Anne With An "E" - Versão Gilbert Blythe escrita por Bruna Gabrielle Belle


Capítulo 17
Perdas e... Confissões?




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Anne With an E – Terceira Temporada: Episodio 3

 

Vários dias se passaram e Mary ficou extremamente doente, mesmo dando alguns medicamentos que eu pegava no posto medico de Avonlea e trazia do consultório do doutor Ward, ela custava a melhorar, o corte em sua mão parecia melhor do que da ultima vez que o vira, mas permanecia aberto e ela sentia fisgadas no local, todas as noites e em partes do dia Bash e eu fazíamos o curativo em sua mão para promover algum tipo de alivio naquele ferimento, mas seu coração era o mais difícil de curar e suspirei.

Bash saiu dizendo que iria procurar alguma coisa para alegrar Mary durante a manhã e eu me prontifiquei em fazer um caldo para Mary, eu não era um bom cozinheiro como Bash, mas suas comidas haviam sido tão fortes para Mary que a mesma passava muito mal quando a comida então a parte da alimentação ficou sobre os meus cuidados enquanto Bash cuidava de Delphine e eu e ele revisávamos com a fazenda e Mary.

Quando vi Bash trazendo os pintinhos para animar Mary segurei um riso, era exagerado, mas ela iria sorrir.

Ele sempre reclamava da minha comida, e eu revirei os olhos, se não fosse meu amigo eu o xingaria muito.

Bash ajeitou Delphine em seu colo e caminhou até a casa dos Cuthbert para que cuidassem de Delphine enquanto eu e ele cuidávamos de Mary e da fazenda e eu procuraria mais remédios para Mary.

Algumas horas mais tarde enquanto Bash trabalhava na fazenda e eu fiquei com Mary até Marilla ou Anne aparecerem ali para me ajudar com os cuidados e no final as duas chegaram e lhes contei sobre o medico da cidade se recusar a cuidar de Mary por puro preconceito e a opinião de Anne aqueceu meu coração.

Ajeitei minhas coisas para ir até Charlottetown para meu estagio e pedir novamente a opinião do doutor Ward sobre o estado de Mary enquanto Anne e Marilla ficavam em casa para cuidar de Mary e sai dali.

Olhei para trás e por algum motivo meu coração se animou por ver Anne em minha casa e sorri discretamente, mas eu naquela tarde além de meus estudos com o doutor Ward encontraria Winifred.

Havia faltado na escola naquela parte da manhã, pois com a doença de Mary eu era muito necessário em casa e ainda bem que estava adiantado com meus estudos se não eu estaria mais atrasado que antes.

Quando cheguei no consultório a primeira coisa que fiz foi pedir para doutor Ward ir até Avonlea e examinar Mary, estava realmente preocupado, já fazia dias que não havia nenhum tipo de melhora e eu não sabia mais o que fazer ou quais remédios lhe dar e lhe informei os sintomas que ela tinha e ele logo se prontificou em ir cuidar de Mary em alguns dias, quando voltei Bash informou que Delphine passaria a noite na casa de Anne aos cuidados dela, Marilla e Matthew para caso o que Mary tivesse fosse contagioso Delphine não estaria correndo riscos, me sentei com ele na cozinha enquanto Mary dormia e rezamos pedindo a Deus misericórdia da saúde de Mary e que doutor Ward tivesse a cura para o que ela sentia.

Logo cedo doutor Ward apareceu em casa e eu o recebi e caminhamos juntos para o quarto de Mary, pedi para Bash ficar do lado de fora para ele não ficar ainda mais nervoso do que estava ultimamente e acompanhei os exames do medico e o auxiliando em algumas coisas e no final o diagnostico acabou com toda minha esperança de melhora e de cura para Mary e aquilo me atingiu como um soco no estomago.

Quando contamos a Bash sobre o diagnostico ele ficou alarmado e eu tentei o acalmar, mas era impossível.

Acompanhei doutor Ward até a saída de casa e o questionei sobre o tempo de Mary e as palavras foram as mais dolorosas que eu pude ouvir desde a morte de meu pai, parecia que eu estava revivendo aquele pesadelo novamente e aquilo me destruiu, notei Bash nos ouvindo pela janela da sala e aquilo me feriu.

Assim que o doutor foi embora e eu entrei dentro de casa Bash parecia fora de si e eu estava tentando juntar forças de não sei onde para contar para Mary sobre o diagnostico do medico e me apavorei, eu não saberia como reagir ou contar a ela que em uma semana, talvez duas que ela infelizmente morreria.

Assim que entrei no quarto, toda a força que  eu fazia para me manter forte perante Mary estava ruindo aos poucos e eu tentava de todas as formas não assusta – lá ou algo parecido, mas estava impossível, minha vontade era de quebrar alguma coisa como Bash ou gritar tão alto para aplacar a dor que eu sentia dentro do meu coração em perder mais alguém que eu me importava de verdade e a encarei seriamente.

Com as perguntas dela sobre cura senti todo meu corpo tremer e ficar suando frio fechei minha mão em punho para conter os tremores e procurar apoio para o choro que começava a se formar em meu peito.

Não agüentei e com poucas palavras ela entendeu o que eu não conseguia dizer e desabei a chorar ao lado dela desesperado por não ter mais como salvar ela daquela maldita infecção e Bash estava na porta desabando como eu estava ao lado da cama de Mary que parecia alarmada com a noticia de sua morte.

 Desabei a chorar ao lado dela e coloquei as mãos em meu rosto tentando fazer as lagrimas voltarem para dentro de meus olhos, eu tinha que ser forte e precisava ajudar ela de alguma forma, mas aquilo me feria.

Bash pediu para eu ir buscar Delphine na casa de Anne e eu sai dali procurando segurar minhas lagrimas e todo a dor, remorso entre um monte de sentimentos ruins que eu sentia por causa do diagnostico de Mary, assim que pisei em Green Gables e subi os degraus da varanda vi o rosto de Anne e mesmo assim não consegui sentir o alivio que eu sempre sentia quando olhava para seu rosto e tentei segurar o choro.

Mas pela expressão que Anne fez através do vidro da porta da cozinha, ela percebeu algo de errado e rapidamente avisou Marilla e Matthew que cuidavam de Delphine e se encaminharam para minha casa, mas eu não conseguiria subir naquela carroça e preferi ir andando, comentei com Anne e ela perguntou se poderia ir comigo e aceitei sua proposta e no meio do caminho entre nossas fazendas resolvi desabafar sobre o que eu sentia por causa do diagnostico de Mary, como seria a vida de Bash sem a amada esposa e principalmente a vida de Delphine que tão criança perdeu a mãe que nem se lembraria quando crescesse.

As palavras de Anne me trouxeram um novo rumo de pensamento e me deram um apoio e uma paz na qual eu não sentia desde à hora do diagnostico de Mary, mas mesmo assim a dor ainda permanecia ali.

Quando chegamos no quintal da frente de casa Marilla e Matthew estavam saindo e conversavam com Bash e aquilo me travou no meio do caminho e eu não agüentei ver o olhar “morto” de Bash e comecei a chorar copiosamente parado olhando para minha casa onde Mary morria assim como meu pai morrera.

Anne me surpreendeu dando um forte abraço no qual retribui e aquilo foi algo extremamente o apoio que eu precisava naquele momento, mas meu coração apesar de ferido pela situação de Mary conseguiu se alegrar com um “simples” abraço da garota ruiva que desde que chegou a Avonlea me bagunçava a mente e principalmente meu coração, a encarei com uma gratidão enorme pelo abraço que me dera e suspirei.

Anne entrou em casa e deu um abraço em Bash que tentava segurar o choro e caminhou em direção ao quarto onde Mary estava com Delphine e eu e ele saímos para o celeiro para deixa – lás à vontade.

Quando Anne foi embora e eu pude me trancar em meu quarto e desabei a chorar copiosamente, coisa que eu não chorei quando meu pai morreu, com a história de quando minha mãe morreu em meu parto, quando eu tive que deixar Avonlea para trabalhar no barco e por Mary estar morrendo e tudo mais que me feria em todos esses meses, dias e anos e clamei a Deus por misericórdia novamente e por um milagre.

Alguns minutos depois, Bash chamou por mim no final do corredor e eu abri a porta e ele me informou que Mary queria conversar comigo, sequei meus olhos e respirei fundo e desci até seu quarto e me sentei de frente para ela que mesmo tão doente era amorosa comigo e me olhava com carinho e amor materno.

Segurei sua mão boa enquanto ela me agradecia por Bash e tudo mais e aquilo apesar de tudo me fez rir.

Agradeci ela de todo meu coração por ter cuidado de mim e da minha casa e lhe dei um forte abraço e como eu queria que esse abraço pudesse afastar a morte dela e curar desse mal que em breve a levaria.

Quando me afastei Mary me fez um pedido e jurei com todas as minhas forças que o cumpriria e ela sorriu.

Na manhã seguinte acordei o mais cedo possível e me encaminhei para Charlottetown atrás de Elijah ele precisava saber sobre a mãe e a visitar o quanto antes e como eu queria falar umas verdades na cara dele exigir a medalha de meu pai de volta e lhe dar uma surra por ferir Mary a ponto dela morrer com sepse.

Andei pelas ruas do gueto e encontrei um dos lugares que ele costumava “trabalhar” no gueto, mas não o encontrei, resolvi procurar mais um pouco e não o encontrei, mas não ia desistir antes eu do que Bash.

Fui até a lavanderia e avisei suas amigas e as convidei para ir comigo a Avonlea para Mary ficar feliz em ver ambas as amigas que não via há meses por causa dos trabalhos na fazenda e por Delphine ser um bebê.

Vi Bash saindo da parte do galinheiro de minha fazenda e engoli em seco ele já parecia um homem sozinho

Quando entrei em casa vi Anne e Marilla na mesa de minha cozinha fazendo uma coisa que tinha e cheirava a flores e aquilo me acalentou um pouco minha tristeza dos últimos dias e respirei fundo.

Logo as amigas de Mary se encaminharam para o quarto onde ela estava instalada e eu me virei para Anne e Marilla que estavam paradas no meio da cozinha e chorei um pouco, Marilla me abraçou fortemente e Anne tocou meu rosto e meu cabelo e a olhei pelos cantos dos olhos, mas as lagrimas embaçavam minha visão de seu lindo rosto, mas a dor pela morte iminente de Mary abafava todos meus sentimentos felizes.

Sai um pouco de casa para deixar as mulheres fazerem o que tinham que fazer e encontrei Bash no celeiro tentando arrebentar uma das rodas de uma das carroças que eu usava para a colheita de maçãs, o chamei e ele parecia completamente fora de si, mas uma de suas perguntas me pegou de guarda baixa e suspirei.

O abracei fortemente, tão forte quanto meu pai costumava me abraçar e ele chorou e eu também e permanecemos no celeiro até Bash e eu chorarmos tudo que tínhamos para chorar eu mesmo não sabia de onde tantas lagrimas saiam de meus olhos e respirei fundo e encarei Bash que parecia que ia desmaiar.

—- Certa vez eu li em um livro uma frase que falava assim – murmurei e Bash me encarou com os olhos vermelhos por causa das lagrimas, apoiei em seu ombro e tentei recordar as palavras exatas da frase:

—- Com o passar do tempo não dói mais tanto e seja qual for o efeito que tenha tido misturou – se com tinta e depois que derruba, não dá para mudar a cor – murmurei e Bash me encarou sem entender a frase.

—- Não vai mudar e a dor depois de um tempo não vai doer com está doendo agora e as estações vão mudando e com ela suas cores, cheiros e sabores, mas as lembranças são as que sempre nos mantém em pé.

Bash assentiu e me deu um forte abraço e continuou chorando copiosamente pela perda de Mary.

Quando voltei para casa e deixei Bash sozinho, Anne me informou sobre a festa de páscoa que fariam na casa dos Barry e que Mary seria a convidada de honra, sorri com isso e mais tarde informaria a Bash.

No domingo de manhã caminhei em direção a missa no centro, eu precisava conversar com Deus e me lembrei de buscar meu taco de hóquei e quando a senhora Lynde veio falar com os índios sobre a escola os informei e a criança que estava parada ali com os pais e ela sorriu para o grande índio e sua esposa que riu.

Entreguei o panfleto a criança e caminhei para direção da igreja e logo Anne apareceu e a criança sorriu abertamente para a garota ruiva e eu fiquei as observando e logo após a missa iramos para a festa na fazenda dos Barry e permaneci em completo silencio durante a missa mesmo com Anne me encarando.

Voltei para casa para ajudar Bash e Mary a se ajeitarem para o evento nos Barry e quando estava descendo as escadas para o quarto de Mary vi Anne entrando em meu quintal e logo sai dali e ela me entregou um lindo chapéu adornado de flores para que Mary pudesse usar na festa e quando a encarei na hora de pegar o chapéu e se casaco azulado ressaltou a tonalidade dos cabelos acobreados dela e soltei um elogio do fundo do meu coração, mas Anne não teve expressão alguma em seu rosto e foi embora dali, suspirei e voltei para casa para entregar o chapéu a Mary, em alguns minutos eu a reencontraria na casa dos Barry.

Ajudei – a com suas botas novas e a apoiei para a levar para o jardim da frente, mas Bash a segurou no colo e caminhamos lentamente até a carroça e eu procurei ir calmo até a fazenda dos Barry, logo Minnie May irmã caçula de Diana nos viu na estrada e saiu correndo anunciando nossa chegada e eu sorri com isso.

Coloquei a carroça e o cavalo próximos a entrada e caminhei logo atrás de Bash e Mary que foi recepcionada por Anne e todos os outros moradores de Avonlea, Anne e todos os outros transformaram o jardim dos Barry que já era lindo em um jardim encantado e sorri com isso, Mary sorria abertamente.

Anne deu um presente para Delphine e Bash me entregou e ao segurar aquilo nas mãos abri um sorriso.

—- Anne fez um lindo trabalho não é Gilbert? – murmurou Diana olhando para o caderno de receitas e eu encarei a ruiva que estava abraçando Mary fortemente e assenti sentindo meu coração pulsar no peito.

Quando elas voltaram do jardim e começaram a cantar uma linda canção para Mary meu coração se inflou de amor e alegria por Mary apesar de estar partindo desse mundo estava cercada por quem ela amava e principalmente, ela estava completamente feliz e aquilo fez minha tristeza por sua perda amenizar.

Algumas horas mais tarde... Mary fechou seus olhos enquanto voltávamos para casa e se juntou a meu pai.


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