My Dear Babysitter - Concluída escrita por Julie Kress


Capítulo 30
A ligação


Notas iniciais do capítulo

Hey, amores!!!

Sei que ficaram chateados, com raiva e indignados com o capítulo anterior.

Mas aqui está o capítulo dessa semana.

Boa leitura!!!



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P.O.V Do Freddie

Sam se foi arrancando o coração do meu peito, vê-la entrar no táxi sem ao menos se despedir de mim, foi como um soco potente no estômago, me tirou o ar. Fiquei ali no jardim imóvel, vendo-a partir para longe, deixando-me sozinho com as crianças. Eu não sabia o que fazer, apenas permaneci parado observando a mulher que eu amo ir embora, Sam parecia tão magoada.

Abracei Noah, ele gritava, chorava e esperneava em meus braços, meu filho era muito apegado à ela. Quase correu atrás do táxi, fui mais rápido o detendo. Peguei meu filho no colo e o apertei contra meu corpo, sentindo a dor se espalhar por todo o meu peito. Me sentia sufocado, estava difícil respirar.

Atrás de mim, Hannah se encontrava aos prantos, seu choro forte e agudo ecoando cada vez mais alto. Virei para olhar minhas filhas, Ally tinha um semblante desolado enquanto se esforçava para segurar a irmãzinha. A bebê não parava quieta, ela sacudia os bracinhos agitada, já estava com o rostinho vermelho banhado em lágrimas.

Entrei levando as crianças para dentro, o tempo havia fechado. O céu se tornou cinza e nuvens densas surgiram, ia chover. Como sempre, tardes chuvosas regadas ao frio, à noite só pioraria carregada de trovões e relâmpagos.

Fechei todas as janelas, abaixando as cortinas e acionei o aquecedor. Noah já não chorava mais, apenas soluçava, ele me seguia para todos os cantos triste, tinha medo de chuva, não queria ficar sozinho de jeito nenhum.

— Ela não vai voltar, papai? - Até acabei perdendo a conta de quantas vezes ouvi ele fazer aquela pergunta.

Olhei para o meu pequeno sentindo a tristeza inundar o meu peito. Estava sendo doloroso demais para mim, imagina para as crianças? Até minha filha mais velha tinha ficado triste com a partida da Sam.

— Não sei, filho. Não sei. - Fui sincero.

Estava cansado, sem ânimo.

Seu rosto estava inchado e os olhinhos castanhos avermelhados, ainda soluçava esparodicamente.

Hannah estava dormindo no berço, deixei a babá-eletrônica ligada. Ela cedeu ao sono por conta da exaustão, minha bebê chorou tanto que ficou quase fôlego, o cansaço a levou para o mundo do sono, a deitei de barriga para cima, um dos bracinhos em volta da bonequinha loira de pano que lembrava a Sam, minha caçulinha tinha a boca entreaberta, pequenos soluços sôfregos ainda escapavam.

Minha namorada havia me deixado sem dar nenhuma explicação plausível.

Ally foi para o quarto, passei para dar uma olhada, a vi deitada de frente para a parede. Ela e Sam tinham se aproximado, nos divertimos quando comemoramos mais um mês de Hannah e também nos divertimos muito visitando o aquário, Ally e a loira estavam começando a se dar bem.

Por quê Sam tinha que nos deixar quando tudo estava dando certo? O que aconteceu para levá-la a tomar uma decisão tão drástica?

Ela sequer pensou nas crianças, era o que mais doía. Meus filhos já tinham se apegado tanto, principalmente Hannah que era só um bebê.

Minha casa se tornou fria e silenciosa demais, tudo piorava à medida em que as horas se arrastavam. Hannah acordou com um choro sofrido e incessante, a noite tinha chegado trazendo mais chuva e solidão, nunca havia me sentido tão só mesmo com a presença das crianças.

Sam era a alegria da casa, com seus sorrisos cativantes, as risadas gostosas, sua tagarelice, cantoria pelos cantos e com suas roupas coloridas. Cada cantinho ali dentro me fazia lembrar dela, a saudade apertava, cheguei na cozinha com a bebê no colo.

Precisava fazer o jantar, estava sem fome e sem um pingo de vontade para preparar uma refeição, porém, eu não podia deixar meus filhos com fome. Eu também tinha que comer algo, ficar fraco e doente não era uma opção.

Fiquei me martirizando, buscando em mente algo que pudesse tê-la deixado naquele estado à ponto de fazê-la ir embora sem sequer olhar em meu rosto.

Afinal de contas, o que eu havia feito de errado? Onde vacilei? Pelo que entendi, tinha a ver com minha amiga, Wendy... Wendy não fez nada, Sam não deveria se sentir enciumada, muito menos insegura com a presença da minha amiga.

Wendy sempre foi como uma irmã para mim.

Lembrei dos olhos azulados marejados, carregavam dor, mágoa e decepção... Sam me olhava como se eu tivesse a machudado, ela estava completamente arrasada.

Não fiz nada que pudesse magoá-la... Ou fiz?

Por quê ela não conversou comigo e esclareceu as coisas? Ela simplesmente agiu no impulso, estava de cabeça quente e decidiu ir embora sem ao menos conversar direito comigo.

Aquilo me magoou profundamente.

Não só machucou a mim, também afetou meus filhos.

Ela não deveria sentir ciúmes da Wendy. Não mesmo, a ruiva sempre foi minha amiga. Amiga de infância, nunca tivemos nada. Por quê Sam inventou de cismar com aquilo?

Ciúmes... Ela foi embora nos deixando por causas de ciúmes?

Tudo aquilo não fazia muito sentido para mim, ela estava com raiva... Com raiva e magoada comigo... A culpa era minha, então?

O que eu fiz? Por Deus, o que eu fiz para ela ter partido sem olhar nos meus olhos?

[...]

— Coma mais um pouco, filho. - Pedi.

Noah mexia o macarrão com molho no prato dele, não havia comido quase nada.

Eu também não sentia fome, nenhum pingo de fome. Ally comia em silêncio, estava abatida, eu sabia que ela estava se sentindo culpada.

Minha filha deixou a Sam de lado no almoço, ela se empolgou com a chegada da Wendy. Simplesmente era louca pela tia de consideração, Wendy só não foi a madrinha porque minha ex-esposa não quis. As duas se detestavam.

— A culpa é sua! - Meu garotinho levantou de repente, ele olhava para a irmã, emburrado. - Tia Sam foi embora por sua causa... - Ele ficou com o rosto muito vermelho, o pequeno corpo tremia. - Por isso ninguém gosta de você, sua chata... - Saiu correndo e chorando.

— Papai, é verdade? A Sam foi embora por quê não gosta de mim? - Seu olhar acabou comigo.

— Não, meu amor. Você não têm culpa, nenhum de vocês têm culpa... - Se tinha algum culpado ali, esse alguém era eu.

Não fiz absolutamente nada para tê-la impedido. Não agi, apenas vi o amor da minha vida ir embora sem ao menos ter tentado fazê-la mudar de ideia. Eu deveria ter tomado alguma atitude.

Ally já estava tristinha, ficou pior com as acusações do irmão.

— Filha, seu irmão é muito novinho, ele não quis magoá-la, ele só têm 4 anos, ainda não entende...

— Então, liga para a Sam. - Me interrompeu. - Pede para ela voltar, fala com ela, papai... Eu juro que vou me comportar. Vou pedir desculpas... - Sua voz embargou.

— Melhor não, amor. Vamos terminar de comer, amanhã temos que acordar cedo, vocês têm aula. - Falei.

O que vai ser de mim daqui para frente?

[...]

Não dormi nadinha, choveu a noite toda. Noah foi para a cama comigo, estava assustado com todas aquelas trovoadas. Hannah acordou no meio da noite e abriu um berreiro, ela só pegou no sono por volta das 03h. Estava soluçando e com o rostinho completamente inchado, não era fome e nem cólica, minha bebê estava sentindo a falta da Sam.

Eu não sabia o que fazer, Seattle amanheceu chovendo, decidi ficar em casa com as crianças. Liguei para o trabalho, avisei que faltaria, eu cumpriria horas extras assim que pudesse voltar.

Podia muito bem ligar para minha mãe e pedir ajuda, ela podia tomar conta das crianças. Mas não tive coragem de ligar, contar a notícia sobre a Sam, com certeza iria deixá-la arrasada.

Onde eu encontraria uma babá substituta de confiança?

Como eu poderia retornar ao trabalho tranquilo?

Hannah só sabia chorar, minha cabeça latejava. Noah também não estava facilitando as coisas, ficou bastante manhoso, começou a chorar por qualquer coisinha. Ally também não tinha conseguido dormir, ela estava com olheiras e bocejava o tempo todo.

— Filha, segura ela rapidinho, preciso ir ao banheiro. - A bebê só queria ficar no colo.

— Pai, ela vai chorar... - Avisou.

Hannah virou o beicinho e o choro estridente rompeu pela sala. Com os olhos atentos e virando a cabecinha agitada, ela procurava pela Sam incansavelmente, ver minha bebê aos prantos por causa da loira me enchia ainda mais de tristeza.

Minha bebê recusou tomar todas as mamadeiras que ofereci com mingau ou leite. Noah também estava enjoando para comer, eu apenas tomei café-da-manhã sentindo o gosto amargo descer goela abaixo.

Era o gosto do sofrimento. Eu só queria a minha namorada de volta.

[...]

3 dias depois...

P.O.V Da Sam

— Ainda não achou nada? Você sabe que pode ficar tranquila... Mas você está péssima, prima. - Sheyla virou uma panqueca.

Ela havia me acolhido em seu apartamento sem pestanejar.

— Eu juro que vou arrumar algo, Shey. Ontem saí atrás de emprego, já dei mais olhadas aqui nos sites. Qualquer coisa serve... - Ela me encarou e balançou a cabeça.

— Vai por mim, eu dou duro servindo mesas e aturando idiotas bêbados de segunda à sexta, ganho no máximo 50 pratas de gorjeta. Meu patrão paga 350 por semana. Se encara qualquer coisa mesmo, eu posso te indicar, mas se quiser ganhar um extra por dia, é só massagear umas bolas e pagar um boquete no banheiro, é nojento, mas todo dinheiro é lucro. - Sorriu sem humor.

A ideia de me submeter aquilo me deixou enojada.

— Nada contra, eu só não quero um emprego desses... - Seria humilhante demais.

— Então, volta para a casa do engravatado, deve ser fichinha cuidar dos pirralhos, você tinha um teto e comida, uma cama quentinha para dormir e um cara bonito que te dava uns amassos, não tô certa? Foi mancada ter ido embora só porque colocou na cabeça que seu homem anda pulando a cerca com uma ruiva que deve ser mais falsa que uma nota de 3. Que tom é o ruivo dela, mesmo? - Minha prima era a mais doidinha de todas.

— Sheyla, eles estavam íntimos lá fora, ela estava sentada no colo dele e...

— E por quê não a arrancou pelos cabelos? Uma Puckett bate primeiro e questiona depois! O que houve com você? Chegou aqui aos prantos, não come mais direito e está um caco! Vive com cara de choro e não para de olhar essas fotos que têm no celular, nós Puckett, somos orgulhosos sim, mas uma hora temos que passar por cima do nosso orgulho e...

— É ele... - Me assustei quando vi seu nome no visor, meu celular estava vibrando no balcão, eu deixei no silencioso.

Carly, Spencer e Gibby não paravam de me ligar. Eles estavam preocupados comigo, naquele dia que fui embora da casa dos Benson, acabei ligando para a Shay e contei tudo.

— Ele? O seu bonitão? - Os olhos de Sheyla se iluminaram.

Se ela soubesse onde o Freddie morava, ela teria me levado arrastada pelos cabelos até ele.

— Sim... - Enguli em seco.

Meu coração estava quase saindo pela boca, minhas mãos tremiam sem parar. Aquele aperto no peito me deixando mais nervosa e angustiada.

O aparelho parou e tornou a vibrar novamente.

Freddie.

O visor fazia seu nome acender na tela.

— Atende, Sam! Atende logo! - Minha prima me apressou.

— Não, eu...

Ela foi rápida e pegou meu celular, atendeu antes que eu pudesse protestar.

— Olá, sou Sheyla, a prima dela e... - O sorriso dela fechou. - Está bem, eu passo pra ela... - Abaixou o celular e me lançou um olhar que me fez estremecer. - Melhor atender. É urgente. - Disse com pesar e me passou o celular.

Um medo tão grande me atingiu.

— O-oi... - Atendi com a voz falha, já com o coração na mão.

— Sam... - Sua voz estava muito rouca, ao fundo eu podia ouvir o choro das crianças.

Noah e Hannah estavam aos prantos.

Senti minha garganta fechar com várias pontadas dolorosas no peito.

— O que você quer? - Perguntei me afastando, saí da cozinha.

— Precisamos de você... Volta pra casa. - Meus olhos arderam.

— Não posso, nós não...

— Pelo amor de Deus, Sam... Estou arrasado, têm sido um inferno aqui em casa... Os meus filhos... Eles sentem sua falta. - Sua voz embargou.

— Me desculpe, mas eu não...

— Não estou te pedindo por mim... Minha mãe está à caminho de casa, ela vai ficar com a Ally e o Noah. Vou levar a Hannah para o hospital, ela piorou... - Aquilo me deixou assustada.

Ele respirava pesadamente, estava chorando?

— O que houve? - Lágrimas começaram a escorrer por meu rosto.

Aquele aperto no peito se intensificou.

— Ela está muito mal... Ardendo em febre. Já fazem dois dias, ela só chora... A minha filha... Ela... - Ouvi o grito de Ally, o choro mais sôfrego de Noah me deixou devastada.

— Meu Deus! - Exclamou Freddie assustado.

— Papai, por quê ela está assim? Papai, o que está acontecendo? - Ally se apavorou.

O choro agudo e estridente do Noah ainda soava ao fundo.

A ligação caiu me deixando desesperada.

— SHEYLA! - Gritei voltando para a cozinha. - Preciso do seu carro, é urgente! - Avisei.

— Prima, o que aconteceu? - Se espantou quando viu o meu estado.

— A bebê... Alguma coisa com ela. - Comecei chorar. - Preciso ir, eles precisam de mim... - Eu estava com muito medo.

— Vamos, eu te levo. Você não está em condições de dirigir. - Se prontificou.

Comecei a me sentir culpada... Eles não estariam sofrendo se eu tivesse ficado, eu jamais me perdoaria se algo grave acontecesse com a minha bebê.


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Notas finais do capítulo

No fundo, já dava para imaginar que algo assim aconteceria, né???

O que acharam do capítulo???

Freddie ligando para a Sam... Tadinho.

Até a Ally querendo que a loira volte.

E a bebê? A pobrezinha até adoeceu na ausência da Sammy.

O próximo será bem emocionante.

Segurem o coração, gente!!! Bjs



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