Querido professor escrita por mjrooxy


Capítulo 12
Meu anjo




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Dormia e acordava, era tudo o que eu fazia. Não comi nada o dia todo, pois a enfermeira me trouxe uma comida horrível, que não fiz muita questão de ingerir. Minha barriga, no entanto, roncava de fome, aliás, eu queria tanto um lámen quentinho para me aquecer.

Já que não tinha mulher mesmo, o que me restava era o ramen. Principalmente depois do que fiz com Hinata, agora tinha certeza de que ela nunca mais olharia na minha cara. Voltaríamos a ter uma relação fria de professor e aluna, visto que não mais iria importuná-la como antes.

Mas, estava tudo bem, ao menos eu podia me iludir de que nossa relação mudou, não é?

Além de tudo, queria sair logo daquele hospital, ficar assim é horrível. Eu sou hiperativo e teria que permanecer de molho por uma semana!

Era uma tortura chinesa.

Ainda mais, porque só pensava em Hinata. Eu ficava imaginando que tipo de conversa ela teve com Kakashi, apesar de tentar, a todo custo, não pensar naqueles dois.

Era impossível.

Por que eu agi daquela forma com ela? Certo, estava chateado e com o orgulho ferido, mas, não era desculpa para eu ser tão evasivo.

Hinata cuidou de mim, voltou aqui depois do trabalho e eu se quer a recebi. Tudo por causa de ciúmes!

Eu não tinha tática alguma para poder conquistá-la, nunca fui bom nisso. Na real, nunca havia me apaixonado verdadeiramente, por isso acredito que não entendia ao certo o que sentia por Hinata e ainda menos como me aproximar do jeito correto.

Afinal, desejo era diferente de amor.

Ué, eu amava Hinata?

De qualquer forma, não fazia diferença, já que não era recíproco mesmo. Me virei na cama pela enésima vez, enquanto minha barriga roncava de fome.

Ao menos Sakura podia aparecer para me distrair, era tão solitário ficar naquele quarto branco. A enfermeira apareceu novamente, informando que eu precisava comer algo, pois os antibióticos eram fortes e poderiam ferrar meu estômago. Só que eu não queria aquela comida com cheiro e, provavelmente, gosto de nada.

Entretanto, o que eu podia fazer? Se não comesse poderia piorar ainda mais minha situação. Portanto, o que me restava era comer aquilo e imaginar que fosse um ramen de porco bem saboroso.

Até que a porta abriu e o anjo mais lindo entrou no quarto, era Hinata.

— Voltei. - ela anunciou, parecendo constrangida.

— Oi. - respondi, completamente surpreso.

— Sakura veio aqui?

— Não, ela meio que sumiu. - eu baixei os olhos, sem entender a atitude de Hinata.

— Ela deve ter ido atrás do Sasuke.

— Mas ela disse que não queria mais ele. - devolvi, vendo-a aproximar-se de mim com uma caixa de isopor no colo.

— Eu ouço isso há bastante tempo. - Hinata riu candidamente e aqueceu meu coração.

Como podia ser tão linda?

— Hinata, escuta. - iniciei reticente. - Me desculpe por te tratar daquela forma, não deveria, na realidade eu estava louco pra te ver de novo, sabe.

— Sei.

— Sabe? - retruquei de pronto.

— Sim, eu sou sua melhor enfermeira, não sou?

Eu ri.

— Com certeza, me desculpe se eu te constrangi de algum jeito... Durante a noite, falando coisas sem sentido. - pedi, coçando a nuca.

— Que nada, foi o ponto alto, você falando meu nome enquanto dormia e... - ela se calou.

Senti-me esquentar da cabeça aos pés.

— Sobre isso... - eu iria me explicar.

Só que Hinata me interrompeu.

— Tudo bem, Naruto. Nós somos adultos... - ela hesitou por um momento. - Só me fala uma coisa, é verdade que você... Bem, que você...

— Gosto. - afirmei na lata, estava cansado de mentir, se fosse para levar um fora, eu levaria. - Gosto desde que a vi pela primeira vez, sentada na segunda carteira, você vestia um cardigã vermelho e falava o tempo todo com sua amiga, que não tinha ido com a minha cara.

Ela riu.

— Você me ouviu dizer isso?

— Ouvi, daí em diante, eu passei a reparar o tempo todo em você e comecei a ficar assustado. - confessei e clariei a garganta para continuar. - Foi nesse momento que tudo começou a desandar pra mim e eu descontei em você.

Hinata me olhou de um jeito enigmático, eu não conseguia decifrá-la.

— Naruto, eu...

— Não precisa dizer nada, Hinata. Só me deixe... Ficar perto de você. - escapou de mim.

— Deixo. - ouvi em resposta.

Eu sorri tanto ao ouvi-la concordar, que chegou a doer minha mandíbula.

— Você não vai fugir mesmo?

— Não. - negou de pronto. - Aliás, eu só queria dizer que não aceitei sair com Kakashi.

— Por quê? - meu coração quase saiu pela boca.

— Eu não sei mais se quero tanto...

Senti todo o meu corpo tremer.

— Você tem noção do que isso significa pra mim?

— Desculpe, eu não quero te iludir. - protestou, voltando atrás.

— Já me iludiu!

Hinata gargalhou alto.

A risada dela era tão gostosa, ela toda era, na verdade. Uma coisa, tentação demais para a minha sanidade.

— Tão fácil? - rebateu, parando de rir aos poucos.

— Só de ter voltado aqui já me deu esperanças. - devolvi com sinceridade.

— Deveria ter ido embora então. - ela mostrou a língua.

— Não fala isso nem de brincadeira, por favor. - supliquei, sem ter vergonha de ser tão babão.

— Tudo bem, eu precisava te alimentar. - Hinata começou a retirar várias coisas de dentro da caixa de isopor e o cheiro de comida tomou conta do quarto. - Tudo o que eu trouxe você pode comer, espero que goste.

— Não acredito, você realmente é um anjo! - eu disse sorrindo de felicidade. - Meu anjo. - completei baixinho.

Porém, acho que Hinata ouviu, pois sorriu de lado.

Tinha bolinho de arroz, sopa de missô, sashimi, yakimono, nabemono pudim de leite para sobremesa. Tinha tanta coisa que eu iria explodir de tanto comer e, o melhor, havia um lámen bem quentinho me esperando. Ah, Hinata, como não amar você?

— Eu fiz lámen, mas com bastante legumes, assim fica mais saudável.

— Você adivinhou meu pensamento! - exclamei, já atacando a comida. - Como está gostoso... - acrescentei com a boca cheia.

Ela sorriu e sentou na poltrona que havia ao lado da cama, ficando apenas me observando.

— Come tudo, pra você ficar bom logo.

— Obrigado, Hina. - agradeci, chamando-a pelo apelido.

Pensei que Hinata fosse se incomodar, no entanto, ela apenas assentiu ainda sorrindo.

Depois que eu tinha comido até me fartar, meu celular tocou, era sobre meu carro roubado. Eu nem me lembrava mais, após tudo o que aconteceu em seguida. Contudo, o bendito foi achado, sem as rodas, mas foi. Era um começo, certo?

Inclusive, Hinata caiu na gargalhada quando eu contei esse detalhe a ela, depois parou de rir, ficando muito vermelha e pedindo desculpas na sequência por ter deixado a chave no contato.

Hinata era tão linda, eu não me cansava de olhá-la. Eu só queria que esse dia nunca mais acabasse.

— Já está tarde, Hina. - refleti, vendo que há muito havia escurecido.

— Não vou te deixar sozinho.

— Vai, Hinata. Amanhã você trabalha. - insisti.

— Já disse não. - respondeu convicta.

— Você é teimosa! - protestei, surpreso. - Então deita aqui, comigo. - bati na cama ao meu lado.

— Pode? - ela me olhou com os olhos pidões.

— Não sei, mas não me importo.

Hinata se achegou a mim de mansinho, como uma gatinha se esgueirando e recostou a cabeça no meu peito. Em contrapartida, seu cheiro adocicado me invadiu, tanto que nesse momento meu mundo parou.

— Se ficarmos juntos e alguém descobrir, você perde o emprego. - ouvi em resposta e senti todos os meus pêlos arrepiarem, por causa da sua respiração rente ao meu pescoço.

— Eu não ligo, se for para ter você. - argumentei, olhando-a nos olhos.

Hinata suspirou profundamente e entreabriu a boca.

Puta. Que. Pariu.

Ela estava dando abertura para um beijo? Eu não sabia o que fazer, me sentia um garotinho de oito anos!

Em êxtase, respirei fundo e levei minha mão até seu pescoço alvo, ficamos assim, bem próximos um do outro. Eu podia ouvir sua respiração contra meu rosto. Consequentemente, encostei minha testa à dela e olhei bem no fundo daqueles olhos incríveis, que tanto me chamavam. Eu só queria apreciar o momento, não tinha pressa, se ela me quisesse de verdade, eu saberia.

— Você é tão linda. - a elogiei baixinho e beijei a ponta de seu nariz.

— Você também é. - Hinata retribuiu.

Eu sorri.

— Ainda não acredito que está aqui, comigo...

— Estou. - afirmou e enroscou a mão direita nos meus cabelos. - Me beija, Naruto.

Engoli seco, sentindo meu coração tão descompassado dentro do peito, que pensava estar tendo um infarto aos vinte e nove anos. Afinal, eu vivi para ver essa mulher me pedindo um beijo!

No entanto, passado a tremedeira inicial, comecei a me aproximar lentamente, vendo Hinata morder o lábio inferior, me instigando.

Eu iria morrer, sério. Será que meu coração era fraco? Se fosse, não aguentaria.

Então, por fim, quando nossos lábios finalmente se tocaram, a maldita porta abriu!


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