Procura-se uma esposa escrita por mjrooxy


Capítulo 9
Capítulo 8




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— O que vamos assistir? — Lizzie questionou, sentando-se ao lado de Darcy no imenso sofá da sala.

Ela vestia uma camisa azul clara dele, que, por sinal, ficava imensa em seu corpo esguio. Os cabelos estavam um pouco úmidos, visto que acabara de sair do banho e Elizabeth sentia-se em casa.

— Não sei, estava querendo assistir John Wick, mas acho que você não iria gostar.

— Está brincando! — Elizabeth retrucou. — Keanu Reeves é tipo o novo Chuck Norris, eu adoro os filmes dele. Só não vi Parabellum ainda por falta de tempo.

— A cada dia eu descubro mais coisas interessantes sobre você. — Darcy sorriu, sentindo o perfume de Elizabeth quase nocauteá-lo.

— Darcy eu preciso te falar algo sobre a minha família. — Elizabeth mudou de assunto repentinamente.

— Sim, eu também. — respondeu solicito. — Inclusive, Georgiana, minha irmã, está ansiosíssima para te conhecer.

— Sua irmã é linda, eu também quero muito conhecê-la. — Lizzie sorriu. — Porém, preciso pedir um favor, serei madrinha no noivado da minha prima daqui alguns dias e gostaria que você fosse comigo.

— É só isso? — Darcy pegou a mão de Lizzie. — Somos noivos agora, é mais do que normal que eu compareça, não acha?

— Só que minha família não é nada ortodoxa, espero que você os compreenda.

— Se é importante para você, Lizzie. Pode ficar tranquila. — devolveu, rodeando o dorso da mão de Elizabeth com o polegar.

— Obrigada. — ela agradeceu e entrelaçou os dedos aos dele.

— Você está tão fria, vem cá. — pediu Darcy, fazendo assim, um casulo em torno das mãos de Elizabeth com as próprias mãos.

— Isso porque você não viu meus pés! — brincou, fazendo Darcy soltar uma gostosa gargalhada.

— Você também vai esquentar os pés nas minhas costas? — retrucou, ainda aquecendo as mãos de Elizabeth.

— Não, porque tem uma cláusula no nosso contrato de que não dormiremos na mesma cama. — ela lhe deu a língua, aconchegando-se mais a ele.

— Ah, verdade. — o sorriu de Darcy murchou um pouco. — Às vezes me esqueço que tudo isso é um contrato, é muito fácil estar com você, Lizzie.

— Eu também gosto de estar com você. — Elizabeth afirmou, tombando a cabeça no ombro de Darcy. — Às vezes eu tenho medo de me acostumar com você e acabar sofrendo, sabe. Quando tudo acabar.

— Não precisa acabar. — Darcy afirmou à queima roupa. — Quero dizer, você sempre me terá em sua vida, se quiser, somos amigos agora, não somos?

Elizabeth fez que sim com a cabeça, sentindo-se melhor por ouvir tais palavras. Naquele tempo em que estavam juntos, ela já não o via mais como um estranho taciturno e sim como um amigo querido. Portanto, não queria que Darcy saísse de sua vida, nem depois de encerrado o contrato de casamento.

— Você não é tão ruim como eu imaginava. — Elizabeth segredou e Darcy riu em resposta.

Eles haviam estipulado que ficariam casados por um ano, depois de firmado a sociedade com às indústrias Chun. Após esse período, se divorciaram, alegando incompatibilidade de temperamento. Esse era o plano inicial, só que Darcy a cada dia acreditava mais e mais que um ano era pouco para ter Lizzie em sua vida. Mesmo alegando que ela sempre o teria por perto, não seria bem como estava sendo agora. Os dois juntos, andando de mãos dadas pelas ruas, com Elizabeth chamando-o de amor.

Darcy considerava-se um lobo solitário, sempre acostumado à solidão, já que Georgiana morava em Londres e ele não queria namorar ninguém. Só que agora, com Elizabeth em sua vida, às coisas já não estavam como antes. Ele não sabia bem como reagiria ao retornar para sua vida anterior. Por certo sentiria uma falta visceral dela, de tê-la tão próxima de si. Darcy começara achar que a via como uma amiga, uma amiga especial, bonita, gentil e doce. Mas, ainda assim, uma amiga, porquanto, ressaltava sempre em pensamento que permaneceriam amigos, independente de tudo aquilo acabar. Ele só não entendia porque não sentia-se satisfeito ou feliz com tal resolução. Darcy lutava contra a ideia de considerar pouco essa coisa toda de amizade.

Começava a temer o que aquela convivência estava causando dentro de si. Contudo, se convencia de que passara muitos anos sozinho, por isso sentia-se tão vulnerável mediante àquela situação. Qualquer homem em sã consciência ficaria balançado tendo que ficar tão próximo de Elizabeth, ele não era imune, afinal. Achava que logo passaria e tudo voltaria ao normal.

Darcy só não sabia que aquele sentimento que estava começando a surgir em seu peito não seria nenhum pouco efêmero.

— Vou pegar uma manta, você está muito fria. — dito isso, Darcy afastou-se, com a desculpa de esquentar Lizzie.

A verdade era que Elizabeth o olhava há algum tempo e ele estava sentindo o coração queimar no peito, vendo-a tão próxima de si. Por este motivo, para manter a segurança daquele acordo, Darcy preferiu afastar-se. Temia ser guiado por seus impulsos e estragar tudo, não queria que Elizabeth voltasse atrás com relação ao acordo. Ela era a única que poderia fazer aquele plano dar certo, Lizzie era a única que Darcy permitira entrar em sua vida daquela forma, sem reservas. Já que, sem dúvidas, não conseguia confiar em mais ninguém para guardar seus segredos. E aquele contrato de casamento poderia ser a porta para um sucesso ainda maior, ou, em contrapartida, seria sua ruína. Se alguém ousasse suspeitar da veracidade do casamento, tudo iria por água abaixo. Aliás, os chineses precisavam continuar crendo que os dois pombinhos estavam terrivelmente apaixonados, do contrário, o nome "Darcy", a empresa, tudo aquilo que seu pai lutou tanto para construir, estariam arruinados.

Tanto que, muitas das vezes, ele chegou a ponderar se todo aquele esforço valeria a pena. Se era de fato necessário passar por tudo aquilo, só para conseguir mais prestígio internacional. Eles já eram grandes, não havia necessidade daquela sociedade.

Daí surgia a imagem de Elizabeth sorrindo e Darcy só conseguia pensar que, graças a toda aquela loucura, ela entrara em sua vida. E por ela todo aquele risco passava a valer a pena. Darcy, naquele momento, só conseguia ver a ponta do iceberg, a verdade era que Lizzie já estava praticamente com os dois pés em seu coração. Ele não sabia disso ainda, fechado do jeito que era, teria um grau maior de dificuldade para enxergar o óbvio e entender os próprios sentimentos.

Entretanto, o destino resolvera colaborar um pouco, ou piorar tudo; pois, naquela mesma semana, um certo acontecimento prometia esquentar ainda mais àquela relação.

— Obrigada. — Elizabeth agradeceu, envolvendo-se na manta quentinha, que, por sinal, cheirava a Darcy. — Essa manta tem o seu cheiro.

— Isso é bom ou ruim? — ele coçou a nuca constrangido.

— É bom, eu gosto do seu cheiro. — Lizzie afirmou, acomodando-se no sofá, enquanto Darcy colocava o filme na tela gigante da sala.

Darcy sentou-se e Elizabeth grudou nele como o Yoda nas costas do Luke, então o filme começou. Alguns minutos a mais e Lizzie começou a espirrar.

— Você vai ficar doente se continuar com esse cabelo molhado. — Darcy alegou, fazendo Elizabeth encará-lo como se ele tivesse cinco olhos.

— Você cuida mais de mim do que a Jane e olha que ela é muito minha mãe. — ela riu. — Eu estou bem. — e enroscou-se ainda mais no braço de Darcy.

— Quer deitar no meu peito? — perguntou, vendo que Lizzie estava tendo dificuldade em achar uma posição confortável para ficar.

— Posso?

— Claro. — ele engoliu seco e deu espaço à Elizabeth, ela, sem fazer cerimônia, ajeitou-se no peito quentinho de Darcy, obrigando-o a inalar seu perfume adocicado. — Você se encaixa tão bem aqui... — falou baixinho.

Porquanto, Lizzie não ouviu, devido ao som estéreo que vinha da TV.

— O que?

— Nada, Lizzie. — desconversou. — Vou voltar um pouco o filme, está bem?

Ela só fez que sim com a cabeça e tornou a ajeitar-se, envolvendo o corpo de Darcy num abraço de urso.

— Você é tão grande, sinto-me protegida perto de você. — confessou e Darcy sorriu, depositando um beijo no topo da cabeça de Elizabeth.

— Eu não sou tão grande, você que é pequena.

— Ei, tenho o tamanho padrão. — retrucou, mas ria.

"Como pode encaixar-se tão perfeitamente em meu abraço?", pensou, enquanto envolvia o corpo de Lizzie e a puxava ainda mais contra si.

Continuaram assim, assistindo ao filme e comentando as cenas de ação, até que, em dado momento, Elizabeth começou a escorregar, ficando deitada no colo de Darcy.

Estava nitidamente com sono.

— Quer dormir? — perguntou ele, afagando os cabelos escuros de Elizabeth, que já estavam quase secos.

— Estou bem. — alegou visivelmente sonolenta.

— Não vou deixar você dormir com os cabelos úmidos. — retrucou, sentindo a textura dos fios macios de Elizabeth por entre seus dedos.

— Não estou com sono, seu cafuné que está me deixando sonolenta. — afirmou irredutível. — E já estão quase secos.

— Já te disse que você é muito teimosa?

Ela riu.

— Já sim.

Todavia, como previsto, segundos depois Lizzie adormeceu no colo de Darcy, fazendo-o suspirar consternado.

— Meu Deus, ela vai dormir com o cabelo úmido de novo! — exclamou para si mesmo, mas sem querer acordá-la.

No instante seguinte, levantou-se cuidadosamente, com Elizabeth em seu colo e a levou até o quarto que já era praticamente dela. Acomodou Lizzie na cama e a cobriu, não sem antes ficar observando-a por longos segundos.

"Como é linda.", refletiu e deixou um beijo casto na testa de Elizabeth.

— Dorme bem, meu amor. — sussurrou e sorriu.

Elizabeth sempre o chamava assim na frente dos outros, porém, Darcy não conseguia retribuir. Não até aquele momento.

— Do que você me chamou? — Elizabeth murmurou sem abrir os olhos.

— De Lizzie. — mentiu, sentindo-se envergonhado, pensava que Elizabeth estava totalmente adormecida.

— Mentiroso. — devolveu. — Fica aqui comigo um pouco? Você é tão quentinho...

Darcy assentiu e ficou velando o sono de Elizabeth por algum tempo, enquanto alisava seus cabelos escuros. Só que começava a piscar os olhos de sono também, aliás, nem conseguiram terminar de assistir ao filme.

— Deita... — Elizabeth pediu com a voz engrolada, parecia sonâmbula.

— Não posso, Lizzie. — negou lembrando-se da bendita regra do contrato.

— Por favor...

"Dane-se às regras!", pensou e, no instante seguinte, estava deitado ao lado de Elizabeth.

Essa foi a primeira vez que uma regra do contrato foi quebrada. No entanto, não seria a última.

 


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