— Ness!

Jake sussurrou enquanto se aproximava de mim, Charlie me olhou com um olhar de insatisfação enquanto eu era puxada por Jake para os seus braços e entravamos em casa.

— Desculpe, não queria preocupar vocês.

— Onde você estava? Charlie perguntou.

—Fui a farmácia – Respondi – eu precisava de umas coisas.

—E essas coisas não podia esperar? Charlie esbravejou.

Eu o olhei por alguns segundos procurando uma resposta aceitável – Não, eu precisei de coisas...de mulher, aquelas coisas que não esperam!

Jake e Charlie trocaram olhares e compreendendo ao que me referia senti que o rosto de Charlie ficou vermelho – Certo, coisas de mulher! Ele murmurou – Mas da próxima vez me avise, fiquei muito preocupado.

— Tudo bem me desculpe!

Charlie concordou com a cabeça – Bom eu vou comer alguma coisa, troque de roupa pode pegar um resfriado – em seguida ele seguiu em direção a cozinha.

Eu respirei aliviada.

— Coisas de mulher? Jake perguntou cruzando os braços.

— Sim! Sorri tentando ser convincente.

Seus olhos se fixaram nos meus – Realmente não tem nada para me dizer.

Eu o abracei passando os braços pelos músculos de seus braços – E O que eu teria para dizer, a marca do meu absorvente?

—É que sinto que tem algo preocupando você! Ele falou colocando ambas as mãos em minha cintura e selou meus lábios demoradamente.

Eu tentei sorrir, mas me senti horrível por estar mentindo para ele – Estou preocupada com a audiência, com Bella, com medo de ficar longe de você!

— Isso não vai acontecer! Ele murmurou puxando minha cabeça contra o seu peito – Ainda podemos fugir – Em seguida ele me olhou e estiquei meu corpo ficando na ponta dos pés buscando por seus lábios, Jake carinhosamente me beijou, porém erámos interrompidos.

Charlie pigarreou.

— Eu preciso ir! Jake murmurou beijando minha testa.

— Tudo bem! Eu concordei o acompanhando até a porta, ouvi o som da TV, Charlie havia acabado de ligar, então aproveitei para ficar mais alguns segundos com Jake.

—Amanhã venho ver você! Ele falou selando meus lábios.

— Eu quero ir ver minha irmã, mas isso será meio difícil! Olhei para Charlie que estava se deitando no sofá olhando alguma coisa na TV.

—Vou pensar em alguma coisa! Jake respondeu dando uma piscadinha para mim.

Fiquei olhando para ele em silêncio, me perguntei como Jake reagiria se soubesse, como seria Jake sendo pai, eu dei um sorriso bobo e ele me olhou confuso interrompendo meus pensamentos.

— Sabe que pode confiar em mim não sabe? Ele perguntou olhando em meus olhos.

— Claro que sim! Eu respondi, era óbvio que Jake não havia acreditado na desculpa que eu havia dado a ele, definitivamente seria difícil enganá-lo por muito tempo – Nós vemos amanhã? Eu perguntei tentando mudar o rumo da conversa.

Ele sorriu com o canto dos lábios, se havia algo complicado era esconder algo de Jacob Black.

— Acho que tenho uma ideia! Ele respondeu me puxando novamente para os seus braços e depois se afastou beijando minha testa – Boa noite amor!

— Boa noite! Eu respondi me encostando na porta, Jake correu em direção a floresta e então desapareceu em meio a escuridão.

Eu tranquei a porta me encostando na mesma e fui para a sala, Charlie começava a roncar no sofá, eu ri baixinho e toquei seu ombro.

—Pai, melhor ir para a cama!

Charlie abriu os olhos sonolento e se levantou, indo em direção a escada, eu sorri pegando o controle remoto e desliguei a TV, ele parou no segundo degrau e me olhou.

— Que bom que voltou baixinha!

—É bom estar de volta chefe! Respondi.

— Não se afaste mais de mim!

— Pode deixar!

Ele bocejou e voltou a subir as escadas, eu respirei fundo e fui para a cozinha, agora eu compreendia toda a fome que estava sentindo na última semana.

Após comer um grande pedaço de bolo de chocolate feito por Sue eu arrumei a cozinha e voltei para o meu quarto, coloquei meu pijama e me deitei acariciando a barriga sem volume algum, eu dei um sorriso.

— Você vai ser o bebê mais amado do mundo! Sussurrei dando um bocejo – Hora do bebê dormir!

Fechei os olhos e adormeci.

Quando abri os olhos já havia amanhecido, me despreguicei na cama e sentei sonolenta na mesma, o cheiro bom vindo da cozinha despertou a minha fome, eu sai do quarto ainda de pijama e desci as escadas ouvindo a vozes que vinha da cozinha.

— Que bom que acordou menina! Charlie falou enquanto dividia a atenção entre seu café e o jornal – Temos visita.

Leah estava encostada próximo a pia, ajudava Sue com as louças, eu dei um sorriso largo e corri pulando sobre ela.

—Leaaaaaah! Eu gritei com um largo sorriso.

— Bom dia para você também! Ela respondeu dando um leve sorriso.

—Eu perdi alguma coisa? Charlie perguntou enquanto nos olhava desconfiado, Sue também nos olhava com um olhar de incompreensão.

— Eu...senti saudades da Leah! Respondi me afastando dela, na verdade eu estava constrangida pela forma que eu havia agido, mas estava tão feliz em vê-la que logo o sorriso dominou meu rosto.

— Hmm – Charlie murmurou – Se não namorasse Jacob eu começaria a desconfiar que vocês duas – Ele apontou para nós com o dedo indicador e pigarreou – Não que eu seja preconceituoso...

—Pai! Eu reclamei falando alto – Que horror!

Leah revirou os olhos – Nessie é minha melhor amiga!

—Charlie não fale bobagem – Sue o repreendeu – Deixe as crianças!

— Eu sentei ao lado dele na mesa – Além do mais deveria ficar feliz, você namora Sue, logo vão casar, então Leah e eu somos praticamente meia irmãs!

Charlie torceu os lábios – Faz sentindo.

Leah olhou para Charlie como se procurasse um momento certo de falar algo – Na verdade eu vim convidar a Nessie para passar o sábado e domingo na reserva, nós vamos fazer uma festa do pijama!

Charlie olhou para ela e depois para mim – Mal chegou de viagem já quer ficar fora de casa de novo?

— Pai, não vou muito longe, a reserva é logo alí!

— São adolescentes Charlie – Sue falava olhando para ele.

Charlie Bufou – tudo bem, mas não se atrase para a escola na segunda.

Eu dei um pulinho de felicidade – Pode deixar! Em seguida peguei um pedaço de bolo e corri para o meu quarto para mudar de roupa.

Não demorou muito para que eu descesse com minha mochila nas costas, Leah me esperava fora da casa mas estranhei não haver nenhum carro além da minha caminhonete e da viatura.

—Como vamos? Perguntei.

—Vem! Leah me puxou pela mão – Não é atoa que Sue esta distraindo Charlie na cozinha, vamos seguir a trilha é mais rápido.

Eu concordei com a cabeça, Leah se afastou sumindo em meio as arvores e segundos depois voltou em sua forma de loba, eu sorri indo ao encontro dela.

— Oi beta! Sussurrei e ela rosnou se abaixando.

Após eu subir sobre ela, Leah correu rapidamente, eu sorri sentindo o vento bater em meus cabelos enquanto minhas mãos seguravam firmes nos pelos de Leah, basicamente eu conhecia o caminho pelas trilhas ocultas da floresta, quando percebi que estávamos nos aproximado eu pedi para que ela parasse e assim ela fez.

—Estou enjoada! Reclamei descendo das costas da loba que me lançou um olhar curioso, meio que de imediato ela ia para meio dos arbustos e voltava em sua forma humana arrumando suas roupas.

—Você está bem?

— Eu estou! Respondi – foi só um enjoou, provavelmente o café não me fez bem, se importa se formos caminhando estamos próximos.

— Tem certeza de que é somente isso? Ela perguntou passando uma das mãos aos meus cabelos, por mais esquisita que a cena pudesse ser eu me senti bem com o gesto de carinho.

—Eu estou bem Leah! Respondi sorrindo para ela e me levantei em seguida.

Permanecemos em silencio enquanto seguíamos a trilha, mesmo não sendo pesada Leah insistiu para levar minha mochila e acabei aceitando, em alguns momentos ela me ajudava a passar por galhos evitando que eu caísse, parecia com Jacob em determinados momentos.

—Leah! Eu sussurrei enquanto seguíamos.

— Algum problema? Ela perguntou.

— Como estão as coisas? Você sabe, na casa dos Cullen, sei que não entra lá mas como tem a conexão de pensamentos com Jake creio que saiba.

— Aquela coisa pode nascer a qualquer momento – Ela respondeu – Jacob achou que você ficaria brava se ele te mante-se longe quando esse momento chegar e por isso tivemos a ideia e  fui te buscar.

— Obrigada! Eu respondi sorrindo.

— Não há de que! Ela também sorriu – Você sabe que desde o início sempre gostei de você, é como se fosse minha irmãzinha caçula.

Rimos juntas.

—É recíproco! Respondi.

—Sabe – Ela suspirou – Nunca me vi nessa situação, se me dissessem que eu me tornaria uma loba e que hoje estaria defendendo sanguessugas eu nunca acreditaria – Ela deu uma pausa – Na verdade eu não acredito ainda, eu...só estou aqui pela mesma razão que Jake.

— Por eu ser a impressão dele! Murmurei.

— Você sabe porque Sam acha que nós temos a impressão ? Ela perguntou de forma mais calma.

— Não é o lance da alma gêmea? Perguntei.

— Claro, mas também é para manter a linhagem – Para fazer um monte de lobisomens, manter a espécie, perpetuar genes. Nós temos a impressão com a pessoa que é mais bem capacitada a passar o gene de lobo.

Minha gravidez voltou a minha cabeça, talvez isso explicasse por que sempre que eu estava com Jake era difícil controlar nossos instintos.

— Não acho que seja somente isso –  Eu argumentei-  Essa é a teoria de Sam. A impressão acontece, mas nós não sabemos porque. Billy acha que tem algo a mais, eu sei como se sente por causa disso, por isso acredito em Billy que há um motivo maior.

— Eu sei, eu sei. Ele pensa que a gente tem a impressão para fazer lobos mais fortes, não é atoa que Jake e Sam são enormes, mas não sou uma candidata, eu tinha sonhos e agora eu só tenho vinte anos e estou na menopausa.

A conversa tinha tomado um rumo estranho, como se Leah soubesse do meu estado – Se você sair da sua forma de lobo e começar a envelhecer de novo, eu tenho certeza que as coisas vão... er... voltar ao normal.

— Eu poderia pensar nisso a não ser que alguém tenha uma impressão comigo, não haverá mais do meu impressionante pedigree.

— Você realmente quer ter uma impressão? A olhei – Se apaixonar também é uma forma linda de amar alguém a qual você escolhe seu parceiro.

— Sam, Jared, Paul, Quil e  Jake não parecem se importar.

— Desculpe! Murmurei.

— Tudo bem, eu entendo sua preocupação comigo, mas está tudo bem!

Nós ficamos em silêncio enquanto continuávamos a caminhar, distraída não percebi quando um dos meus pés prendeu em um galho me fazendo tropeçar – Cuidado! Leah gritou me segurando e evitando que eu caísse.

Eu ri baixinho – Eu sempre tenho que tropeçar.

—Será que pode prestar atenção onde pisa?

—Calma Leah! Eu falei a olhando sem compreender o porquê do aborrecimento.