Acaso escrita por Queen the Vampire


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Dedicada a Ana Paula Zorzal minha amiga oculta.



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Memória do dia 24 de setembro de 2018:

— Eu não desistir nem mesmo quando a polícia parou de procurar, aquilo não poderia ser normal, como uma pessoa pode sumir assim? O índice de assassinato e seriais killers dessa cidade são praticamente nulos! — O homem visivelmente frustrado espalmou as mãos na mesa enquanto encarava os poucos amigos que ali estavam Rosalya olhou-o com tristeza antes de afagar-lhe o ombro:

— Cas... Sei que isso dói, ela também era a minha melhor amiga, mas até os pais dela desistiram das buscas. Talvez devêssemos repensar o nosso plano. — A voz doce da futura designer de moda ecoou pela sala.

— OU simplesmente deveríamos mudar de tática, pensem bem. A última vez que Karen foi vista foi na manhã de 25 de julho, ela estava a caminho da Anteros iria se matricular no curso de arquitetura então algo no meio do trajeto deve ter mudado. — Kentin estava confiante, mesmo Castiel que até então duvidava pensou que ex-soldado deveria ter algo em mente. — Vou entrar em contato com Armin e ele vai nos dar a localização do último lugar onde o celular de Karen deu sinal e de lá iniciaremos as buscas.

— Hum... E você acha que eu não tentei isso? — Castiel se jogou no sofá descrente. — Eu consegui ter acesso aos laudos, e o último lugar que o celular de Karen teve sinal foi dentro da floresta de Hérault, eu já acampei naquele lugar, desde que Karen sumiu tenho indo constantemente, porém, a floresta parece estar instável, das dezoito vezes que visitei tive a oportunidade de reconhecer o caminho e em cinco delas houve uma mudança brusca, além de haver muitos hectares para procurar sozinho. — Pior do que a tristeza contida nos olhos cinza era a incerteza e falta de expectativa ao redor daquela com quem dividiu seu coração.

 — Então é isso! — Rosalya bateu com as mãos na mesa chamando a atenção de todos, inclusive da cabeça de tomate que estava preste a se perder nas próprias memórias. — Você sozinho realmente é inútil, mas se nos juntarmos dará certo, Ken eu sei que você tem uns rádios com uma frequência excelente, tente descolar mais alguns para a galera eu ficarei responsável pelo mapa e nos dividiremos em quatro grupos de três pessoas, ou seja, precisaremos de três rádios e amanhã pela manhã nos encontraremos na entrada da floresta. — Rosalya não esperou pela resposta de ninguém apenas alegou que todos deveriam ir dormir cedo se quisessem estar bem dispostos, Kentin reforçou que todos deveriam aprontar os equipamentos para um possível equipamento e tomo como responsabilidade própria levar o grupo de jeep. Depois que todos saíram Castiel caminhou pela casa vazia, foi até o quarto e pegou o pequeno porta-retrato que deixava do lado de sua cama.

— Eu espero te encontrar garotinha... — A respiração sôfrega e o solilóquio foram postos de lado com um cachorro babão que pulou sobre ele. — Calma amigão, amanhã eu te levarei conosco não confio em deixá-lo sozinho do contrário poderá morrer de fome. — Ao afagar entre as orelhas de Dragon notou o "sorriso" do cão que parecia compreendê-lo como ninguém e sorriu ao pensar em como era bom não estar tão sozinho.

Manhã seguinte entrada da floresta de Hérault:

O grupo estava pronto para adentrar a floresta, de um lado estavam Rosa, Ken e Alexy, do outro Iris, Kim e Jade e no grupo de Castiel era composto por ele e o cachorro, já que segundo o mesmo preferia ficar sozinho.

— Nos encontramos nesse ponto ao anoitecer. — Rosalya demonstrou no mapa uma parte marcada com o ×.

— E antes que se questionem o meu irmão fez um bom trabalho. Todos os nossos números de celulares estão sendo rastreados diretamente pelo PC dele e para completar se vocês olharem nos GPS de vocês as coordenadas do ponto de encontro já foram inseridas. — Alexy sorriu.

— Às vezes esqueço que a profissão do Armin inclui harkear os outros. — Violette sussurrou e como resposta teve um Ken apaixonado abraçando-a, as bochechas da garota de cabelos lilases pareciam morangos de tão vermelhos e Alexy tratou de dissipar aquela atmosfera:

— Certo pessoal chega disso vamos ao que, procurar por Karen. — O azulado puxou o soldado em direção a Rosa. O grupo saiu tranquilamente em busca daquela que deveria estar ali, sorrindo, se divertindo e provavelmente dando péssimos conselhos para Violette, Karen era uma boa amiga, pena que deixaram para perceber isso depois de sua partida.

Haviam se passado três horas desde que as buscas começaram, Castiel ao lado de Dragon decidiu parar por um momento, o pobre animal estava cansado e apesar de seu porte não conseguia esconder a exaustão.

O vermelho desejou ter reconsiderado a ideia de trazê-lo para a busca.

— Temos  que continuar amigão,  espero que Karen apenas tenha se perdido pela floresta. — Os olhos incertos procuraram algo para se agarrar além da esperança. Castiel e Dragon subiram uma parte íngreme  daquela floresta o lugar lhes dava maior visibilidade da floresta, o homem deu alguns passos firmes no caminho munido do mapa e do comunicador, o cachorro parecia se divertir enquanto andavam plenamente pela descida do pequeno monte, Castiel pisou em falso o que ocasionou em uma queda fazendo-o rolar seis vezes antes de bater com a costela no tronco maciço e perder a consciência, um clarão invadiu os montes e todos que naquela floresta estavam sentiram suas vontades se esvaírem.

— Droga! Rosa, Alexy porque viemos aqui mesmo? — Ken coçou  a cabeça visivelmente preocupada.

— Bom pela mochila e panelas penduradas tenho certeza de que íamos acampar. — A voz de Alexy carregava a dúvida de todos e ainda assim concordaram, pelo simples fato de que ambos estavam perdidos.

As horas se passaram e por algum motivo o grupo se reuniu no ponto demarcado no mapa e enquanto os amigos preparavam as barracas de acampamento o homem de cabelos vermelhos tinha sua face lambida por um cachorro que lamuriava e apesar da dor levantou-se desnorteado.

— O que será que viemos fazer aqui Dragon? —  Comentou antes de levantar-se e caminhar pelo local, Castiel sentiu os arbustos próximo a si se mexerem e  Dragon rosnou desvencilhando-se do dono e correndo atrás do desconhecido, o cabeça de tomate fez o mesmo e assim correu em direção ao cão e em certa parte do percurso não notou o pequeno círculo de cogumelos ao qual acabou interceptado, a última coisa ao qual se lembra foi do cachorro pulando em cima de si antes de desaparecer.

Enquanto isso na Guarda de Eel naquela mesma manhã por volta das 8hs:

Miiko estava preocupada com as palavras de Ykhar, andava de um lado para o outro enquanto as chamas azuis dispersaram livremente, a porta da sala do cristal foi aberta e os líderes das guardas adentraram o local.

— O que você queria conosco? —  Ezarel perguntou despreocupado, sabia que provavelmente a líder da guarda reluzente gostaria de falar algo sobre a até então humana que tanto importunava.

—  Ykhar me fez perceber que deixamos uma brecha que se tornará um possível problema! —  Esbravejou.

—  E o que isso quer dizer? —  Valkyon se pronunciou confuso.

—  Que a partir do momento em que aceitamos uma humana no QG deveríamos nos preocupar com suas memórias, uma vez que as pessoas que ela deixou para trás lembram muito bem de sua aparência e até mesmo sentem sua falta. 

—  Tá e desde quando isso é um problema da guarda? Os sentimentos dela não deveriam nos importar. —  Ezarel desdenhou em um tom irônico que até mesmo para ele fora desnecessário.

—  Não é hora para isso Ezarel. A própria Karen nos informou que seus pais e amigos devem estar preocupados e que fariam buscas, já pararam para imaginar o quão desgastante e estressante seria se mais humanos atravessassem o círculo? Suponhamos que todos os elos mágicos que temos com a terra estejam suscetíveis a isso, a guarda de Eel não é uma creche  ou um criadouro humano! — Miiko estava coberta de razão, porém totalmente fora de si.

—  E o que você sugere? Que apaguemos a memória dela? Seria mais fácil submetê-la a um interrogatório. —  Nevra sorriu levianamente, o líder da guarda sombra jamais perderia uma de suas oportunidades.

— NEVRA! —  Miiko tentou conter a própria fúria. 

— Espera Miiko se utilizarmos a ideia do Nevra de outra maneira não teremos problemas, farei uma poção que apague a memória de todos com quem ela conviveu, assim será apenas uma humana perambulando pelo QG. —  Ezarel sorriu, a possibilidade de deixar Karen fora dos assuntos da guarda no momento eram agradáveis.

— Só há um problema com o seu plano terrível Ez, a Karen jamais tomaria essa poção sabendo o que perderia. Eu mesmo recusaria. —  Valkyon sempre fora sensato.

— Olha eu sei que essa é uma medida extrema, mas o nosso caso não é dos melhores. Então não me interessa como farão, apenas façam! —  Após escutarem o ultimato da raposa, o pequeno grupo saiu em direção as suas próprias obrigações, por fim concordaram de se reunir naquela mesma tarde no laboratório de alquimia e como a humana pertencia à guarda Sombra, Nevra se responsabilizou por fazê-la entender e cooperar com aquela ideia estapafúrdia...

O sol havia se escondido mediante a onipotência da Lua, a jovem ruiva contemplava o céu com seus pés na água, o parque do chafariz era perfeito para admirar as estrelas e o brilho esplêndido do céu que em cidades grandes como Montpellier era abafado por toda a fumaça e poluição atmosférica, aproveitava aquele pequeno momento para lembrar da família, dos amigos e daqueles olhos cinzas que tanto queimavam-lhe a pele e o sorriso malicioso do mesmo que lhe chamava de garotinha.

"O quê será que estão fazendo? Aposto que se meteram em alguma confusão." —  Sussurrou enquanto recordava do último momento ao lado dos amigos e do até então namorado.

—  Você é realmente fácil de ser encontrada. —  Os pés que balançavam dentro d'água travaram ao ouvir aquela voz sedutora e o humor mudou drasticamente.

—  Nevra... O que faz aqui? —  Os olhos vermelhos contemplaram o Vampiro que sorriu ao aproximar-se deixando-a levemente constrangida. Karen não queria admitir, mas achava o vampiro atraente. 

—  Nossa que recepção heim... Isso tudo por causa do incidente com as roupas? —  Comentou.

— Nevra... Foi uma confusão atrás da outra, então me diga o que você quer de uma vez. —  A ruiva reclamou estava próxima demais do chefe da guarda para negou até mesmo suprimir certas reações.

— Ok-ok Karen vamos deixar isso para depois, pois agora tenho uma missão pra você. —  O tom de voz sério deixou-a preocupada, sabia que apesar do jeito descontraído Nevra era implacável lembrou-se da missão em que Ivone acabou morta pelas mãos do vampiro e também do pequeno encontro com o blackdog.

—  Se é assim chefe, Vamos ao que interessa. — A ruiva tirou os pés d'água rapidamente e pegou as botas, Nevra estendeu a mão com um sorriso ladino e ela recusou, não precisaria de ajuda para algo tão pequeno.

— Vá na frente irritadinha, ande até o laboratório de alquimia. —  O vampiro ironizou.

—  Se a missão for com o Ezarel eu dispenso. Chame alguém que aguente o humor daquele elfo. —  Reclamou.

—  Ou seja,  você não aguenta olhar para o espelho? —  A gargalhada suave do chefe deixou-a irritada, porém manteve aquela sensação apenas para si e em silêncio caminharam até o laboratório de alquimia. A primeira coisa que Karen notou ao entrar foi o fato de que Ezarel não estava no lugar.

—  Nevra o que viemos fazer aqui? —  Sentiu que algo estava errado, sabia que Ezarel era chato o suficiente para impedir que alguém mexesse em suas coisas.

— Sinceramente eu não vejo motivos para mentir. —  Nevra tirou o cachecol e aproximou-se da mesa de poções, pegou um frasco com um líquido azulado e sorriu para a ruiva. — Precisamos que você beba isso. — Estendeu o frasco.

—  E por quê? —  Foi questionado.

— Digamos que é apenas uma medida preventiva, assim que tomar o líquido ninguém do seu mundo se lembrará de você, assim evitaremos problemas para a guarda e pro nosso mundo também. —  O vampiro foi direto, os olhos vermelhos da humana demonstraram toda a confusão ao escutá-lo: ele estava mesmo sugerindo que ela se esquecesse de todos que ama? Seria no mínimo cruel para não dizer algo pior.

— Eu me recuso isso é ridículo! Como você se sentiria se tivesse que tomar essa poção? —  Retrucou no fundo a vontade era de acertar aquele rosto pela audácia.

— Vai por mim mulher eu dançaria ao tomar esse líquido. —  O sorriso do vampiro não demonstrava nada que pudesse replicar suas palavras apenas uma profunda certeza.

—  Então que bom para você! Aproveita e toma logo isso. E da próxima vez que me sugerirem algo assim mandarei todos a merda! —  Nevra não pode deixar de gargalhar, quem diria que aquela humana possuía um pavio tão curto? Ele adorava aquele desafio e suspirou fingindo se dar por vencido.

—  Já que é assim tudo bem. —  O vampiro virou o frasco nos lábios assustando-a.

—  Nevra o que você pensa que está fazendo? —  A ruiva demonstrou preocupação e talvez se houvesse percebido o atrevimento teria se dado conta da armadilha, porém o vampiro fora mais rápido e em questões de segundo os lábios dele já estavam contra os dela forçando-a engolir aquela poção, as mãos delicadas espalmaram o peitoral do vampiro forçando a separação. 

—  Espero que entenda que essa foi a única forma que encontrei de fazê-la beb... —  Nevra foi interrompido pelos dedos da mão esquerda que agora lhe acertavam o lado direito da face, nunca em toda a sua existência o vampiro pensou que essa poderia ser a reação dela. 

— Eu juro que da próxima vez, o tapa será o menor dos seus problemas! —  A passos largos Karen saiu do laboratório, desceu as escadas apressada e correu para o quarto, se pudesse deixaria o QG imediatamente. —  Vampiro idiota, quem ele pensa que é para me beijar desse jeito? Se não fosse pela poção estúpida provavelmente eu teria retribuído e só depois viraria a mão na cara dele! —  Reclamou e por um instante desejou que a poção falhasse, pena que para seus anseios tudo correria de acordo com os planos da guarda reluzente e alguns metros dali, nas terras Fenghuangs um novo humano acompanhado de um cachorro daria continuidade aos problemas aos quais Miiko tanto tentou evitar.

 

 


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Notas finais do capítulo

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