor medir com consciência as suas palavras, pois não queria assustar Namjoon ainda mais. — Eu estive na academia de polícia por um tempo e foi lá que nós nos conhecemos. 

— Academia de polícia? — o homem perguntou surpreso pela revelação, o suficiente para não ter captado no ar a voz um tanto trêmula de Shinhye ao contar sobre Lee Jihoon. — Você queria ser policial?  

— Sim, tecnicamente. — ela respondeu. — É uma longa, na verdade. Eu prometo contar direito quando nós estivermos livres dessa bagunça, pode ser? 

Aquela era uma promessa um tanto ousada e Shinhye sabia disso, porém, resolveu usar aquilo ao seu favor — estava, de certa forma, motivando Namjoon a se manter firme pela caminhada turbulenta que ambos estavam prestes a encarar. Talvez os dois não fossem se livrar daquela bagunça nem tão cedo ou a mesma, sequer, teria o fim que a Kim estava possivelmente esperando, mas ambos resolveram determinar um acordo silencioso de encarar aquela promessa como algo maior do que realmente parecia naquele momento. Se conseguissem sair daquele caos juntos, poderiam mais tarde, quem sabe, finalmente sentarem para ter uma conversa normal e se conhecerem melhor. Saber dos gostos um do outro, memórias do passado e conhecer os planos para o futuro... Algo comum para duas pessoas normais, mas que não lhes era permitido naquele momento.  

— Combinado. — o Kim concordou, por fim. Respirou fundo como se tivesse acabado de se deparar com uma brisa fresca de primavera, algo extremamente raro para o outono que pairava em sua vida naquele momento. — Não é por nada que você aparenta ter uma ótima intuição e é tão determinada nas suas investigações... 

— Isso quer dizer que, agora, você finalmente confia nas minhas decisões? — a terapeuta foi rápida em questionar, não desperdiçando a deixa. — Que vai acreditar em mim quando eu disser que posso cuidar das coisas sozinha? 

Namjoon levou um par de segundos para ponderar as suas opções naquele momento — que não eram muitas, porém, aquilo não significava que ele poderia ser descuidado na sua resposta. 

— Significa que eu ainda não acho isso certo. — afirmou, por fim. — Mas sim, eu confio em você para qualquer coisa que precisar ser feita. Você já me deu provas mais do que suficientes de que está realmente disposta a me ajudar e acontece que, nesse momento, eu não estou em posição de me dar ao luxo de recusar a ajuda de ninguém.  

E eram justamente aquelas as palavras que Shinhye queria ouvir. A terapeuta balançou a cabeça positivamente como quem realmente concordava com o que tinha acabado de ser dito por Namjoon e o fitou, séria. 

— Então, nesse caso, eu gostaria de pedir um voto de confiança seu. — disse, o que fez o Kim franzir o cenho. — Eu preciso que você entregue uma coisa aos meus cuidados, Kim Namjoon.  

— E o que seria essa coisa? — ele a questionou realmente confuso. 

Shinhye pigarreou e, decidida, respondeu à pergunta de Namjoon com firmeza em sua voz. 

— A chave do seu apartamento. 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Esse capítulo não foi de acontecimentos extraordinários, mas isso tem um motivo rsss. Resolvi deixar vocês descansarem um pouco a mente antes do próximo que, se tudo correr como o planejado, será um daqueles de prender a respiração do início ao fim!

Enfim, até breve ♥



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