Penelope abriu os olhos, mas ao invés de estar na cama do quarto da casa de seu pai, ela estava de volta ao apartamento de Lisa. Ela teve medo que tudo fosse apenas um sonho e que o natal e o casamento de Hotch e Emily fosse apenas sonhos bonitos.

Dessa vez, porém, ela era uma expectadora de seu próprio sofrimento. Penelope olhou para Lisa a agredindo com socos e deu um grito alto quando ela própria ficou inconsciente.

— NÃÃÃÃÃOOOO! – Penelope gritou tão alta que a casa toda acordou. – Me solta! Me deixe em paz.

— Penelope. – Luke estava segurando os braços dela, tentando não fazer Penelope se machucar. – Penelope, acorde.

— Saia de cima de mim! – Penelope bateu em Luke, inconscientemente. – Eu não aguento mais você me machucar.

— Dave, pegue o sedativo! – Hotch gritou para o homem. – AGORA!

— Certo. – Ele deixou a sala correndo em busca do remédio.

— Penelope, você precisa me escutar. – Tony tentou. – Você está segura.

— Não está adiantando. – Emily estava com lágrimas nos olhos. – Garcie...

Rossi entrou na sala, o sedativo em mãos e deu apenas uma dose para Penelope.

— Está tudo bem, querida. – Luke acariciou os cabelos dela e colocou a mão na mão na de Penelope. – Eu não sabia que ficaria tão ruim.

— Os flashbacks finalmente começaram. – Derek falou com a voz profunda da entrada. – Savannah quer examinar Penelope, se você não se importar.

— Ela está sangrando. – JJ gritou e Savannah entrou correndo. – Por que ela está sangrando???

— Deixe-me ver. – A mulher ergueu a camisola de Penelope e todos os homens deixaram a sala, deixando apenas as mulheres. – Ela rasgou os pontos na coxa. Preciso de gaze, linha de sutura e agulha. Estão na minha bolsa.

Savannah estalou os dedos e Emily correu para pegar. Luke entrou e olhou para a coxa de Penelope cheia de sangue e correu para o banheiro.

A médica pegou a gaze, entorpeceu o local e começou a suturar devagar. Todos no lado de fora estavam com medo do que estava acontecendo naquele momento.

Quando ela terminou, a mulher de Derek retirou as luvas e as colocou em um saco plástico. Penelope ainda dormia, então ela a cobriu e se sentou em uma cadeira.

— Como ela está? – Derek foi o primeiro a entrar no quarto. – Savannah?

— Eu costurei de novo o ferimento. – A mulher suspirou. – Eu acho que vocês deveriam levar ela de volta ao hospital. Penelope claramente precisa de um psicólogo. Eu sei que parece rude, mas se ela se machucar, eu nem sei.

— Você está certa, Savannah. – Luke ficou feliz por a esposa de Derek estar lá. – Hotch, Emily. Desculpe por isso. É sua lua de mel.

— Pode ser nossa lua de mel, mas Penelope merece atenção também. – Emily se sentou e de repente teve uma idéia. – E se vocês dois se casassem no quintal de Dave? Eu acho que ela está com medo de você não querer ela mais.

Luke sorriu e olhou para a mulher dormindo. Ele precisava dela do jeito que ela precisava dele. Ele sabia que parecia meio arrogante ao dizer isso, mas a verdade é que Penelope dizia com o olhar.

Todos voltaram a dormir e Luke se deitou no sofá do quarto. Ele queria dar algum tipo de calma a mulher que amava. Mas durante a noite, Penelope chamou o nome dele e Luke se deitou ao lado dela, finalmente encontrando o sono que precisava.

A manhã seguinte finalmente chegou e Luke se espreguiçou, tentando segurar Penelope em seus braços, porem ela não estava lá. Ele sentiu o frio dos lençóis e olhou para a janela, a vendo iluminada diretamente.

— Bom dia. – Penelope mal olhou para ele.

— Bom dia. – Luke caminhou até ela. – Você está bem?

— Eu não sei. – Penelope foi sincera. – Não lembro muita coisa, mas ontem a noite eu bati em você.

— Ei. – Luke limpou a lágrima dos olhos dela. – Você foi sequestrada, agredida e ficou dois meses em coma. Eu não te julgo, mas não vou deixar você só porque você está com SEPT.

— Você é bom demais para mim. – Penelope sorriu para Luke. – Mesmo com uma mão roxa na sua cara.

— Penelope, eu sei que parece tudo repentino e não é por causa disso tudo. – Luke viu Penelope ficar um pouco insegura. – Emily sugeriu algo ontem à noite e eu adorei. Você quer se casar comigo no jardim de seu pai? Hoje de tarde?

— Você tem certeza que não quer ser noivo por mais horas? – Penelope brincou. – Hein?

— Penelope, eu já teria feito você minha esposa há anos, mas eu fui um burro total. – Luke a beijou e ela sorriu. – Isso é um sim?

— Definitivamente sim. – Penelope beijou o noivo e sentiu uma parte do peso que estava em seus ombros sumirem. – Mas eu preciso de um vestido.

— Disso eu posso cuidar. – Reid entrou. – Emily e JJ estão envolvidas na montagem do casamento e só sobrou eu e Rossi como acompanhantes de compra de vestido.

— Spencer, você entende de modas? – Penelope perguntou divertida.

— É para isso que Dave vem junto. – Reid deu tchau a Luke e os dois encontraram Rossi na parte de baixo da casa e foram em busca de um vestido.

Luke ficou com o restante dos homens para comprar os ternos de seu casamento. Uau. Casamento. Hoje ele iria deixar para sempre a vida de solteiro e se casar com a mulher que havia roubado seu coração.

— Hum, talvez você deva usar algo mais cheguei. – Reid ganhou olhares de Pen e Rossi. – Um vestido branco, sem babados, talvez um tomara que caia, busto em forma de coração e pequenos diamantes ao redor. Um véu nem muito grande nem muito curto.

Reid foi até o salão da loja e trouxe um vestido lindo e literalmente maravilhoso que Penelope se perguntava de onde o jovem gênio tirou todo seu conhecimento sobre moda.

— Spencer, você e Karina estão planejando se casar? – Penelope viu o jovem corar um pouco. – Não fique envergonhado, você realmente seria um bom marido, sabe?

— Espero. – Reid viu Pen sair com o vestido e deu um sorriso. – Esse é o perfeito, Garcia.

— Alvez. – Penelope corrigiu. – Penelope Grace Rossi Alvez.

Dave olhou para ela com um grande sorriso. Sua filha estava incluindo seu sobrenome e ele a abraçou.

Lisa estava tomando café na padaria e com seu disfarce quando viu Penelope, Reid e Rossi entrarem em uma loja de noivas. Seu ódio cresceu quando ela viu a jovem técnica com o vestido de noiva.

Ela havia sido paciente até aquele momento. Vendo que Rossi e Reid estavam indo ao caixa e Penelope estava sozinha colocando seu sapato, Lisa entrou sorrateiramente e foi até Penelope.

Por algum motivo, ela sempre levava clorofórmio no bolso. Agora, ela entendeu o porquê.

Penelope se virou para Lisa e a mulher colocou o pano completamente embebido do sedativo no nariz de Penelope. Ela apertou o braço de Penelope para que a jovem respirasse.

Penelope sentiu seu corpo ficando pesado e não conseguiu mais ficar acordada. Caindo nos braços da mulher, Lisa fez sinal para um de seus comparsas mais novos e ele pegou Penelope nos braços.

Rossi voltou de repente, bem a tempo de ver Lisa e seu comparsa tentarem tirar Penelope da loja, desacordada.

— Solte ela, Lisa! – Rossi gritou e alcançou o comparsa, antes que ele levasse Penelope. – Lisa!

A mulher começou a correr, mas como Dave tinha Penelope para ajudar, Reid correu atrás da moça.

Rossi pegou Penelope, algemou o homem e chamou o resgate para a filha. Esse dia seria bastante tumultuado.