Sunflower escrita por ohstony, Chapéu Seletor


Capítulo 2
Capítulo Dois — Dias na Mansão Malfoy.


Notas iniciais do capítulo

Oii! Aqui estou com mais um capítulo! Espero que gostem ♥



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Não demorou para que Flora se acostumasse com a rotina na Mansão Malfoy. Porém, se acostumar e gostar eram coisas completamente diferentes, mas a garota se esforçava para que sua estadia não fosse indesejada. Pela manhã, toda a família – menos Lily, que ainda estava indisposta no quarto –, tomavam café juntos e logo depois o patriarca ia para o Ministério, deixando Narcisa com as crianças em casa.

Eram nestes momentos que Narcisa chamava Flora, junto de Lyra, para ensinar à mais nova todas as regras de etiqueta e toda a história das famílias bruxas, principalmente das que faziam parte das Sagradas Vinte e Oito, com uma nota pessoal sobre cada família, avisando-a quais as pessoas que deveria manter por perto. Mesmo Flora não sendo Sangue Puro, Narcisa tomou para si a responsabilidade de educar a menina naquele meio, já que a mãe, uma desgarrada, não fazia questão.

Pouco antes do almoço, Narcisa liberava a filha e a afilhada para que se arrumassem. Na Mansão Malfoy, cada refeição era digna de um jantar importante e todos, incluindo os convidados, deveriam estar à altura. Impecáveis, mesmo que só estivessem entre si.

E depois, toda a tarde era dedicada à Draco e Lyra, Flora brincava com o mais novo Malfoy e depois ia descansar no quarto da mais velha, que lhe contava sobre suas aventuras em Hogwarts. Flora e Lyra eram muito amigas, e Flora a considerava uma irmã mais velha, já que a garota a tratava como uma.

Flora gostava de conversar com Lyra. Elas ficavam horas entre penteados e maquiagens, além de fofocas sobre os amigos de Lyra e, principalmente, sobre os que não faziam parte do círculo pessoal de amizades da garota. Foi numa dessas conversas que Lyra lhe contou sobre seu namorico secreto com um Grifinório, que fez com Flora abrisse a boca em surpresa e arregalasse os olhos.

— Eu sei, eu sei. Mas ele fica tão bonitinho no uniforme de Quadribol! — A Malfoy disse em sua defesa, fazendo Flora rir.

Depois, perto do jantar, Flora ia até o quarto de Lily e dava duas batidas na porta, perguntando se a irmã estava bem e se iria se juntar a elas daquela vez. Porém, não recebia respostas, o que já estava preocupando a garota.

Na manhã seguinte, no café da manhã, Flora pediu para conversar com a madrinha. Depois de comerem, a mulher a levou até uma salinha de chá. Flora arrumou seu vestido azul cheio de nuvens branquinhas, e se sentou, torcendo os dedos esperando Narcisa se sentar também.

— Pois então, Florence, o que tinha para falar comigo? — A voz de Narcisa era doce, enquanto olhava para a menina acuada.

— É Lily, madrinha. Estou preocupada com ela. Nyx leva as refeições ‘pra ela, mas minha irmã não sai do quarto desde que cheguei... Talvez a senhora pudesse falar com ela? Não faz bem ficar tanto tempo presa no quarto, madrinha.

A mulher fez uma expressão de entendimento, assentindo e se recostando com graça na poltrona que estava sentada.

— Sim, eu também estou preocupada com ela. — Falou, olhando rapidamente para a garota. — Irei tentar falar com Lily mais tarde, e se não conseguir, terei de chamar Severo. Ela não pode ficar trancada naquele quarto para sempre.

— A senhora acha que seria melhor eu ir embora? Mamãe ainda não viajou, talvez eu possa mandar uma coruja para ela e...

Narcisa a interrompeu com um gesto, fazendo-a olhar para a madrinha, que acenava em negação.

— Não, minha flor, o problema não é você. Talvez tenha sua parcela, mas antes quando vocês vinham passar as férias aqui, ela não se isolava como está se isolando agora. Talvez tenha outro motivo. Eu irei tentar descobrir, está bem? Não se preocupe com isso, por ora.

Flora assentiu, mas ainda estava cabisbaixa, olhando para suas mãos pousadas em seu colo. Duas batidas na porta chamaram a atenção da garota, e depois de um “entre” dito por Narcisa, Draco abriu a porta e olhou para a amiga e depois para a mãe.

— Mamãe, combinei de jogar Quadribol com Flora hoje. Nós podemos ir? — Ele perguntou, sorrindo.

Flora gemeu internamente. Ela não gostava tanto de Quadribol, achava muito perigoso e tinha um certo medo de altura. Mas Draco estava tão animado quando lhe convidou para jogarem uma partida, que não conseguiu lhe dizer não.

Narcisa assentiu, sorrindo minimamente ao ver a careta no rosto da afilhada, que se levantou do sofá como se estivesse indo à sua execução.

— Lembre-se de colocar um shorts por de baixo do vestido, Florence, querida. Você sempre esquece. — A menina assentiu, antes de dar um beijo na bochecha da madrinha e agradecer, indo até o amigo e saindo da sala.

Flora foi até seu quarto e colocou o shorts de pano leve que usava justamente para o que iriam fazer, e encontrou Draco no pátio da mansão, segurando duas vassouras em ótimo estado. Flora poderia jurar que aquelas vassouras valiam muito dinheiro, e achava tal gasto desnecessário. Sua mãe, Dorotheia, não era tão firme com as despesas mas com toda a certeza não iria comprar uma segunda vassoura, sendo que a primeira ainda funcionava direitinho.

— Aqui, você pode usar a minha reserva. Ela não é tão boa quanto a minha, mas dá pro gasto. — O menino deu de ombros, entregando a vassoura para Flora e depois montando na própria. — Eu chamei Lyra para jogar conosco, mas ela estava ocupada com algumas cartas. Também chamei Lily, mas ela me ignorou. — O garoto bufou.

— Madrinha vai falar com Lily depois. ‘Pra ela sair do quarto. — Comentou, montando na vassoura que lhe foi entregue, um pouco trêmula e com dificuldade. — Draco, eu não tenho muita certeza se...

— Relaxe, Flora, eu vou te ensinar a voar. Sou o melhor nisso, você tem que ver. Comigo te ensinando, você vai se tornar tão boa que vamos entrar juntos no time da Sonserina, você vai ver.

— Mas Draco, eu não sou muito boa com altura e não tenho certeza se irei para a Sonserina... — Ela tentou dizer, sendo mais uma vez interrompida pelo Malfoy.

— É claro que vai, Flora! — Ele falou como se tivesse certeza absoluta. — O padrinho foi para a Sonserina e é claro que você vai também.

— Sim, ele foi, mas minha mãe era da Corvinal, Draco. — Ela disse suavemente. — Nós vamos continuar amigos se eu não for selecionada para a Sonserina?

Draco fez uma careta desgostosa, fazendo Flora ver o quanto o menino era parecido com o pai, e antes de levantar voo, disse:

— Pare de dizer bobagens, Flora.

Aquele era um medo real da garota. Não sobre manter a amizade de Draco mas sim para que casa ela iria. Seu pai era Sonserino, sua mãe, Corvinal. E ela era tão diferente deles dois, não era tão inteligente nem tão orgulhosa... E Lily, Flora não era nada parecida com Lily, então não iriam cair na mesma casa, muito provavelmente. Lily era corajosa, aventureira, teimosa. Já Flora... ela não era tão vivaz assim.

Durante a noite, Flora não conseguiu dormir. Ficou rolando na cama durante horas, até não aguentar mais e se levantou, indo até a escrivaninha que havia em seu quarto. Decidiu escrever para a mãe, expondo todas as suas dúvidas e medos.

Dorotheia era boa lidando com as inseguranças da filha.

Depois de escrever uma folha inteira, colocou a carta em um envelope, pensando em pedir a coruja de Draco emprestada, para que pudesse enviar a carta para sua mãe.

No café, novamente Lily não estava presente e antes que Flora pudesse perguntar à madrinha, Narcisa lhe falou que Lily não havia a respondido e nem saído do quarto, portanto, enviou uma carta com urgência para Severo pois estava realmente preocupada.

Flora parecia murcha aquela manhã, e nem mesmo a companhia de Nyx, a elfa doméstica que dividia com a irmã, foi o bastante para animar a garota. Suspirando mais uma vez, Flora mudou a página do livro que estava lendo. Uma fantasia trouxa muito interessante que era fã, onde tinham hobbits, criaturas pequenininhas de pés peludos, anões e elfos, assim como um mago cinzento e o objetivo era reconquistar uma montanha, que antes era lar dos anões, e que fora tomada por um dragão terrível chamado Smaug.

Mas nem mesmo as aventuras de Bilbo Bolseiro, o hobbit que era o personagem principal daquela história, foi o suficiente para tirar a garota do mais terrível tédio. Lyra estava fora aquele dia, tinha ido visitar uma de suas amigas e Draco estava no Ministério com o pai, para aprender desde cedo o trabalho dos homens da família Malfoy.

Deixando, assim, a Snape mais nova totalmente sem ter o que fazer.

— Nyx, você pode ir até o quarto da minha irmã e perguntar se ela quer brincar? — Perguntou esperançosa para a elfa, que parecia acanhada e encolhida com a pergunta.

— Senhorita Lily está dormindo, senhorita Flora... — Ela disse num fio de voz, torcendo seus dedos ansiosa.

— Dormindo essa hora? — Flora franziu as sobrancelhas, curiosa. Lily nunca dormiu de tarde, muito pelo contrário. As tardes eram exclusivas para gastar toda a energia da ruiva. E eram apenas duas da tarde! O tempo estava bom para ficar no jardim, não para dormir.

— Senhorita Lily está cansada, senhorita Flora... Pediu para que ninguém incomodasse, senhorita...

Flora levantou-se da cama, calçando suas sapatilhas e indo até a elfa, agachando-se para olhá-la nos olhos.

— Nyx, me leve até o quarto de Lily, por favor. — A voz de Flora era suave, mas Nyx soube que era uma ordem. Gemeu, pois a ordem da senhorita Flora ia de encontro com a ordem da senhorita Lily.

— Nyx não pode, senhorita! Senhorita Lily pediu para que não entrassem no quarto dela! — Falou desesperada.

— Pois eu estou pedindo que me leve ao quarto dela, Nyx.

— Mas senhorita...

— Por favor, Nyx. Me leve até lá. — Flora teve que ser um pouco dura. Sabia que a elfa escondia algo, e esse algo tinha a ver com Lily e o fato da ruiva não sair do quarto dela desde que Flora chegara à Mansão Malfoy. — Estou mandando.

A última palavra saiu com dificuldade. Flora odiava dar ordens, pois não se achava mais digna que os outros para àquilo. Porém, naquele momento era necessário. Nyx não iria ceder com facilidade.

— Senhorita Flora...

Flora tinha que admitir que a lealdade de Nyx era grande, e parecia ainda maior por Lily, já que ela era a senhora de Nyx durante todo o ano, pois Flora não morava com o pai.

O pai!

Flora arregalou os olhos, lembrando-se do que sua madrinha tinha dito mais cedo. Severo ia vir na mansão para tentar falar com Lily, e ver o que estava acontecendo!

— Nyx, escute. Papai virá aqui mais tarde, se não me levar até lá, papai quem irá ver como ela está. E você sabe que papai não é uma pessoa muito paciente.

Nyx estremeceu, não por medo do Mestre Snape, mas por senhorita Lily poder entrar em apuros. Segurando nos braços de Flora, ela aparatou com a garota para o quarto de Lily.

Flora olhou ao redor, vendo a janela quase fechada e o quarto escuro. Também viu um amontoado na cama, subindo e descendo como se respirasse. Lily! Foi até lá, sacudindo o amontoado, mas o cobertor caiu mostrando um saco de roupas estrategicamente colocado para se parecer com um corpo.

Flora se assustou, virando-se para Nyx que estava no canto do quarto, encolhida e assustada. Lembrava-se da ameaça de receber roupas de presente da senhorita Lily, e ela não queria ser livre... Elfos domésticos livres, onde já se viu!

— Onde está Lily, Nyx? — A menina perguntou, preocupada. — Se papai chega aqui e Lily sumiu, Morgana nos ajude! — Colocou as mãos no rosto, os olhos arregalados.

— Senhorita Lily pediu para não dizer... Nyx não pode dizer, senhorita Flora. Não pode. — A elfa murmurou.

— Você deve me dizer, Nyx! Por favor. Prometo que não deixarei Lily fazer nada para você, muito menos papai. Eu não contarei a ninguém!

— Nyx deixou que ela fosse, senhorita! Nyx deixou. Nyx deve ser castigada! — A elfa chorava. — Foi para a casa dos Weasley, senhorita! Passar as férias com eles. Mesmo o senhor Snape não tendo autorizado!

Weasley! Os amigos de Lily, que ela havia conhecido em Hogwarts! Flora suspirou, andando de um lado para o outro. Olhou para o relógio que havia na parede e viu que eram quase três e meia da tarde, e que seu pai chegaria às quatro. Ele teria uma síncope se chegasse e Lily não estivesse ali, nos Malfoy, e sim nos Weasley! Justo os Weasley!

— Me leve até ela, Nyx. Tenho que trazer minha irmã de volta antes que papai chegue. — Pediu para a elfa, agachando-se em frente à ela e com os olhos pedintes.

Nyx assentiu algumas vezes, se levantando de onde estava sentada e pegando a mão que Flora lhe dava. Novamente, aparataram. Flora teve que ficar alguns minutinhos quieta e com os olhos fechados para não vomitar, já que era a segunda aparatação seguida e ela não conseguia lidar nem com uma direito.

Quando abriu os olhos, estavam em frente à uma casa de sete andares, toda torta e dilapidada, parecendo que iria tombar a qualquer momento. Mas, ao todo, parecia aconchegante. Mais do que a casa fria dos Malfoy, com toda a certeza.


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Notas finais do capítulo

Você pode acompanhar o que acontece depois que Flora vai até as casas dos Weasley, lendo a história de sua irmã, Lily. É só ir no perfil do Chapéu Seletor e dar uma olhada na história "Another Potter", escrita por minha amiga Pandora.

Você também pode dar uma olhada nas outras maravilhosas fanfics do projeto, que fazem parte desse mundo compartilhado ♥ Uma hora ou outra elas vão se esbarrar, então é uma boa acompanhar desde o começo! Beijinhos ♥



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