Nemesis escrita por ariiuu


Capítulo 28
O retorno das discussões




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O retorno das discussões

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26 de Maio de 2012, 8:01 PM

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Malibu – Califórnia

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Passados dois dias desde o resgaste de Kiara, Steve procurava desesperadamente pela Segundo-Tenente dentro da mansão de Tony Stark em Malibu.

A garota estava hospedada na mansão do bilionário, se recuperando após ter machucado o tornozelo, só que ela havia desaparecido... de novo...

O Capitão não tinha ideia que aquela garota maluca desapareceria novamente, sumindo sem deixar vestígios, e o pior, machucada, mancando e com uma tornozeleira.

Tony, que passava pelo salão principal de sua mansão, percebia que Steve estava inquieto e aflito, caminhando de um lado para o outro.

— O que foi agora, Capicolé?

— Ela sumiu de novo, Tony...

— A Barbiezinha? Ah sim, ela saiu já faz algumas horas...

O loiro encarou o Homem de Ferro com uma feição de perplexidade e... raiva...

— Saiu...!? Como ela saiu sem me dizer nada!?

— Por que ela deveria te dizer pra onde vai? Você é o namorado dela?

— Pra onde ela foi!? – Ele tornava a perguntar, numa postura severa.

— Ela avisou que sairia, Cap. A Romanoff e o Barton estão com ela. Além do mais, os dois seguranças que o Presidente enviou através do Rhodes também estão de olho nela. Pelo que sei, a Mary disse que encontraria com uma amiga num bar em Hollywood. – Tony revelava, deixando o Super Soldado nervoso.

— E por que eu sou o último a saber!? Pensei que tinha me tornado líder dessa equipe! – O loiro mostrava uma postura severa por não ser comunicado de nada sobre Mary Crystal após aquele infeliz incidente em Las Vegas.

— Ela pediu pra ninguém te dizer. – O gênio das Indústrias Stark revelava o real motivo, deixando-o ainda mais irritado.

— Ela pediu e vocês acataram!? Certo, então acho que está na hora de ter uma conversa definitiva com a senhorita Ellis. – E então, o loiro saia de perto de Tony, pegando sua jaqueta que se encontrava no sofá da sala.

— E pra onde você vai, Cap?

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Pra Hollywood.

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26 de Maio de 2012, 8:36 PM

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Hollywood – Califórnia

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Kiara se encontrava sentada no banco do balcão de um bar, juntamente com Christine Palmer, sua amiga de tempos escolares.

A Segundo-Tenente marcou o encontro logo após perceber que ficaria presa na mansão de Tony por uma semana seguida.

Seria um grande martírio estar em cárcere, sob o olhar e cuidados de Steve Rogers, vulgo seu salvador, vulgo o homem ao qual desejava passar um tempo longe...

O motivo...? Ela estava arrependida de tê-lo colocado em perigo e... não havia aceitado o fato de que ele a salvou... além do mais, depois do episódio onde a mesma aceitou ser beijada pelo Super Soldado naquelas circunstâncias aterrorizantes, as coisas ficaram bem estranhas em sua cabeça...

As duas conversavam distraidamente, riam, relembravam coisas de anos atrás e compartilhavam planos para o futuro.

— Quer dizer então que seu grande sonho é se tornar a General 5 estrelas da Força Aérea? É sério?

— Não é impossível se eu manter o foco e dar o meu melhor, mas... Nick Fury é o maior empecilho pra que esse sonho se realize. – Mary Crystal confessava, enquanto bebericava seu coquetel de frutas esfumaçante, que possuía uma coloração azul.

— É bem bizarro saber que você agora é uma Vingadora...

— Hey, eu não sou uma Vingadora! Eu tenho um emprego na Força Aérea, que é um baita de um emprego por sinal!

— Eu sei, se acalme... estou apenas brincando. – A Médica cirurgiã sorria, dando um leve tapinha no ombro da amiga.

— Se eu pudesse sair do meio de todos esses espiões e heróis, já tinha me mandado a muito tempo, mas só posso ser liberada pelo Conselho Mundial de Segurança e tenho que fazer tudo o que Nick Fury quer.

— Que azar...

— Bem, pelo menos eles me deixaram sair pra encontrar com você depois de me machucar em Las Vegas... – Kiara olhava para frente do bar, onde Natasha e Clint a vigiavam, além de Sam e Riley do outro lado.

— Esse lance de Las Vegas foi bem bizarro, mas ser resgatada pelo Capitão América não deve ter sido tão ruim assim, admita... – Christine a provocava, porque achava engraçado as caretas que a loira fazia quando mencionava Steve Rogers na conversa.

— Eu concordaria com você... isso se eu não tivesse surtado na frente dele e não tivéssemos chegado ao ponto que eu te disse...

— Sei... dele te tascar um beijo pra te acalmar... parece até mentira...

— Parece até aquelas fanfics surreais em que nada faz sentido... ahahahaha!!! – A Segundo-Tenente sorria de canto, achando engraçado.

— Sim... mas me tira uma dúvida... foi um beijinho ou um beijão...? – A médica esboçava uma feição maliciosa.

— Nem um beijinho e nem um beijão... apenas... um beijo...

— Hmm... e como é beijar um homem dos anos 40? Muito diferente?

— Foi totalmente diferente de todos os homens que já beijei. O Capitão Rogers não é como eles... ele é cauteloso, paciente e detalhista... ele se preocupa muito mais com o outro lado do que consigo mesmo... – A loirinha olhava para cima, se recordando de como foi ser beijada pelo Sentinela da Liberdade.

— Certo... não entendi nada... isso é a descrição de um beijo ou de uma missão?

— Acho que é porque ele pensa que um beijo é como uma missão...

— Mas você ainda não respondeu a minha pergunta, Kiara... como foi...?

— Eu já disse, Chris...

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Você gostou...?

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E então, a Segundo-Tenente a encarou com os olhos levemente arregalados, surpreendida com a pergunta tão direta da amiga.

— Bem... não foi tão ruim assim... mas ele é muito inexperiente e isso chega a ser engraçado...

— Bem, se não houve resistência por sua parte, é porque deve ter sido maravilhoso! – A médica cirurgiã sorria de forma petulante, atiçando a amiga, apenas para deixa-la irritada.

Mary Crystal era muito transparente...

— Qual é, Chris!? Tá achando que eu queria beijar aquele idoso!?

— Se você aceitou o beijo, foi porque você gostou...

— Não gostei! Ele parecia um garotinho perdido, sem saber para onde ir!

— Até parece...

— Qualquer mulher idiota se deslumbraria com pouco, mas eu não me impressiono tão fácil... – A loira admitia, deixando claro que Steve Rogers não estava sequer na média.

— Seria hilário se você se apaixonasse por ele um dia... sério, eu espero ver esse espetáculo desde os tempos da escola, porque nunca te vi caidinha por ninguém...

— E não verá nunca, Chris, esqueça...

— Por quê?

— Mesmo se eu viesse a desenvolver sentimentos por um cara, eu jamais permitiria ficar completamente caída... porque meu lema é: “Destrua antes que cresça”. – A garota declarava, terminando sua bebida e pedindo outra para o garçom.

— Que meigo... – Christine revirava os olhos.

— Sim, sou muito meiga... tenho uma meiguice meio que ogra...

— Eu adoro seu senso de humor, sabia...? – A médica jogava o braço em cima do ombro da Segundo-Tenente e as duas riam como crianças.

No entanto, enquanto as amigas se divertiam no balcão, uma pessoa entrava no local, pisando duro, com uma expressão áspera e carrancuda, já prestes a estragar a diversão de Mary...

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Steve Rogers...

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O Capitão América cruzava a entrada do bar, com Tony Stark logo atrás, que cumprimentava algumas pessoas conhecidas que estavam ali.

Natasha e Clint notavam que o Super Soldado caminhava rapidamente na direção de Kiara, provavelmente irritado pelo fato de a mesma ter saído sem avisá-lo.

A Viúva Negra e o Gavião Arqueiro entraram na frente dele, impedindo-o.

— Capitão, acho melhor se acalmar... – Clint cruzava os braços, ficando na frente do loiro.

— Você não vai fazer um estardalhaço aqui só porque a senhorita Ellis veio encontrar com uma amiga num bar em Hollywood, certo? – Natasha argumentava, tocando o ombro dele.

— Por que não me avisaram que ela viria para cá? Vocês não têm ideia do que aconteceu em Las Vegas! Ela é a filha do Presidente! Precisamos ser cautelosos! – Steve os questionava com certa raiva no tom de sua voz.

— Por que não senta aqui com a gente por um tempo e relaxa? Olhe, a Kiara está apenas passando um tempo com uma amiga, e além do mais, os dois seguranças que o senhor Presidente contratou estão aqui também, de olho nela. – A ruiva alegava, no ímpeto de deixa-lo mais calmo.

— Onde eles estavam antes!? Por que só agora depois da tragédia que aconteceu!?

— O senhor Presidente não gosta de invadir a privacidade de sua filha, Capitão. – Barton respondia à pergunta do loiro, que por ora, resolvia acatar a sugestão de ambos.

Natasha e Clint puxaram uma cadeira para que o mesmo se sentasse.

E Mary Crystal, que não era idiota e nem alheia a nada, já percebia que Steve estava ali...

Christine olhava para trás, notando o Super Soldado no local.

— Uau... ele veio atrás de você...

— Quatro letras, uma palavra e uma sensação que me domina por inteiro após vê-lo entrar aqui...

— Amor?

Sono... – A loirinha bocejava, sabendo que talvez teria de lidar com o senhor Steve tédio Rogers.

Na mesa, com Nat e Clint, Steve prestava o máximo de atenção na Segundo-Tenente.

Ela ria alto com sua amiga, como se estivesse fazendo de propósito, apenas para provoca-lo.

O Gavião Arqueiro observava a cena, achando um tanto afrontoso da parte dela.

— Como você aguenta...? - Clint se referia ao fato de Mary deixar explícito que a risada era apenas para deixa-lo ainda mais irritado.

— Esse é o problema... eu não aguento... – O Capitão retorquia, irritado.

— Ela está te provocando claramente... - Natasha afirmava, prestando atenção na expressão cínica de Kiara.

— Ela está sempre me provocando, Romanoff... - O loiro suspirava, impaciente.

— Talvez o maior hobby dessa garota no momento é te deixar com raiva, e você está caindo nisso o tempo todo. Agora a pergunta é: por quê? – A ruiva o indagava, e embora já tivesse algumas suspeitas, desejava ouvir o ponto de vista de Steve.

— Se vocês souberem me responder, eu ficarei imensamente grato...

— Ela deve achar divertido brincar o tempo todo porque você a tem tratado como uma criança. – Clint dizia o que achava.

— Mas é isso que ela é! Uma criança! – O Super Soldado redarguia, com exasperação na voz.

— Steve, ela tem 24 anos. Não é uma criança. – Nat o relembrava.

— Então o que devo fazer...?

— Vai ter que jogar os joguinhos dela até a encurralar. – A ruiva sugeria.

— Ela é uma millennial, não se esqueça... – Barton o relembrava.

— Já disse que odeio millennials, certo? – O Capitão rebatia, inquieto, observando Kiara com Christine no balcão, rirem como loucas.

— Já passou da hora de se acostumar com isso... – Clint replicava, o aconselhando.

— Virada do milênio... sempre ouvi falar disso, mas nunca pensei que estaria vivo depois disso... e muito menos que teria que lidar com alguém dessa época...

— Acho que você devia se acalmar, Capitão. Quer que eu peça uma bebida? – Romanoff sugeria, notando a tensão que transbordava pelas palavras e expressões do loiro.

Antes de responder, o Super Soldado olhou mais uma vez para o outro lado do bar e percebeu que Sam e Riley acenavam, chamando-o para sentarem com eles.

— Eu vou até ali, ter um diálogo com os dois guarda-costas da senhorita Ellis. Com licença. – E então, Steve se levantou rapidamente da mesa.

— Ele tá bufando de raiva... – Clint comentava com a ruiva.

— O que é bem estranho ao meu ver... – A espiã respondia, já deduzindo coisas em sua mente referentes à Mary e Steve.

O loiro passou por Kiara e Christine, como um furacão cortante...

As duas se olharam, sabendo que o mesmo estava com muita raiva.

Steve então chegava até onde Sam e Riley estavam e os cumprimentava como de costume, mas...

Ele mostrava que dessa vez, o encontro entre os três não seria muito... amigável...

— E aí, rapazes? Vigiando a senhorita Ellis somente hoje?

— Oi pra você também, Cap... parece irritado hoje... aconteceu alguma coisa?

— Me desculpem ser indelicado, mas por que vocês dois não estão de prontidão vigiando a senhorita Ellis o tempo todo?

Sam e Riley se olharam, percebendo que Steve se encontrava mal-humorado.

— O Senhor Presidente não quer que a filha seja vigiada 24 horas por dia, 7 dias por semana. Apenas em algumas ocasiões. – O Falcão respondia à pergunta afiada do loiro, confirmando o que Natasha havia dito anteriormente.

Ele suspirou, ainda muito irritado... como a família da Segundo-Tenente a deixava tão livre e sem supervisão, sendo que a garota parecia correr perigo o tempo todo por conta de suas visões?

— Capitão... não sei se sabe, mas... a Mary passa a maior parte do tempo na Força Aérea. Ela já é vigiada o tempo todo, só que agora ela está de licença e trabalhando com vocês... – Sam tentava esclarecer, para que Steve entendesse que na maior parte do tempo, a garota se mantinha segura.

— Entendo... me desculpem ser tão grosseiro, mas... ela... esteve em perigo esses dias e-

— Nós sabemos... e lamentamos o episódio, mas dessa vez, o Coronel Rhodes nos designou para vigiá-la de novo, por mais tempo, mas sem importunar sua privacidade.

Certo... isso me deixa mais aliviado...— Steve redarguia, e quando percebeu, aquelas palavras já haviam saído, fazendo os dois aviadores se olharem com os olhos arregalados, segurando uma risada...

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Só depois de três segundos que o loiro notava a gafe...

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— Aah... e-eu... eu não quis dizer que fico aliviado porque estou preocupado com ela no sentido em que vocês estão pensando, e- e-eu só... só fico receoso porque ela é uma pessoa importante que está trabalhando conosco, então precisamos dela... e... e também tem o fato de que a senhorita Ellis é filha do Presidente dos Estados Unidos, então isso é-

— Calma, Cap, relaxa! Nós não estamos pensando em nada, então não precisa se explicar. – Riley acalmava o Super Soldado, que se encontrava com o rosto enrubescido e envergonhado pela postura um tanto protetora com a Segundo-Tenente.

— Ah, tudo bem então... – O loiro desviava o olhar, ainda muito constrangido por aquilo.

Já Sam e Riley tinham suas próprias conclusões sobre o relacionamento nada convencional de Steve e Mary.

A garota ainda estava no balcão com Christine, rindo, com uma taça de coquetel esfumaçado nas mãos.

— Ela é uma caixinha de surpresas, não é, Cap...? – Sam encarava a cena onde a loirinha ria como uma criança do outro lado do bar.

— Bem... eu ainda não consigo entende-la muito bem... – Steve confessava, um pouco embaraçado.

— Pra entender uma mulher, primeiro você tem que entender que não tem como. – Riley afirmava com extrema convicção.

— Eu te aconselho a não entender uma mente feminina. Pode ser uma experiência bem assustadora... – Sam assinava em baixo as palavras de seu amigo.

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Mas... do nada... alguém chegava ali, invadindo a conversa dos três.

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— Olá, rapazes, posso atrapalhar a conversa de vocês!? – Tony Stark entrava no meio deles e sentava no balcão, ao lado de Sam.

Steve ainda estava de pé e estranhava o motivo do Homem de Ferro interrompê-los.

— Uau, se não é o Senhor Stark em pessoa! – O Falcão o cumprimentava.

Riley mantinha uma expressão abobada e impressionada por ver pela primeira vez em sua frente, o gênio das Indústrias Stark em sua frente.

— Muito prazer. Vocês são os novos amigos do Capicolé nesse século, certo? Fico muito feliz por fazerem essa pequena caridade ao nosso vovô, já que todos os amigos dele morreram décadas atrás, então vim aqui agradecê-los.

— Muito prazer, senhor Stark. – Riley o cumprimentava, com os olhos arregalados.

— Tony... menos, por favor. – Steve revirava os olhos, já cansado das extravagâncias do Homem de Ferro.

— E sobre o que vocês estavam conversando? – O bilionário já se acomodava no assento, pedindo uma bebida, sendo um intruso, na maior cara de pau.

— Falávamos sobre a Mary. – Sam respondia.

— Ah sim... vocês a conhecem, certo? Foram vocês que o Rhodes mandou para ficarem de olho nela?

— Sim...

— Ela deu um trabalho pra esse aqui esses dias... – Tony encostava no ombro de Steve. - Eu falei pro Cap relaxar, mas como todo idoso chato e ranzinza, ele saiu voado atrás dela, apenas pra se certificar se a cachinhos dourados estava bem...! Ah o amor está no ar...! – O Homem de Ferro provocava o Capitão, que apenas revirou os olhos e cruzou os braços, desviando o olhar.

Sam e Riley riam da cena...

— Sabe, meninos... alguns relacionamentos se desgastam por falta de diálogo, e outros por diálogo excessivo... – Tony continuava a série de provocações.

— Mas eles não estão num relacionamento. – Sam afirmava.

— Pra mim estão. – O gênio rebatia.

— Tony, pare de falar mentiras na frente dos dois. Eu e a senhorita Ellis temos apenas uma relação de trabalho e-

Steve ia concluir seu raciocínio...

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Isso se os três não tivessem interrompido a fala do Super Soldado com altas risadas, quase cuspindo suas bebidas.

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— Desculpa, Capitão, não foi de propósito... – Sam se justificava, virando pro lado pra segurar outra risada, juntamente com Riley.

— Viu só? Nem seus amigos te levam a sério... admita logo que tá rolando alguma coisa entre você e a Barbiezinha! – Tony pegava o copo de whisky que o garçom deixava para o mesmo no balcão.

— Você está delirando. Não tem nada acontecendo entre nós.

— Sim... você pode negar o quanto quiser, se te faz se sentir melhor... vou fingir que acredito também... – Tony o provocava enquanto bebericava o líquido na taça.

— Olha, não é querendo te decepcionar, mas a Mary não é o tipo de garota que serve para relacionamentos tradicionais. – Sam dizia tais palavras no ímpeto de alertar Steve.

— Concordo. Todas são assim... as mulheres são seres superiores e elevados. Se o diabo tivesse o dom que as elas têm de iludir, já estaria no comando do céu a muito tempo. – Tony afirmava, deixando suas impressões sobre o sexo feminino e claro que isso incluía suas experiências com Pepper Potts.

— Isso é a mais pura verdade... – Riley reforçava, brindando com Sam, e ambos concordando totalmente com Tony Stark.

— Será que podemos mudar de assunto? – Steve tentava sair desesperadamente daquele diálogo incabível, mas Tony já se levantava, prestes a deixá-los.

— Continuem sem mim. Eu vou até a Barbiezinha ver se está tudo bem com ela. Depois nos falamos, rapazes. – E então, o Homem de Ferro caminhava agora na direção de onde Mary estava com Christine.

Os três observavam o bilionário indo embora... com a taça na mão...

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Tony abordava as duas garotas, já se sentando ao lado de Kiara.

— Olá, Cinderela!

A Segundo-Tenente revirava os olhos...

— Estou ocupada respirando, Stark. Volte mais tarde. – Ela virou de costas para o Homem de Ferro, mas ele insistiu.

— Sabe que esse método não vai funcionar, cachinhos dourados. Eu estou em um relacionamento sério com a senhorita Potts. Vai ter que se esforçar mais.

E então, a garota se virou para ele, a contragosto.

— Oi, Tony... o que você deseja dessa pobre Segundo-Tenente desempregada? – Mary já fazia uma careta, porque sabia que o Homem de Ferro estava ali para praticar bullying contra ela.

Mas ele podia vir quente que ela estava fervendo.

— Essa é a Christine Palmer. Minha amiga. – A loira apresentava a médica ao bilionário.

— Muito prazer, senhor Stark!

— O prazer é meu e... é incrível como você sim parece ser uma pessoa normal, já que todos os recém-conhecidos parecem ter um ataque quando me veem.

— É porque a Chris não se impressiona com pessoas bilionárias. – Kiara respondia na lata.

— É muito ruim ter sentimentos... queria ter nascido mulher... – O Homem de Ferro fazia uma piada e Christine ria.

Ela olhava para ele, notando certas semelhanças com o médico que trabalhava no mesmo hospital que ela. O egocentrismo era o mesmo...

O nome do médico...?

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Stephen Strange...

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— Por que você trouxe o Cap pra cá? Eu pedi pra me ajudar na minha fuga pra Hollywood pra encontrar a Chris e agora tenho que aguentar a presença dele aqui!?

— Você sabe como o Rogers é um homem possessivo né? Ele ficou louco quando não te achou no seu quarto em Malibu...

— E daí? – Kiara fazia uma cara de paisagem.

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E daí que isso não importa... agora me responda uma coisa... e você e o Cap hein...? Que climinha romântico era aquele... em Las Vegas?

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Kiara franziu o cenho e arregalou os olhos.

Christine soltou uma gargalhada.

— Não tinha clima romântico nenhum, Stark... – A loirinha tentava disfarçar.

— Claro que tinha... você pensa que eu não vi? Ele te carregou NO COLO como uma princesinha indefesa e você o agarrou como um príncipe encantado numa armadura brilhante.

— Você está delirando... – A garota redarguia, ríspida e seca.

— Fico me perguntando quanto tempo vocês vão demorar para admitirem isso publicamente... se é que já assumiram pra si mesmos...

— Você veio até aqui pra expor sua teoria da conspiração sobre eu e o Capitão estarmos num relacionamento? Se sim, eu acho que vou adiantar minha ida para a boate que eu e a Christine estamos planejando ir.

— Você vai pra balada!? Sério!? Com o tornozelo nesse estado!? – Tony apontava para a perna direita da garota, que vestia uma tornozeleira preta.

— Sim. Eu estou machucada, não morta.

— Certo, você pode ir então... vou ficar aqui assistindo a cena de camarote. – O Homem de Ferro segurava a taça de whisky, avistando Steve de longe, que observava Mary Crystal atentamente.

— Assistir o quê?

— Assistir o Capicolé ir atrás de você e fazer uma cena porque está saindo daqui e indo para a balada.

— Ah sim... mas você se esquece que a vida é minha e eu faço o que quero.

— Diga isso pro seu boy, porque ele já sacou que você está pensando em se mandar.

Mary Crystal não se deu ao trabalho de constatar o que Tony dizia. Ela apenas pegou sua bolsa do balcão e arrastou Christine para fora dali.

— Tchau, Stark. – E então, as duas se preparavam para sair dali.

Sam e Riley ficava de prontidão para segui-la, Nat e Clint também prestavam muita atenção na cena.

E exatamente como Tony previa, Steve saia disparado na frente de Sam e Riley, indo atrás de Mary Crystal.

Enquanto Kiara passava na frente de Clint e Natasha, o loiro pegava no braço da Segundo-Tenente, impedindo-a de continuar andando.

— Espere, senhorita Ellis! – O Super Soldado a chamava, evitando que a garota continuasse o caminho.

Mary Crystal então virou o rosto e o encarou...

Com extrema frieza, apatia e indiferença...

— O que você quer...?

Nat, Clint e Christine observavam a cena, sem interromper...

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O clima entre o Capitão e Segundo-Tenente era de tensão...

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— Aonde pensa que vai com esse tornozelo torcido!? – O loiro a interpelava, com uma expressão agastada.

— Que eu saiba, o único homem ao qual eu dou satisfações da minha vida, se encontra na Casa Branca nesse exato momento.

Steve suspirou, totalmente impaciente.

— Estou perguntando educadamente...

— Está segurando meu braço com força...

— Pela última vez, senhorita... pra onde você vai...?

— Pra balada. Quer ir também...?

— Você... vai sair para um lugar desses estando machucada!? – O Super Soldado exprimia um semblante desacreditado.

— Sim! Fique aí mofando, fóssil... adeus...! – E então, Kiara puxou seu braço com força, voltando a andar com dificuldades rumo ao corredor que dava acesso a saída do bar.

A médica cirurgiã não sabia o que dizer... ela apenas continuava em silêncio, vendo Steve abordar a loira de novo.

— Eu estou falando sério, Mary Crystal! – O loiro entrava na frente da garota, bloqueando o caminho.

— Que saco, Steve! Para de me tratar como uma garotinha que merece proteção! Eu não sou sua irmãzinha!

— Não, você não é...

Tá mais pra namorada...— Clint interrompia, irritado.

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Os dois fuzilaram o Gavião Arqueiro com o olhar diante daquelas palavras provocantes.

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— Você quer começar mais uma discussão comigo na frente de todos!? Se não estamos progredindo, vamos procurar um lugar para conversarmos e resolvermos essa divergência primeiro. – O loiro sugeria, fazendo-a soltar um riso de escárnio.

— Eu não tenho nada pra conversar com você, Capitão Rogers!

— Você veio pra Hollywood sem me dizer nada! Eu tiro os olhos de você por poucas horas e você resolve vir para um bar se embebedar!?

— Capitão... nós não estamos no serviço militar, certo? Eu estou de licença agora. Você trabalha pro Fury e eu não! Eu faço o que bem entender, então pare de tentar me controlar!

— Eu não quero te controlar. Apenas peço foco e concentração em sua recuperação, já que temos muitas outras coisas importantes para fazer daqui para frente!

— Se eu focar e me concentrar apenas nisso, vou ficar louca! – E então, Mary puxou seu braço novamente, com força, encarando Steve com fúria.

Natasha e Clint percebiam que o loiro estava perdendo a paciência e chamando muita atenção das pessoas ao redor...

Nada tirava o Capitão do sério. Ele sempre mantinha a calma e a compostura, mas... a loira conseguia transformar o pacato e educado Steve Rogers num homem violento e descontrolado.

Romanoff, vendo que os dois chamavam atenção das pessoas do bar, resolvia entrar no meio para apaziguar a situação.

— Senhorita Ellis, olhe ao seu redor... estão todos olhando... acho melhor você conversar com o Rogers em um lugar mais reservado. – A ruiva sussurrava no ouvido da Segundo-Tenente, que reparava que o bar inteiro os observava, abismados...

Christine sorria sem graça...

Sam e Riley encaravam a cena, tensos...

E um Tony Stark dava tchauzinho para o casal, risonho, achando tudo muito engraçado...

A loira respirou fundo, contou até três e resolveu acatar a ideia da espiã.

— Você tem cinco minutos, Capitão... – E então, ela passava por Christine, pedindo para que a mesma a esperasse.

Steve passou a segui-la, e os dois caminharam para um lugar mais calmo, sem a presença de ninguém.

O loiro observava a garota caminhando com dificuldades... mancando... e uma apreensão preenchia seus sentidos ao vê-la naquele estado...

Ele sabia que Mary precisava repousar para se recuperar...

Tudo o que queria era que a garota ficasse quietinha em Malibu, junto com ele, Natasha e Clint, que estavam hospedados com Banner e agora Thor, que havia recentemente voltado para a terra.

Os dois pararam num corredor iluminado, longe de todos...

A Segundo-Tenente virou de frente para o Super Soldado e cruzou os braços.

— Sejamos realistas, você é um tédio e eu não estou disponível, então diga logo o que você tem pra dizer, porque estou com pressa!

O loiro a fitava, totalmente perplexo...

— Quando vai deixar de ser tão irresponsável!? Você quase morreu em Las Vegas e agora age dessa forma!?

— Ser simpática não estava na especificação do emprego com os Vingadores. Mais alguma coisa!?

— Eu estou falando sério, Mary Crystal!

— Ah, por favor, pare de dar sermão como um velho! Nem o meu avô fazia isso!

— Não posso permitir que você saia por aí sem ter se recuperado totalmente! Você não se lembra de como estava o seu estado quando te encontrei naqueles escombros!? Você estava completamente fora de si!

— Isso sempre aconteceu comigo! Não é como se não tivesse passado por isso antes!

— Mas você quase morreu! – Quando Steve deu por si, já estava segurando o pulso da garota novamente, num instinto de impedi-la de sair de perto dele...

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Ele... só queria protege-la...

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Aquilo era o auge da audácia do Capitão, ao ver da garota.

— Me larga, Steve! Eu não tenho que seguir as suas ordens! Eu não faço parte da iniciativa Vingadores e você não é o meu líder! – A garota puxava seu pulso de volta, com força, mas o Super Soldado era forte...

Ela sabia que poderia empurrá-lo para longe e até mesmo desferir um ataque que o derrubasse, já que sua força física era semelhante à dele, por conta das habilidades adquiridas com a radiação do Tesseract, mas tinha de evitar qualquer tipo de confronto, já que se encontrava impossibilitada de andar.

— Você quer se matar, senhorita Ellis...!? – O loiro mantinha o pulso feminino preso e a encarava com cólera...

— É você quem poderia morrer, Capitão... seu coração está quase explodindo...

Steve arqueava uma sobrancelha. Do que ela estava falando?

— Não está se confundindo? É o seu coração que está batendo forte desse jeito... - Ele se aproximava ainda mais, ousadamente, encurtando a distância entre ambos e então...

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Desculpe, mas eu não tenho um coração...— Kiara sorriu, friamente gélida...

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O Super Soldado arregalou os olhos por um instante... e então notava que de fato, seu coração estava muito acelerado...

Céus, o que estava acontecendo com ele...? Por que sua relação com Mary Crystal era tão catastrófica, emblemática e difícil...?

Os dois se atraíam e se repeliam... como um imã...

O loiro olhava dentro dos olhos da Segundo-Tenente... as nuances de esmeralda de sua íris eram sempre tão vívidas... o brilho tão radiante e expressivo...

Inexplicavelmente o verde do olhar da garota parecia dominar os interstícios de sua mente... quase como uma hipnose...

Aqueles olhos de tempestade... o bagunçavam por inteiro e lhe despiam a alma...

Mary observava o semblante confuso e irresoluto do Capitão e sorriu ainda mais maquiavelicamente...

— Desespero não combina com você, Capitão...

Quando percebeu, o Super Soldado apenas respirou fundo e se recompôs... estava alterado demais... ele não fazia ideia de como aquilo havia acontecido...

O loiro então soltou o pulso da garota...

— Eu... só acho que decisões baseadas em emoções não são decisões, são instintos, senhorita Ellis... deveria repensar se sair daqui para um lugar mais agitado, ajudará em sua recuperação... – O loiro redarguia, num tom de voz mais ponderado.

— Machuquei o tornozelo, mas isso não me transforma em alguém inútil.

— Não estou preocupado só com o seu tornozelo, senhorita... me refiro ao seu estado emocional... você estava-

— Eu não preciso que você me recorde de como eu estava a dois dias, Capitão...! Acha que falar sobre isso é melhor!? Acha que quero desabafar sobre meus piores medos e pesadelos com você...!? O que te faria pensar isso...!? – Kiara despejava palavras árduas, tentando afastar Steve, porque a Segundo-Tenente não tinha pretensão de se tornar íntima dele.

Ela estava grata por tê-la salvado, mas... não podia admitir ser salva novamente... Mary Crystal não desejava que Steve se arriscasse por ela de novo...

Não suportaria vê-lo se machucar por sua culpa... então, a única saída era afastá-lo... não havia outra forma...

Sua consciência lhe punia fatalmente ao relembrar da cena onde os pesados destroços machucavam as costas dele...

Embora todos o tratassem como um soldado forte e imortal, ela o enxergava como um ser-humano que também sentia dor... e era inadmissível que Steve se machucasse de novo por causa dela.

Já o loiro, achava que antes daquela discussão, ambos estavam construindo uma espécie de... laço... porém, talvez aquilo só tivesse algum significado para ele...

Os dois haviam compartilhado um momento raro, íntimo e profundo... então por que Mary agia daquela forma...?

O Capitão balançou a cabeça, em desaprovação... até que...

— Aquele dia... nós... – Steve começava, sem terminar, mencionando o que havia acontecido entre os dois em Las Vegas enquanto estavam presos nos destroços.

A expressão no rosto do Super Soldado era de... embaraço e decepção...

— O que tem aquele dia, Capitão...?

— Você está debochando de mim, senhorita...? Nós nos beijamos... eu... eu tentei te acalmar e...-

.

.

Foi a forma mais perfeita de acalmar uma mulher desesperada... te agradeço por isso, mas... acabou ali. Aquilo não teve significado algum...

.

.

Kiara esclarecia, mantendo o olhar fixo no dele, olhando dentro dos olhos azulados do Super Soldado...

Como ela conseguia expressar tanta confiança depois do que havia acontecido entre os dois?

Steve tinha a impressão de que depois que a respiração de Mary se misturou com a dele... todo o ar que preenchia seus pulmões... tinha um pouco dela...

— Bem... eu não achei que havia algum significado desde o início, só que... apenas pensei que deveríamos conversar a respeito, caso houvesse algum... mal entendido... – O loiro tentava se justificar... mas pelo visto, só ele parecia se importar com... aquele episódio em Las Vegas...

— Não há mal-entendido, Cap. Você me beijou pra me ajudar com uma crise de pânico e eu aceitei sua gentileza... não há mais nada além disso... ou você achou que teria...?

— Eu... não achei nada, mas... não queria que você pensasse que tentei me aproveitar de você, porque... eu não sou assim e-

— Tudo bem. Eu sei que você não é esse tipo de homem, então está tudo bem...

— Mesmo...?

— Sim, além do mais, não estou com dor na consciência, já que sei que você é apaixonado por Peggy Carter. Sei que suas intenções foram puras...

— Mas ainda assim-

— Vamos esquecer o que aconteceu aquele dia, ok? Porque se eu souber que você contou pra alguém, eu te mato!

Steve observava detalhadamente a feição da loira... Mary Crystal era uma mulher tão fria assim?

— Você... realmente não se importa...? – A contestou, um pouco desapontado...

— Pareço não me importar, mas na verdade, eu não me importo mesmo... – Ela reforçava suas palavras, com uma expressão austera e severamente impassível.

Steve respirou profundamente... estava pasmo com a frieza e indiferença da garota...

— Capitão... não quero ser indelicada, mas... não quero que pense que isso nos aproximou de alguma forma... você pode ver as minhas cicatrizes, mas isso não significa que você entenda sobre a minha dor... – Mary lançava mais palavras duras, deixando-o cada vez mais decepcionado.

Ele estava preocupado com ela e tudo o que recebia por se importar, era desprezo e insensibilidade?

— As pessoas de fato, não mudam. Elas apenas nunca foram o que você pensou... – O Super Soldado desabafava, em bom tom, deixando-a ciente de sua insatisfação.

— Me desculpe se não sei ser delicada ou meiga por cuspir verdades em sua cara e te ver chocado, me encarando com esse olhar de decepção. – A garota mantinha os braços cruzados, defrontando-o impetuosamente.

E Steve a fitava com extrema seriedade e perplexidade...

Ele viu a pior das dores no abismo dos olhos esverdeados da garota... mas não fugiu... pelo contrário... se aproximou ainda mais... vislumbrou de perto e...

Não fugiu...

Então por que ela estava lhe tratando daquela forma?

— Bem... tudo depende de como se fala... você pode dizer verdades e ser uma grande pessoa ou uma grande idiota... – Rebatia, incivil e grosseiro, totalmente sem paciência.

— Eu sei exatamente que você me acha uma idiota desde que nos conhecemos, Capitão Rogers.

— Acreditei que isso mudaria com o tempo...

— Decepcionado? Não jogue a frustração de suas expectativas em cima de mim, por favor.

— Me perdoe pelos meus quase setenta anos à frente dos nossos dias juntos, senhorita Ellis...

— Ao invés de gastar seu tempo falando sobre a minha vida por que não tenta viver a sua? Ah, eu esqueci... ela ficou em 1945... que triste...!

— Você não é apenas infantil e problemática, senhorita Ellis... você é fria, seca e não possui qualquer sensibilidade humana... – Steve se aproximava novamente da garota, numa postura intransigente e ostensiva, a encarando com veemência.

— Prefiro fazer algo mais importante e maduro do que suspirar como uma idiota e pensar em você só porque nos beijamos, Capitão... – Ela o encarava de volta, nem um pouco intimidada com o fato de o mesmo ser fisicamente maior do que ela.

— Não se trata disso, senhorita Ellis...

— Foi só um beijo, Steve... você nunca beijou ninguém sem que estivesse preso a algum tipo de promessa ou compromisso!? As pessoas saem juntas, se beijam num dia e no outro talvez nunca mais se veem! É uma prática comum hoje em dia, tão comum quanto falar bom dia. Deveria aderir em vez de ficar paranoico achando que está me iludindo. Eu não estou apaixonada por você pra me sentir iludida, entendeu!?

O Capitão América a defrontava... totalmente desacreditado daquelas palavras tão diretas e intensas...

De fato, ele constatava que Mary era oca... não possuía nada ali...

A garota mantinha o rosto erguido, ainda o fitando com muita ousadia...

Ela notava tudo o que formava Steve Rogers... e fazia uma lista mental dos atributos que mais lhe chamavam atenção nele...

Rústico, retrógrado e sistemático... só que ele também era o senhor gentileza, que sorria de forma agradável, emanando uma aura angelical e aconchegante...

Ele também era chato, encrenqueiro e falante, porém bobo e repleto de valores obsoletos e requintados.

Steve Rogers não era um homem normal... era totalmente imperfeito e apaixonantemente humano...

Odiava ser encarado, mas amava um desafio...

Introvertido, tímido e discreto... mas um herói honrado, valente e intrépido...

Ele quase nunca errava, mas cometia alguns deslizes...

Quando acertava, era sempre em cheio... principalmente quando se tratava de confortar uma mulher...

Seu abraço era aconchegante, seu beijo era doce e ele possuía um olhar de menino... só que quando provocado, os olhos selvagemente azuis intimidavam com força...

Porém, o mais importante...

Steve era o dono do sorriso mais lindo que existia... que desarmava... e fazia qualquer um dizer sim, mesmo não pedindo nada...

Ele tinha um lado possessivo, embora esbanjasse liberdade... e naquele momento, o mesmo queria se responsabilizar e carregar o fardo de um simples...

Beijo...

O Capitão América a encarava... com aquele olhar severo que causava medo em qualquer homem, pelo simples fato de soar como um aviso que ganharia mais uma guerra e que causava medo em qualquer mulher, pelo simples fato de ser sedutor demais para suportar...

— Por que está me olhando desse jeito? – Ela o indagava, fazendo-o sorrir suavemente de canto, em tom de deboche.

— Eu espero estar aqui quando a senhorita se apaixonar um dia...

— Eu? Me apaixonar? Desculpe, mas não acredito no amor. – Ela revirava os olhos.

— Por que não...?

— Porque ele não existe.

— E como sabe que ele não existe, senhorita...?

— Como sabe que ele existe, Capitão...?

Steve demorou para responder... até que...

.

Vai descobrir quando sentir...

.

Mary Crystal ficava em silêncio, encarando-o com um semblante levemente assustado...

Naquele momento, tudo o que a Segundo-Tenente conseguia vislumbrar, era o sorriso convicto do Capitão América, que parecia mostrar certa superioridade, pelo simples fato de saber exatamente o que era...

Amar de verdade...

A primeira coisa que vinha à cabeça dela no momento exato em que o fitava, era...

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A imagem de Peggy Carter dentro bússola dele...

.

Embora não entendesse, a sensação de se recordar sobre a bússola, era um tanto estranha e...

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Incômoda...

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Notas finais do capítulo

E aí, amados? Vocês acham que esses dois já estão apaixonados e só não conseguem admitir? Ainda tem muita coisa pra acontecer, mas essa é a parte que mais me excita na história: Os joguinhos, a conquista, os flertes, os climas, a negação e tudo o que antecede um romance de se realizar.

Bem, depois de muita enrolação, no próximo a nossa Wandinha finalmente fará a aparição oficial. Será um capítulo tenso... logo veremos o casal secundário se conhecendo e começando a interagir. Me desculpem pela demora, mas... a fanfic é do Steve e da Mary né gente? Deem um desconto ;D

Deixe seu comentário. Mal sabem vocês o dilema que tô passando pra escrever essa fanfic e conciliar com trabalho e casa... agora nessa quarentena, tá tudo mil vezes pior. Ajude a autora a se manter estimulada, porque já pensei em desistir dessa história várias vezes. Tô dividida entre o amor de escrever e o dever de outras responsabilidades...



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