Night Stories Monday escrita por Haruyuki


Capítulo 5
Real Face - 19 Sai


Notas iniciais do capítulo

Real Face singnifica ‘Verdadeira Face’ é uma música composta para a boyband KAT-KUN. Existe uma versão dele em seu álbum 'Sugarless II' e tanto ele quanto a banda já dividiram o palco para tocarem a música. Palavras-Chave: Falsidade, Tédio, Mentiras.
https://www.youtube.com/watch?v=cnOVqte1cmc

19Sai significa 19 anos e é a primeira abertura do anime xxxHOLiC. Curiosamente, eu me tornei super fã dele por causa dessa música aos meus 19 anos e naquela época, essa e outras músicas dele, além de xxxHOLiC, salvaram a minha vida. Literalmente. Palavras-Chave: Falsidade, Ódio a si mesmo, Liberdade, Desejos
https://www.youtube.com/watch?v=0-brcHX7sME



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Quando sua mestra literalmente o chutou para dentro da Academia Aurora para investigar a escola, Phichit Chulanont, de 19 anos, se vê aceito como aluno estrangeiro e se colocado na turma de um professor que libera feromônios como se fosse perfume e abusa do sex-appeal em suas aulas. Ele também adora as aulas de artes, dada por um russo de cabelos prateados. Mas o que o incomoda mesmo é um dos alunos, que assiste às aulas com as pernas em cima da mesa, às vezes escutando música ou até dormindo.

"Não se meta com ele." Sua colega de turma, chamada Sara Crispino, diz. "Ele é violento e mal-educado."

"Além disso, ele é mais velho do que nós e repetiu de ano diversas vezes." Outro aluno, Georgi Popovich, se coloca na conversa. 

Phichit olha de Sara para Georgi, confuso. Ele então olha de volta para Yuuri Katsuki e se surpreende ao ver que ele lhe olha. Algo no olhar dele faz Phichit sentir um arrepios pelo corpo e isso o faz temer o rapaz japonês. Por enquanto...

...

Phichit faz amizades com praticamente quase todos os alunos da escola. E ele sabe que Yuuri Katsuki é o assunto predileto da maioria deles. Ele escuta em silêncio as coisas que dizem sobre ele, se perguntando como é permitido que mentiras assim ecoam livremente pela escola e ninguém mais faz nada.

Mentiras. Sim, Phichit sabe que tudo o que escuta é mentira. Porque ele pode 'ver' quando determinada pessoa mente. E ele se odeia por causa desse poder. Ele sempre deseja poder ser livre dele. 

"Yuuri Katsuki é assustador. Ele é alguém temido e odiado por todos nesta escola, então não tente se aproximar dele. Ele é mudo, então manter uma conversa com ele é praticamente impossível." Jean-Jacques Leroy diz, sentado atrás de Popovich.

"Se vocês estão falando sobre Katsuki, tomem cuidado. Ele é um maluco que não se importa com ninguém." Yuuko Toyomura diz, e Phichit franze a testa ao notar que eles estavam mentindo. 

Phichit nota que há certos aspectos das conversas sobre Yuuri Katsuki acabam sendo mentiras contadas naturalmente. Como se as mentiras que contam são verdades para a mente deles. Phichit decide que seria melhor ir tirar satisfações com a pessoa envolvida nas conversas, mesmo que para isso, tenha que stalkear ele.

~x~

Uma semana perseguindo o rapaz para não obter nada demais. Apenas que professores Nikiforov, Katsuki e Baranoskaya conversam com ele normalmente mesmo com ele usando o celular, ele é convocado constantemente para a sala do diretor que aparentemente ninguém sabe quem é, gosta de isolar dos outros, é constantemente vítima de bullying, apesar de nunca retornar as agressões que sofre e definitivamente está carregando algo consigo. Uma maldição, talvez? 

Isso apenas significa que ele precisa criar coragem e encarar ele de frente. Bem, Phichit não é lá alguém que esbanja coragem, mas ele não se importa. Ele tem os artefatos que 'pegou emprestado' de sua mestra mesmo. 

...

Quando o sinal para o fim das aulas toca, Phichit respira fundo e se levanta, colocando a bolsa marrom claro com boa parte dos itens sagrados no ombro, apertando a alça para juntar coragem. Quando quase todos os alunos e a professora Katsuki saem da sala, ele vê a oportunidade de encarar Katsuki

"Yuuri Katsuki." Ele diz, se colocando na frente da mesa do japonês, que está de olhos fechados e com fones nos ouvidos. 

E então, ele abre os olhos e Phichit sente novamente um calafrio percorrer pelo seu corpo, o deixando todo arrepiado por olhar nos olhos deles. O japonês inclina o rosto, com uma expressão séria. O que você quer? Os olhos dele perguntam e o jovem de origem tailandesa engole em seco.

"Eu não sei quem você é, mas não me importo. Sua existência mancha a reputação desta escola e eu tenho certeza que isso tem a ver com a maldição que você carrega. Por isso, não precisa temer. Eu, Phichit Chulanont estou aqui para salvar o dia!" Phichit diz, o vendo erguer uma sobrancelha como se estivesse debochando dele. 

Espera um pouco! Como ele entendeu o que o tailandês disse se está escutando música? Ele... Pode ler lábios?

Phichit abre a bolsa e começa a procurar por um item que lhe possa ser útil quando de repente, um pergaminho desliza para fora da bolsa e cai no chão, se abrindo e se espalhando, revelando diversos caracteres orientais. Caráteres japoneses antigos. Imediatamente Yuuri Katsuki se pôr de pé, com a testa franzida. 

"Oh merda." Phichit diz, imediatamente tentando pegar no pergaminho antes que seja tarde demais.

Infelizmente, é tarde demais. Do pergaminho, os caracteres se juntam, e duas criaturas muito poderosas surgem deles.

"Essa não. Os guardiões do submundo..." Phichit começa a dizer, apavorado. 

Como que ele se deixou cometer um erros desses

As duas entidades começam a perder o controle, por terem sido invocadas sem seu verdadeiro mestre. Phichit remexe pela bolsa, procurando por algo que possa reverter a situação, quando percebe que Yuuri Katsuki não está olhando para o pergaminho e sim para as entidades.

"Zenki. Goki." Yuuri Katsuki diz, surpreendendo Phichit.

Ele... Ele está falando?

E os guardiões do submundo estão se ajoelhado diante dele?? Quem diabos é Yuuri Katsuki?

"Me responda, Chulanont. Como você obteve este pergaminho?" Katsuki pergunta, virando o rosto para olhar ele.

Phichit sente uma forte vontade de responder, o que o faz abrir a boca com os olhos arregalados. Ele tenta lutar contra isso, mas não consegue. É como se ele estivesse sendo pressionado a responder.

"Minha mestra." Ele responde, começando a ofegar. "Ele pertence a minha mestra e eu peguei antes dela me deixar aqui nesta escola."

"E qual é o nome da sua mestra?" Katsuki pergunta, franzindo a testa.

"Minako..." Ele responde, e Yuuri o olha com surpresa.

"Entendo." Ele diz, voltando a olhar para as duas entidades, que permaneciam ajoelhadas. "Zenki, Goki. Me desculpem mas não posso permitir que permaneçam na minha escola. Por isso, não vejo escolha a não ser lacrar vocês novamente. Algo contra?"

Quando nenhum dos dois esboça qualquer reação, o japonês sorri e se vira para Phichit. 

"Me dê a bolsa." Ele ordena e Phichit tenta resistir.

"Eu não vou permitir." Ele diz, rangendo os dentes.

"Me dê a bolsa." Yuuri repete, dessa vez com uma expressão de surpresa do rosto. "Rápido! Apenas eu posso selar eles!

"Do que você está falando?!" Phichit grita, completamente confuso. 

"Você tem tinta e pincel, não tem? Me dê." Ele estende a mão e Phichit acaba cedendo e pegando os objetos para ele. 

Yuuri coloca o pote de tinta em uma das mesas e o abre, mergulhando o pincel e o aproximando do punho esquerdo, desenhando um sol completamente negro. Ele mergulha mais um pouco e desenha uma lua minguante. Ele de aproxima das entidades e refaz os dois desenhos nas testas deles. O sol para a entidade da esquerda e a lua para a da direita.

"Espíritos sábios e benevolentes, mensageiros cuja missão é assistir aos homens e conduzi-los pelo bom caminho, amparai-me nas provas desta vida; dai-me a força de sofrê-las sem lamentações; desviai de mim os maus pensamentos, e fazei que eu não dê acesso a nenhum dos maus Espíritos que tentariam induzir-me ao mal. Esclarecei a minha consciência sobre os meus próprios defeitos, e tirai-me dos olhos o véu do orgulho, que poderia impedir-me de percebê-los e de confessá-los a mim mesmo. Vós, Espíritos Protetores, que vos interessais por mim, fazei que eu me torne digno da vossa benevolência e velais por mim. Vós conheceis as minhas necessidades; que elas sejam satisfeitas segundo a vontade divina. Espíritos Protetores, eu vos digo que agora sois parte de minha existência, conectados pelas marcas sagradas eternas. Eu, como vosso mestre, agora tenho total controle sobre vossas vontades, em troca de minha energia vital."

O quê?

Uma forte ventania surge e ambas as entidades desaparecem. Yuuri pega o pergaminho branco e o enrola, o lacrando.

"Então você é pupilo de Okukawa Minako." Ele pergunta, guardando o objeto na própria mochila. "Interessante, por que até 5 anos atrás, eu também era pupilo dela."

"Sério?!" Phichit exclama, surpreso.

"Phichit Chulanont, por que você está aqui?"

"Minako-sensei disse que eu deveria estudar aqui. Algo como curtir a juventude e aprender exorcismo." Ele responde, coçando os cabelos. "Eu não entendi nada."

"Hmm." Yuuri estende a mão para ele, seriamente. "Deixe que eu me apresente formalmente. Meu nome é Yuuri Katsuki, sou o atual diretor da Academia Aurora e Mestre Exorcista nas horas vagas.

"Mestre Exorcista? Diretor da escola?" Phichit exclama, surpreso.

"Pois é. Na verdade, agora que sei quem realmente você é, até que faz sentido..." Yuuri comenta, pegando a bolsa pela alça. "Minako-san me ligar e contar que diversos itens sagrados pertencentes à nós dois sumiu depois que ela te deixou aqui."

Ele observa Phichit ficar cada vez mais pálido. 

"Então gostaria de pegar de volta o que é nosso, afinal você não tem nem habilidades, nem poder o suficiente para manter esses objetos." Phichit se afasta, fazendo com que a bolsa deslize. "Muito bem. Não foi tão difícil assim, foi?"

"Tá, e agora?" Phichit pergunta, cruzando os braços e fazendo bico. 

"E agora você deve curtir a juventude e aprender a ser um exorcista devidamente." Yuuri abre um largo sorriso, rindo da cara dele. "E se prepare porque mesmo você tendo lutado, contra meu kotodama, você ainda vai ser punido por ter roubado esses itens."

"Kotodama? Você é o Mestre das Palavras? É por isso que você não fala então! Ai meu deus eu ouvi sobre suas proezas e acabei virando um fã seu. Quem diria que eu acabaria encontrando o Mestre das Palavras aqui nesta escola e me tornaria discípulo dele!" 

"Phichit Chulanont." Yuuri diz, o fazendo congelar. "Você pode ter enfrentado minha Kotodama, mas ainda posso ordenar você com ela."

Uma das portas da sala de aula se abre, revelando professor Nikiforov.

"Já acabaram?" Ele pergunta, olhando para Katsuki, que sorri.

"Sim. Já acabamos por aqui.

Phichit se assusta ao ver que Yuuri Katsuki, Mestre da Kotodama, está falando normalmente com professor Nikiforov. O que diabos está acontecendo aqui?

"Katsuki? Porque você e o professor conversam normalmente?" Phichit pergunta, fazendo os dois se entreolharem.

"Como você, Victor lutou contra minha Kotodama. Então eu permiti que ele não seja afetado por ela." Yuuri explica, dando risada da cara dele. "A mesma coisa acontece com as professoras Baranoskaya e Katsuki."

"Você e a professora Katsuki..." Phichit começa a perguntar, completamente assustado.

"Ela é minha irmã mais velha. Mas não se preocupe, ela não possui habilidades como nós." Yuuri comenta. "Mas tome cuidado porque isso não signifique que ela seja inofensiva."

Yuuri e professor Nikiforov voltam a conversar, e Phichit percebe que as bochechas de Yuuri ganham um tom rubro, logo percebendo que ele possui uma queda pelo professor. 

Mas... Será mesmo que o professor é capaz de corresponder os sentimentos dele? Não deve ter problema nenhum fazer uma pequena travessura com o professor, não é? Agora só precisa aparecer uma oportunidade de entregar o Livro das Memórias para ele.

~x~

"Ei, Chulanont? Poderia entregar este livro para o professor Nikiforov? Ele está no estúdio de artes da escola."

"Claro, professora Katsuki." 

Com os livros em mãos, Phichit congela. Ai meu deus! A oportunidade perfeita surgiu!

...

"Ai meu deus!" 

"Chulanont? O que faz aqui?" Professor Nikiforov pergunta, se levantando do chão.

"Professora Katsuki me pediu para te entregar esses livros." O aluno Tailandês diz, retirando da mochila 6 livros diferentes e os estende para o professor.

"Oh, os livros que eu havia comentado." O professor diz, surpreso. 

"É um belíssimo quadro, professor." Phichit diz, sorrindo. 

"Muito obrigado, Chulanont." O professor sorri, se despedindo do aluno e o vendo se afastar. 

Mas Phichit na verdade observa Victor erguer os livros, olhando os títulos de cada, até chegar ao último. Um livro de capa marrom sem nada nela. Nem título nem nada. O professor o ergue e o vira, vendo que não há nada além da cor marrom nele. E então, ele o abre...

~x~

Phichit congela quando é chamado para a sala do diretor. Quando ele chega, é recebido com um soco de Yuuri.

"Você tem idéia do que fez, Phichit Chulanont?"

"Ouch! Isso dói, Yuuri!"

"Cale a boca! A consciência de Victor podia ter ficado preso naquele mundo, sabia? E ele viu meu passado! Essa não, ele viu meu passado!

"Yuuri, tenha calma. Aconteceu tudo conforme meus planos."

"Seus planos uma ova! Você pode ter poderes e vir de uma família de monges, mas isso não te dar o direito de fazer bagunça nos outros!"

"Relaxa, Yuuri. Você só está bravo porque eu envolvi o professor nisso. Não vai me dizer que não está feliz em saber que foram as suas que o Livro das Memórias mostrou para ele? Considere como agradecimento pelo que fez por mim dias atrás... Aliás, cadê meu livro?"

"Essa é a sua punição."

"Você deu fim no meu livro?!"

"Vai dormir, Phichit. Amanhã, seu treinamento começa."

E pelo sorriso estampado no rosto do mais velho, treinamento significa inferno.

...

"Demônio!" Phichit exclama, ao dar a 4 volta ao redor do campo de futebol da escola.

Yuuri, que está se capuz do casaco erguido para não ser reconhecido por ninguém, o observa continuar a correr, mesmo ficando cada vez mais cansado.

"Me deixe descansar!" Phichit grita, com o corpo suado.

"Eu ordenei que corra até não aguentar mais, Chulanont. E isso é apenas sua punição por ter envolvido Victor em suas brincadeiras." Yuuri diz, erguendo o celular. "Ainda falta a punição por ter pego os objetos sem consultar Minako."

"Mas nada de ruim aconteceu!" Phichit grita, começando a diminuir a velocidade.

"Mas poderia acontecer. Não se esqueça do pergaminho que foi derrubado no chão e invocou meus Shikigamis. Agora imagine o que aconteceria se eu não estivesse presente? Zenki e Goki são entidades de categoria S."

"E você divide sua força vital com eles." Ele para de andar, desabando no chão encharcado de suor e ofegante.

"Não necessariamente." Yuuri responde, sorrindo. "Eles não se alimentam da minha força vital. Nós três compartilhamos nossas forças. Ou seja. Eles agora possuem Kotodama, que é limitado apenas à outras entidades. E eu possuo uma parte dos poderes de ambos. Principalmente a de enviar qualquer ser, humano ou entidade, para o submundo."

Phichit engole em seco, assustado com a expressão que o outro tem no rosto.


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