Penelope olhou para o seu redor. Seus braços estavam enrolados em faixas e cheios de gazes. O coração dela aparecia nas nuvens e a voz de Luke soava ao seu redor.

— Você precisa voltar, Pen. – Luke implorou. – Eu preciso de você.

Ela tocou o reflexo na água e sentiu que não estava realmente viva naquele momento.

Dois meses antes...

Penelope foi levada para a sala de operações com urgência. Ela tinha hemorragia interna, alguns cortes igualmente feios e precisa ser avaliada depois do aborto que sofrera em consequência das agressões sofridas por Lisa e Kevin.

— Eu preciso de uma pinça. – O médico recebeu o que queria. – Bisturi.

— Ela tem hemorragia interna. – Um outro médico falou.

— Níveis de oxigênio baixando. – A enfermeira reparou. – Pressão abaixando.

— Alguém fez uma curetagem muito improvisada nessa mulher. – Outro pegou uma tesoura.

— Ela está Fibrilando. – A enfermeira gritou. – Parada cardíaca.

— Pegue o desfibrilador. – Os dois médicos gritaram juntos.

Emily estava encostada na parede da emergência. Ela havia perdido a noção de tempo, mas não se importava. Mandando uma mensagem para Hotch, ela fechou os olhos.

A imagem de Penelope machucada queimava em seu cérebro. Sentindo uma mão conhecida em seu ombro, ela se inclinou e começou a chorar no ombro do homem.

— Ela parecia tão mal, Aaron. – Emily começou a chorar a sério. – Eles a agrediram e ela.... Ela perdeu o bebê que estava esperando.

 Se inclinando nos cabelos de sua esposa, Hotch deixou suas próprias lágrimas caírem. Ele não poderia falar algo. Seu coração parecia ser arrancado de seu peito.

— Ela vai ficar bem. – Hotch prometeu a sua esposa. – Eu vou te ajudar a pegar esses canalhas, Em.

Olhando para Luke, dormindo em uma das cadeiras, Emily se levantou e foi pedir um quarto para o agente. Ele claramente estava em choque e querendo cuidar de seu colega e amigo, Emily o fez ser admitido.

Reid sentou-se com Luke no quarto. Era quase três da manhã e já fazia quase cinco horas entre o resgate de Penelope e ela ser levada a cirurgia.

Olhando para suas mãos, ele percebeu que sua amiga estava passando por algo que ninguém imaginara ser possível. Mandando uma mensagem para a namorada, Spencer jogou o celular na cômoda ao lado de sua poltrona e fechou os olhos.

Rossi estava sentado na entrada do hospital, respirando um pouco quando sentiu uma presença conhecida.

— Onde ela está? – A voz grave de Derek alertou Dave. – Onde Penelope está, Dave?

— Na cirurgia. – Rossi olhou para o homem a sua frente. – Eu não sabia se você viria, Derek.

— Eu posso estar casado, mas ela é ainda minha melhor amiga. – Derek levou algum tempo até se acalmar. – Quão ruim ela está?

— Não temos nenhuma notícia ainda. – Dave respondeu para Morgan. – Mas não é bom.

Os dois entraram no hospital, esperando uma boa notícia, mesmo sabendo que não teriam.

JJ foi com Will para casa. O casal sabia o ruim ficaria antes de melhorar. Simmons também foi com a família. Tara estava tentando ler alguns dos últimos movimentos de Lisa. Ela mal conseguia deitar e cada vez que fechava os olhos, as imagens a invadiam.

Já passavam das seis da manhã. Luke foi liberado da observação e medicado, Reid acordou e se sentou. Todos estavam de volta a emergência.

Um médico deixou a sala e Penelope seguiu logo em seguida. Ela tinha alguns fios e tubos já.

— Penelope Grace Garcia? – O homem viu Luke dar dois passos à frente. – Você deve ser o noivo.

— Sim. – Luke suspirou fundo. – Como ela está?

— Bem, ela conseguiu sobreviver a cirurgia, mas o estado dela não é nada bom. – Ele viu Luke começar a chorar. – Ela teve múltiplos ferimentos, hemorragia interna, seus pulsos estavam fraturados, ela sofreu um aborto devido aos chutes. Eu receio que ela esteja em coma agora.

Derek se sentou, em choque. Luke caiu de joelhos no chão e Rossi e Hotch tiveram que conter Luke antes que ele agredisse o médico. Emily se virou e começou a chorar. Houve um fluxo de lágrimas e o médico sentiu as próprias caírem.

— Eu vou permitir que vocês a visitem. – Ele falou, surpreendendo todos. – Eu sei que ela vai precisar de segurança e vocês podem falar com ela. Alguns estudos mostram que pacientes em coma podem ouvir.

Luke assentiu, tentando se acalmar. Ele viu a hesitação do médico em entregar os papeis de desligamento dos aparelhos. Na verdade, o médico tinha medo de que Luke o machucasse. E o agente não parecia ser do tipo que desligaria os aparelhos de alguém.

Entrando no quarto de Penelope, Luke teve que parar um pouco. Ela estava ligada a muitos aparelhos, de respiração, monitoramento cardíaco, pulso, bolsa de soro e outros que nenhum deles sabia o porquê.

— Penelope. – Luke se sentou ao lado dela, temendo machucar ainda mais. – Por que? Tudo o que eu queria era um jeito de poder tirar a dor e passar para mim.

— Baby Girl. – Derek entrou antes de Hotch. – Alvez, você me prometeu que iria cuidar dela! Você deveria ter cuidado dela!

— Não me venha como se tivesse algum tipo de poder sobre mim ou Penelope! – Luke respondeu, não elevando a voz. – Eu a protegi na maioria das vezes. Eu não sabia que minha ex iria ser uma vadia completa!

— Senhores! – O diretor Christopher entrou na sala. – Por favor, isso é um ambiente hospitalar não um estádio de futebol.

— Se fosse, eu teria jogado Derek da arquibancada. – Luke voltou a se sentar perto de Penelope.

Derek saiu do quarto, batendo a mão na parede do lado de fora.

— Penelope não iria querer que você e Luke se estranhassem. – Christopher entregou um copo de café. – Você sabe que ela vai ficar bem e acordar, gritando com você.

— Nesse momento eu gostaria de um grito dela. – Morgan sorriu. – Você parece conhecer Penelope bem.

— Eu preciso ir. – O diretor se levantou quase voando do banco.

Derek olhou de braços cruzados, sem acreditar. O homem com certeza escondia um segredo obscuro.

Mateo olhava com o resto da equipe para Luke falando com Pen. Todos deram a ele um tempo para conversar com ela a sós. O chefe de seção sentiu um aperto no coração ao ver Penelope daquele jeito.

Ele nunca compartilhou, mas quando descobriu que ela era uma mulher solteira pouco depois de assumir o time, tentou fazer alguns avanços, mas ele sabia que Penelope era boa demais para ele.

A paixão continuava lá, mas ele estava feliz em ver que Pen e Luke estavam juntos finalmente.

— Luke precisa de muita ajuda. – Mateo sorriu. – Vou dar a ele licença e ele pode trabalhar daqui. Quero a equipe trabalhando nesse caso nos intervalos. Vamos pegar Lisa.

Ele deixou a área da uti e encontrou Christopher sentado no pequeno jardim no hospital.

— Você vai contar a ela quando Pen acordar? – Mateo passou um copo de água ao homem. – Ela merece saber.

— Eu espero. – Se levantando, ele jogou o copo vazio no lixo e foi para sua casa, onde Pepper esperava com sua filha.

Desde aquele dia, o homem visitou Penelope durante a noite e quando não podia, vigiava o quarto através de uma câmera.