— Isso é bem interessante! – Max segurou o queixo com a mão, enquanto pensava sobre o que Marinette e Luka tinham dito a ele. – E o mais interessante é vocês dois serem a Lady Noire e o... Digo, Ladybug e o Viperion.

— Pois é. – eles deram de ombros – Mas só contamos pra você porque precisamos da sua ajuda. E também porque confiamos em você, só que mesmo assim seria perigoso.

— O que quer dizer que realmente precisamos da sua ajuda.

— Isso que o Luka mencionou pode ser possível?

— Então... Nunca lidei com uma situação dessas, afinal, até essa semana viagens no tempo não eram cientificamente comprovadas. – o garoto ajeitou os óculos – Mas na teoria mais aceita, os viajantes do tempo não sofreriam com os efeitos das mudanças. Quero dizer, há inúmeras possibilidades, essa é só uma delas.

— Há alguma sobre o que estamos passando?

— Acho que já li à respeito. Se eu não me engano, ela diz que os viajantes do tempo sofreriam as mudanças até se adaptarem a linha do tempo a qual estão estabelecidos no momento.

— Espera! – Marinette ficou de pé – A Lady Noire mencionou algo sobre adaptação. – Max fez uma expressão confusa – Então, existem outras Terras paralelas à nossa, como a gente tinha falado anteriormente. E quando a Bunnix viajou no tempo pela primeira vez, a interferência dela abriu inúmeras fendas de outras Terras pra nossa.

— Conhecemos várias versões de nós mesmos. E a Lady Noire foi uma delas.

— O meu dia está cada vez melhor! – Max exclamou animado. Tinha certeza que se pesquisasse mais a respeito, teria uma grande descoberta nas mãos.

— Enfim, ela disse que quando uma pessoa viaja para outra Terra, não causa nenhuma anomalia, apenas se adapta à ela. E considerando que se mexe com o tempo, mexe com o espaço...

— A mesma regra deve valer para os dois. – Luka complementou a linha de raciocínio – Mas isso é só uma suposição, certo? Não quer dizer que a gente tenha que seguir os passos dos nossos “eus” dessa linha do tempo, não é? – Max parou pra pensar.

— É uma questão muito complexa, considerando as informações que me deram.

— Já sei! – Marinette exclamou – Vamos fazer uma visita à Lady Noire. Podemos conversar com ela. O que acham?

— Ótima ideia!

— Espera... – Max chamou a atenção dos dois – Vocês querem ir para outra Terra?

— Sim. E queremos que você vá junto. – o garoto arregalou os olhos – Se você quiser, é claro. Precisamos de alguém tão inteligente quanto ela.

— Quero sim! – quase gritou, empolgado. Marinette e Luka riram da reação dele – Markov, vamos fazer uma viagem!

***

— Fala sério, Adrien! A Kagami? – Chloé questionou, folhando uma revista.

— Eu não sei direito como eu vivi nessa linha do tempo, mas aparentemente eu não podia ir pra escola. – explicou – Logo, eu não conheci a Marinette. Só a Lady Noire.

— Felizmente você me conhecia. E por isso eu estou aqui.

— É, valeu. Minha mãe só deixa você e a Kagami virem me visitar.

— Nossa! – a loira baixou a revista e voltou sua atenção para ele – Ela me parece tão rígida quanto o seu pai. Isso não é muito saudável!

— Eu sei, eu sei. Mas ela só quer me proteger.

— Dela mesma? – os dois ficaram alguns segundos em silêncio. Plagg e Pollen trocaram olhares, atentos sobre a conversa entre os seus portadores.

— Eu não acho que ela seja Hawk Moth. – Adrien disse, depois de refletir.

— Então quem é? – Chloé não queria duvidar do amigo, contanto, parecia meio que óbvio Emilie estar substituindo o marido na ausência dele, já que os Miraculous da borboleta e do pavão eram posse da família Agreste. E que, era bem provável, que Gabriel também estivesse no lugar da esposa.

— Eu não sei. Mas a minha mãe não faria isso. – na opinião da Bourgeois, Adrien estava em um estado de negação, embora soubesse a verdade lá no fundo. Entretanto, Chloé tinha a noção de que ela não era a pessoa certa para ajudar com isso. Mas não custava tentar.

— Tem certeza? Você já... Investigou?

— Ainda não. Minha mãe não sai muito de casa, que nem o Gabriel. Mas semana que vem ela vai na estreia do filme de um antigo diretor que trabalhou com ela e eu pretendo investigar.

— Semana que vem? – parecia muito tempo, contando a sede que todos da equipe estavam para derrotar Hawk Moth novamente.

— Sim.

— E o que vai fazer até a semana que vem?

— Passar um tempo com a minha mãe. Mesmo que ela seja Hawk Moth, o que eu acho que ela não é, eu sinto falta dela. Você sabe como é, não sabe? – Chloé assentiu, lembrando sobre a sua mãe.

Audrey Bourgeois não era uma das melhores pessoas, porém Chloé sentiu muito a falta da mãe, quando o trabalho de Audrey a levou para Nova York. Nessa linha do tempo, Audrey não seguiu o mesmo caminho e permaneceu em Paris, contudo, Chloé não tinha vivido aqui para saber como tinha sido.

Por alguns momentos, Chloé desejava ter vivido para saber como seria a sua vida com a sua mãe próxima de si. Talvez, quem sabe, ela nem tivesse sido a Queen Bee. Porém era difícil querer qualquer coisa ao invés da sua família reunida e feliz.

— Sei. – suspirou – Sei sim.

***

— Está oficialmente aberto o clube para teorias. – disse Alya – Não que esse seja o nome. Pensamos nisso depois. – balançou a mão no ar – Chamei você aqui, porque precisamos conversar sobre o que está acontecendo.

— Tipo o pai do Adrien não ser mais o Hawk Moth? – Alix questionou em um tom de voz baixo.

— E, na verdade, possivelmente ser a mãe dele? – Nino completou, tomando um gole de milkshake em seguida.

— Sim. – Alya se debruçou sobre a mesa da lanchonete – Essa história toda está me matando. A Marinette e o Luka estão ocupados resolvendo algo sobre a linha do tempo, o Adrien ficou de investigar a mãe dele e nós só temos que ficar sentados aqui.

— Nossas vidas não foram afetadas como as deles. Mas eu concordo que a gente deveria estar fazendo alguma coisa. Me sinto inútil.

— Eu me sinto ótimo. – Nino recebeu um olhar feio das duas. – É brincadeira, ok? O Adrien é meu melhor amigo. Também me sinto inútil em não poder ajudá-lo.

— Mas o que a gente faria exatamente? – a pergunta de Alix fez os três refletirem.

O silêncio do trio foi quebrado pelo barulho do sino que ficava na porta da lanchonete. Os três desviaram o olhar e notaram que Kim, um dos seus colegas, adentrava o local.

— E aí, gente? – o garoto acenou assim que viu seus colegas e se aproximou.

— Ah não! – Alix murmurou entredentes. Não poderiam mais falar sobre Hawk Moth com Kim ao seu lado.

— Como vão?

— Estamos bem. O que faz aqui, cara? – Nino sorriu amarelo, puxando assunto.

— Vim comer um lanche. Mas sobre o que estavam falando? – o garoto sentou ao lado de Alix, fazendo os três se entreolharem, sem saber como sairiam daquela situação.

***

— Isso é... Fascinante! – Max exclamou animado, olhando para as construções da Terra-65.

— Ela vive no mesmo lugar que você? – Luka sussurrou para Marinette, enquanto Max estava ocupado admirando o local.

— Acredito que sim.

— Vamos nos transformar ou...

— Vamos desse jeito. Quanto menos atenção nós atrairmos, melhor. – ele assentiu. – Vem, Max.

Os três saíram em direção à casa de Marinette, que felizmente não ficava tão longe.

Marinette esperava que eles encontrassem respostas – ao menos parte delas – aqui, pois caso contrário, não saberia como conduzir uma situação dessas. Não era como elaborar uma estratégia para derrotar um vilão, e sim, mexer com o espaço-tempo, coisa que ela sabia que nunca teve muita sorte quando metia a mão.

A única coisa que Marinette sabia, era que não podia fraquejar, não agora. Ser a líder da equipe era uma tarefa complicada, os heróis confiavam nela para buscar a solução. Fraquejar estava fora de questão.

— Aqui parece outro mundo. – Luka observou, interrompendo seus devaneios – Bem diferente da nossa Terra, e ainda mais da Terra-17. – a azulada concordou com a cabeça.

— Vocês já foram na Terra-17?

— Sim. – Max arregalou os olhos e sorriu largo.

— Eu quero todos os detalhes depois. Isso vai ser a descoberta do século! – a animação dele, fez Luka e Marinette rirem.

— Claro. Faremos isso. Mas primeiro, precisamos achar a Lady Noire.