The Chosen One escrita por nywphadora, Indignado Secreto de Natal, nywphadora, nywphadora


Capítulo 4
4




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Eles deixaram Cokeworth Priory na manhã seguinte.

Era cedo o suficiente para o céu ainda estar escuro e ser difícil de seguirem-nos. Neville perguntava-se se os Comensais da Morte suspeitavam das expectativas de Dumbledore e se tentariam atacá-los, ou se sabiam que ele era incapaz de fazer o que esperavam dele e nem perderiam tempo com isso.

Pegaram uma carona com o Nôitibus Andante até Londres, já que era bem conhecido o quanto a sua avó odiava a Rede de Flú e não confiava nela. Ele não sabia qual das opções era mais desconfortável.

Seguiram o resto do caminho a pé, não muito longe de onde saltaram. Ele logo entendeu que não estavam indo para A Toca. Nunca tinha chegado a visitar a casa dos Weasley, mas sabia que ficava em Ottery St Catchpole, em uma área rural. Não conseguia imaginar em qual casa eles ficariam.

Augusta pegou um pedaço de pergaminho da sua enorme bolsa vermelha — ele não conseguia olhá-la da mesma maneira depois das aulas com o professor Lupin no terceiro ano. Se o objetivo era serem discretos, o seu chapéu não era um bom disfarce.

— Memorize — ela passou o pedaço de pergaminho para ele.

Parecia uma piada, considerando o quão ruim era para memorizar as senhas do Salão Comunal, mas tentou fazer o seu melhor.

“O Quartel-General da Ordem da Fênix pode ser encontrado no número 12, Grimmauld Place, Londres”.

Não questionou o que estava escrito, já tinha escutado o suficiente da Ordem da Fênix durante a sua infância. Focou em memorizar o endereço, pois era o que importava. Depois, entregou o pergaminho para a sua avó, que queimou-o com a varinha.

Ela segurou-o pelo braço, levando-o na direção em que tal casa ficava.

Não tinha um número 12, obviamente, apenas os números 11 e 13, por causa de algum feitiço que a escondia de forma que só quem lesse o pergaminho saberia onde estava. Repassou em sua mente o que tinha lido e então a casa apareceu. Não era como um feitiço de invisibilidade sendo desfeito, transparecendo aos poucos, era como se uma casa surgisse dentre as duas já existentes, empurrando-as para fora de seu caminho.

— Não devemos bater na porta — foi apenas o que a sua avó disse, antes de girar a maçaneta — Não toque em nada.

Eles entraram em uma escuridão total, já que não havia velas acesas para iluminar o caminho. Neville pensou em tatear a parede, mas então lembrou-se do aviso da avó e foi caminhando às cegas, até que tropeçou em alguma coisa enorme no meio do caminho.

E pesada, pois assim que os dois foram levados ao solo, fez um barulho alto o suficiente para acordar um dos quadros do corredor, que começou a gritar de forma que ele não pôde nem entender o que estava sendo dito.

Uma luz surgiu no final do corredor e Neville finalmente pôde identificar que tinha tropeçado na perna de um trasgo. Por que alguém manteria algo assim em casa? Era algum troféu de caça? Asqueroso.

Augusta olhou-o com uma expressão de repreensão e decepção tão grande que ele não pôde encará-la, olhando para qualquer direção oposta. Algumas pessoas conseguiram fechar as cortinas do quadro que gritava, fazendo-o se calar.

— Deveríamos tirar essa perna daí — uma voz feminina comentou.

— Bem, boa sorte com isso — uma voz masculina rouca respondeu.

— Como está, Neville?

Ele já tinha conseguido levantar-se, apesar de não ter conseguido fazer o mesmo com a pesada perna.

— Professor Lupin? — ele perguntou, já que não conseguia enxergar muito bem.

— Onde eu deixo essas coisas? — Augusta interrompeu a conversa.

Lupin foi até as escadas junto com ela para mostrar onde seria o quarto dela, deixando Neville sozinho com dois desconhecidos. Bom, não eram tão desconhecidos, já que Sirius Black tinha aparecido bastante nos jornais.

— E aí, Neville — a mulher de cabelos rosas o cumprimentou — Eu sou Tonks.

— Prazer — ele respondeu, desconfortável por estar sozinho.

— É melhor você subir também — Tonks sugeriu — Estamos em reunião, mas Hermione e Rony estão lá em cima.

— Ginny também? — Neville perguntou.

— Sim, todos os Weasley — ela disse — Bom, não todos, mas... Enfim, você entendeu.

Ele concordou com a cabeça e então subiu as escadas, louco para sair daquela situação constrangedora. O ex-prisioneiro de Azkaban o olhava de uma forma estranha, e ele nem conseguiu entender o que ele fazia ali para começo de conversa.

Os corredores eram estreitos, mas ele conseguiu ver a luz saindo por baixo de algumas portas. Uma das portas abriu-se e ele quase ficou cego pela iluminação repentina. Não teve tempo para reagir, antes de ser puxado para dentro de um quarto.

— Neville! Eu não acredito que você está aqui! — Ginny exclamou.

— Bom, eu sabia que você estaria aqui, então não posso dizer que estou surpreso — ele respondeu, piscando os olhos para tentar se acostumar com a claridade repentina — Eu diria isso se visse a Luna aqui.

— Oh! Isso seria realmente muito bom, mas não acho que levariam a sério o senhor Lovegood. Se bem que seria legal a divulgação que ele desse n’O Pasquim.

— Que as pessoas não costumam ler muito.

Os seus olhos começaram a se acostumar, e então ela abraçou-o.

— É tão bom te ver — ela murmurou.

— Como você está? — Neville perguntou em um tom um pouco mais grave.

— Eu estou bem — ela afastou os braços dele — É sério.

Era um pouco difícil de acreditar, mas concordou com a cabeça.

— Mamãe tem nos mantido ocupados desde que chegamos aqui — Ginny comentou — Ela tem todo um cronograma montado para nos manter afastados das reuniões. Tonks me ensinou a saber se eles colocaram um feitiço imperturbável, é só você jogar alguma coisa contra a porta. Se voar de volta é porque está imperturbada.

— Ginny, eu preciso te contar uma coisa — Neville interrompeu o seu monólogo.

Antes que pudesse começar a falar, os gêmeos Weasley aparataram no quarto.

— Mas que pouca vergonha é essa? — perguntou Fred, sério.

— Trazendo rapazes para o seu quarto? — George fingiu decepção — Eu esperava mais da educação que te demos, Ginevra.

— Calem a boca, seus idiotas — Ginny brigou, mais irritada por terem chamado-a pelo nome do que por terem interrompido-os — Neville ia me contar uma coisa...

— Algum segredo íntimo? — Fred debochou.

— O quê? Não! — ele exclamou, sentindo o rosto corar.

— Deixem-nos em paz! — ela reclamou.

Escutaram o som da porta abrindo-se.

— Vocês são incapazes de levar as coisas a sério? — Hermione censurou os irmãos — Me deem essa orelha!

Neville pensou que era um jeito estranho de xingar alguém.

— Não adianta — Ginny adiantou-se, antes que eles pudessem responder — Fiz o teste das bombas de bosta, a porta está imperturbada.

— Eu tenho certeza de que tem alguma maneira de reverter esse feitiço — Hermione parecia estar falando consigo mesma — Onde fica mesmo a biblioteca?

— Tem certeza de que quer entrar naquele lugar? — George perguntou, fingindo um calafrio.

— É, está cheio de magia das trevas e essas coisas — Fred respondeu.

— Um feitiço Diffindo pode se tornar uma arma — ela retrucou — Não é o feitiço que é das trevas, e sim a utilização que dão a ele.

Então ela saiu do quarto, indo em direção à tal biblioteca.

— Sim, sim, mas ninguém consideraria um Avada Kedavra um feitiço das luzes, não é? — George perguntou, impaciente.

— O que deu nela? — Neville sussurrou.

Hermione estava totalmente estranha.

Talvez fosse machismo da sua parte esperar que tanto ela quanto Ginny estivessem chorando pelos cantos, mas não esperava que estivessem pretendendo que nada tinha acontecido.

Claramente algo estava acontecendo. Hermione estava com uma aparência abatida, mas mesmo assim tinha feito da sua missão descobrir o que acontecia durante as reuniões da Ordem. Ginny estava fingindo que nada tinha acontecido, sempre subindo a voz e falando rápido de vários assuntos aleatórios quando ele chegava a esse assunto. E Rony aparentemente estava trancado no quarto e apático a maior parte do tempo.

É, cada um tinha um jeito diferente de lidar com o luto.

— Se Harry estivesse aqui, com certeza eles estariam tentando descobrir o que está acontecendo — Fred respondeu.

— É, então a Hermione está fazendo isso por todos eles — George concordou.

— Cara, é inacreditável...

Era a primeira vez que via os dois tão sérios quanto a um assunto.

— Vão embora — Ginny empurrou-os em direção à porta.

Antes que chegassem ao batente, eles aparataram, não levando a irmã junto por pouco.

Ela fechou a porta que Hermione tinha deixado aberta com força e então virou-se para ele, forçando um sorriso.

— O que tinha para me falar? — ela perguntou.

— É sobre o Harry — Neville foi direto ao ponto.

— Olha, Nev, eu não quero falar sobre isso... — tentou esquivar-se.

— Você precisa saber. É sério. Você sabe que eu não tocaria em um assunto que te incomodasse se não fosse importante.

E então ele contou as coisas que a sua avó lhe contou.

Até mesmo sobre a profecia.

— Isso não faz sentido — Ginny disse quase sussurrando — Era para Harry matá-lo e não o contrário.

Ele concordou com a cabeça.

Não fazia mesmo sentido.

— Deve ter alguma coisa que sua avó não te contou — ela disse e então desviou o assunto antes que ele pudesse perceber — É muito estranho imaginar a sua avó na Ordem. Tipo, você consegue imaginá-la azarando Comensais da Morte?

Soltou uma risada pelo nariz.

Não, não conseguia imaginá-la agredindo-os com sua enorme bolsa vermelha.

— Que loucura é essa, Nev? — Ginny dobrou os braços à sua frente e então apoiou a cabeça em cima deles, olhando-o diretamente nos olhos — Matar Tom Riddle?

Às vezes ele se esquecia que ela tinha sido possuída durante o seu primeiro ano em Hogwarts.

Ela era forte o bastante para suportar a morte de Harry.

— Eu não faço a menor ideia — Neville respondeu — Quero dizer, eu sou completamente incapaz de fazer isso!

— Você vai falar com Dumbledore? — ela perguntou.

— Eu tenho escolha?

Escutaram passos subindo as escadas e logo depois a Srª Weasley abriu a porta.

— Vamos servir o jantar, já podem descer — ela disse.


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