Corações Indomáveis Reylo escrita por Lyse Darcy


Capítulo 15
Capítulo 15 Um Oponente à Altura




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A manhã estava fria o sol ainda não havia se despontado no horizonte, a bruma deixava a grama com aspecto prateado, o cheiro da seiva dominava o ar. O vento soprava gélido. Havia uma palidez na paleta de cores, por causa da ausência da luminosidade solar. As nuvens estavam densas prometia que desaguaria a qualquer momento. A jovem fechou mais o xale junto de si, caminhava tranquila até a capela da propriedade. Lá encontraria um pouco de paz para colocar seus pensamentos em ordem.

A cabeça estava coberta com o tecido que aquecia seu pescoço, porém sentia muita satisfação em sentir a frieza matutina. O silêncio era um momento prazeroso para e ex-noviça. Entrou na capela, em um sinal de reverência ao lugar sagrado. Fez um sinal da cruz na altura de seu coração. Se ajoelhando próximo ao altar, iniciou sua prece de modo fervoroso. Pedia serenidade e sabedoria para viver de modo equilibrado, uma vez que seu amor, era casado com a sua irmã, uma lágrima teimou em cair. Enxugou a face com um pequeno lenço que trazia em sua bolsinha que carregava com o seu livro de orações.

Nesse momento, um ruído no lado de fora da pequena igreja chamou a sua atenção, a curiosidade falou mais alto, se ergueu limpando a poeira de seu vestido, ajeitou o xale, o retirando dos cabelos. Caminhou pela nave da pequena capela, ao olhar o jardim a sua volta procurou apurar seus ouvidos para tentar conseguir ouvir melhor o que estava causando o som. Com isso surge uma garota, não tinha mais que oito anos, ficou de frente com Rey, que ficou surpresa com a aparição. Ela se agachou para ficar na altura da menina.

— Oi! Garotinha, como você se chama? — Tentava criar um elo de confiança com a jovenzinha. Ela pegou na mão de Rey tentando a conduzir para algum lugar. A noviça tentou saber para onde estava indo.

Estava se sentindo aflita pela menina, parecia que estava amedrontada, decidiu ser conduzida pela desconhecida, ajeitou o xale de renda em sua cabeça. Pegou a mão pequenina, deixando que ela a guiasse pelo jardim da fazenda.

— Criança, consegue falar algo?

A menininha continuou a puxar a mais velha. A levava por um caminho mais afastado deixava a parte frontal da propriedade, seguiam por caminhos estreitos adentraram em um bosque, estavam ficando cada vez mais afastadas. Rey olhava por todos os lados na tentativa de saber voltar a parte conhecida da Millenium.

 

O vento zunia por entre as folhas que se agitavam ao sussurrar da brisa fria. Ela ajeitou o tecido mais uma vez ao corpo. Observou a sua pequena guia. Ela tinha um corpo pequeno, frágil, tinha os cabelos negros divididos ao meio em duas tranças um em cada lado de sua cabeça. A roupa era maltratada e encardida, assim como o seu rosto também estava sujo. Suspeitava que a menina tinha algum problema na fala, não se tratava de surdez, pois ela a respondia com gestos ou sorria ao ouvir a sua voz. Continuou a seguir a pequenina, que não soltava a sua mão.

Chegaram num ponto em que havia uma clareira nas copas das árvores. Avistou um casebre muito velho, a madeira estava podre, entrar ali poderia ser muito perigoso. Rey estancou ao ver aquela visão de causar calafrios. Contudo, a garotinha a puxou com mais energia para que a mais velha desse mais um passo na direção que desejava.

— O que você quer me mostrar, anjo? — Sorriu para a menina. Nesse momento, ouviu gemidos de dor vindo da cabana, ela estremeceu. — Quem está dentro da casa? — Nenhuma resposta da criança, apenas puxões para que a mulher continuasse a andar. Entendendo a vontade da mais nova, deu passos incertos até o local que causava medo. Mais uma vez uma lamúria chegou aos seus ouvidos. Ela sentiu seu sangue gelar, notou que era o timbre de alguém mais velho.

Criou coragem para avançar no local, pisava com muito cuidado, desviava das tábuas soltas, a garota já estava mais à frente acenando para que ela a alcançasse. Tropeçou numa viga praguejou baixinho por sentir, tamanha dor no seu dedo. Se controlou para não sair pulando. Tapou a boca com a mão para não gritar um impropério, ao normalizar a situação, firmou o passo pisando muito devagar.

Entrou na choupana, piscou algumas vezes para adaptar a visão com a escuridão do local, era tudo muito velho cheirava a morte, e bolor, segurou o nariz para não enjoar, as paredes eram cobertas de musgo, algumas heras cresciam no cômodo. Conseguiu ver com dificuldade o local. Notou um senhor prostrado e amarrado em grilhões. A garotinha estava tentando despertar o ancião, com sua mão pequenina afagando o rosto enrugado do homem. Ele despertou num sobressalto.

— Criança é muito perigoso vir aqui, sabe disso? — Consolava a pequenina. Então com dificuldade, levantou a vista alcançando o rosto atônito de uma desconhecida.

— Quem seria a senhorita? — Tentou esboçar um sorriso, mas com a dor que sentia fez uma careta sofrida.

A ex-noviça, cobrou seus movimentos e raciocínio, não acreditava que na Fazenda Millenium existia escravidão e tortura. Tinha que ajudar aquele senhor que estava agonizando acorrentado naquele lugar miserável e muito fétido. Ouviu o homem falar com uma voz fraca.

— Vão embora, leve minha neta, aqui é muito perigoso.

— Não sairei até libertar o senhor. A propósito me chamo Rey. — Esboçou um sorriso amistoso. — Como o senhor se chama? — Enquanto falava tentava encontrar um pouco de água para aliviar a boca ressecada do ancião.

— Meu nome é Lor San Tekka, trabalho aqui há muitos anos com minha família. — Respirou fundo. — Desde o tempo que Han Solo era vivo. Este lugar era bom e próspero, mas desde que Boba Fett assumiu como administrador tudo aqui ficou muito sombrio.

— Como isso é possível? — Falava indignada. — Tia Leia deveria impedir essa atrocidade.

— É muito mais complicado, minha jovem. — Rey tentava soltar as correntes. Eram muito grossas. Estava muito agitada queria ver o homem solto daquele horror. — Não conseguirá soltar, a chave está com o senhor Fett. Quanto a dona Leia, esteve muito triste e reclusa desde a morte do marido, a ida do jovem Ben para a marinha, tudo isso somado que o homem é um ser desprezível e manipulador, consegue disfarçar a escravidão dos olhos da dona. Como pode ver coloca os que tem um comportamento rebelde, do ponto de vista dele, longe das vistas. — Gemeu em meio ao desconforto de estar muito tempo naquela posição.

Rey ouvia aquilo muito inconformada, sentia que precisava fazer algo para ajudar os trabalhadores daquela fazenda, a começar pelo senhor Tekka, tinha que sair dali o mais breve possível, encontrou uma pequena cuia com água velha, mas não tinha outra alternativa naquele momento. Assim aproximou o recipiente na boca ressequida do ancião, que aceitou aquela pequena dádiva, precisava se hidratar. Tomou um pequeno gole.

— Obrigado, senhorita Rey, por sua bondade. — Sorriu minimamente. — Por favor, agora saiam, antes que alguém as vejam. Minha neta poderá sofrer as consequências.

— Sim claro, — pegou na mão da garotinha que não tinha se afastado do homem mais velho desde que chegou. Ela resistiu em se afastar. — Ayla, vá com a senhorita Rey. Nos veremos em breve. — A garotinha beijou seu avô, saindo com a mais velha do casebre com o rosto abatido. — Antes de sair totalmente a jovem se voltou para o prisioneiro.

— Voltarei com ajuda, sairá daqui, tem a minha palavra.

— Não faça isso poderá causar problemas para a senhorita.

—Não se preocupe comigo. — Sorriu para Lor San Tekka. — Trarei um machado se isso for preciso, mas sairá desse lugar com certeza.  É uma promessa. Outra coisa sua neta não fala?

— Não, por um grande trauma que sofreu, mas isso é outra história, agora vão. Saiam. — Estava aflito pelas jovenzinhas.

Rey junto com Ayla caminharam de volta a parte conhecida da propriedade indignada com a situação revoltante em que a fazenda se encontrava, ao passo que a família Solo desconhecia aquele abuso de poder por parte do seu administrador corrupto. Bufava, estava muito irritada com o descaso que Ben Solo demonstrava aos trabalhadores de suas terras, queria tomar satisfação com ele indicar o quanto ele foi cego e egoísta. Tinha que soltar aquele ancião dos grilhões. Mesmo que para isso roubasse as chaves de Boba Fett. Nesse momento, a garotinha deu um puxão em sua mão, para chamar a sua atenção. Olhou na direção da menina.

— Ayla, quer me dizer alguma coisa. — Suspirou. — Não falaria. Não conseguiria. — A menina apontou para um cavalo vindo a toda velocidade na direção delas. Rey fez uma concha com as mãos para avistar melhor o cavaleiro, não o reconheceu. Contudo, pressentiu que estava muito nervoso, poderia trazer más notícias da vila.

Apertou o passo junto com Ayla. Calculando que ele pararia de frente a fazenda. Viu que precisava acelerar o passo, assim ela subiu a saia e a dupla correu até a frente da casa principal. Alcançaram um homem que estava com uma face obscurecida pela raiva.

Desmontou do cavalo ainda em movimento. A ação assustou o animal, de modo que com um afago rápido acalmou a agitação do animal. Que relinchou, mas logo em seguida foi se tranquilizando. Diferente do seu cavaleiro, sua sanha não diminuiu. Pegou a rédea, amarrando a um lugar adequado, sua respiração era pesada sua caixa torácica se movimentava intensamente.

A ex-religiosa conseguiu alcançar o homem, assim que ficaram mais perto notou que já havia se deparado com aquele sujeito, há uns meses. Ela se lembrou da conversa que tiveram, a sua beleza selvagem, os cabelos estavam mais compridos, estava bem vestido. Ele vinha impetuoso para cruzar o seu caminho e continuar o percurso.

— Saia do meu caminho, antes que a retire a força! — Falou ríspido.

Rey não sabia o que fazia o sujeito ficar tão irado, mas suspeitava que alguém daquela casa havia o ofendido, pois ela rememorou seu diálogo com ele, foi sarcástico algumas vezes, porém não se mostrou violento. Sem pensar se colocou rapidamente em seu caminho lhe impedindo a passagem. Também respirava pesado, pois tinha corrido até ali. O sol entre nuvens ofuscou por um momento a sua vista, que colocou uma mão por cima dos olhos para conseguir focar Kylo Ren. Era mais alto que ela, precisou levantar a face.

— Em que posso ajudar, senhor? — Mostrava uma postura combativa, não tinha nenhum temor ou hesitação na voz.

O pirata por um momento se deteve em sua raiva. Observou a mulher a sua frente. Já tinha conversado com ela. Foi um momento muito interessante de diálogo franco. Notou que ela não vestia o hábito de noviça. Estranhou a mudança. Tentou avançar, porém, ela se interpôs com mais veemência. Ele falou entredentes.

— Vim acertar contas com o Senhor Ben Solo e sua esposa. Saia da minha frente! — Cuspia as palavras.

— Eles não estão. — Se adiantou. — Saíram em lua-de-mel, pela Europa. — Mentiu sem pensar nas consequências, se Ben aparecesse ali por ouvir vozes alteradas, tudo estaria perdido, orou para que não se mostrasse.

— Acho que está protegendo aos dois. — Se aproximou mais da jovem com fúria nos olhos. Ela não recuou.

— Ben é um bom homem, não entendo o que ele tenha lhe feito para o ofender assim? — Mostrava coragem diante do sujeito irritado. Que ficou mais agitado ao saber que seu irmão tinha às duas mulheres ao seu dispor! Ren tentou atacar a garota com palavras grosseiras.

— Estou aqui para me vingar, quero um duelo com Ben Solo. Despois me vingar de Desirée!

— Por que se vingaria de Desirée? — Colocou a mão na boca sufocando o impacto por entender que esse duelo só significava uma coisa. Kylo intuindo que a garota entendia o que ele veio buscar em sua vingança, desejava a morte do casal para aplacar a sua ira. Com o sangue dos que ele julgava como seus traidores.

— Sim Santa Rey! — Desdenhava da noviça. — Sua irmã é minha amante!

— O senhor está mentindo, ela não seria capaz! — Uma aflição tomou conta de seu coração. As coisas estavam realmente sérias. Desirée dessa vez foi longe demais. Precisava mandar esse homem para longe dali. Demove-lo de sua vingança, não poderia permitir que Ben sofresse com algo tão cruel, por consequência dos desmandos egoístas de sua irmã. Se sentiu dividida entre a verdade ser mostrada, ou manter tudo acertado entre o pirata e ela. Para que a paz na família continuasse.

— Tenho muitos defeitos, Santa Rey. — Falava com desdém. — Mentira não está na lista. — Completou. — Fomos amantes, durante muitos meses. Prometeu ser minha esposa!

Rey estava perplexa com tudo que ouvia do homem colérico à sua frente, a sua raiva e revolta indicavam que o sujeito estava sendo sincero, sua irmã o enganou. Brincou com os dois homens, merecia pagar por suas ações egocêntricas e levianas, no entanto, não só Desirée iria sofrer com o que ela granjeava. Iria afetar a todos, assim desejando o melhor para os seus amados parentes propôs.

— Tenho algum dinheiro guardado de minhas reservas, ele será seu. — Respirou fundo. — Com tanto, que deixe Ben Solo em paz. — Tentava poupar o sofrimento do seu cunhado, nesse momento nem pensava em sua irmã.

Kylo Ren, deu um passo atrás, colocando a mão na cintura, parecia que tinha ouvido uma anedota. Depois secou o suor que brotou em sua testa. Olhou para o céu com algumas nuvens que se acumulavam, tornou a olhar a jovem corajosa a sua frente. Então voltou a encurtar a distância entre eles.

— Não preciso do seu dinheiro. Sou muito rico. — Desceu a cabeça até o ouvido dela. — Não perdi valores monetários aqui. Perdi uma esposa nobre. Quero uma compensação a altura. — Mirou ela por inteiro, examinando com cuidado a garota que respirava descompassado. Se afastou do pirata rapidamente.

— Seja razoável! — O encarava com indignação. — Tenho certeza que o senhor tem um preço. — Ao conversar com ela sua raiva já não era tão grande. Se esforçou para esconder um sorriso, a garota era intrépida. Nesse momento, já havia arquitetado outra forma de se quitar com Desirée.

— Mas já disse o meu preço, Santa Rey.

Nesse momento a carruagem de aluguel chega abruptamente. Chewie pula dela como se sua vida dependesse disso. Avistou Kylo ainda na entrada da fazenda, sentiu um pouco de alívio perceber que ele ainda não tinha encontrado os recém-casados. Caminhou com cautela até a dupla que parecia muito focado um no outro.

— Bom Dia! — Quebrou a concentração deles. Então, olharam na direção da voz masculina.

— Bom Dia, doutor Chewbacca. — Rey foi educada em cumprimentar. Kylo, por sua vez, bufou desviando o olhar.

— Veio aqui para me impedir de cometer uma loucura? — Sua voz saiu ácida.

Rey então se lembrou de Ayla que estava escondidinha assustada com aquele embate, foi até a menina para a confortar e entrar quanto antes para resolver o problema do avô dela, então sem se dar conta, Ben Solo, se aproximou do grupo de modo muito alegre.

— Bem-vindos a Millenium. — Olhava para os cavalheiros a porta de sua propriedade, alheio a discussão que havia acontecido. — Vamos todos entrar. — Cumprimentou o irmão animadamente. — Quero que conheça a minha esposa.

Kylo Ren nesse momento, olha fuzilante para Rey, como mostrando a garota que ele não esquecera a mentira que havia contado no início da conversa. Ela mordeu o lábio inferior. Não podia voltar atrás. Não havia pensado, apenas agiu. O pirata desvia sua vista da dela, encarando o seu irmão de modo irônico.

— Será um prazer ser apresentado a nova senhora Solo.

Chewie tentou conter Kylo, mas o rapaz desviou do advogado seguindo o seu irmão que não percebia nada a sua volta. Rey ficou muito preocupada com o gesto totalmente surpreendente do pirata, desconfiou que ele estava planejando algo contra Ben e Desirée, foi até Geoffrey sussurrando.

— Temos que os acompanhar, pode acontecer uma desgraça quando eles se encontrarem com minha irmã. — O mais velho concordou e seguiram para a casa principal da propriedade.

Rey seguiu com muito temor, o que poderia acontecer quando o trio se encontrasse, percebeu que Kylo Ren havia mudado de tática para encarar a sua amante. A noviça tinha que ser rápida em tentar, remediar aquela tragédia, estava disposta a tudo até mesmo se oferecer em casamento, no lugar de Desirée, mas sentiu medo de ser rejeitada novamente. Abandonou tal pensamento, pois, seus medos não era o real problema naquele momento.

Pensou em Ayla a garotinha que acompanhava ela em tudo, tentou focar em resolver o problema dela e seu avô. Tinha que libertar o senhor daquele lugar terrível. Então concluiu que para resolver aquela confusão que sua irmã se meteu. Desviaria a atenção de tudo aquilo com o problema que a Millenium enfrentava com o seu administrador corrupto. Assim apressou o passo para chegar logo a casa.


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Notas finais do capítulo

Oi Amadas!
Aqui vemos que Kylo chegou muito irado ... mas pelo visto mudou de estratégia ... Qual será, heim?
Rey descobriu um problema imenso na fazenda Millenium ... agora vai ter que ser bem inteligente para que Boba Fett não tente silenciá-la ... hehehehehe ... agora a Desirée vai se safar? Espero que não ...
Beijos ...
Não deixem de escrever o que acharam ...



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