Encantos & Desencontros escrita por Maitê Miasi


Capítulo 31
Capítulo 31




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RETA FINAL

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“Só você e eu sabemos a história
Porque você e eu a escrevemos
E não deixe que ninguém venha te dizer outra coisa...

Respire lentamente
Volte o tempo
Que de te amar
Não me arrependo
O que vivemos
Era tão sincero
O quanto te quis
O quanto te quero
O quanto te quero.”


Carlos Rivera – Que Lo Nuestro Se Quede Nuestro

 

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Maria lançou a verdade nua e crua sobre a filha, e em troca, recebeu da mesma, um olhar cético, cheio de indagações. Giovana encarou a mãe sem saber o que falar durante um tempo considerável, e Maria, por muitas vezes, quis rir, vendo-a daquela forma, boquiaberta. E então, por fim, ela se aprumou, e se preparou para o interrogatório.

— Mãe! — Ela disse, ainda muito surpresa. – Desde quando, e por quê?

— Desde sempre. Minha memória não nunca falhou. E o porquê, bom, não é difícil de imaginar, né. – Deu de ombros.

— Mãe, que loucura! E os médicos? Você enganou eles também? – Giovana se endireitou na cama, com um travesseiro no colo, querendo saber tudo sobre a história surreal que a mãe estava a lhe contar.

— Eles sabem, eu pedi, pedi não, implorei pra que eles me ajudassem. Foi difícil, mas no fim, eles concordaram com a condição de não que desse nenhum problema pra eles.

— Eu tô pasma. – A menina maneou a cabeça de um lado ao outro, ainda bastante incrédula. – Maria Fernandes fazendo uma coisa dessas? Nunca imaginei. – Riu. – E você pretende ficar assim pra sempre? Tadinho deles, mãe.

— Não, né Giovana, no momento certo vou dizer a verdade, quero saber se eles estão realmente arrependidos ou é só um pequeno peso na consciência. Não vou tolerar ser tratada como uma criminosa, só porque o ego deles foi afetado. E tadinhos nada! Eles não ficaram mal quando destilaram veneno em cima de mim, e ai de você se abrir o bico, vai sobrar pra você também! – Falou autoritária.

— Não, não, fica tranquila, eu sou um túmulo. – Giovana uniu o polegar e o indicador e passou sobre os lábios, indicando que sua boca estaria fechada para aquele assunto.

— Mas tem uma coisa que eu realmente não me lembro. – O semblante de Maria mudou, tornou-se preocupado.

— O quê?

— Como fui parar naquele hospital. Eu forcei minha mente, mas não veio nada. Como foi que aconteceu, Giovana?

— É melhor você continuar sem saber, pelo menos por enquanto, no momento certo, vai descobrir. Não se martirize com isso, o importante é que você tá aqui, tá bem, e se lembra de tudo! – Ela tocou a mão da mãe com zelo, e sorriu para a mesma. Maria retribuiu o doce sorriso.

— Mas fala baixo, Juliana pode ouvir! – Ordenou entre risos.

— É que ainda não caiu a ficha, eu tô muito feliz, mãe! – Sem esperar, Giovana se jogou nos braços da mãe para um abraço longo e caloroso.

— Eu também, meu amor. Você não sabe como foi difícil fingir esse tempo todo, não poder pedir um abraço dos meus filhos, é o que mais tô sentindo falta.

— Só do abraço dos filhos, ou também de alguém especial? – A menina se recompôs, com cara de criança travessa.

— Vamos falar do seu coração. Quero saber mais do meu futuro genro. – Maria fez questão de mudar o assunto, sabia onde a filha queria chegar.

— Ai mãe, ele é incrível, e tão lindo, você viu, né?...

Depois da absurda e formidável revelação de Maria, e das confissões de Giovana sobre seu novo amor, ambas ficaram por muito tempo entretidas numa conversa descontraída, e cheia de risos, matando um pouco a saudade que era notória. Indescritível era a sensação de estarem juntas de novo, compartilhando os sentimentos mais bonitos que existiam. Juliana apareceu um tempo depois, fazendo companhia às duas, obrigando-as a disfarçar, e moldar a face, para que a outra gêmea não notasse nada.

...

O clima da manhã seguinte estava tão mais leve do que os dias que o antecederam, nenhum dos empregados estavam com o semblante pesado de aflição, a noite pareceu passar no seu ritmo normal, e os pesadelos sumiram. Parecia que aquela nuvenzinha cinza, finalmente estava se distanciando aos pouco de cima de todos.

— Bom dia. – Miguel saudou as gêmeas, que estavam sozinhas tomando o café da manhã. – Cadê Maria? – Tossiu, coçando a garganta. – Digo, cadê nossa mãe? Não esperava que isso fosse tão difícil.

— Não seu porque parou de chamá-la assim. Parece que tem problema. – Giovana comentou, enquanto se deliciava com uma torrada.

— Ficamos até tarde com ela batendo papo, então preferimos deixar ela descansar. Senta, toma café com a gente. – Juliana o convidou.

— Miguel, minha mãe acordou. – Giovana encarou o irmão, um pouco mais séria.

— Eu sei disso, Giovana. E...

— É Giovana, aonde quer chegar? – Juliana também se mostrou curiosa.

— E que a nossa trégua acabou.

— E daí? – Miguel parecia não estar entendendo onde a irmã pretendia chegar.

— Você e Estêvão, ou devo dizer: você e seu papaizinho? – Disse num tom de chacota.

— Eu tinha esquecido completamente disso. Ele tentou se aproximar de mim nesse período, mas acabei desconversando. Não sei se consigo enxergá-lo como pai. Não sei se quero essa aproximação. – Concluiu.

— Não te julgo, sabia. – Juliana apoiou o irmão.

— Cala a boca, Juliana! – Ordenou, olhando a irmã irada. – Ele é seu pai, Miguel, você não pode ignorar isso.

— É fácil falar, né Giovana.

— Você nem ao menos tá tentando. Estêvão é super gente boa. Errou? Sim, mas quem não? Ele era só um adolescente estúpido quando tudo aconteceu, ele mudou. Você deveria ao menos considerar uma conversa.

Um silêncio se instalou entre eles. Durante alguns minutos, o único barulho ouvido, era dos talheres nos pratos. Não satisfeita, Giovana continuou:

— Pergunta pra Juliana se Henrique não tem só coisas boas pra falar dele. Se ele é tão bom pai pro sobrinho, imagina com você, que é filho mesmo.

— É verdade. Henrique às vezes chega a ser chato quando fala do Estêvão. – Juliana concordou com um revirar de olhos.

— Eu vou pensar nisso. Bom, eu já vou indo, porque meu dia vai ser cheio. – Miguel limpou a boca com um guardanapo, e em seguida, se levantou.

— Tá, tchau. – Giovana disse, descontente por não ter alcançado o que queria.

— Qualquer coisa, não hesitem em me ligar. – Miguel ia saindo, mas antes que cruzasse a porta, retornou para dizer uma últimas palavras: – Ah, Giovana, detesto esse lado madura, preferia quando você era uma inconsequente. – Riu 

— Ai, ai, carrego o peso de ser a melhor pessoa dessa família. – Comentou, sentindo-se a pessoa mais importante do mundo.

— Vai sonhando. – Juliana rebateu.

...

As coisas também pareciam ter voltado ao normal nas empresas San Roman, agora, eles não tinham mais que se preocupar com Maria, então, buscaram focar somente no trabalho, ou pelo menos tentavam.

— Aqui está o relatório que você me pediu. – Estêvão foi logo dizendo, assim que entrou na sala do sócio.

— Obrigado, pode deixar aí na mesa. – Cláudio respondeu, sem olhá-lo.

— O que você pretende fazer? – Perguntou, fitando o sócio, que mantinha sua atenção na tela do computador.

— Não sei, podemos analisar os dados, e vemos se entramos em contato com esses compradores.

— Não tô falando de trabalho, tô falando de Maria.

— Não tô te entendendo. – Cláudio levantou a cabeça aos poucos, finalmente, o olhando.

— Sobre o divórcio. Você pretende dar continuidade à papelada, ou vai esperar ela recuperar a memória?

— Estêvão, você cogitou a ideia de que ela pode não mais se lembrar de nada?

— Isso quer dizer que você vai continuar lutando pelo casamento de vocês? – Deu um passo à frente.

— Estêvão, eu ainda tenho o mínimo de dignidade. Não tenho raiva dela, mas não esqueci que vocês dois me traíram debaixo do meu nariz – Ele fez uma pausa, digitou alguma coisa no computador, e logo voltou a ele. – Eu vou esperar, ver se a poeira abaixa um pouco, e então, vou conversar com ela. Não quero que ela se sinta obrigada a ficar comigo e nem o contrário.

— Obrigado.

— Não tô fazendo nada por você. – Deu uma risada sutil.

— Eu sei que não, mas te agradeço por ter cuidado dela e do meu filho. Eu vou sempre ser muito grato a você por isso.

— Repito: não fiz por você. Ainda não te enxergo com bons olhos, Estêvão.

O diálogo dos senhores acabou arrecadando dois pares de olhos curiosos. Do lado de fora da sala, Giovana e Lucas observava os dois conversando, e a expressão de ambos era espando misturado com admiração.

— Acontecimento histórico: meu pai e Estêvão no mesmo cômodo, como pessoas civilizadas, e não estão se matando. Isso não acontece há muito tempo. – Comentou com o acompanhante, enquanto caminhavam em direção ao elevador.

— Surreal essa história que você contou. Seu irmão é fruto de um envolvimento da sua mãe com Estêvão, inacreditável. E mais inacreditável ainda, é você ter sido apaixonada por ele. – O moço ria enquanto falava.

— Eu era uma pouco irracional nessa época. – Riu também.

— Cara, você e sua mãe seriam rivais? Sério, Giovana?

— Ai, ai, agora só vai falar nisso. É passado Lucas, esquece. – Ela deu um empurrãozinho no amigo, que ria mais a cada segundo que passava.

— Impossível, eu nunca vou esquecer, e mais, vou sempre rir quando me lembrar.

— Oh Deus, eu mereço.

Os dois pararam frente ao elevador, e enquanto esperavam o mesmo, ficaram calados, mas Lucas ainda dava uma risadinha ou outra, quebrando o silêncio.

— Escuta – Giovana tornou a falar quando entraram no elevador – você acha que amigos podem se apaixonar? – Ela o olhou um pouco mais séria, como se tivesse tomando coragem para lhe dizer algo. – Tipo, se um se apaixona pelo outro, pode dar certo, ou talvez não? Talvez acabem com a relação boa de amizade que tinham?

— Eu tenho um amigo que se apaixonou pela melhor amiga.

— É? E aí, eles estão juntos? Deu certo? Como foi? – Foi notório o interesse da menina pelo assunto.

— Ela era bem marrenta quando eles se conheceram, adorava tirar uma com a cara dele, mas ele se apaixonou por ela à primeira vista, e decidiu que conquistaria ela. Aí, a marrenta tava passando por um momento complicado com família, e como era muito marrenta, não gostava que a vissem como a frágil, e então, ele se aproximou dela, e eles se tornaram melhores amigos.

— E aí?

— Bom, ele meio que se tornou o ponto de escape dela. Ela não queria que a família a visse chorando, então era com ele que ela chorava, e ele ficou ainda mais apaixonado, porque via um lado dela que poucos viam.

— E ele se declarou? O que ela disse? – As perguntas de Giovana estavam ficando cada vez mais intensas.

— Ele sentiu que a marrenta também gostava dele, mas ainda assim, ficou com receio de dizer a ela seus sentimentos, mas ele sabia que ela amava quando ele a abraçava dizendo que ia ficar tudo bem, quando mandava mensagem de bom dia quando acordava.

— E deixa eu adivinhar: eles trabalhavam juntos, ela era filha de um dos chefes, e ela tava morrendo de preocupação, porque a mãe estava internada num hospital, em coma. – Como num estalo, ela se deu conta de que ela era a tal marrenta.

— Acertou em cheio! – Exclamou. – Isso mesmo! Ele dizia que era um cara de sorte por se apaixonar pela menina mais linda que seus olhos já enxergaram. – Lucas ignorou o fato de estarem no trabalho, e a olhou com todo amor que podia demonstrar.

— Eu acho que sei o que ela pensava: ela achava o carinha dela simplesmente incrível, e não via o futuro dela sem ele. – Giovana dizia, enquanto seu coração cavalgava dentro do peito.

— É?

— Uhum. E sabe o que ela tá esperando?

— O quê?

— Um pedido, só pra ter o prazer de dizer sim.

— Ah é? Então vamos lá: – num movimento só, Lucas se ajoelhou, segurando a mão de sua amada – Giovana Fernandes, quer ser minha namorada, e trazer mais cor aos meus dias escuros?

Giovana quase saltou quando ouviu aquela frase. Era o que mais queria, ouvir aquele pedido, daquele homem. Os olhinhos da menina pareciam uma árvore de natal, de tanto que brilhavam.

— Eu seria estúpida se não aceitasse. Eu te amo, Lucas. Te amo demais!

Ainda dentro do elevador, ela puxou o, agora seu namorado, e e selaram aquela união com um beijo apaixonado e demorado.

...

A calmaria não era aliada de Maria há muito tempo. Maria sempre gostou mais do tumulto do que do sossego. Ela amava a correria do seu dia a dia, de trabalhar sob pressão, e agora estava ali, obrigada a ficar em casa, quieta, em silêncio. Mas dessa vez, o silêncio não a incomodava, ele até estava sendo um ótimo companheiro, e mesmo ansiosa por voltar à sua rotina, Maria sabia apreciar aquele momento a sós consigo mesma.

— Senhora, chegaram essas flores, e são pra senhora. – Uma empregada surgiu do nada, trazendo consigo um buquê de flores.

— Hum, pra mim? – Franziu a testa. – De quem será? Obrigada, pode ir.

Maria inalou o cheiro daquelas belas tulipas vermelhas, e o cheiro era tão convidativo quanto a imagem, e foi então que um sorriso se desenhou em seus lábios. O sorriso pareceu ter aumentado quando ela pegou o bilhete e viu quem era o remetente. Maria era a clara imagem de uma mulher apaixonada.

O bilhete dizia: Essas belas flores que me perdoem, mas a beleza que elas têm jamais poderá se comparar a da mulher que as recebeu.

— Gostou? – Assim que Maria terminou sua leitura, se deparou com a imagem de Estêvão a sua frente.

— Estêvão? O que você tá fazendo aqui?

— Quis certificar que ia gostar, e pelo jeito que sorriu, acho que a resposta é sim. – Ele sorriu com um ar de conquistador. – Sabia que essas são suas flores preferidas?

— Você tá me vigiando? – Maria sorriu de volta, como se tivessem num jogo de sedução.

— Não, não, eu ia passar aqui de qualquer forma pra ver você, e pensei “por que não levar umas flores?”

— Eu tô ficando sem graça. – A pele do seu rosto se tornou enrubereceu.

— Você tá sozinha? – Perguntou olhando ao redor, vendo que não tinha ninguém.

— Bom, essa casa tem empregados em cada metro quadrado, então, não. Você não tinha que tá no trabalho?

— Qual a graça de ser o dono se não posso sair quando quero?

— É verdade, então senta aí. Quer beber alguma coisa?

— Não, eu não posso demorar. Você parece muito bem. – Ele se acomodou ao seu lado, muito próximo, na verdade.

— Acho que estar em casa me fez melhorar uns 90%.

— Conseguiu se lembrar de alguma coisa?

— Não, e é horrível não saber nada sobre mim, nem mesmo que essas são minhas flores preferidas.

— Eu posso te dar uma ajudinha, se você quiser.

— Como assim? – Semicerrou os olhos, tentando entender suas palavras.

— Bom, você nunca se atentou à grandes coisas – começou, com uma voz bem maleável – sempre preferiu os pequenos detalhes.

— Por exemplo...

— Você adora que reparem no seu cabelo, você gosta que decifrem seu sorriso, e às vezes é complicado, porque você tem um sorriso diferente pra cada ocasião, mas até que eu tava me saindo bem. – A voz de Estêvão diminua gradativamente, enquanto ele embarcava naquele assunto em que era perito.

— É sério?

— Sim.

— E o quê mais? – Maria se mostrava cada vez mais interessada em saber como aquele homem a enxergava.

— Você gosta de mensagens inesperadas, gosta de ouvir o quanto é importante.

— Ah, mas isso todo mundo gosta de ouvir. – Deu de ombros.

— Bom, mas você gosta mesmo de ouvir isso bem no pé do seu ouvido. Assim, ó: – bastou um simples movimento para que Estêvão colasse sua boca na orelha de Maria, deixando a pela da mesma arrepiada – você é única, uma mãe exemplar, uma mulher extraordinária, linda, com um sorriso encantador e um brilho lindo no olhar, o menso brilho de quando eu te conheci.

— Isso é jogo baixo, sabia?

Os dois fixaram seus olhos um no outro daquele jeito que sabiam o que ia acontecer depois. Estêvão não perdeu mais tempo: levou uma mão atrás do pescoço de Maria, e com a outra, a envolveu pela cintura, e a tomou em um beijo cálido. Maria não resistiu, pelo contrário, sucumbiu ao desejo de estar nos braços daquele homem, era o que queria há muito tempo.

Eles já não tentavam fugir do destino, e resolveram se entregar ao que sentiam, sem se envergonhar do que sentiam, sem sentir o peso da culpa, ou medo do que poderia vir depois. Eram apenas duas almas que se amavam, declarando o amor através de um lindo beijo.

— Você beija muito bem, sabia? – Maria disse, tomando ar.

— Digamos que você gosta muito dos meus beijos. – Ele lhe sorriu pícaro. – Eu preciso ir, queria ficar mais, mas o dever me chama. – Num gesto cheio de carinho, ele colocou uma mecha do seu cabelo atrás da orelha.

— Tudo bem, eu te entendo. Te acompanho até a porta.

Os dois levantaram juntos, indo em direção à porta.

— Foi bom te ver, prometo te mandar mensagens, como você gosta. – Disse assim que papéis próximo à saída.

— Não precisa se sentir obrigado a isso.

— Quem disse que é obrigação? Seu sorriso é meu combustível.

— Você é um conquistador barato.

— Até mais.

Estêvão deixou um beijo no canto do sorriso de Maria, e foi caminhando lentamente até o carro. Maria o observou até que o automóvel sumisse da sua vista.

Enquanto voltava à sala, Maria sorria feito uma adolescente que estava vivendo seu primeiro amor. Ela tentava, mas não conseguia parar, era mais forte que ela, até que, num determinado momento, parou de tentar, e mesmo se sentindo boba, ficou ali, rindo atoa, afinal, estava muito feliz.

Porém, ao chegar ao pé da escada, algo acontecera. Maria olhou para o topo, e seu corpo entrou em estado de choque. As lembranças rodearam toda parte do seu ser, e ela ficou perturbada com o que estava acabando de descobrir. Uma onda de tremores e choro vieram sem avisar, chamando a atenção dos empregados que estavam por ali.

— Senhora, o que houve? – Lourdes foi a primeira a intervir.

— Chama a Giovana!

— Senhora, senta, eu vou trazer um copo de água.

— Eu não quero água, eu quero minha filha agora!

No mesmo instante, um outro empregado entrou em contato com a filha, que se prontificou a voltar para casa. Giovana não demorou a chegar, e quando chegou, encontrou a mãe em pânico, sentado num degrau da escada, com alguns empregados em volta.

— Mãe, o que foi? Você tá se sentindo mal? – Ela abaixou, ficando na altura da mãe.

— Eu sei o que houve aquele dia. – Disse, com o rosto molhado de lágrimas.

— Mãe, por favor, já disse pra não se preocupar com isso.

— Eu me lembro de tudo, foi ela, Fabíola tentou me matar. – Encarou Giovana com o olhar perturbado.

— Mãe...

— Onde ela está? Eu quero vê-la agora. – Viciferou.

— Ela foi presa pouco tempo depois do seu acidente.

— Então me leve até ela, eu preciso olhar no olho da mulher que tentou me matar.

 


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