Lua Cheia escrita por ImperatrizPersefone


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Essa oneshot é uma continuação da fanfic vida dos golds.



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Olimpo Dias Atuais 



Era mais uma tarde na morada dos deuses, todos estavam conversando tranquilamente, agora que as guerras na terra acabaram não há nada que pode acabar com a paz dos deuses, já que uma tratado de paz foi assinado por todos nós e agora eles vivem apenas para aconselharem os humanos em caso de extrema necessidade.



Artemis 



Estou no meu templo, sentada no meu trono, apesar de ter a companhia das minhas guerreiras sinto-me tão solitária, penso como seria se o meu coração se apaixonasse pelo menos uma vez, mas ao mesmo tempo, sei que isso é impossível de acontecer, não existe nenhum deus solteiro e além de não querer envolver-me com um homem casado também tem o fato de ter jurado castidade eterna.
Uma tristeza invade o meu coração ao lembrar-me do único homem que amei, era um lindo humano e não sei por qual motivo resolvo descer a terra nessa noite de lua cheia.

Coloco os meus pés na terra achando isso estranho já que faz milênios que não venho aqui, começo a andar sem destino, quando vejo um lindo jardim e casais abraçados e beijando-se, uma tristeza invade o meu coração e mesmo sendo errado desejo estar no lugar deles.

Essa é a primeira vez que realmente sinto inveja de alguém, sei como esse sentimento é ruim e tento mudar meus pensamentos mas não consigo e uma lágrima solitária cai do meu olho direito, resolvo sair daquele lugar, subo em um lugar alto e olho para a minha querida lua, que com o poder brilha com mais intensidade.

 

 

Dohko 

 

 

Voltar a ser jovem não encheu o meu coração de alegria, embora posso viver tranquilamente pois agora não existisse mais santuário, não tenho que lutar em nenhuma guerra e nem treinar nenhum discípulo, mas infelizmente isso não foi o suficiente para ser feliz.

Sinto uma solidão muito grande, não consigo adaptar-me com a vida dos jovens atuais, as vezes tudo que desejava era ter alguém para conversar, algo que essa juventude não tem paciência para fazer.

Uma das coisas que mais gosto de fazer é admirar a lua, faço isso em uma parte afastada de Pequim, onde há um belo campo e nenhuma construção atrapalha a visão noturna, quando chego ao meu lugar favorito, vejo uma linda mulher olhando para os céus e chorando, pelo seu cosmo não pode ser humana, só não entendo porque tanta tristeza.

Aproximo-me da deusa que não sei identificar qual é pois mesmo tendo vivido tantos anos a serviço de Atena, só conheci além dela a deusa Perséfone, o cosmo da loira é calmo e como a lua brilha diferente na sua presença, acho que estou na frente da deusa Artemis.

Coloco a mão direita em seu ombro e parece que a assustei, ela virou de frente para mim, vi como os seus olhos estavam tão tristes, seu rosto molhado por lágrimas mas mesmo assim é o rosto mais belo que já vi e o meu coração ficou apertado por não poder lhe fazer sorrir.

Por que estás tão triste? És uma deusa, deveria apenas sorrir.

Artemis: Faz muitos séculos que não tenho motivo para sorrir, sei que como o ex cavaleiro de ouro mais antigo podes sentir o meu cosmo, então não tenho motivo para não conversar contigo, ainda mais que encontrou-me em um momento de fraqueza.

Dohko: Por favor, não sinta-se obrigada a abrir seu coração comigo, mas se realmente precisa desabafar, estou aqui para lhe ouvir.

Artemis: Faz muitos séculos que apaixonei-me por um humano e ele foi retirado de uma forma muito cruel da minha vida, desde então jurei que seria sempre casta, mas a verdade é que sempre senti falta de companhia, mesmo estando no Olimpo ou no meu templo na terra sinto que falta-me algo para ser realmente feliz e observando de perto os humanos percebi que sinto falta de amar alguém é sei que isso é impossível para mim pois jamais teria algo com um deus e seria muito complicado ter um relacionamento com um humano pois poderia até o matar sem querer por causa do meu cosmo ou algum deus maluco que acho que acha que manda em mim poderia o matar.

As vezes sinto que a minha vida eterna não vale nada, não adianta ser imortal se o meu coração é vazio, a maioria dos deuses procuram passar o seu tempo divertindo-se com festas, sexo e não importam se as suas companhias sejam imortais ou mortais e a única coisa que resta-me é a solidão eterna.

Dohko: Também sinto-me solitário, realmente vive mais que o dobro de anos que os humanos vivem, mas isso fez com que não tivesse um amigo para conversar durante mais de 200 anos, é verdade que um grande amigo meu está vivo até hoje mas o destino faz com que raramente conseguimos nos encontrarmos e agora que posso ter uma vida normal, simplesmente não consigo adaptar-me com essa sociedade, tudo que aprendi está mudado, é difícil encontrar alguém que gostar de sentar e conversar, não acostumei-me com as tecnologias e isso faz com que afasta-me mais das pessoas.

Artemis: Nunca pensei que com tantos humanos vivendo um perto do outro que haveria alguém que se sentisse solitário,  pelo menos no meu caso é normal isso acontecer pois os deuses não passam de egoístas que só pensam em si e nas suas dores.

Dohko: Pois os humanos podem morarem perto um do outro, mas por causa da tecnologia acabam nem conversando com um parente ou amigo que está ao seu lado para conversar com pessoas que moram tão longe que eles sabem que nunca se conheceram, não passam de seres egoístas.

Ela abre um pequeno sorriso ao perceber que mesmo sendo tão diferentes temos coisas em comuns, mesmo o seu sorriso não sendo espontâneo, o acho lindo.

 

Nos sentamos no chão e passamos horas conversando, nunca imaginei que uma deusa trataria-me como um semelhante, que fosse tão educada, gentil e compreensiva comigo, infelizmente as horas passaram rapidamente e o sol estava para nascer tive que despedir-me da adorável lua.

Artemis: Gostei muito de conhecer o Dohko e após aquela noite de conversa começamos a nos encontrarmos todos os dias, as vezes íamos a um parque e ficávamos conversando sobre vários assuntos diferentes, outras vezes ia até a sua casa onde era sempre recebida com um belo jantar que para mim era mais delicioso que os jantares que as ninfas fazem no Olimpo ou os jantares que as minhas sacerdotisas fazem no meu templo.

Aos poucos fui aoaixonando-me por esse homem que sempre tratou-me com muito carinho e resolvi abandonar o Olimpo e viver ao seu lado, não importava mais o voto de castidade que fiz em um momento que estava sofrendo, agora só quero ser feliz, sei que não será eterno como a minha vida, mas valerá a pena cada minuto que passarmos juntos.

Felizmente nenhum deus perturbou a minha felicidade pois Zeus os impediu de fazerem isso, na verdade ele não tomou essa atitude por espontânea vontade mas sim porque há algum tempo Poseidon obrigou todos os deuses a assinarem um acordo de paz e destruindo a minha alegria, eles colocariam em risco a paz na terra.

Vive momentos maravilhosos ao lado do meu marido, tivemos uma filha juntos, a qual coloquei o nome de Vitória, cuidei do meu amor quando ficou doente e chorei muito quando ele morreu de velhice, queria que se tornasse imortal, mas eu não tenho o poder de oferecer imortalidade a ninguém e ele não aceitou que implorasse que o meu pai lhe desse o dom de viver eternamente.

A vida humana pode acabar rapidamente, então temos que aproveita-la o melhor possível, temos que ficarmos ao lado de quem nos faz feliz, temos que conhecermos lugares diferentes, viver intensamente e amar como se fosse o último dia de nossas vidas.

Apesar de ter ficado viúva, meu coração está feliz por ter amado e ter sido amada de forma sincera, pura e intensa, tenho uma maravilhosa filha ao meu lado e só olhar para o seu rosto percebo que tudo valeu a pena e jamais arrependerei de ter casado pois soube viver cada dia ao lado do meu libriano como se fosse o nosso último dia juntos, então sempre tivemos uma vida harmoniosa e fomos muito felizes.

 

 


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Notas finais do capítulo

Um grande abraço a todos.



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