Onimusha: The Journey by the Five Warriors escrita por Ash Dragon Heart


Capítulo 14
O Orfanato de Santa Catarina e os Errantes


Notas iniciais do capítulo

Boa noite onis! Estamos de volta com novo capitulo de Onimusha!

Após o dramático sequestro de Anna e do desespero de Elsa em não conseguir salvar sua irmãzinha, voltamos a Freedon City onde veremos um poucos mais do nosso protagonista de cabelos acinzentados e dos problemas que sua cidade enfrenta... que não só poucos.

Apertem os cintos pois viajaremos para longe de Arendelle, destino... Freedon City III.

Des de já uma boa leitura para todos!



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Apesar do grande desenvolvimento tecnológico e do padrão de vida elevado, Freedom City ainda pecava dos mesmo males que grandes cidades pelo mundo.

Excesso populacional.

Não é incomum ver famílias inteiras vivendo na sarjeta ou perto de depósitos de dejetos de Ragnite na busca de fragmentos intactos para revender e comprar comida... ou drogas, em casos mais graves chegando  até troca ou venda de menores para obter tais coisas.

Para esse menores esquecidos, vendidos ou abandonados à própria sorte haviam comunidades religiosas que os abraçavam e tentavam salvar suas pobres mentes deste mundo corruptor regido por um azul ciano que começava a ficar cada vez mais escuro.

Uma dessas comunidades era o Orfanato de Santa Catarina, localizado na área leste da cidade e cercada por três grandes prédios, a entrada fica em um viela quase imperceptível, deixando quase impossível saber que naquele terreno havia uma igreja e pessoas vivendo lá.

— Muito bem crianças, chega por hoje! Hora de entrar! – Diz uma jovem freira para as crianças que brincavam em frente à igreja. Trajava um habito negro que cobria todo o seu corpo e um cornette com uma faixa branca junto com um véu também negro que cobria todo o seu cabelo e ia até metade de suas costas, além de um crucifixo de madeira pendurado em seu peito.

— Ahhh, mas ainda é cedo! – Reclamam as crianças.

— Nananinanão! Vocês sabem que despois das 18:00hrs os monstros rondam a igreja, por isso precisamos entra e ficar todos juntinhos, lembram?

As crianças murcham após as palavras da irmã.

— Quando crescer vou encher a cara desses monstros de porrada! – Brada um menininho de uns cinco anos com uma pedaço de madeira nas mãos.

— Carlinhos, olha a boca! – Repreende a irmã. – Colette, pode levar as crianças em fila para dentro, por favor?

— Posso sim irmã! – Responde uma menina trajando um vestindo verde remendado, sapatos gastos, um pocho rosa que cobria seus ombros e um chapéu também rosa com tiras dos lados. Seus cabelos eram loiros e estavam divididos em duas pequenas tranças que lhe caiam pelas costas e possuía um belo par de olhos verdes. – Muito bem turminha, em fila e para dentro! – Diz sorrindo a menina pegando na mão de uma das crianças que vão fazendo o mesmo com os de trás até formarem uma pequena fila seguindo Colette para dentro da igreja... que já teve dias melhores.

A faixada do prédio estava gasta, com tinta descascando e afetada pela erosão do tempo. Não haviam imagens do lado de fora e o jardim estava morto, esgoto vazava a céu aberto e lixo jazia entulhado dos lados do terreno lançados pelos habitantes dos prédios envolta. Como a entrada da igreja fica numa viela de difícil visualização quase ninguém perceber que ali existe algo, além de um terreno baldio, por isso os caminhões de lixo não entram lá, resultando assim em um terrível mau cheiro.

— Aí, aí... a vida não é fácil. – Comenta a jovem irmã olhando para o céu nublado. – Mais é por não ser fácil que devemos continuar lutando... não é Senhor? – Entoa a jovem freira orando em esperança para que suas preces possam ser ouvidas e que todas as dificuldades que enfrentam um dia sejam recompensados com dias melhores.

— Pronto irmã Rosa, as crianças já estão dentro da igreja! – Avisa Colette voltando até a freira.

— Ótimo!

— E os meninos... algum sinal deles?

— Não... – Responde a irmã Rosa. – Eles saíram cedo para tentar vender os doces e não voltaram até agora... estou ficando preocupada.

— Não fique irmã! – Pede a jovem segurando as mãos da freira. – Vai ver eles se distraíram e ficaram andando pela cidade, sabe como meninos são né? Adoram uma aventura!

— Verdade... mas o horário me preocupa! – Exclama a irmã. – A cidade fica muito perigosa à noite, vai que eles dão de cara com pessoas de má índole, com monstros ou até mesmo toparem com algum...

— SAI DE BAIXO!!!

— Hum?

A duas moças arregalam os olhos ao ouvirem um forte grito, janelas se quebrando e uma sombra as encobrir. Ao olharem para o alto veem o que parecia ser uma bicicleta voando por cima delas, caindo em câmera lenta, derrapando pela terra do terreno criando trilhas, até parar!

— POUSO PERFEITO!!! – Declara o piloto da bike para três meninos que estavam de carona.

O mais novo rapidamente salta do veículo direito para o chão berrando:

— TERRAAAAA!!! TE AMO, TE AMO, TE AMO!!!

E beijando o chão!

— Na minha humilde opinião... acho que perdi alguns anos de minha longa vida.... uaaaahhhh!!! – Exclama o mais velho caindo de costa no chão após a louca experiência.

Já o do meio...

— FOI IRAAAAADO!!! – Salta gritando do veículo todo empolgado! – Eu nunca senti tamanha adrenalina antes em toda a minha vida, foi como se meu cérebro tivesse indo dos meus pés até a cabeça em segundos!!!

— Uma ótima experiência, não acha? – Pergunta o pequenino de cabelos arrepiados de dentro da cesta acoplada ao guidão.

— Excelente!!! Obrigado senhor Ash!

— De nada baixinho! Eu tava precisando mesmo me exercitar um pouco e nada como pilotar insanamente por um trânsito caótico, adentrar em um prédio residencial cheio de gente escrota e sair arrebentando as janelas para repor as energias e acabar com o stress! Né Mino?

— Pôde crer mestrinho!

Dizem os dois caindo na gargalhada logo em seguida, enquanto eram admirados por Rudy que tinhas os olhos brilhando de emoção, o mesmo não podia ser dito da Irmã Rosa que fuzilava o recém-chegado nem um pouco feliz.

— ...demônio no meio do caminho! – Completa a freira bufando e indo até o garoto pisando fundo. – ASH BLAZIKEN!!!

— Sou eu! – Responde o menino de cabelos acinzentas erguendo a mão. – Quem me chama?

— Você sabe muito bem que tá te chama seu capeta dos infernos!!!

— Irmã Rosa!!! – A jovem Colette cobre a boca incrédula ao ouvir a freira tão calma e compassível literalmente virar no Jiraya pela simples presença daquele garoto que ao olhar bem pra ela sorri todo bobo.

— Caramba Rosa, é você?! Quase não te reconheci com a fantasia!

Um jato de água fétida, produzido pela vala de esgoto a céu aberto é lançada na direção do garoto que simplesmente abaixa a cabeça esquivando de tomar um bando de água podre.

— Sua dobra da água continua implacável, hein?! – Brinca o garoto ao levantar a cabeça dando de cara com os olhos em chamas da irmã que o agarra pelo colarinho da camisa, o ergue da bicicleta e o balança no ar.

— O QUE VOCÊ?! SEU DEMÔNIO DOS INFERNOS, MALDITO, PERVERTIDO E CAUSADOR DE CONFUSÕES TÁ FAZENDO AQUIIIIII?!!!

— E-E-E-E-E-Entregando s-s-s-s-s-seus s-s-s-s-s-santinhos d-d-d-d-do p-p-p-p-pau o-o-o-o-oco, e-e-e-e-em s-s-s-segurança o q-q-q-q-que m-m-m-m-mais!!! – Responde o garoto em rimas enquanto era chacoalhado no ar.

— E TU ACHA QUE EU VOU ACREDITA NUMA COISA DESSAS?!

— Mais é verdade irmã!

— Como? – Ela larga Ash que cai no chão. – O que você disse Rudy?

— Que o senhor Ash veio nos deixar em segurança logo depois de nos salvar de um grupo esquisito de valentões!

— Esquisito é pouco meu filho, tá mais pra bizarro mesmo! – Reforça Minokichi, pulando de sua cestinha para o chão. – Tudo bem aí mestrinho?

— Tudo! – Tranquiliza o garoto. – Tô acostumando a levar golpes mais fortes do que esses.

— Tá me chamando é fraca, é?! – Questiona a freira com uma sobrancelha erguida.

— Você que tá dizendo!

— Ora, seuuuuu!!!

— Que confusão é essa aí fora? – Pergunta uma voz na hora que a irmã ia partir pra cima do garoto.

— NADA!!! – Exclama a mesma vermelha de vergonha se voltando para a entrada da igreja. – Nada com o que ser preocupar padre Ramon! Está tudo em ordem!

— Nossa que mudança de humor rápida. – Comenta Rudy se calando na mesma hora ao receber um olhar mortal de Rosa.

— Jura? – Questiona um senhor de idade coçando sua longa barba branca. – Pensei ter ouvido a voz de alguém que não ouço há um bom... tempo... – Os olhos do velho pároco congelam ao perceber uma certa figura de cabelos acinzentados próximo de Rosa e das crianças. – Não pode ser... mais é o...   

— Deixou a barba crescer velho? Até que combinou! – Comenta o jovem com as mãos para dentro dos bolsos e sorrindo, não tanto com o pároco que largou sua bengala e correu aos trancos e barrancos até onde o jovem está o agarrando e o erguendo no alto clamando a plenos pulmões para que todos envolta pudessem ouvir:

— É UM MILAGRE!!! O SENHOR SEJA LOUVADO!!!

— MAIS HEIN?! – Exclamam Mino, Rosa e as crianças completamente perdidos.

— Somente o senhor todo poderoso poderia operar tal feito! Trazer este ser pecaminoso, humilde, renegado e sem vergonha aos portões deste templo sagrado, para se confessar e mudar sua vida! Ohhh, nunca fiquei tão feliz em todos os meus trinta aninhos de batinaaaa!!!! – E chora como uma criancinha abraçando Ash que por sua vez da tapinhas nas costas do velhinho.

— Isso, isso pode chorar, também tô feliz em te ver seu padre maluquinho... ele esqueceu de tomar os remédios dele, né? – Pergunta pra a irmã que assovia fingindo que não era com ela. – Belo trabalho... Rosinha!

— NÃO ME CHAME DE ROSINHA, SEU CRETINO MISERÁVEL!!!

— PAROU!!! – Agora quem gritou foi Rudy que se meteu na frente da irmã e do garoto de cabelos acinzentados. – Muita calma nessa hora... primeiro... irmã Rosa, a senhora e o padre Ramon conhecem os senhor Ash?

— Infelizmente... sim. – Múrmura a freira nem um pouco contente.

— Felizmente sim! – Entoa o padre feliz da vida.

— PADRE RAMON!!!

— Oh, isso explica como o senhor Ash sabia da localização do nosso orfanato sem nem nos termos dito. – Conclui o pequeno Tim.

— Na minha humilde opinião... podíamos ter sido avisados que vocês conheciam alguém tão forte e tão maneiro como o senhor Ash... teriam evitado muito problemas pra nós! – Conclui Scott com seu jeito intelectual.

— E na minha humilde opinião... vocês devem ficar calados!!! – Rebate a freira. – Esse garoto só traz problemas para onde vai, principalmente para todos que andam ao seu lado!!!

— Rosa! – O padre repreende a jovem que não se calou.

— Eu estou mentindo padre Ramon? O senhor sabe muito bem o que aconteceu com a Esme...

— Tudo bem, tudo bem, já vi que não sou bem vindo aqui! – Exclama o jovem erguendo as mãos em rendição. – Só vim deixar os moleques, então agora se me permitem eu meu pequeno amiguinho aqui! – Chama Minokichi que rola até seus pés que o joga para o alto, caindo em seus ombro, rola por seus braços, tronco e joelho como uma bolinha, até ser chutado de novo para o alto parando na cabeça do garoto que o equilibra direitinho, para depois botar a cabecinha para fora todo sorridente. – Vamos nos retirar! – E faz uma mesura para as crianças e o padre que aplaudem encantados com o pequeno show.

Já a jovem freira.

— Exibido! – Ralha emburrada.

— Venha nos ver de novo senhor Ash!

— É, ensina pra gente mais golpes para acabar com os valentões da próxima vez!

— Na minha humilde opinião... foi uma honra conhecê-lo!

Respondem Tim, Rudy e Scott dando tchauzinho para o rapaz e seu pequeno amigo.

— Se a Rosinha não se importar?

— ME IMPORTO SIM!!! – Brada a freira. – VAZA DAQUI!!!

— Tá bom, tá bom, já fu... – O jovem se cala ao sentir uma presença, seus olhos antes brincalhões e debochados assumem uma expressão séria, sente seus punhos arderem pelo fogo que já não produzia mais, mas nunca se esqueceria da sensação. – Rosa... acho melhor você e esse pirralhos entrarem.

— O quê?!

— Faça o que ele mandou Rosa.

— Padre Ramon?

O velho padre toca no ombro direito da freira olhando par ela com olhos sérios, bem diferentes dos divertidos e cômicos de agora pouco.

— Aqui fora vai ficar bem perigoso. – Ergue a cabeça olhando para o céu nublado e escuro sendo seguido pela jovem freira que treme.

— Essa não...

Depois de tantos anos vivendo naquela cidade, qualquer um sabia quando o sol havia se pondo dando lugar a noite... momento onde a máscara de “cidade perfeita” caia.

— Eles vão sair!!! – Grita a jovem em desespero.

— Vão... – Foi a única coisa o que o velho padre disse, antes do chão diante deles remexer, como se tivesse vida, as sombras a tremerem, as luzes artificiais se apagarem revelando imagens assustadoras nas paredes e nos espelhos.

— Irmã Rosa... acho melhor a gente entrar! – Diz Colette assustada segurando no braço da irmã.

— Ótima ideia menina! – Brada Ash sem se virar. – Aproveitem e levem ele! – O jovem remove seu amiguinho da cabeça o jogando para o grupo de crianças sendo pego pelo pequeno Tim.

— Peguei!

— Mestrinho, espera, eu posso ajudar! – Reclama o pequenino tentando sair dos braços de Tim.  

— Eu sei que pode! – Responde o jovem de costas.

— Ah?

— Por isso que quero que fique com essas crianças, eles precisam de alguém forte como você para protegê-las!

O pequenino sentiu seu peito esquentar, assim como as lágrimas que humedeciam seus grande olhos castanhos. Seu mestrinho confiava nele, isso lhe enchia de esperanças e confiança!

— O SENHOR ME AMA DE MONTÃO!!!

— Não exagera! – Repreende o rapaz que não conseguiu apagar o fogo de alegria e esperança do pequenino que se balançava todo.

— Não se preocupe! Eu protegerei essas inocentes vidas com toda a minha força e fofura! Por isso pode lutar sem preocupações! – Brada Minokichi a todo vapor.

— Agora fiquei preocupado. – Indaga Ash ao ouvir a última palavra do pequenino.

— Ho, ho, ho, fiquei tranquilo meu velho amigo... não somos tão desprotegidos assim. – Confessa o padre descendo as escadas se pondo a seu lado.

— Tem certeza?

— Logico! – Afirma o padre. – Rosa, modo cidadela!!!

— Pode deixar! – Grita a jovem freira em resposta botando as crianças e Minokichi para dentro.

Dentro da igreja Rudy e Scott, pegam um enorme pedaço de madeira colocando sobre a porta, nisso Tim deixou Mino sobre um banco e junto com outras crianças ativaram diversas manivelas que ao serem puxadas liberaram grossas e puras cortinas feitas aço bloqueando todas as janelas.

— Incrível! – Enalte o pequenino.

— Ainda não acabou! – Exclama a freira respirando fundo. – Ainda falta mais uma proteção. – Revela a jovem que começa a fazer movimentos circulares com as mãos, potes que estavam espalhados pelo lugar tremulam, gotas de suor escorrem pela testa da jovem freira demonstrando seu alto nível de concentração e de Aura que estava usando. Quando concentrou o máximo de forças que podia, afunda o pé esquerdo no chão levantando poeira pelo ar, estica ambos os braços para a frente fazendo com que água límpida e cristalina jorra-se para fora das jarras espalhadas pela igreja, tanto no primeiro quanto nos andares superiores voando de encontro as janelas e a porta principal as fazendo reluzi.

Mino logo percebeu o que a freira havia feito.

— Magia sacra de proteção!

— Sim... – Responde a freira sem folego, caindo de joelhos no chão.

— Irmã Rosa!

As crianças se juntam ao lado da irmã a socorrendo.

— Ela está bem? – Questiona o pequenino saltando do banco.

— Não! – Responde Colette.

— A irmã Rosa não é uma dobradora profissional, por isso não está acostumada a realizar dobras avançadas com frequência. – Explica Tim fazendo carinho no rosto da irmã.

— Mesmo assim ela estudou sozinha sem descanso uma dobra especial que protegesse a igreja e a todos nós dos “monstros”! E isso todas as noites! – Exclama Rudy apertando a mão da irmã com força.

— Se fossemos mais fortes poderíamos proteger a igreja, a irmã e os menores sem ela ter que se sacrificar... na minha humilde opinião é claro! – Explica Scott irritado.

Ao ouvi tudo aquilo Minokichi ficou perplexo.

— Mas... vocês não falaram com ninguém sobre isso? Digo... com a polícia, a igreja ou a prefeitura?

— Logico que falamos! – Explode Rudy. – Mais cada um dava uma desculpa diferente...a polícia por que não tinha gente suficiente, a igreja por que estavam sobrecarregados exorcizando outras áreas e a prefeitura...

— Nem sequer nos deixaram passar pela porra da frente. – Completa Tim, para tristeza do pequenino.

— Isso é horrível! – Exclama o pequenino pulando. – Sabíamos que a situação dos monstros estava meio descontrolada, mais não pensávamos que estava tanto!

— Mais está! – Grita Rudy. – Como eu queria que eles voltassem!

— Eles?

Os Cincos Onis!— Brada o menino. – Os cinco guerreiros lendários que salvaram Freedom City de um terrível demônio anos atrás e devolveram a paz a nossa cidade! – Ele se levanta. – Armados com armas únicas e detores de dobras especiais, eles varreram o crime e a injustiça dessa cidade como se fosse uma tempestade!

— Nossa... parece incrível. – Responde Mino sorrindo.

— Logico! – Enaltece Rudy. – Só que...

— Despois de derrotarem o demônio eles simplesmente desaparecem como num passe de mágica. – Escareasse Scott. – Talvez foram salvar outras pessoas que também necessitavam de ajuda, bom é minha humilde opinião é claro.

— Entendo. – Responde Mino se virando para a porta de madeira reforçada pela dobra da água da irmã, rola até ela e de uma fresta consegue ver o lado de fora onde seu mestrinho e o padre encaravam o terreno a frente.

“Ainda há aqueles que acreditam no nosso clã mestrinho... mesmo que o senhor não acredite mais nisso.”

Esse era um dos pensamentos mais constantes que inundava a cabecinha e o coração do pequeno Oni. Que eles não estavam acabados, ainda podiam exercer sua função de protetores, era só eles acreditarem.

“Coragem mestrinho... Tiamat não te escolheu em vão!”

Reforça o pequeno Mino enquanto lá fora seu jovem mestre coçava a cabeça.

— Aí, aí, e eu achando que estava livre dessa vida.

— Ho, ho, ho, ouvindo você falando nem parece o Ash que eu conhecia. – Debocha o velho pároco rindo, recebendo um olhar torto do garoto.

— Só tento viver minha vida mais discretamente... só isso.

— Sei... e os inúmeros monstros abatidos nas regiões oeste e leste da cidade, hein?

— Não sei do que o senhor está falando. – Comenta o garoto virando o rosto, o que fez o padre rir bem alto.

— HO, HO, HO!!! Você pode mentir com sua boca meu jovem... mais não pode mentir com sua Aura.

Ao ouvir aquilo o garoto de cabelos cinza sente como se tivesse levado um golpe certeiro.

— Você não sabe da nada velho.

— Será que não? – Desdenha o velho. – Eu te conheço desde menino Ash, sei como você pensa e como se sente, não te recrimino... acho que no seu lugar teria feito o mesmo.

O jovem olha para o padre surpreso.

— Eu acredito em você meu jovem... e a lua também. – Toca no ombro do mais novo. – Sua jornada ainda não acabou, meu filho.

O jovem virou o rosto, seus cabelos cobrindo seus olhos, sentiu seu coração pulsar de uma forma como ele não sentia há muito temo. O pulsar das chamas que não apagaram, o pulsar da coragem que nunca esmoreceu, o pulsar de seu propósito.

— Queria que aqueles idiotas tivessem me dito isso antes. – Responde o jovem colocando sua mão esquerda sobre a do velho padre que sente ela quente. – Valeu velho!

— Sempre, meu filho! – Responde o padre apertando o ombro do mais jovem. – Agora... acho que temos trabalho a fazer, não acha?

— Pois é... hora de caçar! – Brada o jovem vendo enfim seus inimigos surgirem!

Do chão, das sombras e do céu eles brotaram, rompendo a terra seca e morta, da escuridão da noite e dos altos edifícios ele desceram, seus corpos deformados e fétidos caminham a passos vagarosos e tenebrosos diante da comida. Pessoas vivas, cobertas de força, juventude e alegria, sentimentos fartos para alimentar aqueles que perderam tudo na hora da morte e não puderam descansar em paz, voltando a vida pela arte da magia e progresso descontrolado. Seus corpos cobertos por trapos e fragmentos de Ragnite lhes davam uma aparência que de longe lembravam a dos humanos ou animais que já foram em vida, agora eram apenas bestas ensandecias e famintas.     

Ali estavam os chamados “Montros” de Freedom city... ou como os caçadores chamavam.

— Errantes! – Brada Ash ao ver as criaturas meio-humanas, meio-animas se aglomerando no pequeno pátio da igreja. – Esse maldito Raiko e sua corja de políticos desabraçados! Continuam permitindo as pessoas a enterrar seus mortos em valas comunitárias ao invés de cremar!

— Nem todos conseguem ter o luxo de dar um enterro digno a seus entes queridos Ash. – Responde o padre desabotoando sua batina cinza. – Isso não é só aqui, todas as Freedon City passam pelo mesmo tipo de problema, o Vaticano está abarrotado de pedidos de exorcistas!

— Imagino! – Brada o garoto serrando os punhos.

— Pobres almas que não conseguem descansar! – Entoa o velho padre removendo sua batina, revelando ter um físico forte para alguém de setenta anos. Mais o que chamava mais atenção... eram as inúmeras cicatrizes espalhas por todo o seu corpo. Marcas de um tempo em que ele caçava almas perdidas pelas ruas noite afora, hoje aposentado, ele ainda aguarda em sua mente e corpo as marcas de seu tempos de exorcista, onde era chamado de...

Ventum est Deus. – Entoa o sacerdote erguendo sua bengala que é envolvida por uma corrente de ar, runas sacras cobrem o velho pedaço de madeira a fazendo reluzir como se fosse uma espada sagrada pronta para punir os flagelos do mundo. – Venham ovelhas pedias... hoje vocês iram enfim descansar em paz!

— Ou arderem para sempre no Dark Realm!!!— Brada Ash que afunda os pés no chão partindo para cima das criaturas sendo logo acompanhado pelo padre e sua fiel bengala.

Aquele dia marcou o retorno definitivo de Ash ao campo de batalha!


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Notas finais do capítulo

E assim o demônio das cinzas retornar ao campo de batalha!

O que serão os Errantes e por que Rosa odeia tanto Ash?

Essas e outras respostas, você só descobrira nos próximos capítulos desta saga que transcende o tempo e o espaço!

Desde já uma boa noite para todos! Bom descanso!



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