"Zara, eu vou dormir, tá? Boa noite." Minha humana falou baixinho fazendo cafuné em meu dorso.

Então guardou o notebook, apagou a luz da cozinha e mexeu em uma de suas bolsas. A humana tinha várias bolsas de diferentes tamanhos. Cada uma tinha algo específico. Ela tinha uma bolsa com revistas, uma bolsa com coisas de viagem, uma bolsa cheia de linhas e garrinhas finas e longas metalicas. Tinha também aquela bolsa que ela mexia toda noite antes de dormir.

Saí de cima da mesa e acompanhei seus passos me entrelaçando em suas pernas enquanto ela pegava aquela caixinha da bolsa que fazia um barulho engraçado. Retirou algo da caixinha e colocou na boca, então foi até a cozinha e pegou um gole de água da geladeira. Todas as noites de uns tempos pra cá era este processo religioso. Nessa noite, entretanto, ela pegou duas daquelas coisas e colocou na boca.

Ela me pegou no colo depois e me beijou na testa, então me levou para a janela me apoiando ali e indo ao banheiro. Depois foi para o quarto.

"Espero que eu durma mais rápido hoje..." escutei antes de ouvir o barulho da porta de seu quarto.