Memórias Beira-mar escrita por Bibelo


Capítulo 1
Afeição


Notas iniciais do capítulo

Olá amores, tudo bem?

Vim aqui com uma short-fic para o Natal. Faz parte do desafio de Natal do grupo Esquadrão da Escrita, e eu amei escrever sobre esses dois, então espero que gostem de ler.


Está bem fofinho, então ♥

Ah, eu posso acabar não conseguindo concluir ela antes do dia 31/12 pq tenho o presente do amigo secreto para terminar de escrever, então preciso focar nisso, mas mesmo que eu termine em Janeiro irei terminar ;)

Tema do capítulo:

1. Chocolate Quente.


(O nome Wohali se pronuncia: woh-HAH-lee, é um nome Cherokee.)

Boa leitura!



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― 1 ―

ᏥᎸᏉᏗ

“ᏥᎸᏉᏗ” Cherokee para amor; um intenso sentimento

de afeição e carinho por outra pessoa.

[incontável]

 

Wohali desceu para o píer, duas canecas de chocolate quente em suas mãos enluvadas e firmes.

Dezembro começou frio e branco como de costume, cobrindo as colinas ao longe com o suave e imaculado toque da neve fria. O braço de mar estava congelante, impossível de se mergulhar ou mesmo deleitar-se em suas águas normalmente tão brandas.

Ainda não havia congelado por completo, e porquanto aproveitou os poucos dias que poderia acomodar-se no píer e desfrutar da companhia que vinha juntamente. 

Sentou-se na beirada, uma caneca em mãos enquanto a outra foi depositada singela na madeira úmida e pontuada com a nevasca de mais cedo.

Tomou um gole generoso sorvendo do líquido quente, absorto no calor e conforto que percorreu seu corpo. Chacoalhou as pernas, resvalando na superfície gélida do mar calmo, criando pequenas ondas; chamando a atenção do que reside sob as águas.

Aos poucos a água tornou-se turva abaixo de suas pernas e um corpo emergiu dela, esbelto e esguio, reluzindo a luz do poente em sua pele escura e destoante. As escamas faiscavam como brasa, roubando a luz do sol para si em carmesim ardente.

Debruçou-se sobre a madeira do píer, os cabelos azuis escorrendo por seus braços e costas ao apossar-se da caneca quente. Riu diante choque térmico, retirando sua mão da superfície abrasiva e nada receptiva à sua pele fria.

― Quente demais. ― resmungou divertido, tirando uma risada de Wohali ao seu lado, os longos fios negros de seu cabelo desarrumados pelo vento suave de inverno. O Tritão sentiu vontade de arrumá-los, mas estava molhado demais para fazê-lo.

Wohali sorriu brilhante inclinando-se em sua direção, compartilhando de um beijo agridoce em seus lábios salgados pelo mar.

― Se chama chocolate quente, Yoylee. ― relembrou o amante, deixando sua caneca de lado, alisando seus cabelos sedosos e molhados.

― Seja como for, muito quente. ― reformulou impulsionando-se para cima, sentando-se ao seu lado; seu olhar amoroso ao sentir-se ser abraçado pelo humano repleto de camadas de roupas quentes: ― Com frio, Wohali?

― Um pouco. A reserva tem temperaturas muito baixas nesta época do ano. ― comentou deitando a cabeça no ombro de Yoylee, confortável: ― E você é tão frio quanto.

O namorado riu resgatando ambas canecas para que tomassem do chocolate. Yoylee não apreciava coisas quentes, mas logo que tocou a caneca compartilhou sua temperatura com a superfície de porcelana, e o morno do chocolate se tornou agradável. Tomou da bebida mundana, saboreando o dulcido da canela.

― Virá para a cidade? ― inquiriu Wohali curiosamente, passando as pernas por cima da cauda de Yoylee, encharcando-se com seu contato: ― Gostaria de ver as luzes com você este ano.

O tritão murmurou interessado, acariciando os cabelos do namorado com a ponta dos dedos, as escamas de seus dedos enroscando-se de leve nos fios finos.

― Seria legal, passear nas ruas comemorando não sei o que com árvores decoradas e explosões nos céus. ― comentou disperso.

Wohali se virou para ele, selando seus lábios outra vez, um sorriso entre o beijo.

― Não se atrase. A superfície da água deve congelar ainda esta noite. ― comentou encarando as ondas suaves da pequena parte do mar ainda liberta.

Em torno do píer e próximo à orla a água levava mais tempo para congelar de fato, a rebentação nas pedras mantinha a água em atrito, mas o inverno intenso estava para começar e mesmo isso não seria o bastante para evitar o congelamento total.

Wohali sempre lhe pedia para ficar durante o inverno em sua casa na Reserva, os três meses rigorosos sob a neve farta. Yoylee sempre lhe sorria como se compartilhasse de seus desejos, mas nunca realmente ficava. A terra lhe fazia mal em tempo prolongado.

Sabia que ele não aceitaria, mas gostava de imaginar que era uma possibilidade.

O chocolate esfriou sob o sereno; o restante da superfície congelou na madrugada seguinte e a festividade anual iniciou-se com luzes brilhantes e explosões no céu.

Wohali permaneceu próximo ao mar congelado, compartilhando daquele momento com as memórias de seu encontro anterior.

Sorriu largo com outro estourar de fogos no céu e os cabelos escuros de seu namorado reluzirem enquanto fascinava-se ao seu lado com as firulas. Entrelaçaram os dedos, compartilharam calor; copos de chocolate quente.

E novos momentos marcantes. 

 

 


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Notas finais do capítulo

Opa, foi isso ♥

Sim, o Wohali é um nativo. A história se passa dentro de uma Reserva e ele não comemora o Natal realmente, mas gosta da festividade e da bagunça do feriado.

Yoylee não conhece nada sobre os humanos além do que vê ou aprende com o Wohali, então pra ele é tudo festa :v

Gostaram? Foi bem fofinho né? Ai, estranho não escrever tragédia, morte ou sangue urehurehurhueu

Até o próximo capítulo amores!

Beijinhos~



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