As Lendas dos Retalhadores de Áries escrita por Haru


Capítulo 19
— A crise das essências




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/785062/chapter/19

— A crise das essências

Chovia copiosamente no extravagante Reino de Aldebaran. Parecia que todas as nuvens da Terra haviam obedecido um comando e decidido se reunir no ruidoso céu daquela nação, a impressão que se tinha, apesar do dia estar apenas começando, era a de que ele estava acabando. Rajadas de ventos frios mediam forças com as árvores e com os mares, eram uma razão a mais para as pessoas escolherem ficar em casa. Alguma coisa havia deixado a mãe natureza muito brava. 

 A invasão de Santsuki provocou uma tremenda bagunça nos negócios da Terra de Áries. Duas das mais poderosas essências do planeta seladas em talismãs reagiram à energia dele e espontaneamente se espalharam pelo mundo, ambas provenientes do Reino de Órion, portanto coube a Hayate a tarefa de selecionar entre os dele os mais aptos a localizá-las. E não existia ninguém lá mais capaz disso do que Haru e Yue, que arrastaram consigo Kin e Naomi. O quarteto se hospedou em um dos hotéis de Aldebaran para esperar a tempestade se acalmar, todos no mesmo quarto.

 Kin não perdeu tempo, no minuto que chegou foi correndo para o banheiro enxugar seus dourados cachos ensopados com uma toalha e uma secadora. Haru e Naomi estavam sentados ao pé da cama olhando o talismã que recuperaram, Yue foi para a janela tentar rastrear a que faltava. Todos estavam despreocupados quanto ao sucesso da missão, o que os afligia de verdade era pensar sobre o destino de Áries. 

O quarto que pegaram não era lá tão grande, mas sua simplicidade continha muita beleza. As paredes dele eram brancas, o tapete, todo bege, biodegradável, a cama ocupava metade do quarto, foi feita da mesma madeira marrom escura que o teto e um par de lençóis cor de rosa a cobria. Uma pequena estante de mármore cinza ficava à direita da porta, a poucos metros do banheiro onde Kin, frente a um grande espelho, se livrava também do rímel negro que escorreu de seus cílios por culpa da chuva. 

À esquerda do quarto, Yue dava o seu melhor para conseguir o que seus amigos vieram buscar. Sua camiseta roxa, bem como seus cabelos curtos, lisos e azuis claros de pontas loiras, mal se molharam, sua saia negra e suas sapatilhas rosas claras também não. Haru, Kin e Naomi, por sua vez, usavam robes, puseram para secar as roupas com as quais chegaram. 

— Eu saí da Terra muito cedo. — Naomi, esfregando os cabelos com uma toalha, puxou conversa com Haru. — Me explica melhor essa coisa das essências, dos talismãs e dos retalhadores...

— Claro. — Concordou o garoto. — Olha só, cada guerreiro nasce com um poder que só ele tem, é isso que chamamos de essência. Por isso os retalhadores também são chamados de seres de essência. Quando ele morre, sua essência continua existindo, reencarna e pode acabar encarnando em inimigos, nossos antepassados inventaram os talismãs para selá-las e impedir que isso aconteça. Essas essências são ativadas com um tipo de energia que nós chamamos de chikara

— E o Hayate, o que ele é? — O inquiriu e, curiosa, largou a toalha em cima da cama. — Eu o conheci quando tinha uns cinco anos, naquela época ele não tinha essa autoridade toda...

— Hayate é o primeiro ministro do Reino de Órion. — Respondeu Haru. — O Reino de Órion é composto de doze cidades, cada uma com um ministro. O ministro de um reino recebe o cargo por indicação da família real, pelo voto dos ministros das cidades e fica com ele a vida inteira, mas os ministros das cidades são eleitos por votação popular. Do mesmo jeito, a Terra de Áries é composta de doze reinos, cada um com um ministro. Todos os reinos são representados por uma família real, mas a Terra inteira está sob a proteção de um imperador, antes foi minha mãe, hoje é o ancião Hanzuki, que foi eleito pelos doze ministros dos reinos e vai ficar com o cargo de imperador até morrer. No total, existem doze Terras, que são chamadas de Terras Gêmeas por causa do quanto são parecidas. 

 — Ai, será que essa chuva não vai parar nunca?! — Kin atravessou o quarto reclamando. — Se esse talismã estiver por aqui, esse aguaceiro vai dissolvê-lo! Isso se já não tiver feito isso!

Yue, desanimada, se jogou na cama e murmurou:

— É, essa tempestade também tá dificultando o meu trabalho...! Mas com muita dificuldade eu ainda consigo senti-la num lugar fixo, o problema é que a energia que vem dele tá um pouco "embaçada"...

— Espero que isso queira dizer que o talismã que tá faltando não virou lama. — Haru deu sua contribuição para a conversa e deitou a cabeça perto da dela. 

 Kin foi de novo ao banheiro para checar o estado de suas roupas, e quando percebeu que as de todos estavam secas, inclusive as suas, bateu a porta, vestiu-as, voltou para a sala e avisou:

— Vão lá, as de vocês também estão prontas.

— Pode ir primeiro. — Haru deu a preferência à Naomi, só para, depois de ela agradecer e ir, olhar para o lado e ver um grande sorriso no rosto de Yue. — Que é? 

Yue cutucou a irmã dele com o braço e disse:

— Os olhos dele chegam a brilhar!

— Ninguém tá te julgando... — Comentou Kin, esticando a camiseta e a saia com as pontas dos dedos. — Ela é uma gata, irmãozinho. 

O rosto de Haru corou.

— Põe logo as suas botas e para de falar bobagem! — Ele exclamou, envergonhado. 

Quando Kin tentou pegá-las para calçá-las, suas mãos as atravessaram, ela foi com tanta sede ao pote que quase caiu. Haru, rindo da cara dela, revelou a ilusão feita. 

— Engraçadinho... — Resmungou a loira, dando com a bota negra de salto agulha do pé esquerdo na cabeça dele. 

Após vestir sua camisa negra de capuz, sua calça comprida cinza esverdeada e seus sapatos, Haru desceu com Yue para verificar se lá em baixo o sinal do talismã vinha mais poderoso. Só então os dois repararam na beleza do saguão. Seu piso era todo de quartzo prata claro mas assim como as paredes, que eram brancas, ele parecia dourado por causa das lâmpadas, não era atapetado e brilhava de limpo. O balcão da recepção era grande, feito de madeira, aos cantos puseram sofás para as visitas não aguardarem de pé e, acima deles, quadros para os apreciadores da arte da pintura. 

Naquela manhã o salão principal estava cheio, por causa disso os dois perambularam todo ele sem serem estranhados. Um monte de gente estranha ia de lá para cá e de cá para lá, aquele hotel ficava num ponto pelo qual a maioria das pessoas precisava passar para entrar em Aldebaran, foi estratégico, astutamente escolhido. Entretanto, isso, para Haru, não queria dizer que eles não devessem prestar atenção nos transeuntes. O garoto, desconfiado por natureza, não deixava um passar sem ser olhado de cima a baixo. Consequentemente, ele foi o primeiro a antecipar o que ia acontecer. 

 Um sujeito mascarado apontou um revólver para a cabeça do senhor que trabalhava na recepção. Ele deu uma coronhada na cara do homem e gritou perguntas sobre o talismã, o que rapidamente chamou a atenção de Yue. Ela ia perguntar a Haru o que fazer, mas quando olhou para o lado se deu conta de que o ruivo já tinha agido e ao olhar para frente, viu o mascarado apanhar, ser desarmado e cair. Haru ficou visível de novo, desmascarou o meliante, o atirou sobre a parede e exigiu respostas: 

— Como você conseguiu saber que tinha um talismã aqui?!

O bandido não diria assim tão rápido e fácil o que eles queriam saber. Percebendo que aquilo requeria uma abordagem mais dura, Yue tocou Haru no ombro e falou:

— Aqui, não!

Haru olhou em volta. Haviam até crianças por ali, aquele realmente não era um bom lugar para pôr em prática suas táticas de obter respostas, então subiram com ele, o levaram para o quarto em que se hospedaram. No corredor do andar em que ficaram, todavia, esbarraram com um sujeito que corria apavorado de Kin e Naomi: Haru deu um chute na cara dele, derrubando-o com o talismã que ele havia roubado e tudo. 

A francesa e a loira chegaram correndo segundos depois. 

— Não! — Esbravejou Kin, revistando o adversário caído. — Deixamos ele fugir levando o talismã para o seguirmos e saber pra onde ele estava indo, não era pra você ter feito isso!

— Desculpa! Foi reflexo! — Ele se justificou. Depois, exibindo o capturado, disse: — Mas ainda podemos saber pra onde esse aqui ia!

Uma série de ameaças, chacoalhadas na beira do terraço e torturas psicológicas com ilusões depois, difícil foi fazer os dois capturados pararem de falar. Kin foi entregá-los para as autoridades de Aldebaran, Naomi, Yue e Haru ficaram no quarto discutindo o próximo passo. Quem ajudou aqueles amadores a encontrarem o talismã foi a única coisa que os quatro não conseguiram saber, aparentemente o sujeito era tão amedrontador que os dois nem ousaram pronunciar seu nome, apesar de não tanto para eles não dizerem com detalhes onde ficava o esconderijo dele. 

 A tempestade se acalmou, a chuva cessou quase que completamente. Yue confirmou que a localização do talismã coincidia com o endereço dado pelos interrogados, então tudo o que lhes restava fazer era esperar Kin retornar. Muita coisa não fazia sentido naquela história. Como a pessoa por trás disso descobriu que os talismãs se dispersaram? Com que propósito ele espalharia isso para os outros e diria onde encontrá-los? Perguntas iguais a essas eram como pó de mico no cérebro de Haru. 

Yue ia de um canto a outro da sala pensando as mesmas coisas que ele. Antes de ir à luta, afinal, precisavam saber com quem estavam lidando.

— Isso pode ser uma armadilha! — Ela foi a primeira a levantar a hipótese, em voz alta. — Por que eles nos diriam onde achá-lo mas não o nome dele? Alguém estava querendo nos atrair pra cá!

Haru sentou ao pé da cama, retirou os sapatos, bateu-os para expelir a terra que estava dentro deles e concordou com ela:

— É muito provável, mas além de nós, só pessoas do alto escalão de Áries sabiam sobre o que rolou com os dois selos. Isso reduz muito o tamanho da nossa lista de suspeitos, eu não consigo pensar em ninguém que faria isso.

— Quer dizer que não foi um qualquer. — Naomi, encostada na estante de quartzo do quarto, disse algo intrigante. — Vamos agir com cautela. Kin e eu vamos na frente, você e Yue vêm logo depois, invisíveis, e nos dão cobertura. 

— Perfeito! — Yue, feliz por finalmente terem um plano de batalha, comemorou. 

Kin entrou no quarto com a jaqueta enrolada na cintura e os cabelos amarrados para trás. Os três contaram o plano que elaboraram, ela gostou do que ouviu e foi com eles até o endereço dado para colocá-lo em prática. Os quatro acabaram indo parar numa velha estação de trem abandonada. Seguindo o combinado, a loira e a francesa foram na frente e Haru foi invisível com Yue vários metros atrás, e quando entraram num túnel escuro, ficaram em alerta. Nenhum sinal de perigo foi detectado a princípio. 

Alguns calmos e silenciosos quilômetros andando depois, o grupo avistou algo. Era uma fogueira. Eles apressaram os passos, se atentaram aos sons e concordaram que eram humanos. Kin pôs uma das mãos atrás das costas e preparou a espada. Naomi, tensa, ajeitou os dedos às luvas negras que calçava e cerrou os punhos. Há muito tempo não usava sua "essência", como diriam os arianos. Não gostava de usá-la. As vítimas de suas mãos sofriam uma morte tenebrosa. Temia, naquela tarde, não ter escolha. 

Uns retalhadores desceram do teto do túnel e as atacaram pelas costas, Haru e Yue cumpriram com o combinado e os derrotaram antes que eles pudessem tocá-las, o que instantaneamente chamou a atenção dos guerreiros que estavam junto às chamas. Um rapaz sem camisa, bronzeado, de cabelos espetados azuis escuros e olhar agressivo, à primeira vista o líder, desceu para os trilhos e tomou pelos outros as rédeas da situação. 

 A francesa e a loira pararam de andar. O sujeito, irritado por motivos que as duas desconheciam, aproximava-se devagar, as olhando de cima a baixo e de baixo a cima. Fez-se, no túnel, um silêncio que misturava pretensiosidade com curiosidade, pretensiosidade por parte dos guerreiros que ali estavam antes das duas e curiosidade da parte das invasoras. Ambas se mantiveram de guarda pronta. Ele as circundava como um animal cercando a presa, mas não completou o giro e por isso não viu a espada que Kin veio portando. 

— Será que eu posso saber o que as moçoilas querem aqui? — Ele levantou a voz.

— Viemos do Reino de Órion. — Kin falou pelas duas. — Vocês têm algo que nos pertence. 

— Se referem ao talismã, eu estou certo? — O mesmo garoto as indagou.

— Está. — Confirmou Kin. 

— Então sabem que não vão levá-lo daqui sem uma luta. — Disse o rapaz.

— Imaginamos. — Retrucou Kin, exibindo enfim a lâmina dourada que escondia. — Mas queríamos dar a vocês a chance de nos entregar pacificamente para não se meterem em problemas. 

O moleque riu. Depois, voltando-se para seus aliados, ergueu os braços e gritou:

— O que vocês acham?!

Todos lhe responderam com urros extasiados. Ele tentou golpear Kin no rosto com um soco, ela se esquivou, segurou seu pulso e o socou na cara usando o punho dele. Para finalizar, Kin lhe deu um chute giratório tão potente que o atirou contra a parede ao lado. Houve silêncio. As duas continuavam a desafiar o restante com os olhos e, passados alguns instantes, todo mundo as atacou ao mesmo tempo. Haru ficou visível porque queria participar da brincadeira, mas Yue permaneceu imperceptível à visão e avançou derrotando sem dificuldades tudo o que entrava em seu caminho.

A retalhadora de elite, com uma mãozada, atirou para o teto um dos que a atacou de frente. Naomi, a cobrindo pela direita, chutou para longe um outro, Haru, à sua esquerda, esquivou-se de dois cruzados e derrotou o oponente com um único direto de direita, Yue, na sua retaguarda, ainda invisível, tirava sozinha múltiplos adversários de combate. No entanto, para cada dois inimigos que os quatro incapacitavam de continuar lutando, parecia que surgiam outros cinco. Kin, Haru, Yue e Naomi não queriam matar ninguém, mas achavam que isso estava deixando de ser uma opção. 

Um barulho horrível soou sobre as orelhas de todos, obrigando-os a parar. Só os guerreiros do túnel sabiam o que aquilo significava e, temerosos, repentinamente se afastaram do quarteto, saindo também da frente deles para que eles vissem quem realmente estava no controle de tudo. Ele ou ela estava longe das chamas, imerso na escuridão, mas a medida que se aproximava do fogo, sua figura se tornava familiar para os retalhadores de Órion. Ao finalmente se revelar, ele os deixou de boca aberta. 

— S-Sora Raikyuu? — Yue, visível novamente, foi a primeira a reconhecer o garoto asiático de corpo tatuado. 

— "Raikyuu"? — Kin realmente não sabia que esse era o sobrenome dele. Significava, então, que ele era parente do...

Haru estava confuso. Jamais imaginou que iria encontrá-lo ali.

— O que é que você tá fazendo num lugar desses, cara? — O questionou.

Sora sorriu, andou alguns céleres passos até eles e respondeu:

— Só... me divertindo. Mas isso não importa agora. Eu tenho uma coisa que vocês querem e vocês têm uma coisa que eu quero, isso é que é importante. 

A tensão do cenário aumentou. E pensar que tiveram esperanças quando o viram, Yue, por exemplo, acreditava de coração que ele não era uma má pessoa, Haru até chegou a pensar que eles poderiam ser amigos um dia. Kin continuava surpresa pelo sobrenome dele. Sora e Santsuki realmente tinham algum parentesco ou ele usava o segundo nome do vilão para assustar as pessoas? Mais importante: como é que só ficou sabendo disso agora? Eram questionamentos dos quais não conseguia fugir. 

Yue o encarou e ordenou:

— Entrega o talismã pra gente agora, Sora!

— Vem pegar. — Ele os desafiou. De repente, a seriedade acabou, ele deu uma risada, meteu a mão dentro do bolso e o jogou pra ela: — Tô brincando, pode levar! 

— Tá zoando, né? — Haru, nada entendendo, quis saber. 

— Idiota, você armou tudo isso pra nos pregar uma peça?! — Yue esbravejou. 

— É. — Ele admitiu. Quando, frustrados, os quatro lhe deram as costas, ele falou: — Ah, qual é, foi divertido, vai! E nem tudo aqui é de mentira, essa gente toda realmente é uma gangue de trombadinhas! Sem ofensas. 

 Haru não acreditava naquela como a real motivação dele. Achava que Sora queria chamar a atenção deles para algum evento futuro envolvendo aquele pessoal, ou no mínimo para ostentar poder. Fosse o que fosse, era bom saber que ele estava bem e voltar para casa sem tirar uma vida. Quem o preocupava era sua irmã, o humor dela mudou radicalmente depois de ouvir o sobrenome de Sora, mas estava feliz. Todos os quatro estavam. 

Kin chegou em casa sozinha, quando a noite cobriu o Reino de Órion. Ela abriu a porta, atirou a jaqueta e as chaves em cima do braço do sofá e sorriu quando viu Mari sentada jogando o vídeo game de Haru. Sem pausar o jogo, Mari puxou assunto:

— Como foi lá? 

— Tirando a tempestade que pegou a gente no meio do caminho, até que tranquilo. — Disse a loira, dirigindo-se à cozinha. Voltou com uma tigela de água gelada, virou-a num copo de vidro, bebeu metade e disse: — Ainda mais comparando a como eu achei que seria. 

— Cadê o Haru? 

— Tá com a Yue e a Naomi. — Retrucou, sentando-se ao lado dela. — Ele tá tão caidinho pela francesa. É o primeiro amor dele, tão bonitinho!

— Falando nisso, seu namorado veio aqui. Saiu acho que meia hora antes de você chegar. 

Kin esticou as pernas, pôs os pés em cima da mesinha, ao lado dos de Mari e, com os olhos na tv, disse:

— Eu vou tomar um banho pra passar lá na casa dele daqui a pouco. Andei muito hoje... Me faz uma massagem? 

— Espera sentada. — Replicou Mari. — Você tem um namorado agora, essa é uma das coisas pra qual eles servem!

A retalhadora de elite bebeu mais um pouco da água que pegou e, com ingenuidade cínica, perguntou:

— Quais são as outras coisas? 

— Vá descobrir sozinha. 

Haru entrou e discutiu muito com Mari quando descobriu que ela deletou o jogo que ele tinha salvo. Os dois brigavam como se tivessem a mesma idade, como se fossem irmãos, e Kin, após um longo banho quente, enquanto vestia a jaqueta para sair de novo, dava risadas e se perguntava quem realmente tomou conta de quem esses anos todos. Chegou à conclusão de que isso era indeterminável, que um cuidou do outro e que ninguém ali, sozinho, teria chegado onde chegou. 

Fim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Lendas dos Retalhadores de Áries" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.