Onimusha: The Journey by the Five Warriors escrita por Ash Dragon Heart


Capítulo 15
Procissão


Notas iniciais do capítulo

Bom dia Onis! Estamos de volta com novo capitulo de Onimusha! Hoje teremos a primeira batalha contra os "seres medonhos" que vagam a noite por Freedom City.

Mas... será que eles são tão medonhos assim?

É isso que Ash e Minokishi mostraram a vocês agora!

Desde já uma boa leitura para todos!



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Morte... o ponto final do ciclo da vida de qualquer ser vivo. Todos sem exceção passam por ele, sejam humanos ou animais. Após uma longa... ou não tão longa jornada, o corpo do falecido é sepultado e seu corpo consumido pela terra, restando apenas ossos. Esse é o fator biológico e cientifico de ver o fim de uma vida, já no fator religioso e místico, após a morte, a alma do falecido leva algum tempo até se desprender totalmente do corpo e poder partir para o além-vida. Seu corpo repleto dos ensinamentos de sua vida são absorvidos pelo planeta o fortalecendo, servido de alimento para que outros seres possam se levantar e escreverem novas histórias. Em suma, a morte não seria o fim... mais sim um passo a mais para uma nova jornada.

Entretanto, devido ao avanço da ciência, pesquisas magicas e da exploração desfreada de Ragnite, esses fatores biológicos, religiosos e místicos foram sumariamente deturpados. A terra, repleta dos resíduos que enriquecem e criam vidas supostamente “confortáveis”, criaram seus próprios flagelos. Os corpos dos falecidos enterrados em covas rasas atraem os resíduos azuis cianos para seus corpos que aos poucos vão sendo cobertos, espetando-os, injetando neles uma vida que não existe mais, suas almas que deveriam sair de seus corpos são retidas pelos cristais, os tornando cachões de carne, ossos e gemas. No fim desse tenebroso processo, eles deixam de serem humanos, ou animais, tornando-se seres sem vontade proporia, reféns de seus próprios instintos que visam somente saciar o que não possuem mais... suas vidas.

Para isso, eles saem à noite, atrás de vidas jovens, atacando pessoas, as devorando, sugando seus nutrientes no intuito de aplacarem o vazio de suas almas tão fragmentas.

Eles se tornaram... os Errantes.

E um desses grupos estava atacando o orfanato de Santa Catarina em busca das jovens almas que lá habitavam, só que eles não contavam com um certo demônio no caminho deles.

— Olha a cabeça!!! – Brada o garoto saltando, aplicando uma joelhada na cabeça de um Errante a arrancando no processo, que ricocheteia acertando outros quatro que viam por trás. – STRIKE!!!

— Boa pontaria meu filho! – Elogia Padre Ramon esquivando de um ataque de outra criatura que é transpassada pela bengala do velho pároco envolta por uma camada de vento puro. O velhinho percebe outros dois monstros se aproximando e rapidamente remove sua bengala, se agacha e desliza pelo chão cortando ambos ao meio.

— Olha só, todo se exibindo! – Debocha o garoto avançando acertando um soco no estomago de outro Errante o literalmente explodindo no ar! – Beleza!!! – Pegou o pé direito do monstro o jogando para trás acertando na boca de outra criatura que recuou alguns passos, isso deu tempo do garoto correr, pular gira no ar aplicando um chute duplo no monstro o lançando contra a parede, sendo despedaçado no ato, deixando para trás uma mancha de sangue azul empapada na parede. – Eles são bem fraquinhos, consigo estourar eles com apenas um golpe!

— Concordo, devem ser de Rank D e C. – Comenta o padre passando de lado cortando outras criaturas.

— Menos mal, assim não precisamos de dobradores exibidos ou caçadores gananciosos para torrar nossa paciência! – Brada o menino destruindo outros três monstros.

— Você não gosta mesmo da Guilda de Caçadores, não é?

— Detesto!!! – Responde Ash agarrando o braço de outro Errante o quebrando, fazendo a criatura urrar de dor, saltou, fechou o punho direito com força desferido um soco na criatura afundando-a no chão!

— É... notasse! – Comenta o pároco com uma gotinha atrás da cabeça empalando a cabeça de um monstro que vinha por suas costas. – Mais não podemos negar que eles ajudam no controle dos Errantes.

— Só nas partes onde surgem os de Rank mais alto! – Devolve o garoto girando pelo chão dando uma rasteira em mais três monstros que vão de cara no chão. – Eles não tão nem aí para defender a cidade e sim ganhar dinheiro com suas presas de alta qualidade! – Caminha pisando nas cabeças do trio, as esmagando como se fossem montinhos de terra. – Ficam aglomerados em lugares específicos, fazendo com que áreas pobres como essa fiquem desprotegidas!!!

Com raiva o menino chuta o corpo de um monstro na direção de um dos prédios que circulavam o terreno, acertando uma vidraça, formando um enorme borrão azul, sujando assim a rica e suntuosa residência.

— Gente assim me dá nojo! Não são dignos de receberem a benção da mãe terra e muito menos da honra de erguerem uma espada! – Ao gritar a Aura do jovem se eleva fazendo com que os monstro recuassem, olhavam para ele tremendo, mesmo não tendo mais o sentindo humano de medo, apenas o “instinto” que apitava em suas cabeças dizendo:

“FUJAM!”

E eles iam mesmo, mais foram surpreendidos por uma leve brisa que passou por seus corpos. Logo, suas cabeças, braços e pernas eram separados de seus corpos caindo por terra.

— Lenis. – Entoa o velho pároco ajoelhado passando a mão sobre sua velha e fiel bengala dissipando seu vento, a gira pelos dedos a fincando no chão, se levantando batendo de leve em suas costas. – Ufa! Acho que estou ficando velho mesmo!

— É... se fosse alguns anos mais jovem o senhor conseguira dar uns cem Lenis sem problema nenhum! – Brinca o menino esticando o punho direito para o velho padre que sorri retribuindo o gesto.

— Pois é... o tempo pesa para nos humanos. – Responde o padre sorrindo.

— E mesmo assim vocês conseguem fazer coisas extraordinárias... é de dar inveja!

— Ho, ho, ho, pois é! – Ri o pároco. – Bom... parece que nos livramos de todos!

— Pois é... só acho que ficou um pouquinho sujo aqui.

— Um pouquinho?!

O padre olha envolta e vê o terreno completamente sujo de sangue e restos de criaturas por todo o lado, além de grossas e horrendas manchas nas paredes e nos vidros dos prédios envolta.

— Isso vai dar um trabalhão pra limpar!

— Relaxa padre! É só pedir pra Rosinha usar a dobra dela e tudo fica limpinho rapidinho, hi, hi, hi!

A orelha esquerda de uma certa freira esquenta e tremula ao ouvir as palavras “dobra d’água e limpeza” sendo proferidas por uma voz que ela odiava e pior... deixando tudo com ela!

— Irmã Rosa? – Colette pergunta receosa para a freira que se levanta assustando a menina e Tim. Caminha a passos pesados fazendo toda a igreja tremer, as crianças que estavam pelo caminho vão se afastando dando-lhe passagem com caras de medo e logo que ela chega a grande porta dupla fechada por uma grande tora de madeira ergue o pé direito e com um chute a arrebenta!!!  

— Hum? – A dupla lá fora se voltam para a entrada da igreja com olhares inocentes, totalmente oposto ao da freira que os encarava como se pudesse incinera-los!

Ela olha em volta a destruição e a sujeira causada pela dupla e pelos Errantes. Uma veia se solta de sua testa e tomando fôlego ela libera seu brado:

— EU NÃO VOU LIMPAR ESSA SUJEIRA NÃOOOOOO!!!

O grito da freira ecoou pelo pequeno pátio fazendo os rostos do garoto e do padre enrugarem, além de quebrar diversas janelas dos prédios ao redor.

— EITA!!! – Berra o garoto cravando os pés no chão pra não voar, já o padre Ramon não teve a mesma sorte e acabou voando igual a uma pipa se chocando contra uma parede sentindo sua coluna travar!

— AÍ, QUE ENGAVETOU TUDO AQUI!!! – E escorrega pela parede caindo logo depois com a cara numa poça de lama e ficando com o traseiro para o alto!

— PADRE, MORRE NÃO!!! – Exclama Ash desesperado correndo até o pároco... ou melhor... tentando.  – Mas hein? – Ele percebe que seu pés estão fora do chão, alguém segurava seu colete com força, com tanta força e com tanto ódio que ele sentiu os pelos de sua nunca arrepiarem. – Sei não... mais acho que restou um monstro soltou por aqui.

— O monstro aqui... É VOCÊ, SEU CAPETA DOS INFERNOS!!! – Vocifera o monstro... digo... pessoa logo atrás do garoto que sorri.

— Caramba, esse monstro tem uma voz estridente e bem conhecida... quem será?

O rosto do “monstro” toma uma cor ainda mais vermelha, até vapor saia de suas orelhas e não mais se contendo desfere um socão na nunca do garoto o afundando no chão, criando uma cortina de poeira encobrindo todo o terreno da igreja. As crianças que observavam toda a cena estavam boquiabertas, sabiam que a irmã Rosa era o cão quando ficava braba, mais não imaginavam que ela fosse tão forte ao ponto de nocautear o padre Ramon e o senhor Ash que acabaram com dezenas de monstros em minutos.

Ela era realmente...

— Forte. – Múrmura Colette.

— Assustadora. – Comenta Tim cobrindo sua cabeça com seu pequeno poncho.

— Medo! – Treme Rudy.

— Na minha humilde opinião... ela seria uma ótima caçadora! – Completa Scott e todos meneiam a cabeça em concordância.

— Pois é... pena que o esforço dela foi em vão!

— Ah? – A turminha procura a vozinha que disse aquilo, mas sem sucesso.

— Ô, psiu! Aqui em cima!

— Quê?! – As crianças olham para cima e vêm o pequeno ser que veio com o garoto de cabelos acinzentados dependurado de ponta cabeça no beiral da porta.

— Axou!!! – Exclama o pequenino todo animado.

— Senhor Minokichi!

— Como você foi parar ai em cima... e dependurado de ponta cabeça?!

— Acaso o senhor seria um ninja?

Perguntam Tim, Rudy e Scott ao mesmo tempo e o pequenino responde:

— Vamos por partes! Primeiro... eu vejo as coisas melhor por esse angulo. Segundo, não sou um ninja... infelizmente.

— Ahhhh! – A turminha murcha ao ouvir aquilo.

— Eu sei é meio decepcionante quando eu revelo isso. – Concorda o próprio baixinho triste. – Mas em compensação eu possuo muitas outras habilidades!

— JURA?! – Exclamam as crianças em coro.

— Logico! – Responde o pequenino todo eufórico. – Como por exemplo, consigo ver através de cortinas de fumaça, barreiras magicas e magias de camuflagem!

— OHHH!!! – Outro grito em coro das crianças.

— Mais espera... então o senhor viu o golpe que o senhor Ash levou, né? – Questiona o pequeno Tim.

— Olha meu filho... na verdade... ele não levou golpe nenhum!

— O QUÊ?!

— M-M-M-Mas a irmã Rosa acertou um golpe em cheio nele! – Diz Colette sem entender.

O pequenino sorri convencido.

— Vocês vão entender, já, já o que aconteceu! – Se vira para a o terreno. – Vejam! A poeira está baixando!

As crianças olham para frente e vem o vulto da irmã Rosa surgindo em meio à poeira... e mais outro vulto diante dela.

— A-A-A-Aquele é...? – Gagueja Rudy.

— É sim meu amiguinho... é sim! – Confirma Mino todo sorridente, pois diante da jovem religiosa estava seu desafeto, sorrindo para ela... e inteiro.

— Belo soco em Rosinha! Você realmente andou trenando, hi, hi, hi!

Como ela estava de costas, as crianças e Mino não puderam ver a careta de incrédula da jovem religiosa ao ver o garoto diante dela e sem nenhum arranhão! Diferente do solo que estava literalmente arrombado!

— Era... para... a sua... cabeça... estar... enterrada... ali... DENTRO!!! – Aponta a jovem para o buraco e o menino simplesmente responde.

— Pois é... só que você é tão lenta que deu tempo de eu esquivar do seu golpe, aproveitar a cortina de poeira e cair em cima do padre Ramon colocando a coluninha dele no lugar.

— É O QUÊ?! – A freira olha de olhos arregalados para o padre que surgia dançava como se sua coluna nunca tivesse travado!

— Há! Nunca me senti tão leve! Me faz lembrar dos tempos em que eu arrasava na discoteca! – Brada o pároco girando na ponta pés e erguendo o indicador direito para o alto que brilha.

Logico que ele foi aplaudido por Ash, Mino e pelas crianças.

— Eu adoro esse velhinho! – Comenta o garoto de maneira divertida.

— Pois é, ele sempre consegue fazer as crianças rirem. – Comenta Rosa se aproximando do garoto.

— E quem não iria ri de uma palhaçada dessas! – Afirma o menino cruzando os braços ao ver as crianças saindo e começarem a dançar junto com o velho. – Esse lugar é onde ele realmente pode chamar de lar.

— Verdade... – Murmura à freira sorrindo, seu superior sabia como ser sério e divertido nos melhores momentos. – Uma pena que ele tenha um sujeito horrendo como você como amigo! – Responde tentando acertar outro soco no garoto que o para com facilidade. – DROGA!

— Para... vai acabar se machucando! – Adverte o menino. – Você sabe que golpes como os seus não surtem efeito em mim!

— Mais não custa tentar! – Devolve a freira tentando acerta-lo com seu punho esquerdo ao qual ele bloqueia com um dedo. – O QUÊ?!

— Viu... nem tenta! – Responde Ash empurrando Rosa com o indicador esquerdo quase a derrubando.

— Uaaahhh... ORA SEU!!! – Ela já ia partir para outra ofensiva... mas...

— Olha Rosa eu entendo que você não goste de mim... não te culpo!

Solta o jovem do nada fazendo a religiosa parar onde estava.

— Quê?

— Eu falhei com você e com um monte de gente. – Confessa o jovem sorrindo. – Não cumpri a promessa que te fiz, seu ódio por mim é justo... e eu sempre o receberei de bom grado... ok?

A jovem arregala os olhos em choque, sua boca fica entre aberta e seus dedos gelam. Todo o fogo que ela sentia se esvai como se uma nevasca a tivesse soterrado. Ela odiava o Blaziken... como ela o odiava! Ao ponto de todas às vezes que o via queria avançar contra ele e faze-lo sofrer por todo o mal que lhe causou! Mas nada do que ela fazia adiantava... ele era imune a todos os seus ataques, até mesmo a seus xingamentos, ele sempre estava... sorrindo.

— Como você consegue sorri pra mim, ou melhor, para todos, mesmo depois do que fez?!

Ele não respondeu, apenas fechou os olhos, balançou a cabeça, ergueu a mão esquerda para o alto e gritou:

— MINO!

— Tô indo! – Brada o pequenino se lançando no ar, girando e parando na palma mão de seu jovem mestre. – Estou aqui mestrinho, as suas ordens!

O garoto ri pela empolgação de seu amiguinho, o traz para mais perto e sibila em sua grande orelha esquerdo.

— Vamos “limpar” essa bagunça para eles.

Só de ouvir aquilo os olhos do pequenino brilharam como dois faróis de tanta empolgação.

— Serio mestrinho... eu posso mesmo? Eu posso, posso, posso, posso, posso, POSSO?!

Ele tinha que perguntar, já que não estava acreditando naquilo.

— Não só pode como deve! Arrebenta baixinho!

Aquela foi à deixa para o pequenino surtar de vez.

— SÓ SE FOR AGORA!!! – Grita o baixinho a plenos pulmões saltando para perto das crianças e do padre. – Muito bem criançada, vocês estavam curiosos para saberem das minhas outras habilidades, né?

As crianças obviamente e o padre também responderam:

— LOGICO!!! 

— Então segurem seus chapéus meus filhos, por que Minokishi do clã dos Guardiões dos Portões vai botar pra quebrar! – Declara o baixinho se encolhendo para dentro de seu saquinho que sacode todo deixando os expectadores ansiosos.

— Ohhh, o que será que ele vai fazer? – Comenta um menino.

— Vai ver ele vai usar uma técnica que apaga a memória de todos aqueles que o viram, como os ninjas fazem! – Exclama uma menina saltitando.

— Isso não é ser ninja, isso ser telepata! – Corrigi Scott.

— Ou talvez se encolher e depois servir batatas-fritas para todos, já que ele está dentro de um saquinho de batata! – Declara Tim e todas as crianças lambem os beiços.

— Uhhhh, bata-frita!!!

— Essa turminha sabe o que é bom! – Concorda Ash rindo.

— Infelizmente, não dispomos desse luxo. – Diz Rosa com tristeza.

— As doações estão tão baixas assim?

A jovem nem responde.

— É pela sua cara... vou cuidar disso!

— Ah?

 – Mino para de drama! Sai logo daí! – Brada o mestre do baixinho que responde com a voz abafada.

— Fica frio mestrinho, só tô aumentando a expectativa!

— Que se dane a expetativa faz logo seu trabalho!

O saquinho para de tremer.

— Tá bom! – Responde o pequenino que se achata todo no chão como uma panqueca, para depois saltar bem alto. Os olhos das crianças seguem o pequeno guardião que gira no ar, dos buracos que saiam suas mãozinhas, pezinhos e cabeção, inúmeros papeis picados escapam caindo pelo terreno como neve.

— UAAAAAUUUUU!!! – Os olhos das crianças brilham em entusiasmo e alegria com aquele fenômeno, tentavam pegar os papeis liberados pelo pequenino, porém ao tentarem fazer os mesmo passavam por suas mãos como água.

— Eles estão escorregando por nós! – Exclama um menininho tentando pegar algum papel com a língua.

— Ei... é impressão minha ou esses papéis tem gravuras neles? – Questiona Rudy.

— E tem.

— Ah?

— Vocês não conseguem pegar esses papeis por que vocês não são os alvos deles. – Responde Ash.

— Não somos?! – Questiona Rudy.

— Isso mesmo, o alvo deles, são eles... – O garoto de cabelos acinzentados aponta em uma direção, o menino de bandana vermelha por sua vez segue a direção apontada e arregala os olhos ao ver os papeis envolvendo os corpos dos monstros que foram abatidos.

— Mais o que é...?

— Eles podem ser monstros agora.

A voz de Ash ressoa pelo o ambiente chamando a atenção de todos.

— Mas um dia eles já foram como nós... seres de carne e osso.

Os papeis liberados por Minokishi envolviam os corpos dos Errantes com cuidado, como se estivessem abarcando-os.

— Acordavam cedo, tomavam café, iam à escola, para o trabalho, tinham amigos, namoradas, namorados, família... uma vida inteira pela frente.

O jovem se aproxima de um Errante, se agacha tocando nas costas de um deles.

— Mais o “destino” resolveu leva-los mais cedo, os arrancando prematuramente deste mundo, os aprisionando em caixões de pele, ossos e cristais.

A voz do jovem era de amargura.

— Condenados a vagarem por este mundo sem rumo e forçados a atacar os vivos com o intuito de aliviarem a “dor” de não poderem morrer, criando um círculo de violência e morte que vai matando pouco-a-pouco a alma encarcerada, ao ponto em que chega um momento em que a alma nem se lembra de que um dia já foi um ser vivo, tornando-se apenas uma entidade vazia que necessita devorar outras almas para tentar preencher o buraco de sua própria existência!

Ele fecha os olhos sentindo seu sangue ferver, serra seu punho direito com força, com tanta força que sangue escorrer por seus dedos gotejando ao chão. Era sempre assim quando matava os Errantes, apesar dos distúrbios e atos de destruição caudados pro eles... não conseguia odiá-los, pois eles eram tão vítimas quanto as vidas que ceifaram e a única forma de salva-los desta dor eterna é...

— Os matando...

— Nossa... – Rudy fica boquiaberto ao ouvir tudo aquilo. Ele e seus amigos sempre achavam que os Errantes eram seres do mal saídos do inferno para se alimentavam de gente inocente e desavisada. Haviam campanhas massivas pela cidade incentivando o ódio e a caça desses seres profanos a todo o custo para “limpar” a cidade, e sem pensar partilhava também desse ódio.

Mas agora, depois de ouvir as palavras de seu salvador...

— Eu... sempre achei que eles eram maus já que matam outras pessoas... mas na verdade... eles...

— Não se culpe! – Diz Ash tocando na cabeça do menor com a mão esquerda. – Quando eu era criança eu também achava que os Errantes eram o mal encarnado e precisavam ser exterminados a todo o custo, só depois eu fui perceber que eles eram outras vítimas da negligencia dos poderosos dessa cidade... às vezes... dá até vontade de ir lá e joga-los para uma horda inteira de Errantes só pra vê-los gritarem enquanto são devorados pelos seres que eles mesmos criaram devido a sua total negligencia!

Um sorriso nefasto seguido por uma risada diabólica do garoto fez com que as crianças o olhassem com olhos pequenininhos, ao mesmo tempo que sentem seus corpos tremerem.

— Sabe? Acho que tô começando a entender porque a irmã Rosa chama esse sujeito de demônio. – Comenta a pobre Colette puxando Tim pra mais perto ficando juntinha dele, deixando o menino vermelhinho.

— É... e-e-e-ele pode ser meio assustador as vezes... mais é um tio legal, vai por mim! – Responde Tim sorrindo e com uma gotinha na cabeça.

— Na minha humilde opinião... ele sabe mesmo como botar respeito na casa! – Entoa Scott com seu jeito intelectual.

— É claro que eu sei botar respeito pirralho! – Exclama Ash convencido.

— Você quer dizer intimidar os outros, né seu cretino! – Rosna Rosa cruzando os braços. – E o que aquele capetinha tá fazendo espalhando todos esses papeis picados pelo ar, fique sabendo que eu não vou...

A boca de Rosa e coberta por três dedos do Blaziken.

— Fica fria! Eu disse que íamos limpa tudo e vamos fazer isso! O Mino só tá se preparando para fazer o ritual.

— Ritual?

— Sim Rudy, ritual.

Dessa vez quem respondeu foi o velho padre se aproximando de seu velho amigo e do menino de bandana vermelha.

— Acontece meu filho que para eliminar um Errante por completo não basta apenas mata-lo.

— NÃO?! – Aquilo pegou o menino e as outras crianças de surpresa.

— Devido ao tempo que as almas ficaram presas aos seus restos mortais elas não conseguem se desligar sozinhas deste mundo. – Explica padre Ramon.

— Isso mesmo. – Responde Ash. – Mesmo que você separe uma parte do corpo usando uma arma ou dobra elemental ele ainda pode sobreviver e depois se regenerar.

— REGENERAR?! – Grita Rudy aterrorizado. – Então esses monstros vão...?

O menino se cala ao ver seu salvador erguer a mão direita.

— Eles iriam... isso se o Mino não estivesse aqui.

— Ah?

— O Senhor Minokishi? – Questiona Tim piscando. – Mas o que ele pode fazer?

O rapaz sorri convencido.

— Ele pode despachar almas penadas pro nirvana!

A mera frase despachar almas causou um baque na cabecinhas dos menores, que não entenderam bulhufas, os mais velhos arregalaram os olhos em choque, já Rosa...

— ISSO É IMPOSSÍVEL!!!

— Nossa que freira de pouca fé, Meu Deus, daí me forças!

— NÃO ZOMBA DE MIM!!! – Rebate a freira pela provocação do rapaz. – Libertar uma alma de um corpo é um trabalho muito difícil, só reservado a sacerdotes que treinaram anos e anos a finco para tal tarefa e mesmo assim muitas vezes precisam trabalhar em conjunto para realizar uma purificação completa! – Aponta para Mino. – E você tá me dizendo que um pinto de rodapé como aquele sem treinamento nenhum consegue fazer tal cosia... e sozinho!

— Pôde. – Responde Ash com simplicidade. – Não querendo desmerecer suas técnicas religiosas, mas as do clã do Mino... são mais eficientes.

— O quê...

 – Bom... acho que vai ser melhor ele mostrar. – Responde o rapaz antes da freira ter outro faniquito. – Mino! Pôde começar!

— SIM, SENHOR!!! – Brada o pequenino parando de girar e de liberar seus papeizinhos pelo ar, voltando ao solo. Poe sua cabeça e suas mãozinhas para fora onde seguravam dois objetos incomuns para os jovens olhos das crianças.

— O que são aquelas coisas? – Questiona Rudy.

— Na milha humilde opinião... parece ser... um sino. – Comenta Scott.

— E é. – Confirma Ash. – Acho melhor vocês se afastarem para terem uma visão melhor.

— Visão melhor... do que? – Pergunta Tim e o garoto de cabelos acinzentados respondendo sorrindo:

— Algo que você jamais esquecerão...

Com essas palavras proferidas Mino toca o pequeno sino, seu som era alto mesmo para seu tamanho, talvez pela acústica do local ser fechada seu som se expandiu e todos puderam ouvi-lo e se silenciaram quase que imediato. O pequenino toca novamente enquanto mantinha seus olhões fechados e sua boquinha murmurava algo inaudível. Padre Ramon guiou as crianças até as escadas da igreja no qual se sentaram, Rudy Tim e Scott seguiram Ash ficando de pé próximos a turminha, a irmã Rosa por sua vez ficou parada olhando sem entender o que o pequenino estava fazendo, até sentir sua mão direita ser agarrada e seu corpo ser girado igual a um peão rodando até cair sentada na escadaria da igreja.

— Aí... minha cabeça... quem foi que...?

Um assobiou saído dos lábios de um certo garoto de cabelos acinzentados ecoou pelo ar arrancando risos do trio que se calaram ao perceberem algo, a grama rala do terreno tremular mesmo sem vento, sons como de vozes lamurientas sibilando em seus jovens ouvidos.

— O que é isso? Que som é esse? – Questiona o pequeno Tim próximo do rapaz.

— Você conseguem ouvi-las? – Questiona o jovem que recebe um aceno de cabeça do pequeno. – E vocês dois?

Scott e Rudy também responderam que sim com um menear de cabeça, estavam tão estáticos e perplexo quanto Tim.

— O que... estamos ouvindo senhor Ash? – Pergunta o mais velho do trio.

E o jovem responde após suspirar:

— Vocês estão ouvindo o choro daqueles que não puderam descansar em paz, daqueles que ficaram presos aqui sem direito a repouso ou alento, condenados a sofrerem não se sabe por quanto tempo. – Olha na direção de seu amiguinho. – Vocês meninos, estão ouvindo o choro dos Errantes!

— O choro... dos Errantes... – Murmura Rudy.

— Mais precisamente... o choro das almas que estão presas a eles. – Completa padre Ramon. – É triste não é?

— É... muito. – Responde o menino de bandana sentindo seus olhos se encherem de lágrimas. – Doí... doí muito!

— Eles estão triste... estão perdidos... sem saber pra onde ir! – Exclama Tim sentindo seu peito doer.

— Em minha humilde opinião... é uma dor que ninguém merecia sofrer! – Diz Soctt enxugando seus olhos.

— De fato... ninguém merecia. – Enaltece Ash fechando os olhos.

— Do... do que vocês estão falando? – Questiona Rosa.

O garoto por sua vez abre os olhos e sorri fraco para ela.

— Nada Rosinha... nada...

Ela não conseguia ouvi-los... e era até melhor, a mente dela não era aberta o suficiente para entender que havia outros caminhos de libertação além dos que ela apreendeu desde sua tenra idade.

“Já esses meninos...”

Olha para o trio ao seu lado é percebe pequenos brilhos envolta deles.

“Tem um caminho bem interessante pela frente...”

Sim eles tinham, afinal, não era todo o dia que o jovem encontrava três crianças despertando suas Auras por ai e melhor... sem influência de gente mesquinha por perto.

“Parece que as sementes que você plantou estão germinando... Esme.”

Um sorriso caloroso surgiu na face do jovem Blasiken, sorriso esse que aqueceu seu coração, era sempre assim quando se lembrava dela, tudo ficava melhor, sua mente mais leve, seu humor e até mesmo sua sede de sangue era quase zero naqueles raros e reconfortantes momentos.

“Sinto sua falta...”

Ergue a cabeça olhando para o céu nublado, percebendo que alguns poucos mais belos filetes prateados conseguiam passar pela vasta cortina de poluição.

“Espero estar atendendo suas expectativas, é difícil, mas estou dando o meu melhor!”

Olha para as crianças ao seu lado.

“Essas crianças por quem você deu a vida... carregaram o seu legado.”

Serra os punhos.

“Não deixarei que cometam os mesmo erros que eu... eu juro!”

Ergue sua face fitando novamente o céu por onde mais feixes de luz prateados irrompiam, iluminando aos poucos o pequeno terreno esquecido pelos homens, mais não pelos céus.

“Você está dando sua benção, né? Minha princesa...”

Coloca a mão direita por dentro da blusa segurando seu pingente de pedra azul com força.

“Obrigado Esme...”

Agradece o jovem a sua princesa que agora morava no céu, no mesmo tempo que dos corpos enfaixados do Errantes algo se levantava. De início eram figuras disformes, mais ao poucos suas formas vão se alterando, tomando formatos humanoides, outras animalescas e algumas saindo ambas de um só corpo.

— Meu Deus... isso... isso são?

— São sim Rudy. – Responde o jovem de cabelos acinzentados. – São as almas que estavam aprisionadas dentro dos corpos dos Errantes.

— Nossa...

As almas que estavam presas se levantavam de pouco a pouco dos corpos enrolados pelos papeizinhos, que logo queimavam trasmontando em cinzas os corpos dos monstros.

— Os corpos do Errantes estão queimando! – Exclama Tim assustado.

— Isso é um processo obrigatório. – Explica o padre Ramon.

— Ah?

— Ao destruir o corpo físico a alma não se sentira mais presa e assim poderá se libertar totalmente. – Completa Ash que aponta na direção de seu amiguinho. – Vejam... quando Mino toca aquele sino os talismãs que ele colocou sobre os corpos ressoam, os primeiros badalares aplicam um comando que separar a alma do corpo, depois baladas diferentes são tocadas aplicando o segundo comando que incinera o restos mortais e pôr fim...

— O chamado... – Entoa o pároco.

— Chamado? – Questiona Scott.

— A melodia da libertação. – Responde Ash sentindo um ar puro preencher seus pulmões. – Aqueles que voltaram das portas da morte diziam ter ouvido uma linda melodia. Uma tão bela que fazia você se sentir leve, livre, despreocupado e seguro... como se alguém lhe estivesse lhe felicitando por seu retorno ao lar...

— Sim... é algo realmente lindo. – Comenta padre Ramon fechando os olhos e cantarolando algo, as crianças não entenderam, assim como Rosa que percebeu que Ash também cantarolava... e Minokishi também que começou a dançar pelo gramado balançando e tocando seu sininho, foi então que seus olhos antes opacos e cegos para o aprendizado começaram a ver algo flutuando envolta do menininho, se juntavam como se estivessem dando as mãos, rodando envolta do pequenino.

— Mas o que...?

— Eles tão dançando! – Exclama Tim!

— O quê?

— Eles estão felizes!!! – Brada Rudy emocionando.

— Meninos o que vocês estão...

— É lindo demais!!! – Exclama Scott empolgado. – Parece que estou dentro de um jogo de fantasia!!!

— Olha, essa uma afirmação muito bem vida meu caro, hi, hi! – Ri Ash da comparação Nerd, mas bacana do garoto. – Eles estão felizes pois não vão mais precisar sofrer, estão livres para seguirem seus caminhos.

— Pena que eles precisaram ser executados antes de partirem nessa jornada... né?

—  É... – Responde o Blasiken com voz pesada a pergunta de Rudy.

— É um fardo bem pesado...

— De fato é...

Aquilo realmente era um fardo pesado, pois não existia forma conhecida de devolver um Errante s sua forma humana, somente o matando para dar fim a sua matança desgovernada e salvando o que restou de bom no monstro. Por que se fossem monstros maiores e mais fortes... a almas não teriam uma aparência muito... decente.

“Ainda bem que não veio nenhum Errante de classe B ou A... essas crianças não estão preparadas para ver aquilo.”

Pensa Ash sentindo seu estomago revirar... realmente tem que ter um estomago e uma vontade muito forte para enfrentar e depois ver o que há dentro dos Errantes mais fortes.

Mais isso... é uma história para um outro dia.

No momento os pequenos podiam assistir admirados o pequenino guardião ergue seus instrumentos e entoar:

— Podem ir pra casa... os portões estão abertos!

E como se atendessem as ordens do pequenino um ideograma branco e luminoso surge a seus pés liberando uma força que faz seus cabelos ficarem em pé. Tal brilho seguiu rumo ao céu colidindo com as nuvens grossas e pesadas que se abrem dando lugar a uma intensa luz prateada que cega por alguns instantes Rosa e as crianças. Mas logo essa luz intensa se torna cálida, gentil e reconfortante, sentem como se mãos suáveis afastassem as mãos e braços que cobriam seus jovens olhos, para que eles também pudessem presenciar o que se seguia.

— Nossa... 

Foi uma das palavras que alguns proferiam, outros nem isso diziam, só a olhavam, linda deslumbrante, única, como uma perola gigante e preciosa firmada no alto céu. Intocável, pura e perfeita, Rudy e seus amigos viam pela primeira vez o enorme e estonteante satélite natural que orbita o planeta em que vivem, mas ali ela não era um satélite, mas sim uma divindade que com o seu brilho... levava os Errantes para casa.

— É a...

Palavras faltavam ao menino de bandana vermelha, nunca achou que um dia veria tamanha beleza no céu, NUNCA! Mas ali estava ele e seus amigos órfãos, desiludidos, esquecidos e largados na sarjeta, presenciando algo que provavelmente nenhum poderoso poderia assistir, já que devido a sua ganância desenfreada esconderam aquela beleza, tanto deles quanto dos outros. Só que graças a um certo rapaz e seu amiguinho... eles haviam se tornado felizardos e até mesmo abençoados pelos brilhos forte e calorosos da...

Lua... – Entoam os pequenos órfãos ao olharem para o imenso astro no céu noturno.

— Isso... é... um sonho? – Comenta Rosa sem acreditar.

— Não é não. – Afirma Ash. – Mais se quiser posso te dar um beliscão pra ver se você tá acordada ou não!

— NÃO PRECISA!!! – Berra a freira dando um pulinho pro lado ao ver que o rapaz já ia a beliscar. – Mas me diga... como a lua pode estar...

— Puxando as almas dos Errantes para o céu?

— É... – Ela mal conseguia pensar nisso.

— Em nossa crença a lua não é só um satélite natural, mais sim uma divindade que vigia e auxilia no nosso mundo quando mais precisamos.

Ergue a cabeça olhando para sua rainha com louvor e respeito.

— Mandando sempre que possível seus filhos e filhas para proteger nosso mundo das piores ameaças e livrar os aflitos das perseguições mundanas e demoníacas!

Toca novamente em seu pingente por dentro da roupa.

— Guiando os perdidos para o caminho da luz e combatendo o mal e a injustiça junto com seus cinco guardiões.

Um sorriso involuntário e nostálgico brota na face do jovem ao lembra-se disso.

— Esses enviados tiveram vários nomes durante a história, mas o mais comum e conhecido é...

— Não precisa responder! – Corta a freira. – Eu já entendi, é um método pagão que o seu clã usa logo após cumprir suas missões malignas!

— Para a sua informação Rosinha! – Os olho da rapaz brilham fazendo a jovem freira engolir seco. – Esse método foi nos ensinados pelos enviados da grande rainha e com o passar dos tempos, nós o melhoramos e o passamos adiante para indivíduos de outras crenças que a reutilizaram seguindo um padrão similar para o mesmo fim! Em suma, não é um método pagão! – Rebate o rapaz visivelmente irritado, podia aguentar falarem mal dele e de sua origem, mas nunca de sua rainha e de seus filhos... isso ele não aceitava!

— Não se irrite meu filho, a Rosa pode ser meio... cabeça dura as vezes. – Intervém o pároco.

 – PADRE?!

— É, percebi! – Devolve Ash para a irritação da freira.

— Ora seu demo... mfummfufmufufm!!!

— Shiii! Tá, tá, tá, já sei que sou isso, aquilo e mais além, agora fica quietinha e aprecia o show tá, bom? – Debocha o jovem tapando a boca da freira que tentava lhe aplicar socos e chutes e se possível cuspir fogo pela boca, mas esqueceu de que até isso ele era aprova!

“COMO EU TE ODEIO MOLEQUE!!!”

Rosna em silencio a jovem enquanto o rapaz e as crianças viam as almas antes em forma humana e animal assumirem a forma de flocos de luz pura que os rodeiam como se fossem vagalumes. As luzes de vida passeiam por entre as crianças, brincando com eles que pulavam na tentativa de capturar aquele brilho tão lindo e cheio de paz.

— Parece que estão se desculpando conosco. – Indaga Tim.

— Pode ser, eles devem estar pedindo perdão por tentarem machucar vocês. – Responde Ash que solta Rosa que cai no chão, ela se levanta e tenta lhe aplicar uma dezena de golpes, só que nenhum acerta e ele ainda aperta as bochechas dela no final. – Fofa!

— FOFA É A MÃE!!! – Esgoela a freira vermelha.

— Ah, você é fofa sim irmã! – Responde Colette deixando a irmã paralisada. Logo, pequenas mãos abraçam as pernas e a cintura da freira lhe evolvendo em um abraço coletivo e junto delas as luzes espectrais. – O... quê...

— Essas luzes só rodeiam quem tem luz dentro de si. – Responde o rapaz para a surpresa da jovem. – Se sinta honrada Rosinha... pois quer dizer que você está fazendo um bom trabalho com essa crianças.

A jovem freira funga, faz bico, mordeu o mesmo tentando conter as lágrimas que queriam jorrar de seus olhos, MAIS NÃO IRIA! Não podia demostrar emoção justamente pelas palavras daquele capeta... mesmo que elas tenham sido muito gentis.

“Não chora, não chora, NÃO CHORAAAAA! NÃO NA FRENTE DELE!!”

As crianças apertam os baraços e fazem sorrisinhos felizes.

— Aí, pegaram no meu calcanhar de Aquiles! – Admite derrotada a freira que abraça a turminha se debulhando em lagrimas, tudo isso aos olhos do jovem de cabelos acinzentados que faz joinha para o trio e o pároco que retribuem com os polegares para o alto. Assim eles poderiam terminar de assistir ao espetáculo em paz e sem a jovem ficar berrando.

“É tão fácil de enrolar ela, hi,hi,hi!”

Sorri sacana o jovem que chama o trio para mais perto que o seguem ficando próximos de Mino que girava todo animado.

Para as estrelas eles vão;

Sorrindo e dançando;

De mãos dadas;

Atravessando o rio de prata;

Se purificando;

Se lavando dos pecados deste mundo;

Até chegarem a presença da grande rainha;

Amada e bela;

Com uma flor branca nas mãos e um diadema de diamantes sobre sua cabeça;

Receba-os de braço abertos;

Por que eles precisam;

E se um dia retornarem;

Possam ter um destino melhor.

O pequenino toca uma vez o sino... as almas param.

Um segundo badalar e elas reluzem.

Um terceiro badalar e elas enfim começam a subir, como numa procissão, indo enfim para casa descansar em paz.

O ideograma luminoso aos pés de Mino reluz com mais força, ideograma esse que quer dizer paz.

Paz essa agora que eles tinham e quando a última luz acendeu aos céus, as nuvens voltaram a se fechar, escondendo o astro, fechando assim os portões que ligavam os dois mundos... por enquanto.


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Notas finais do capítulo

E assim Ash e seu pequeno amigos mostram que as vezes os piores monstros não aqueles que tem rosto deformados, garras pontiagudas e dentes afiados, mas sim aqueles que criaram tais seres. Quem seriam os verdadeiros demônios? Quem seriam os verdadeiros salvadores?

Essa é uma das premissas da minha historia, mostrando que não importa sua origem e de onde vem seus poderes, mas como você a usa. Espero que tenham gostado destes capitulo tanto quanto eu e até aproxima!

*Lenis - Quer dizer brisa suave em latim.*

Musicas para o capítulo:
Do início até o fim do combate contra os errantes - https://www.youtube.com/watch?v=O4S_gDidViI&list=PLlGj4VrD4KHdAZ8CA1IDBKdHImeI8HvhT&index=5
Do momento em que Ash explica sobre os Errantes até o adeus das almas: https://www.youtube.com/watch?v=3HgbOMci_Io&list=PLlGj4VrD4KHdAZ8CA1IDBKdHImeI8HvhT&index=1



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