Candy girl escrita por mjrooxy


Capítulo 6
Filminho, sopa e trapalhadas




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Logo chegamos à minha casa e constatei que meus pais tinham saído. Olha, não foi proposital, eu avisei que traria uma amiga para o almoço, não entendia o porquê de não terem ficado para receberam-na.

Enfim, após constatar que estávamos sozinhos, eu finalmente me toquei que deveria largar a mão de Hinata. Pois é, viemos até aqui de mãos dadas e mesmo para abrir a porta da casa, não a soltei.

Corei por imaginar aquelas mãos pequenas em outras partes do meu corpo. E, ao desviar os olhos, para Hinata não perceber, encontrei um bilhetinho da minha mãe.

"Querido, seu pai e eu precisamos sair, deixei sopa de missô pronta. Perdoe-me, não deu tempo de fazer outra coisa. Mais tarde estamos de volta, juízo!"

Eu ri ao final do bilhete, minha mãe era uma figura.

— Estamos sozinhos. - informei à Hinata, que olhava ao redor entretida.

— Ah! - exclamou voltando os olhos para mim. - Talvez eu devesse voltar outra hora.

— Não, que isso. - retruquei indo até ela. - Ficaremos bem, minha mãe deixou sopa pronta, acho que é só esquentar.

— Se é assim. - Hinata afirmou sorrindo de lado.

Aquele sorrisinho doce que passou a aquecer completamente meu coração nas últimas semanas.

— Está com fome? - questionei preocupado. - Se não for suficiente, eu peço algo para complementar.

— Sem problemas, Naruto. - Hinata assegurou. - Ainda não estou com fome.

— Então que filme quer assistir, aqui na sala ou no meu quarto? - perguntei inocentemente, mas Hinata deve ter interpretado com segundas intenções.

Pois corou feito um tomate.

— Ahn aqui é melhor.

Sorri por vê-la encabulada, eu não iria atacá-la, respeitava Hinata. Ainda mais depois do que aconteceu no colégio, se eu chegasse muito perto dela estaria perdido. Era o fim da batalha.

Não obstante, depois de nos ajeitarmos no tapete felpudo da sala e tirarmos os tênis. Passamos a decidir qual filme iríamos assistir, algum tempo após, estávamos ambos olhando para a grande TV da sala. Hinata escolheu uma comédia romântica e eu aceitei, ela era a convidada, afinal de contas.

Assim foi se passando os minutos, nós continuávamos mantendo uma distância segura. Apesar de vez ou outra, eu me movimentar para mais perto, de forma bem sutil, quase imperceptível. Também a espiava de canto, vendo-a sorrir de quando em quando com alguma cena do filme.

Meu coração começou a disparar, ao passo que encarei mais profundamente a garota que jazia ao meu lado. Hinata, que vestia uma saía plissada, um pouco acima do joelho, mantinha-se com uma almofada entre as pernas. Acho que para sentir-se mais à vontade. Ainda assim, eu podia ver boa parte de suas coxas, que a saia não podia cobrir. As bochechas permaneciam coradas, talvez por estarmos a sós, ou porque sentia meu olhar sobre ela. Os longos cabelos caiam por sobre às costas, adornando ainda mais Hinata e o óculos redondo dava-lhe um charminho sem igual. Ah, fora a franjinha escura cobrindo a testa e o nariz arrebitado, que de tão pequeno, parecia um nariz de corujinha.

Aí. Meu. Kami!

Meu coração começou a bater ainda mais acelerado, penso que por finalmente se dar conta do que eu tentava a todo custo esconder de mim mesmo.

Eu estava apaixonado por Hinata!

— Já volto. - anunciei ganhando a atenção de Hinata.

Fui até a cozinha e decidi esquentar a sopa, porque o meu corpo mesmo já estava queimando. Eu precisava pensar com clareza, não podia avançar o sinal, não assim. Não queria magoar Hinata eu nem tinha certeza se era correspondido.

— Merda. - falei para mim mesmo, quando queimei o dedo no fogo que tinha acabado de acender.

Estava tão absorto que fiz tudo no automático, a ponto de tacar fogo na casa. Porém, um segundo depois, Hinata surgiu na cozinha, sorrateira.

— Precisa de ajuda? - questionou aproximando-se de mim.

— Nã-não. - neguei nervosamente.

Me sentia um garotinho de dez anos, descobrindo a primeira paixonite da vida.

— Não é o que parece. - desdenhou rindo zombeteira.

Foquei no que estava fazendo e percebi que tinha colocado a sopa para esquentar na outra boca do fogão, mais precisamente na que estava desligada. Enquanto o fogo aceso queimava abandonado.

— Ah. - cocei a nuca envergonhado.

O que eu estava fazendo?

Hinata achegou-se a mim e começou a botar ordem na cozinha, enquanto eu só a observava com atenção e afeto.

Ela era linda demais, parecia uma boneca. Daquelas que você quer cuidar e mimar eternamente. A essa hora meu coração já queria sair do peito e meu estômago se remexia dentro de mim, parecendo lutar karatê.

— Prontinho. - falou quando a sopa já estava nas tigelas. - Ah, eu fiz uma salada de legumes crus, para comermos antes, tudo bem?

Apenas balancei a cabeça freneticamente, vendo-a vir em minha direção. Quase saí correndo, temendo agarrá-la ali mesmo, quando o pior aconteceu. Fiz menção de me virar, para ajudá-la a pegar as tigelas, mas, na minha total falta de noção e meu estado de completo desespero, bati com força na tigela de legumes. Não sabendo como, ou que força empreguei no ato, só dei por mim quando a tigela voou, dando um giro no ar e despencando na cabeça de Hinata. Que era bem baixinha, seria impossível que aquilo acontecesse comigo, por exemplo.

— Ain. - resmungou com os legumes caindo por sobre seus cabelos.

— De-desculpe. - pedi morrendo de vergonha, achei que Hinata fosse me dar uma voadora na cara.

Tamanha a raiva.

Entretanto, contrariando tudo o que eu imaginava na vida, ela desandou a rir. Gargalhar mesmo, riu tanto que sentou-se no chão, ainda com a tigela na cabeça.

Eu, que até então continuava em estado de choque, pensando que a tinha machucado. Permanecia olhando-a de cima, completa e absurdamente confuso. Olhos arregalados, respiração entrecortada. E se fosse a sopa? Teria queimado Hinata!

No entanto, ela não parecia importar-se naquele momento. Continuava rindo com a mão na barriga.

Consequentemente, me sentei ao seu lado e ainda meio sem saber o que fazer, além de retirar a tigela de sua cabeça. Fiz menção de fazer isso, ademais, quando nossos olhares se encontraram, Hinata com lágrimas nos olhos de tento rir e com as bochechas coradas.

Eu não resisti, fitei demoradamente sua boca naturalmente vermelha e respirei fundo, mordendo meu lábio inferior no processo.

E, um segundo após, eu a beijei.


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