Sirius sentiu-se quebrado por dentro, no instante em que se deu conta do cenário que estava. Doze trouxas estavam espalhados, mortos, explodidos por Peter Pettigrew. A grande maioria nem inteiro estava. Doze trouxas, que não conheciam o mundo bruxo e a guerra que ocorria. Doze trouxas que foram mortos em uma tentativa ridícula de Peter tentar o atacar.

Seu coração estava acelerado e um gosto amargo em sua boca o fazia sentir o estomago revirar e uma vontade insuportável de vomitar. Sentia uma aflição pinicante por estar coberto do sangue de pessoas inocentes. Era terror na mais pura essência do significado.

Eles haviam sido traídos. Traídos por um deles, por um Maroto. Traídos por alguém que ele, James e Remus consideravam irmão. Traídos.

Era enlouquecedor a tal ponto, que ele foi capaz apenas de estuporar Peter e o prender por um feitiço de paralisia. A varinha do homem que considerou como irmão, estava em suas mãos, enquanto o traidor permanecia desacordado.

Ele não fez mais nada, após conseguir desacordar Peter, apenas sentou-se no meio-fio de uma calçada que ainda se encontrava inteira.

Quebrado. Era como se alguém tivesse pego seus órgãos e esmagados com as mãos. A dor latejante em sua cabeça era constante, assim como o nó em sua garganta.

O cenário ao seu redor era o reflexo da guerra que estava travada a tanto tempo. Sangue, pernas, braços, cabeças, cimento, tijolos, areia. Tudo se espalhava em uma confusão nauseante ao seu redor. O fedor de ferro por conta do sangue, o desnorteava.

Os minutos, aguardando os aurores, pareceu infinitos.

Quando as primeiras gotas despencaram do céu cinzento, trouxeram um sentimento ainda pior dentro de si. Apesar da vitória da guerra e da queda de Voldemort, Sirius sentia-se derrotado. A vontade de socar Peter até a morta havia simplesmente sumido e dado lugar a uma tristeza palpável e insuportável.

Sirius sentia vontade de levantar-se e gritar contra o mundo. Gritar contra Merlin, Deus, ou qualquer ser divino que os bruxos ou trouxas acreditavam e cultuavam. Gritar e questionar o motivo de tudo aquilo.

Regulus estava morto. Marlene estava morta. Dorcas estava morta. Lily estava morta. James estava morto.

Alice e Frank haviam enlouquecido.

Peter era um traidor.

James estava morto.

Morto.

Permaneceu sentado, sentindo os pingos gélidos de água em seu corpo, incapaz de lavarem o sangue seco grudado em seu corpo.

O primeiro estalo se deu próximo dele, seguido por alguns outros. Não se levantou, muito menos mirou as pessoas ao seu redor. Apenas se permitiu ser levado, junto com Peter – ainda desacordado.