Supremo Amor escrita por SENHORA RIVERO


Capítulo 19
V & H 19




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— Eu vou, é claro, que meu pai não mim deixa!— disse errado e os dois adultos riram. 

A conversa demorou um tempo, os quatro se arrumaram depois do café. Victória ligou e resolveu coisas da empresa dizendo que passaria por lá mais tarde para resolver coisas mais graves, mas ainda precisava de um tempo com a filha.

Heriberto cumpriu o que prometeu e levou as crianças a pracinha, Maria e Max brincavam sorrindo. Heriberto estava sentado ao lado de Victória e os dois distraídos não viram quando uma mulher os observava. Ela olhava para eles dois com ódio. Era um ódio terrível. Mas o que chamava atenção não era isso...

Ela olhava Maria, olhava a pequena criança que estava brincando alheia a tudo. O rosto de Bernarda não tinha uma sorriso para ofertar, ela era apenas ódio...

Heriberto alisava os braços de Victória sentada a seu lado e ele sentia aquele amor tão bom. Com explicar gostar assim de alguém? Como explicar gostar de alguém assim como estava gostando dela? Tão rápido? Tarde? Cedo? O que se pode definir como bom ou ruim em relação? Não podia... nada...podia definir o tempo certo de se ter um amor.

— Eu quero resolver umas coisas hoje a tarde.— disse amorosa alisando o braços dele e deitando a cabeça em seu ombro.— Podemos nos ver a noite, se você quiser jantar lá em casa.— ela estava sorrindo quando terminou de falar.

Heriberto segurou o queixo de seu amor e beijou sua boca. Estava certo de que ela o enfeitiçava, aquele sorriso, aqueles olhos, tudo estava desgraçando sua vida. Era a certeza de que o amor dela seria seu. Ela queria proximidade e estava deixando isso claro. 

— Eu não vou. — ele disse vendo a reação dela.— Mas quero que você venha com Maria jantar em minha casa. Eu quero receber vocês duas e fazer uma gentileza.— ele sorriu e viu o rosto de Victória se avermelhar.— Será que a mulher sofisticada pode comer um macarrão instantâneo?— os olhos dele estavam presos nos dela. 

Era uma sensação tão forte, ele estava preso ali e ela estava fazendo de propósito, mirando fundo, bem perto. Era isso, atração. Victória mordeu os lábios e sorriu de novo para ele.

— Eu posso comer sim, eu e minha filha podemo comer qualquer coisa feita com amor.— disse com o rosto safado e mordendo de novo os lábios.

— Eu vou esperar vocês duas em minha casa as 19 para jantarmos cedo, mas se quiser ir antes. Eu sei que terá um dia mais calma na empresa para estar com Maria.

— Mal posso esperar por esse momento.— ela sorriu e mordeu os lábios em provocação, dava para ver que esse gesto deixava Heriberto doido.— Eu e Maria vamos estar lá. Quer que leve a sobremesa?

— Apenas você!— ele sorriu e cochichou isso beijando o pescoço dela. O sabor da pele, o cheiro do perfume, tudo pareceu especial naqueles segundos.

Victória deslizou a boca até encontrar a dele e o beijou, um beijo doce, terno, cheio de amor. Ele estava ali, com ela, era real, era seu. 

— Eu quero uma noite especial, Heriberto, mais do que essa foi.— disse com um olhar carinhoso.— Me surpreenda.

Ele apenas sorriu, não disse nada, mais uma vez Victória foi beijada. Ela estava ali, bem ali, diante de sua escolha. E o momento seguiu...

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Victória entrou na Casa de Modas com Maria de mãos dadas a ela e a babá que ela tinha contratado. A pequena estava um pouco receosa, mas Victória queria que a menina estivesse perto dela, não confiava de deixar Maria em casa. Depois de tantos anos era de se esperar que ela se comportasse assim!

Todos tinham recebido uma notificação de que a rainha da moda iria com sua filha e que nenhuma foto deveria ser tirada e a menina não seria exposta de nenhuma maneira. Ela estava triste de ter que expor a filha mesmo assim, porém o que seria publicado estava sob seu controle.

A menina caminhava sob os olhares e sorriso de todos, ela era linda, a filha perdida que todos falavam tinha sido encontrada. Victória entrou em sua sala e Pepino avançou na direção da criança de modo bem efusivo. Maria reagiu rindo para ele, como não sorrir para um homem tão gentil.

— Você é bem alegre! Eu gosto de você, moço!— ela disse amorosa quando Pepino deu uma gargalhada bem significativa fazendo Sandoval revirar os olhos.

— Sei que minha filha é uma atração, mas precisamos resolver tudo rápido para que eu retorne a minha casa. Eu preciso dos croquis na minha mesa, preciso de um pouco de suco para minha menina.— ela apontou para a babá, a mesma assentiu e ela se voltou para Pepino.— E preciso que você e Antonieta estejam aqui na sala para uma reunião em alguns minutos.

— O que você quiser, minha rainha, o que você quiser! Hoje com essa princesinha, vai ser ainda melhor. Vou chamar Antonieta e conversamos!

Vitória olhou a pequena Maria que andava pela sala conhecendo tudo e se sentou no sofá. Ela era uma menina tão linda, tão doce. Victória queria que sua pequena se sentisse amada, soubesse que foi procurada durante muito tempo, soubesse que para ela o amor sempre ia ser infinito!

— Aqui é o trabalho da mamãe, meu amor, e quando você crescer, se você quiser será o seu também!— disse amorosa se abaixando na frente da menina. 

Os olhos lindos faiscando com a mãe em sua frente. Maria sorriu, um sorriso sincero de quem estava começando a se acostumar com aquele ambiente. Ela era só uma criança e Victória queria que ela fosse feliz, apesar de tudo. Os olhos estavam presos uma na outra.

— A mamãe vai trabalhar e você pode falar o que quiser, a hora que quiser. Vou estar sentada ali com algumas pessoas, vou estar sentada para resolver coisas chatas de adultos. Você pode falar tudo que quiser, não vamos demorar.— ela tocou o rosto de sua pequena. Era linda.

— Tudo bem, eu vou brincar aqui.— ela sorriu e depois olhou para Victória.— Eu posso ver a minha vó? Você me leva lá? Eu estou com muita saudade!!!!

Victória sentia aquele momento em sua alma. Uma facada, ela sabia, era isso que sentia em todo seu coração quando a filha queria estar com a mulher que ela mais odiava. Como explicar isso a uma criança? Como dizer algo assim?

— Você gosta dela? Ela era uma boa avó para você?— disse com amor porque sua pequena nada tinha a ver com o ódio do mundo.

— Ela me ama, me cuida e gosta de brincar comigo. Eu amo a minha vó.— disse com o rosto cheio de dor.

Victória tocou o rosto de sua filha com amor e disse com a calma que ela não queria ter. 

— Mamãe vai descobrir onde ela mora e vamos até lá! Eu vou levar você até lá.— disse com o sorriso cheio de amor, mas o coração cortado.

Quando amamos, as vezes, fazemos coisas tristes para ajudar aqueles que amamos. Decisões são tomadas, mesmo quando não queremos. Deixamos ir quem queremos por perto, deixamos ser quem nos aquece a alma. Fazemos o impossível possível, acertamos os ponteiros com outros que nem gostamos para agradar o nosso amor. No fim, todo sacrifício de amor vale a pena. Porque amar é deixar-se ir nos braços de alguém.

Não há amores que matam, o que matam são as obsessões. Se é amor será abnegado, transfigurado, transformado, puro. O amor é liberdade, não prisão,é desprender-se até mesmo de si. E se esse é o segredo, o amor é ter a alma purificada, pensando mais no outro do que em si.

— Você promete?— Maria disse olhando para a sua mãe.

— Eu prometo!— foi tudo que disse antes de abraçar sua filha.

Talvez o amor só apareça em nossa vida quando merecemos...

E seja isso, o merecimento...

 


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