Por você, eu vou... escrita por Giuliana


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Oieeee
Sim, dois capítulos num dia só viu que chique?
Espero muito que vocês gostem!!



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‘’Será que existe alguém mais abusado que Bernardo Becker?’’

 

Acordei com um feixe de luz que passava pela cortina e acertava meu rosto, fiquei me revirando na cama até finalmente criar coragem para levantar, olhei no relógio e eram 10h da manhã, nem me dei o trabalho de trocar de roupa e fui com meu pijama mesmo tomar meu café da manhã. Quando pisei na sala me arrependi no mesmo instante.

—Bom dia. - vi um sorriso se formar no rosto de Bernardo

—O que você esta fazendo na minha casa? Saia já daqui! - Cruzei os braços na tentativa de esconder alguma coisa

—Calma, meu pai está ali na cozinha conversando com o seu, parece que vão virar sócios. - O deboche dele era quase palpável.

—O que? - Será que tinha como eu gritar mais alto? - Vou ter que aturar sua cara dentro e fora da escola? - Ele balançou a cabeça com tanto gosto que por pouco eu não estrangulei ele. 

O meu –pequeno- grito chamou mais atenção do que eu imaginava, por que uns cinco segundos depois meu pai entra na sala com seu novo sócio.

—Tudo bem filha? - NÃO, COMO OUSA TER O PAI DO BERNARDO LINDO BECKER COMO SÓCIO POR ACASO O SENHOR QUER ACABAR COM A PAZ QUE HABITA EM MIM E MINHA SANIDADE MENTAL?

—Sim pai- Acho que o pai do Bernardo viu minha cara de desespero e achou- por alguma razão que eu não entendi até agora- que deveria falar alguma coisa.

—Olá, tudo bom? Me chamo Paulo. - Ele estendeu a mão e eu cumprimentei tentando fingir o mínimo de classe.

—Tudo bem, eu só não sabia que tínhamos visita. - Encarei os dois Becker com o olhar mais ameaçador que pude –Com licença. – Queria chegar o mais rápido possível no meu quarto, mas não antes de dar uma trombada na minha mãe que quase me derrubou no chão.

—O que é isso, menina? - delicada como sempre

— Se eu fosse você trocava o pijama. - Quase vi o ponto de interrogação em cima da cabeça dela – temos visita. - Conclui indo em direção ao meu quarto. Minha mãe foi espiar e entendeu o que eu estava falando e foi para o quarto também.

         AI CARA, QUE MERDA!

Claro que eu sabia que meu pai tinha que achar um sócio, sabe o quanto é difícil montar um escritório de advocacia em uma cidade nova? Ainda mais sozinho, mas por que justo o Becker? Deve ter milhões de advogados em Florianópolis, deve ser o destino tirando uma com a minha cara.

Abri meu guarda-roupa com tanta violência que parecia que eu ia entrar no fight com ele, fiquei um tempo ali pensando e escolhi por um short jeans e uma regata branca solta, pus meu chinelo e fui ver se nossos convidados já tinham ido – tomara que sim pelo amor de Jesus.

Se tinha uma hora pior para eu aparecer, desconheço, cheguei bem a tempo de presenciar o convite que meu pai fez aos Beckers para almoçarem aqui em casa. Torci com todas as forças para o destino evitar aquele trágico fim mas acho que o destino ta meio puto comigo ou sei la, por que eles aceitaram o convite. Decidi que não ia deixar aquilo me afetar, fui para a sala e liguei a TV.

Meu pai tinha ido buscar meus irmãos na natação junto com seu sócio e minha mãe estava na cozinha preparando o almoço, ou seja, estava apenas eu e Bernardo na sala. Quando eu achei que o clima do ambiente não podia ficar mais esquisito, percebi que o desgraçado estava aproximando a mão da minha coxa –ah mas credo-

—Se você não quiser que eu arranque ela com os dentes, trate de recolher sua mão. – A gargalhada dele chegou a me dar um susto, pelo menos tinha tirado a patinha de perto de mim.

—Como consegue ser tão linda mesmo grossa desse jeito? -  Aquilo foi um elogio?

— É um dom.- Ironia? Você por aqui?

—Acho que poderíamos fazer algo mais tarde, topa? - Isso era um convite para sair ou eu tava alucinando de novo?

—Não, obrigada, já tenho planos. - Como se eu fosse aceitar sair com ele né, qualé

—Ah, qual é? E você acha que eu acredito nisso? Você chegou na cidade não faz muito tempo, suas amigas moram longe, com quem você iria sair? - Será que existe alguém mais abusado que Bernardo Becker?

—Não é da sua conta. - Ele não precisava saber que era com ninguém

—Vai ver não é ninguém. - Como é que é?

—E se não for? Não é da sua conta, já falei! Não é não! Deu! -Aumentei meu tom de voz num nível que ficava alto pra ele mas não tão alto para minha mãe escutar da cozinha, sou um gênio mesmo.

—Não precisa gritar! -Acredita que ele teve a coragem de tapar minha boca com a mão? -Eu hein, como cabe tanto ódio numa pessoa tão pequena? - Ei, eu não era tão pequena assim.

—Você ainda não viu nada. - Voltei minha atenção para a TV

—Então eu estava certo. -  Esse menino ainda ta falando? - Você não vai sair com ninguém, está mentindo. Agora me dê um bom motivo para não sair comigo? -

—Você é escroto, serve? - Dei o sorriso mais falso que consegui –E eu tenho planos sim.

—Mentirosa. - Aquele sorrisinho dele me deixava boba e me tirava do sério ao mesmo tempo.

—Está duvidando? - Diz que não

—Sim- Ai droga!

Aquela afronta foi a gota d’água! Esse garoto me enchia a paciência que eu tinha e não tinha, e é claro que eu não ia sair por baixo. Peguei meu celular com a minha cara de vitória e liguei para Diego.

 -Alô?-
— Oi Di, te acordei?-
— Aislinn! Olha, na verdade sim, mas isso não importa, tudo bem?-
—Esta sim, eu te liguei para aceitar o convite que você tinha me feito ontem-
—Sério-
ele deu um grito que tive ate que tirar um pouco o celular de perto do ouvido
— Sim-
—Que legal, legal mesmo, não, ótimo, combinadíssimo, te busco as 20h, pode ser?-
 -Pode sim, beijos-
— Beijo-.

Olhei triunfante para Bernardo que revirou os olhos e não dirigiu mais a palavra a mim –gostoso é o sabor da vitória-.

O almoço foi tranquilo sem o Becker ficar me enchendo o saco. Deu tempo de ouvir os planos do meu pai e do Paulo e eu até que gostei do Senhor Becker, na primeira impressão achei ele um homem sério, mas na verdade era um palhaço, muito educado e engraçado –logicamente Bernardo deve ter puxado a mãe- tinha horas que eu precisava massagear minhas bochechas de tanto rir e foi numa dessas horas que vi Bernardo me encarando, confesso que fiquei meio assustada porque quase podia ver um plano dele pra me matar passando por aquela cabeça de vento, mas dei de ombros –ele não é tão inteligente assim. Acabei o almoço e pedi licença para me retirar. Bernardo me seguiu com os olhos e logo depois fez o mesmo que eu.

Dobrei o corredor para ir para meu quarto e senti um puxão no meu braço. CHUTEM QUEM ERA?!

—Você me dá licença, por favor? - O tom da minha impaciência estava claro e confesso que fiquei surpresa por não ouvir uma resposta debochada de imediato. Não, ao invés disso, ele me beijou.

Nos primeiros momentos eu estava tentando me soltar, lutando com todas as minhas forças para sair dali, mas de repente, senti algo estranho, era como se toda minha resistência tivesse me deixando, cada músculo estava cedendo contra minha vontade, eu tinha que lutar contra mim mesma para resistir. E com o último pingo de vontade que me sobrava eu empurrei-o pra longe de mim.                             


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