Wolf Heart escrita por Tessaro


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Sei que te dei há alguns meses

Sei que você está tentando esquecer

Mas dentre os drinques e as coisas sutis

Os buracos em minhas desculpas, você sabe que

Estou me esforçando para retirá-los

É perto das cinco quando uma batida na porta os acorda. Eles ainda estão embrulhados em um cobertor na sala de estar, ainda existem pequenas brasas vermelhas na lareira, fumegando e soltando fumaça.

Ele demora para se orientar, resmungando e se enterrando do lado de Leah, seu cheiro lembra de terra molhada e chuva, se é que chuva tem um cheiro.

— Eu vou ver quem é. — ela resmungou, se levantando e levando o calor de seu corpo com ela, Leah pega o casaco cinza de lã batida que ele deixou ao lado da porta antes de abri-la.

Erick se enrola com o cobertor, sentindo o frio do lado de fora, ele pode vagamente ouvir uma voz masculina e grossa, mas não pode distinguir o que eles falam. Ele suspira, ele só quer dormir mais um pouco, a exaustão ainda corre sobre ele.

— Você pode querer se vestir. — Leah sussurra em seu ouvido, ele pula, em pleno susto e quase a atinge no rosto com um soco que ele sabe que seria o suficiente para mantê-la desacordada, seu coração corre como um tambor. — Charlie está aqui. — ela murmura, ainda parecendo em choque.

— O que ele quer? — ele resmunga, sem vontade de se levantar.

— Trabalho de detetive, alguém do FBI recomendou você para a polícia de Forks. — ela diz, um sorriso tenso em sua voz. — Um cadáver foi encontrado na floresta, é o quarto em duas semanas, eles precisam de alguém com experiência com Serial Killers.

— Eu já vou. — ele está subitamente acordado, ele sente falta de ver cadáveres destroçados por mais que isso seja um pouco sádico, trabalhar com cadáveres era a vida dele, literalmente.

Ele desce as escadas tropeçando, ele não demora mais que dez minutos, mas ainda é tempo suficiente para ele se sentir eufórico.

— Assassinatos? — ele diz, ele quase pode sentir o início de um sorriso no rosto. Charlie tem um olhar estranho no rosto, uma pequena careta, ele assume um rosto mais sério antes de passar uma grossa pasta de papel pardo.

As fotos das cenas dos crimes são... interessantes, no mínimo, tem um tipo de organização requintada e meticulosa, a garganta das vítimas estão cortadas lado a lado, o problema, é que não existe uma gota de sangue no chão, em alguns lugares a neve parece raspada do chão, como se a pessoa se recusasse a deixar o sangue no chão.

Ele subitamente olha para Leah, uma pequena ideia do que está acontecendo se formando em sua mente.

— Quer ver um cadáver destroçado e potencialmente apodrecido como ideia de um primeiro encontro oficial? — ele pergunta, mais animado do que esteve em muito tempo. Leah ri, um som delicado que faz arrepios subirem por seu peito.

— Você é um romântico inegável Erick. — ela diz, com suavidade. — Eu vou pegar um casaco. — ele não pode deixar de sorrir quando ela sobe as escadas.

A cena do crime é organizada por ser um assassinato brutal em meio a uma cidade pequena como Forks.

Ele passa a faixa amarela sem nenhum problema.

O cadáver é como os das fotografias, é um garoto, loiro e com no máximo 18 anos.

— Mike Newton, filho dos donos da loja de equipamentos de camping da cidade. — Charlie diz, suavemente. — Ele estuda com a minha filha Bella.

Erick olha fixamente para a cena a sua frente, é tudo perfeitamente arrumado, as mãos de Mike estão cruzadas sobre o peito, seus olhos estão fechados e sua boca está entreaberta, sua roupa é perfeitamente arrumada.

— O corpo, está arrumado em sinal de arrependimento. — Erick murmura a observação, logo olhando para onde os pés dele estão. — Ele não foi arrastado, veio voluntariamente, o assassino era alguém que ele conhecia, alguém que ele considerava inofensivo o suficiente para poder entrar na floresta sem se preocupar.

Erick se abaixa, perto dos pés de Mike, olhando para cima, é quando ele vê o sangue pontilhado nas folhas, pela parte de baixo.

— O assassino é uma mulher. — ele diz, Charlie tem olhos arregalados de descrença.

— Como?

— Explica muita coisa, o sangue na parte de baixo das folhas, do jeito que a garganta dele foi cortada o sangue teria que ter padrões em cima das folhas, isso se nós considerássemos um homem, uma mulher é mais baixa, o que explica o sangue nas folhas, e a organização metódica, o arrependimento que ele expressa. — Erick para de falar para poder respirar fundo, perdendo os olhos arregalados do xerife. — Não é um serial killer comum, motivado pela psicopatia ou problemas recorrentes, é um assassinato de vingança. Ela não vê Mike quando o mata, ela vê outra pessoa, alguém que a magoou o suficiente para poder desencadear uma matança de vingança.

— Porque tirar o sangue? — Charlie pergunta, depois de um momento de silêncio.

— Troféus, ou algo que faça a verdadeira vítima voltar para casa. — Erick responde. — Isso é estranho. — ele fala por fim, com os olhos confusos do xerife ele continua. — Ela teria que levar algo significativo para fazer a vítima voltar para casa, como uma pulseira, um relógio, algo que faça se lembrar da vítima original, é o que motiva, um assassinato nunca é cometido sem nenhum propósito. É como se o sangue fosse o que traria a vítima original para casa. — pelo canto do olho ele vê Leah empalidecer consideravelmente, e por um momento, ele tem a sensação de que ela sabe sobre o que ele está falando.

Parece uma ideia absurda, fazer alguém voltar para casa só porque alguém louco está levando o sangue das vítimas, Erick suspira e passa a mão nos cabelos encaracolados - ele precisa seriamente cortar - com relutância e se levanta.

— Mais alguma coisa que eu precise saber? — ele pergunta para Charlie, que assente rapidamente.

— Algumas letras foram achadas nas cenas do crime, escritas em sangue e com digitais danificadas. — Charlie abre a pasta e empurra quatro fotografias em suas mãos.

A primeira é um grande A desleixado em vermelho sangue, a segunda é um R, dessa vez mais sofisticado, como se a assassina tivesse aperfeiçoado sua técnica de matança, o terceiro é um E arredondado, e a última é um J perfeitamente desenhado em sangue.

Erick zumbe em apreciação, ele adora assassinos enigmáticos, o que ele não deveria fazer, porque isso envolve pessoas, geralmente, mortas.

Ele se levanta, dando alguns passos para trás e olhando para os lados, assassinos têm padrões de comportamento específico, se ela deixou letras nas outras cenas de crime, é bem provável que tenha deixado uma nessa.

É então que ele vê, e tudo acaba de se tornar mais emocionante.

A disposição das letras é estranha, quase como se não fosse para ser encontrada, ainda mais na luz escura do inverno, não passa das seis da manhã, mas ele pode ver os esboços.

— Alguém conhece um Emmett? — ele pergunta, o xerife fica em silêncio, de olhos arregalados.

— Emmett era o nome de um dos filhos do Dr. Cullen, mas eles se mudaram há pelo menos seis meses. — o homem responde.

— Ele tinha uma namorada? — ele pergunta. — Alguém que ele deixou?

— Não, ele veio para Forks namorando uma garota. — o xerife responde, antes de piscar rapidamente e quase cair na neve, o rosto pálido de terror. — Mas o irmão dele namorava uma garota da cidade, uma que ele deixou para trás quando se mudou.

— Quem? — Erick pergunta, se a reação do xerife for alguma coisa, ele tem quase certeza que não vai gostar da resposta.

— Minha filha. Isabella Swan. — o homem responde, em total desagrado.

Erick não gosta da resposta.

 


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Notas finais do capítulo

Música: We are young (Fun. Feat Janelle Monáe)



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