Corações Indomáveis Reylo escrita por Lyse Darcy


Capítulo 17
Capítulo 17 Uma Reunião Privada




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/784912/chapter/17

O quarto estava na penumbra as cortinas estavam cerradas, não se ouvia nenhum som de movimento nele. Estava tudo quieto os móveis todos muito encerados, o odor suave da cera ainda era sentido. Havia flores num jarro de cristal na cabeceira da mulher que estava pesada na cama. O fardo que ela tentava equilibrar nesse momento era terrivelmente pesado, não saberia para aonde ir, ou o que dizer. Estava presa em suas próprias mentiras.

O médico havia a examinado, não verificando nada de anormal na jovem, ela mordeu os lábios. Se o homem contasse que estava mentindo, negava com a cabeça, não diria tal coisa, até porque ele mesmo ao avalia-la disse ao seu pai que era o calor um fator para os desmaios, acalmando também sua sogra de que estava muito preocupada. Ela ergueu o tronco, se recostando na cabeceira. Olhou para o cômodo, o vazio dele a amedrontou, não queria ficar sozinha.

Lembrou das palavras da velha feiticeira: “Conseguirá enganar seu noivo, nesse dia. Todavia seu amante, não ficará com você. Ele não te amará para sempre. Outra já entrou em seus pensamentos.” O dia em que esteve naquele casebre a marcou profundamente, um arrepio a tomou por inteiro. Ainda podia sentir o cheiro da casa, o calor do caldeirão ardendo sobre o fogo que consumia a lenha, fechou os olhos com muita força, sem ideias na cabeça, a única que insistia em gritar era: não poderia perder Kylo Ren. Precisava ganhar tempo, uma forma de contornar a situação. Equilibrar Kylo e Ben em suas mãos, mais uma vez.

Esfregou as têmporas, a cabeça latejava um pouco, pela ansiedade de saber o que se passava no andar de baixo. O que falavam? A agoniava não saber. Se levantou da cama caminhou até a janela. A abriu só uns centímetros, não queria que alguém a visse, não ainda. Recordou o momento que Ren cruzou a porta do grande salão a encarando de modo irreverente, não enxergou paixão em seu rosto, apenas um grande vazio. Seu coração se agitou, se afastou da fenestra. Tornando ao seu colchão, deitando totalmente encolhida. O sentimento de estar presa a frustrava. Pensou que seria melhor encontrar com Kylo as escondidas assim teria uma oportunidade de se explicar, que foi forçada a se casar com Ben Solo, que sua irmã foi uma egoísta por deixar o noivo, e que por isso agora ela pagava um preço muito caro. Sorriu ao acreditar que tinha uma possibilidade de remendar toda essa situação.

Nesse instante, Leia bate à sua porta, adentrando suavemente.

— Oh! Minha doce criança, estás melhor? — Alisou os cabelos dourados da jovem. — Você nos assustou muito. — Sorriu docemente.

Desirée se levantou muito devagar, seu rosto estava um pouco pálido, tinha algumas bolsas sob seus olhos. O abatimento se dava por motivos completamente diferentes que sua sogra atribuía, ela se recostou na cabeceira da cama, novamente para visualizar melhor a mulher.

— Desculpe tia, não era a minha intenção. — Desviou a vista dos olhos experientes da mais velha.

— Aconteceu alguma coisa, minha filha? — Queria entender a esposa de seu filho. Ela parecia muito distante. — Algo relacionado com o rapaz que entrou aqui em casa?

— Não! — Se apressou em negar. — O motivo foi ter me levantado tão rápido, isso me deu tontura, então desmaiei.

— Essa época do ano não costuma ser tão quente. Todavia vou providenciar que fique mais arejado para que se sinta melhor. — Deu uma pequena pausa. — Cuidei para que trouxesse um pouco de chá para você. — A nora anuiu.

— O que está acontecendo lá fora? — Evitou citar nomes para que a mais velha não pudesse ficar avaliando e medindo as suas palavras. Todavia tinha muita curiosidade de saber o que estava ocorrendo, conhecer todos os pormenores da situação, assim poderia criar argumentos capazes de faze-la uma vítima, não uma promotora de enganos e traições.

Leia apenas se levantou indo até às cortinas pesadas sem responder o questionamento da garota. Abriu o tecido acetinado, deixando a claridade entrar no ambiente. Destrancou a janela, uma brisa fresca alcançou Desirée, que suspirou em frustração. A cada minuto que passava se irritava mais com a senhora que parecia muito com o seu tutor, nessa lentidão absurda, nesse jeito pomposo de mostrar uma sabedoria pretensiosa. Tudo isso a agastava muito. Contudo, se controlou o melhor que pode, a mulher se voltou para ela. Indo ajeitar as flores no cômodo.

— Não saberia dizer com certeza.

— Como assim não sabe? — Deixou escapar uma nota de aborrecimento. Leia a olhou com preocupação.

— Algum problema, Desirée. — Depositou a mão na testa da garota, que estava rubra. — Está sentindo dor, tontura? A jovem negou, agitada. Leia respirou fundo prosseguindo. — O que quero dizer é que Ben, Kylo e Rey estão trancados no escritório há um bom tempo. — A suposta doente quase deu um pulo do colchão ao ouvir o nome da sonsa de sua irmã. — Não saberia dizer o tema da conversa, apenas que agora chamaram Luke para estar com eles. – Sua sogra deu de ombros.

Desirée não se cabia em desespero. Seus pensamentos berravam: “O que será que estavam falando de mim? Na certa que Rey como uma criatura invejosa que era estava aproveitando o momento para me destruir.” Tentava manter a racionalidade. Todavia não conseguia manter a fleuma. Precisava agir rapidamente era imperativo parar aquela reunião. Contudo, descer nesse momento não ajudaria em nada em sua situação. Mordeu os lábios nervosamente. Leia observou a inquietação de sua nora, a preocupou ver a menina ali tão nervosa.

— Não se aflija, meu bem. — Afagou as bochechas vermelhas dela. — Na certa se trata de algum problema na Millennium, logo Ben estará contigo.

— Obrigada tia por me fazer companhia…

Nesse ínterim entrou Lireth com uma bandeja, com um bule de chá, alguns biscoitos amanteigados e outras guloseimas.

— Por favor coloque na mesa. — Leia solicitou educadamente. A garota atendeu, depositando as coisas no lugar ordenado, saindo logo em seguida. — Deve comer alguma coisa, para ficar mais forte.

— Sim tia, — Leia foi pegar uma xícara do líquido que fumegava na porcelana.

— Beba um pouco, vai se sentir melhor. — Sorriu maternalmente.

— Obrigada… — Devolveu o gesto a mulher. — … Preciso ficar sozinha… Descansar…

— Sim, criança, tem que descansar para se recuperar.

Com isso, Desirée depositou o copo na mesa de cabeceira se aconchegando nos travesseiros. Leia bondosamente ajeitou as cobertas na menina, como se ela ainda fosse uma criança, se levantou dando um beijo delicado na testa dela.

— Qualquer coisa que precise, não hesite em pedir.

— Por favor chame minha dama de companhia. — A mulher anuiu e saiu do quarto.

Mais uma vez Desirée, ficou sozinha com os seus fantasmas e pensamentos distorcidos. Precisava saber com detalhes tudo que acontecia nessa tal reunião privada na sala de seu marido. A raiva por ter que ficar na inércia em seu quarto a consumia de ódio. Todavia só restava a ela era esperar.

 (…)

O silêncio no gabinete de Ben Solo era ensurdecedor. A garota só ouvia o pulsar de seu sangue em seus ouvidos. Como ela havia chegado nessa situação tão delicada? Não conseguia encarar os dois homens que ela tinha a plena certeza que a olhavam surpreendidos. A falta de uma resposta ou decisão da parte dos irmãos a deixava cada vez mais aflita. Não saber o que eles falariam só adiava a sua angústia e vergonha.

Ben se aproximou da jovem que parecia assustada, depositou a sua mão nas dela, para confortar a cunhada que estava trêmula. O gesto irritou Kylo mais do que ele pretenderia admitir.

— Rey, esse homem veio ao seu encontro? Marcaram de se ver aqui na Millennium? — Deu uns tapinhas leves no dorso dela. — Seja sincera não tenha medo. — Ela olhou para Kylo com um rosto tão assustado, numa petição silenciosa para ele a ajudar, assim o pirata, não pensou, apenas quis acudir a garota a sua frente. Ela olhou para Ben, antes de pronunciar sua resposta. Ouviu a voz grave se pronunciar.

— Vim ver a filha de Skywalker. — Não mentiu de tudo, só não especificou qual seria a garota. — Ela me prometeu ser minha noiva. Então estou aqui para que ela cumpra a sua palavra. — Rey arregalou os olhos para Ren, não acreditando nas palavras do homem. Ele sorriu maroto na direção da noviça.

  — Nesse caso, tudo fica mais delicado. — Se levantou caminhando com as mãos para trás como um juiz a pôr sentença nos acontecimentos. Kylo Ren estava perdendo a paciência com o irmão que estava se mostrando muito soberbo, não era preciso tudo aquilo, apenas chamar Luke para se aclarar as coisas. — Você não pode se casar com Rey.

— Porque não, — Se aproximou de Ben como uma ameaça. — Sou tão digno quanto você. Afinal, sua mãe testemunhou no cartório de notas que sou filho de Han Solo.

— Agora percebo que nos enganou o tempo inteiro, fez isso de modo premeditado. — Encarou o irmão com orgulho. — Pediu para lhe dar o sobrenome, a fim de comprometer a minha prima e cunhada? Esse casamento não aceito. — Os dois estavam muito próximos e o estranhamento entre irmãos era algo palpável. Rey se levantou de súbito. Se colocando entre os dois homens. Espalmando uma mão em cada tronco dos rapazes raivosos.

— Não se trata se pode ou não se casar comigo. — Olhava de um para o outro com muita autoridade. — Quem decide isso sou eu com a bênção de meu pai.

— Luke, não irá permitir uma loucura dessas, Rey. — Se afastou dos dois. — Você é muito ingênua, não entende dessas coisas, esse homem traiu nossa confiança. Entra em minha casa. O recebo com os braços abertos. — Bufou impaciente. — Agora quer desposar, você. — Se virou para a ex-noviça com um semblante preocupado. — Ele ousou algo contigo?

Rey deu um pulo para trás de onde estava. Sentiu muita raiva de Ben, por simplesmente cogitar algo tão vil, principalmente que ele julgasse que ela fosse capaz. Ousou dar uma resposta grosseira ao cunhado, no momento que ouviu uma voz baixa carregada de raiva.

— Rey é uma senhorita de respeito, não admito que ouse insinuar qualquer coisa em relação a sua moral. — Apontou o dedo indicador em tom de ameaça na direção de seu irmão. — Ademais a respeito como uma mulher digna de toda a minha consideração, pois me tratou como uma pessoa, não como um indigente. Portanto, exijo que a trate com o decoro que ela merece.

— Óbvio que a trato como uma senhorita responsável, digna de todo o respeito. — Seguiu até atrás de sua mesa, se sentando em seguida. — O que não confio é um tipo bandoleiro, que ilude e seduz garotas ingênuas.

— Ele não fez nada! — Espalmou as mãos no tampo se inclinando de modo intimidador. — É um homem respeitoso. Não ficarei aqui me justificando chame meu tio, agora. — Ben se surpreendeu com a energia da garota em defender Ren. Anuiu se levantando para pedir a uma empregada que passava para chamar o tutor da jovem.

Não demorou muito para que Luke Skywalker entrasse no escritório do sobrinho de modo acautelado, observava o rosto do trio que se mostrava todos taciturnos. Fixou sua atenção em sua filha, ela estava muito inquieta, sua respiração estava descompassada, notava que sua caixa torácica estava se movendo de modo rápido e intenso. A preocupação com o bem-estar dela o fez agir com prudência.

— O que está acontecendo aqui?

 — Rey alega que este homem veio a Millennium para lhe ver.

 Luke fitou o pirata e depois encarou sua tutelada de modo preocupado.

— Isso é verdade, minha querida?

A noviça não sabia onde colocar sua face para esconder a vergonha que estava sentindo, sua reputação estava totalmente comprometida, sua revelação a expôs de modo a não haver mais ponto volta. Engoliu o choro, pois sabia que era esse o seu objetivo, havia conseguido evitar o confronto entre irmãos. Contudo, não esperava essa reação tão exagerada de seu cunhado.

— Sim, pai, é verdade, — se aproximou do mais velho mansamente — mas ele veio em meu auxílio, não da maneira que Ben avalia ser. Kylo me ajudou em libertar um ancião preso. Avisei ao advogado Chewbacca, que atendeu ao meu chamado prontamente, Ren chegou primeiro, pois estava a cavalo. — As bochechas ardiam, nunca tinha mentido ao seu pai, se sentia muito culpada, mas não tinha outra saída, orava mentalmente que tudo fosse esclarecido da melhor maneira possível.

Kylo Ren, permaneceu em silêncio ouvia a garota atentamente, percebia que ela defenderia aquele homem parvo, em detrimento a sua reputação, sentiu o corpo ferver, ao perceber que o idiota nem se dava conta do tamanho sacrifício que a noviça estava fazendo para o defender.

— Isso não era necessário, Rey. — Ben encarava Kylo. — Poderia ter falado comigo, sou o dono da fazenda, é meu dever saber essas coisas.

— Acredito que o senhor, estando em lua-de-mel. — Desviou o olhar de Ren que brilhava com um quê de ódio. — Não precisava dispensar sua atenção a esse tema, uma vez que o doutor Chewbacca que foi o advogado de Han, também administrou essa propriedade. Poderia ajudar com o assunto.

Luke alisava a sua barba espessa avaliando toda a situação, olhou para todos os envolvidos nessa disputa um tanto estranha, havia algo que não se encaixava, por mais que acreditasse em cada palavra que sua filha falasse, nunca mentiu para ele.

— Minha querida, porque não pediu meu apoio. — Pousou a mão no ombro dela.

 — Não pensei nisso, pai, me perdoe. — Enxugou uma lágrima solitária da face.

— Peçam para que Geoffrey Chewbacca entre. — Luke pediu secamente.

O advogado entrou olhando logo para o pirata que estava totalmente à vontade na situação, encostado na parede de braços cruzados com um ar soturno, porém contido. Ben estava irritado, nunca tinha visto o rapaz assim. Rey tinha olhos suplicantes para o advogado. Então, parou seu olhar no mais velho.

— Em que posso ser útil?

— Sua presença aqui é muito importante para esclarecer alguns fatos. — O tutor falava pausadamente.

— Chewie veio me impedir de cometer uma imprudência… — Kylo se desencostou da parede, ficando mais altivo. Queria iniciar uma briga.

— Exatamente, — Rey interveio — impedir dele me ajudar a se intrometer nos assuntos da fazenda. Em ajudar Lor San Tekka de sua prisão injusta. Mandei avisar ao senhor, ele veio na sua frente às pressas.

— Como vocês se conheceram? — Ben estava desconfiado.

 — Sim querida, quando foram apresentados? — Luke quis saber.

— Na vila, — olhou para Ren — estava indo para a igreja

— Abordou ela no meio da rua? — O cunhado estava estupefato.

 — NÃO! — Falou alto. — EU conversei com ele!

Luke olhou a filha, não reconhecia esse seu modo altivo de falar com as pessoas. A garota que estava a sua frente era totalmente diferente, mais assertiva, dizia a sua verdade com mais coragem. Meneou a cabeça de modo preocupado.

— Está querendo dizer que vocês…

— … Que estou aqui para me casar com a sua filha! — Kylo Ren se interpôs com convicção.

— Isso tudo é absurdo! — Ben se colocou ao lado de Skywalker. — Não pode se casar com ela, é apenas um pirata.

— Não é verdade! — Chewie defendeu Ren. — Sabe muito bem que não é assim, sua mãe foi com você declarar que Kylo é tão filho de Han Solo, quanto você é. Ele também leva o sobrenome Organa Solo.

— Quer o dinheiro de nossa família! — Cuspiu enciumado o irmão mais jovem.

— Mais uma vez se engana, meu filho, ele tem muito dinheiro, pode prover uma vida confortável a qualquer jovem que queira se casar com ele. — O advogado fixou sua face no tutor da menina. — Não avalie o rapaz pelas convenções sociais, mas em seu bom coração. Garanto que esse rapaz tem um bom caráter.

— É isso que deseja, Rey, se casar com este rapaz? — Fitava a sua filha com todo o cuidado, não queria ver ela voltar ao convento. Contudo, se preocupava em dar a sua bênção para esse matrimônio. Tudo isso foi tão repentino que o ancião precisava pesar toda a situação. Olhou a garota mais uma vez. — Tem certeza do que quer?

A garota contorcia o tecido de sua saia volumosa de modo ansioso, não desejava olhar de frente a nenhum homem daquela sala, especialmente a Kylo Ren, se sentia envergonhada na posição que havia se colocado e forçado ao homem pedi-la em casamento. Tudo que desejava era tão-somente, evitar um confronto, que poderia acabar em tragédia. Agora quem estava na beira do abismo era ela. Todavia o matrimônio com Ren poderia ser uma forma de evitar que Desirée e Kylo fugissem. O pensamento a afligiu mais, meneou a cabeça, não queria pensar em nada. Somente ajudar a Ben ter um casamento tranquilo e feliz. Com isso, ergueu a cabeça, mirou os olhos do pai.

— Sim, é isso que escolho!

Ben Solo caminha de modo inconformado até a garota, ele se ajoelha até ela e pega em suas mãos de modo agitado.

— Não sabe o que está dizendo, pense bem, Rey…

Kylo foi até a sua quase noiva, não podia admitir outro a tocando.

— Ela deu a sua resposta. — Pousou a mão no ombro dela. — Respeite a sua decisão. — Olhou de modo ameaçador para o irmão que entendeu a situação. Tirando as suas mãos das dela se afastando lentamente.

— Penso que essa conversa deva acontecer entre Luke e sua filha, juntamente com o seu pretendente. — Geoffrey falou analisando Ben.

— Vou deixá-los a sós, mas quero que saibam que não acredito que será bom esse matrimônio tão desigual. — Saiu do escritório com um semblante zangado.

— Rey, escute a sua intuição ao fazer sua escolha. — Chewie, beijou o dorso de sua mão, se retirando do local.

A sala mais uma vez ficou em silêncio agora era o tutor que observava o homem que pretendia a mão de sua filha mais preciosa. Conhecia só a fama que o sujeito carregava, porém, conhecia o coração de sua filha, sabia que era generosa que provavelmente enxergava além do que as pessoas viam, talvez ela estava dando uma oportunidade ao rapaz de ser alguém melhor. Tamborilou seus dedos na mesa. Respirou fundo.

— Rey, apoiarei sua posição desde que tenha absoluta certeza o que está fazendo. — Olhou a filha com carinho. — Quero que seja feliz. Verdade que não quero que volte para o convento. Todavia se quer casar com esse homem… — Deu as costas aos dois. — … Apoiarei e abençoarei esse enlace. — Então, se voltou para Kylo Ren. — Quanto a você, quero que seja honesto comigo. Por que pretende se casar com minha filha?

O pirata tomou distância dos dois, ponderando as palavras do homem, quando chegou na fazenda estava transtornado de raiva, queria vingança, o sangue de seu irmão e de Desirée. O ódio o cegava, até se deparar com o rosto mais lindo e corajoso que tinha visto. Não tinha mais nenhum interesse na sua antiga amante. Ela não era mais relevante em seu futuro, contudo, se sentia enciumado, pois sabia que Rey estava naquela situação totalmente comprometida, não por ama-lo, mas sim para defender Ben Solo, que não merecia um afeto tão leal, desejou isso para si com todas as suas forças.

— Ela é a senhorita mais benevolente, genuína e corajosa que já conheci. — Voltou mirando a garota. — Casar com ela será um privilégio, ter ela como esposa vai me fazer um homem afortunado. É única entre todas as moças da vila. Minhas motivações são nobres.

O mais velho acenou com as palavras do rapaz. Olhou para Rey, segurou sua mão gentilmente.

— Filha, sua decisão será respeitada. — Beijou o topo de sua cabeça. — Sempre terá o meu apoio.

— Estou certa do que quero. — Se levantou lentamente. Caminhou até o pirata que a olhava intensamente. — Então se ele não me rejeita, prefiro que resolvamos isso quanto antes, falaremos com o padre Kenobi sobre os proclamas. Tem um sobrenome, pelo que entendi. Não teremos problemas com o casório.

— Nunca recusaria ninguém tão firme de caráter, que mantém a sua palavra. — Ficou de frente para a moça, a avaliava com atenção. — Concordo com as decisões de Rey, o que ela disser será feito.

Assim os três concordaram em dormir na fazenda por estar muito tarde para uma viagem até a vila, e nas primeiras horas da manhã, sairiam para começarem os preparativos do casamento de Kylo e Rey.

(…)

Geoffrey e Ren estavam num quarto de hóspedes, o local era muito confortável, tinha duas camas para os homens pernoitarem. Chewie estava encarando o rapaz que estava tirando a bota para ficar mais confortável. Olhando de soslaio para o advogado.

— Fala logo o que quer me falar. — Ren falou irônico.

— Filho, espero que saiba que esteja fazendo. — Encarou o pirata. — A jovenzinha não merece ser usada, depois descartada.

— Não estou me aproveitando, dela e nem de ninguém. — Se aprumou na cama. — Vim atrás de vingança, sabe muito bem disso. Ela entrou no meu caminho, para proteger aquele imbecil se colocando nessa enrascada.

— Está me dizendo que ela se comprometeu para defender Ben?

 — Exatamente isso que estou dizendo.

— Então libere a jovem desse compromisso insano, Kylo! — Chewie ponderava.

— De modo algum a humilharia assim. — Voltou a pousar o corpo no colchão macio, colocando as mãos cruzadas na nuca. — Não faria igual ao meu irmão. Agora se ela romper o compromisso, aceitarei a decisão dela sem nenhum inconveniente.

— Você está seguro no que diz.

— Tem a minha palavra nesse respeito. — Sorriu jocoso. — Todavia vamos ter um jantar muito interessante essa noite.

— O que você irá aprontar? — O mais velho ficou preocupado.

— Nada! — Olhava com falsa inocência. — Tenho certeza que será um estouro quando anunciarem o enlace.

A refeição aguardava muitas novidades, as pessoas na casa se agitariam ao ficarem sabendo do noivado repentino da tutelada de Luke Skywalker com o pirata Kylo Ren.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá Amores e Amoras!
Como havia dito ... Uma grande mudança na vida do pirata e da ex-noviça chegou ... mas eles terão muitos obstáculos e inimigos a enfrentar ... rsrsrs ... Agora será que esse noivado vai impedir Desirée de querer continuar a ser amante de Ren? ... Será que ele continua com o seu desejo de vingança? ...

Obrigada a todos o carinho pela fic ... os comentários fofos que leio ... e o apoio ...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Corações Indomáveis Reylo" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.