I Remember You escrita por ShisuiONagato


Capítulo 3
Playground


Notas iniciais do capítulo

Oi oi meus queridos, como estão? Sim eu estou vivo! kkkkkkk na verdade estava pensando se voltaria aqui um dia ou não, foi muito tempo refletindo até perceber que não consigo abandonar tudo isso. Houveram vários motivos que quase me fizeram desistir de escrever... a falta de tempo, o trabalho, a faculdade, problemas psicológicos, falta de retorno nas minhas histórias, enfim, muitos e muitos motivos, mas como já disse, não consigo deixar tudo isso para trás, então peguei para ler algumas das minhas histórias inacabadas e decidi voltar, mas aos poucos, vou primeiramente finalizar todas as que ainda estão em andamento, antes de começar algo novo (que aliás tenho vários plots guardadinhos) então espero que não me deixem e que me perdoem pelo sumiço de muitoooo tempo. Não vou dar um prazo para as postagens, infelizmente vai tudo depender do meu tempo e psicológico para isso, mas vou tentar ao máximo postar com frequência, amo isso aqui ♥

Enfim, cá está mais um capitulo de "I Remember You", umas das minhas ultimas postagens, vou finalizar ela primeiro e em seguida as demais. Infelizmente vou encurtar um pouco o plot que tinha pensado para ela, acabei desanimando com a falta de retorno... Será que minha escrita é tão ruim assim? :(

Mas é isso, perdão pelo textão antes do capítulo e espero que seja bem vindo aqui outra vez :)

Boa leitura ♥



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Jaebeom manteve-se em completo êxtase durante todo o restante da aula, foram os minutos mais longos de sua vida. Suas veias ferviam querendo mover-se, mas relutava para não o fazer, e sua cabeça perguntava o motivo de Youngjae estar ali, tão repentinamente, depois de dizer que nunca mais iria voltar. 

Quando o sinal toca de repente, o moreno se levanta antes de todo mundo e vai até a primeira carteira da segunda fileira do lado esquerdo da sala, onde o garoto de cabelos azuis ainda mantinha-se sentado, e o segura pelos pulsos, puxando-o para o lado de fora em seguida e vos escondendo entre dois pilares no corredor do segundo andar da faculdade.

— Posso saber o que está fazendo aqui? Você não ia caçar aquele tal pirralho metido a príncipe que tanto falou? Qual o motivo de estar na minha faculdade? No meu curso? Na minha sala? — e assim seguia com as perguntas sem ao menos parar para respirar.

— Carambolas! Você só sabe reclamar? — o outro questiona.

— Que tipo de sotaque é esse? Quem é que fala “carambolas” hoje em dia? 

— Ah! Eu estudei alguns livros da Terra dos humanos antes de vir para a sua faculdade hahahaha, gostou?

— Parece mais um velho resmungando por aí. — murmura. — Mas não tente fugir do assunto, por que está aqui?

— Ok, eu vou dizer… Mas primeiro podemos comer? Minha barriga não para de roncar. Faz dias que não como nada.

— Espera, você não comeu desde que veio pra esse mundo?

— Não. — diz com uma expressão triste.

— Garoto??? Você é louco! Venha, vamos até a cantina. — novamente, Jaebeom o arrasta pelos braços.

Ao longo do caminho, por mais curto que fosse, Youngjae observa o moreno pelas costas. Seu cabelo era liso e bagunçado ao mesmo tempo, seus ombros eram largos o bastante para ser jogador de qualquer esporte que desejasse, seu corpo era esbelto na medida certa, não muito musculoso também, e seu perfume impregnava nas narinas do ser mágico, era doce e cítrico ao mesmo tempo, na medida certa para que aquele cheiro tão viciante para Youngjae ficava mais intenso a cada passo que davam. Sem perceber, ele já mantinha um sorriso bobo em seu rosto. Jaebeom era como uma droga para os sentidos aguçados do garoto de cabelos azuis.

Os dois se sentam em uma mesa afastada na cantina da faculdade, onde poderiam conversar sem que nenhum bisbilhoteiro os escutassem. Choi fica encarando-o esperando que tomasse as rédeas da conversa, mas ele não o faz, tendo assim que iniciá-la por conta própria.

— Já que quer saber, vou direto ao ponto! No fim das contas, percebi que preciso mesmo de ajuda, e você é o único ser humano com quem tive contato e sabe da história, então… Afinal não entendo praticamente nada do seu mundo a não ser as lendas que meu povoado reino contava para as crianças antes de dormirem.

— NÃO! - diz o outro em tom curto e grosso, e tão alto que fizeras todos naquele ambiente os encararem, fazendo o plano de não serem ouvidos por mais ninguém, ir por água abaixo. — Não vou arriscar minha vida, eu vi muito bem que aqueles monstros não vieram aqui pra brincar de Barbie fairytopia com você.

— Primeiramente eu não faço a mínima ideia do que está falando, e em segundo lugar, não ficarei insistindo então. Apenas pensei que tivesse um coração bom por trás desse gelo todo que sua aura emana. 

— Hahahaha! Vai me dizer que consegue ler meu corpo ou algo parecido?

— É… Algo parecido — rebate o de cabelos azuis.

— Mas me diz, como conseguiu entrar na minha turma? Sou do último ano, e imagino que as fadas não tenham uma faculdade de artes no reino brilhante, ou será que tem? — Jaebeom abre a boca confuso, imaginando se sua hipótese pudesse ser verdadeira.

— É Reino Encantado! — rebate esbaforido. — E nós não precisamos estudar lá, nossa inteligência já nasce aguçada, diferente de vocês humanos que sujam as fraldas a cada cinco minutos e choram feio sirenes descontroladas.

— Tá eu entendi, Sininho! — o moreno debocha. — Por que não dá meia volta logo e retorna a Terra do Nunca?

— Ok! Peço desculpas pelo incômodo vossa humaneza. Foi bobagem minha achar que um humano me ajudaria a evitar a extinção do meu povo.

Ao ouvir essas palavras que saíram sinceras e carregadas de tristeza dos lábios de Youngjae, o moreno tem um calafrio que desce de seu pescoço até os pés. Afinal, ele perdera seus pais ainda criança e sequer lembrava deles, e foi exatamente nisso que ele pensou… Mesmo sem conhecer muito aquele garoto em sua frente e de onde ele havia vindo de fato, o coração de Jaebeom foi tocado profundamente por aquelas palavras carregadas de sentimentos negativos. 

— Vamos à biblioteca no centro da cidade! — diz Lim de repente.

— O que? — pergunta Youngjae confuso.

— Anda logo, antes que eu mude de ideia! Temos que começar por um lugar, não é mesmo?

Nesse momento Youngjae sorri de repente, sem que soubesse o motivo. Seu coração que temia pelo que aconteceria pela frente, por um momento volta a acender um pingo de esperança, afinal agora não estaria mais sozinho em um mundo totalmente desconhecido e sem saber por onde começar sua busca, mas sim, acompanhado de um — talvez — novo amigo.

— X —

Youngjae fica espantado ao ver que o lugar não era bem do jeito que ele imaginava. Era uma construção estreita — um tanto quanto antiga — e ficava em uma rua não muito movimentada, bem na esquina, mas ao mesmo tempo o prédio era alto, com dois andares e com janelas enormes, podendo assim ver os mais variados livros organizados naquelas gigantescas prateleiras de madeiras brancas mesmo de longe.

Ao entrarem pela porta, um sininho em cima dela toca, avisando que haviam clientes, e logo o senhor Kang os atende com um sorriso no rosto. Era um velho amigo do pai adotivo do moreno e o senhor fica feliz em rever o garoto.

— Leu rápido dessa vez Jaebeommie! Foram só dois dias, hahaha. Quais vão ser dessa vez? — pergunta o simpático senhor.

— Ainda não os terminei senhor, dessa vez, vim por causa de um amigo! Esse aqui é Choi Youngjae. — responde, apresentando o outro.

— Ora! Seja bem vindo a minha humilde biblioteca.

— Obrigado senhor! Fico feliz pela recepção.

— Bom, tenho vários livros para cadastrar então fiquem a vontade! Qualquer coisa é só pedir para o Eunsop. Ele é novo e ainda está em treinamento então vai ser bom para ele ajudar um cliente fiel como você.

— Valeu senhor Kang! Pode deixar!

Jaebeom, então, vai direto para a sessão histórica da cidade, em meio a tantas outras naquela — não tão pequena — biblioteca, imaginando poder encontrar algo sobre os cidadãos de lá e uma possível pista sobre a pessoa que procuravam.

O moreno pega cinco livros da primeira fileira da prateleira, dois da segunda, na terceira não acha nada de interessante, mais uns cinco ou seis da quarta e quinta fileira e sobe em uma escada — que havia pedido a um dos funcionários — para poder observar os livros que ficavam nas partes mais altas. 

O moreno desce as escadas e começa a ir em direção a Youngjae que mantinha-se sentado em uma das mesas esperando ansioso, batendo os pés sem parar e rezando para achar alguma pista sobre seu príncipe, mesmo achando que não era ali que conseguiriam alguma coisa. Mas, de repente a  cabeça de JB começa a latejar e seus olhos não conseguiam se manter abertos, suas pálpebras estavam mais pesadas do que jamais estiveram. Várias sombras negras começam a perturbar a mente do garoto, elas zumbiam sem cessar e o barulho alto e insuportável o fizeram ajoelhar no chão e colocar as mãos sobre a cabeça, pressionando-a. Aos poucos, elas vão ganhando formas borradas, pareciam ser pessoas, mais especificamente, um homem e uma mulher de longos cabelos escuros. “Meu filho, eu sinto muito.”, a mulher repetia incontáveis vezes. “Vocês são uns monstros!” dizia o homem. Essas palavras ficavam se repetindo sem parar dentro da cabeça de Jaebeom que se contorcia no chão enquanto suas mãos tremiam sem conseguir controlá-las. As outras sombras tinham expressões tenebrosas, que mesmo embasadas, podiam ser vistas pelo moreno e elas avançavam em cima dos dois que tentavam a qualquer custo proteger algo que Jaebeom não conseguia identificar, mas mesmo em desvantagem, eles lutavam bravamente para não deixar aquelas coisas chegarem perto do que protegiam bravamente. 

O moreno então sente algo sobre suas pernas e uma voz o chamava distante. Nesse momento as sombras desaparecem e depois o homem e a mulher, que agora possuíam um sorriso no rosto, mesmo que fosse quase impossível os ver claramente. Aquela sensação de medo é substituída por algo que Jaebeom já estava familiarizado. Ele vê então, as duas crianças do sonho que tinha quase diariamente nos últimos tempos. Continuavam a correr naquele mesmo campo e com aquela mesma briza batendo nos seus rostos fazendo os cabelos dos dois garotos esvoaçarem de um lado para o outro. Aos poucos suas mãos param de tremer e sua respiração volta ao normal. 

— Jaebeom! Jaebeom! — a voz ainda o chamava, e conforme seus olhos abriam lentamente, ela ficava mais alta e mais clara. Era Youngjae e estava transformado em guardião, com suas asas translúcidas flutuando sobre suas costas.

JB demora alguns minutos para assimilar tudo e voltar a si. Estava sentado, encostado com a estante e alguns livros espalhados ao seu redor. Suas pernas ainda estavam trêmulas e suava frio, olhando de um lado para o outro. Quando consegue respirar fundo mais uma vez, seus olhos logo são voltados para Youngjae, que possuía uma expressão de preocupação. Sem relutar, Jaebeom abraça o garoto de cabelos azuis em sua frente, tão forte quanto abraçava seu pai adotivo. Choi sente as lágrimas dele escorrem do rosto e caírem sobre seus ombros, o que o deixa emocionado.

— Isso é tudo culpa minha… — diz Youngjae.

— O que aconteceu comigo? Eu não me lembro de nada, só sei que estava com medo… Com muito medo. — pergunta o moreno ao afastar-se do outro que abraçara tão calorosamente.

— Você estava pegando alguns livros e vindo em minha direção, quando se desequilibrou e caiu ajoelhado no chão. E então…

— E então?

— Você quase morreu aqui, Jaebeom! Seu corpo tremia e seu nariz estava sangrando. — o moreno confirma isso ao ver sangue após passar os dedos sobre eles. — Seu coração quase parou, se não fosse...  

— Se não fosse o que? — continua a perguntar. — Espera! Seu colar! Só tem duas pérolas brancas.

— Sim. Eu usei meus poderes para te salvar. Veja, todos os funcionários daqui estão em um sono profundo, eu fiz isso para poder te curar.

O moreno fica quase que em estado de choque, o que para ele não havia passado de um pesadelo rápido e indolor, para Youngjae era completamente diferente, que viu o que realmente acontecera com ele.

— Poderes curativos?

— Sim, a maioria das fadas tem poderes para se curar seres vivos, mas são completamente limitados. Só consegui usá-los em você porque agi rápido.

— Eu não sei nem o que dizer… — Jaebeom ainda mantinha-se cabisbaixo e um tanto assustado.

— Isso é tudo culpa minha! É óbvio que os trolls já sabem onde estou e o que vim fazer aqui. Pedir sua ajuda foi um erro meu que quase te fez morrer. Eu sinto muito, Jae…

— Para! Eu vim porque quis, você não me obrigou em momento algum, Youngjae. Então não, não é culpa de ninguém. — disse para tentar tirar aqueles pensamentos da cabeça de Choi. — Se eles querem te impedir, pode ter certeza de que vou lutar ao seu lado de agora em diante, é uma promessa! — conclui.

— Não! Você não pode mais ficar comigo, é um risco. Seu caminho ainda é longo e você não tem nada em relação ao meu reino. Não vou deixar você desperdiçar sua vida com uma tarefa que foi designada a mim.

— Eu já tomei minha decisão, queira você ou não! — o moreno ergue seu tom de voz para falar. — Sinceramente não sei o motivo, mas meu coração diz para ajudá-lo.

— Se não se afastar de mim por opção própria, terei que usar meus poderes para fazê-lo. — o outro também aumenta seu tom para responder.

Lim sabia que ambos estavam de cabeça cheia e preocupados com o que havia acontecido, então decide concordar com o pedido de Youngjae pelo momento, afinal a discussão não teria fim se continuassem discordando daquela maneira.

— Ok! Então não irei mais te ajudar na sua missão, mas quero que faça algo em troca. — antes que o outro respondesse, o moreno continua. — Como talvez eu nunca mais te veja, vamos nos divertir um pouco? Só nós dois…

— Divertir?

— Abriu um novo parque de diversões na cidade e eu estou muito a fim de ir, mas se eu levasse o Jackson ele provavelmente ficaria berrando no meu ouvido se fossemos na montanha-russa. Por favor, venha comigo. Pense nisso como uma despedida, mesmo que não tenhamos passado muito tempo juntos.

— Jaebeom, eu…

— Não vou aceitar uma resposta negativa. É meu último pedido, por favor.

Youngjae puxa o ar para dentro e depois solta lentamente, suspirando. Por fim, concorda com o desejo de Jaebeom. 

— X —

Eles andam algumas quadras dali, se distanciando da biblioteca e tentando esquecer o ocorrido, por mais tenso que tenha sido. O sol já estava se pondo e o céu começando a deixar de ser alaranjado do fim da tarde e ficando num tom violeta, trazendo a noite consigo. Jaebeom mantinha um sorriso no rosto tentando acalmar Youngjae, mas no fundo seu coração queria gritar ao lembrar que provavelmente nunca mais se veriam depois daquilo. Para quebrar o silêncio, JB resolve perguntar uma questão que esteja o deixando com uma pulga atrás da orelha quando Choi entrara em sua turma naquele mesmo dia mais cedo.

— Cara, me fala ai, como você conseguiu entrar para minha turma? Tipo, acredito que as fadas não tenham identidade ou algum documento de nascimento, não é?

— Hahaha, isso é fácil! Lembra que te disse que nós temos alguns poderes? Como curar os seres vivos? Acontece que alguns de nós nascemos com outras magias ainda mais poderosas, que outras fadas ou guardiões não podem obter nem mesmo treinando intensamente. Eu no caso consigo controlar a mente das pessoas, distorcendo a realidade. Então meio que coloquei na cabeça do seu diretor que eu havia sido transferido, mesmo sem ter esses documentos que você falou.

— Uau! Você é incrível! — exclama o moreno.

— Isso não é nada! Alguns de nós nascem com poderes ainda mais extraordinários como controlar o tempo ou até mesmo ter uma velocidade absurda, que quase equivale à da luz.

— Nossa com certeza eu vou querer conhecer seu reino um dia! Fugir desse fim de mundo é meu maior sonho depois que me formar.

O de cabelos azuis abaixa a cabeça e mostra uma expressão de abalo repentino.

— Impossível… Não tem como um humano entrar em nosso reino sem ser morto assim que botar os pés lá. — diz com a voz baixa. — Além do mais, já te disse que não quero te colocar em perigo novamente.

— Tá legal, eu já sei! — exclama Jaebeom. — Desculpe se fui intrometido. Vamos só aproveitar nosso último dia juntos sem nos preocupar com nada, pode ser? Já chegamos!

Os olhos de Youngjae são totalmente voltados para as luzes brilhantes do parques de diversões em sua frente, ele nunca havia sentido nada igual antes. Por mais que tivesse contato com a magia em sua forma real em seu mundo, era diferente a sensação daquele hora. Os gritos e risos das pessoas, as luzes piscando enquanto os aviões de brinquedo voavam e o carinho da montanha russa despencava em direção ao chão, deixou Choi fascinado.

— Que lindo! — ele suspira.

— Achei que já estava acostumado com luzes e brilho da onde vem. — rebate o moreno curioso.

— Não, na verdade faz tempo que não vejo nada assim, tão mágico. Depois que o filho do senhor dos Trolls começou a agir, nosso mundo colorido ficou quase que totalmente cinza. — volta com aquela expressão vazia.

— Sem falar sobre isso, esqueceu? Venha, vamos para o carrinho bate-bate. — diz JB, já puxando o outro pelos braços.

— X —

Fazia tempo que Youngjae não sentia o vento em seus cabelos e sorria sem preocupações. Ele só conseguia se concentrar no sorriso de Jaebeom enquanto o mesmo dirigia o carrinho e gritava de alegria enquanto o batia nos demais que também brincavam ali. Isso fez com que Choi percebesse que o mundo ali fosse o verdadeiro lugar mágico. Onde as pessoas podiam ser felizes com coisas simples, sem se preocupar com mais nada ao seu redor. De algum modo, Jaebeom atraia um lado do garoto que nem mesmo ele conhecia, por um instante desejou que aquele momento durasse para sempre.

— Vamos para a montanha russa agora! — exclama o moreno quando os dois saem do carrinho.

Sem questionar, o outro o segue. Estava curioso para saber o quanto aquele sentimento de felicidade poderia se intensificar.

Mas conforme o carrinho ia subindo naqueles trilhos, tudo que Youngjae desejava era sair dali.

— Por favor Jaebeom, vamos sair daqui, eu imploro! — diz enquanto envolve seus braços nos do moreno, agarrando-o com força.

— Hahaha, não posso acreditar nisso! Você literalmente sabe voar e tem medo de altura? — brinca o outro. — Apenas feche os olhos e segure em mim. Prometo que nada vai acontecer, ok?

Choi então olha nos olhos do moreno, que estavam com um brilho de confiança retribuindo-o. Sem perceber, aquela preocupação vai embora e ele apenas obedece, fechando seus olhos e segurando nos braços dele o mais forte que podia, sentindo apenas o vento batendo em seu rosto conforme o carrinho pagava mais e mais velocidade ao descer.

— X —

— Viu, não foi tão ruim assim. — exclama o moreno. — Agora venha cá, vamos comer algo, não nos alimentamos o dia todo.

O outro espera enquanto JB vai em direção a um carrinho de doces que estava no meio da multidão e pede a senhora dois pacotes de algodão doce.

— Toma, isso aqui vai fazer a nossa energia voltar!

— O que é isso? — pergunta o de cabelos azuis confuso.

— Algodão doce, oras.

— Continuo na mesma.

— Ah! Quase me esqueci que você não é daqui. Mas tipo, vocês não tem açúcar na Terra do Nunca?

— Já te disse que esse não é o nome, e não temos não, seja lá o que isso for.

— E como vocês sobrevivem sem coisas doces?! — o outro fica abismado, já que ele sempre precisava colocar algo açucarado na boca para o seu dia funcionar perfeitamente.

— Claro que temos coisas doces! Também não somos E.T.s. Só que lá extraímos o adocicado da larva "Sugarhibros".

— Bobagem a minha, é óbvio que vem da larva! — o outro fica indignado, mas brinca com a situação. — Chega de enrolação e prove logo o algodão!

— Jaebeom isso aqui a melhor coisa que eu já comi em toda minha vida! — exclama Youngjae enquanto suas pupilas dilatam e seus olhos ficam com um brilho intenso, comprovando que realmente ele havia gostado daquilo.

— Ei, vai com calma aí! Muito doce é perigoso. Hahaha, você é hilário sabia?

— O que é isso? É de comer?

— Ai meu deus! Chega, vamos logo para a roda gigante! — murmura o moreno enquanto novamente puxa o outro pelo braço.

A fila estava enorme, então Youngjae — a mando de Jaebeom — usa seus poderes para fazer com que as pessoas os deixem passar na frente. Segundo ele se tinha algo assim para se usar, nada melhor do que tirar vantagem às vezes. Ambos sobem na mesma cabine, a vermelha, e sentam de frente um para o outro. Era um lugar apertado, e mal dava para se movimentar lá. Ambos eram bem altos, Lim mais que Choi, então eles tiveram que se inclinar um pouco mesmo após sentados. Quando de repente, finalmente o brinquedo começa a se movimentar. Conforme ia subindo, o garoto de cabelos azuis se encantava com as luzes das casas ao redor e do próprio parque ficando pequenininhas e as pessoas do tamanho de uma mera formiga indefesa.

— Esse mundo é tão lindo! — exclama.

— É, daqui de cima eu não posso negar. Mas não é tudo às mil maravilhas. Também temos nossos "trolls" aqui. Eles roubam, matam e torturam as pessoas. Felizmente temos pessoas boas que ajudam a pegar eles.

— Suas "fadas"?

— Pode-se dizer que sim, algo do tipo.

— Obrigado!

— Pelo quê?

— Por me proporcionar algo tão lindo quanto isso! — agradece Choi. — Prometo que nunca vou me esquecer desse momento. — sorri em meio as suas palavras.

Nesse instante os olhos de Jaebeom cruzam novamente com os dele. Estavam outra vez naquele tom de amarelo, logo entende que deveria ser a verdadeira cor deles. Seu coração palpitava tão forte que achava que a qualquer momento poderia sair pela boca. O moreno não conseguia parar de voltar seus olhares para Youngjae, que retribuía com o seu. Era um sentimento que Lim não sabia explicar naquele momento, mas era como se borboletas formassem em seu estômago e que tudo havia ficado em absoluto silêncio, apenas ouvia a música de fundo que tocava naquela cabine e a respiração lenta do outro a sua frente. Seu corpo estava agindo por vontade própria, suas bochechas estavam completamente coradas e seus punhos cerrados. Era como se o tempo tivesse paralisado para que os dois pudessem ficar ali, se olhando por toda a eternidade. 

— O que foi? Está doente? Sinto sua temperatura subir aos poucos. — depois de alguns instantes ali parados, o de cabelos azuis quebra o silêncio.

— Ãh? Eu? Não, não, não! Claro que não! Eu só… É… Deixa pra lá, está tudo bem, juro! — o moreno gaguejava sem conseguir finalizar sua frase.

E então, depois de mais ou menos dez minutos, o brinquedo para, e todos começam a descer. No começo, Jaebeom reluta, sabia que após aquilo, chegaria a hora de dizer adeus, mas o funcionário pede para ele sair dali, que não tinha outra opção a não ser obedecer.

— X —

— Chegou a hora! — murmura Youngjae baixinho, sabia que o outro estava cabisbaixo. — Muito obrigado por hoje, parece que fazia anos que eu não me divertia assim. Isso me lembra os velhos tempos, quando eu brincava com nosso príncipe. Pena que hoje em dia, onde quer que ele esteja, não vai se lembrar daquela época, já que seus pais apagaram sua memória ao trazê-lo para cá.

— Não foi nada, eu que tenho que agradecer… Por trazer um pouco de magia em minha vida. Por mais que isso quase tenha custado minha vida duas vezes, hahaha. — ele tentava esconder o choro, mas as lágrimas malditas escorriam sem que pudesse controlar.

Youngjae, em súbito, leva seu dedo indicador até o rosto do moreno, enxugando-as devagar.

— Por favor, não fique assim. Afinal, não é como se fôssemos próximos, certo? — exclama o outro, tentando fazer com que o clima deixasse de ser de despedida, mesmo que fosse praticamente impossível.

— Só prometa que vai se cuidar e não vai deixar aquelas criaturas te ferirem de novo! — o outro fala pausadamente. — Encontre logo essa pessoa que tanto deseja e acabe com todos eles de uma vez!

— Eu prometo, Jaebeom. — o outro sorri.

— Posso te abraçar? — as palavras saem lentamente de sua boca. Sem esperar a resposta, o moreno dá dois passos rápidos e envolve seus braços envolta do corpo de Choi, que apenas observa paralisado. — Seu coração está acelerado! — exclama.

— Que bom que sabe que eu também tenho um, ainda bem que está batendo, não é mesmo?

— Cale-se! — Jaebeom de repente se afasta um pouco e em questão de segundos aproxima seus lábios dos de Youngjae, fazendo seus olhos se cruzaram mais uma vez naquela noite estrelada e iluminada pelas luzes do parques, mesmo que já estivessem do lado de fora, elas refletiam em seus rostos, mas dessa vez, eles estavam realmente próximos um do outro, um em tom de castanho escuro, quase negros e o outro de uma amarelo intenso e profundo. — Eu tenho que fazer isso antes que me arrependa se não fazê-lo. — é quando seus lábios finalmente se tocam levemente. Jaebeom percebe que o outro fecha seus olhos enquanto uma única lágrima escorre em seu rosto do lado direito e então faz o mesmo, apenas sentindo aquele batimento de ambos corações conectados diante daquele momento que parecia totalmente voltado para os dois.

O moreno só volta a abrir os seus, quando sente um calafrio no pescoço e já não sentia mais os lábios macios de Choi tocando os seus.

Youngjae havia ido embora...


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Notas finais do capítulo

É isto por hoje, espero muito que tenham gostado desse capítulo, mesmo depois de muito tempo sumido daqui ♥

Se não for pedir muito, deixem um feedback para me ajudar a saber o que estão achando, a falta de retorno me desanima um pouquinho, porque realmente não sei se o que estou postando está interessante para vocês, a opinião de todos importa ♥

Até o próximo capítulo!



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