Esme caminhou até mim abaixando-se e retirou a fita da minha boca em seguida retirou um celular do seu bolso, eu apenas a olhei em silêncio, talvez pelo efeito do que haviam usado para me apagar eu ainda me sentia totalmente perdida.

— Vamos ligar para o papai Wells, e começar a negociar! Ela repetiu com um sorriso nos lábios.

—Então tudo se resumo a isso para você? Dinheiro? Murmurei ainda tonta.

O olhar de Esme se voltou novamente para mim, lentamente ela voltou a se aproximar se ajoelhando a minha frente – Tudo poderia ter sido mais fácil, poderíamos estar em um cruzeiro você, Wells e eu, você não estaria grávida, seriamos uma família perfeita e feliz!

— Você esta louca!

— Você me tirou tudo! Ela falou desfazendo o sorriso de seus lábios – Se fez de filha magoada quando tudo que queria era todo o dinheiro para você!

—Está fora de si...

— Você é igualzinha a mim, é minha filha, eu estive acompanhando seus passos nos últimos dias, mas infelizmente você não saia daquela maldita reserva, eu sabia que a oportunidade perfeita ia chegar, Afonso é capaz de dar tudo que tem por você e esses pirralhos.

— Você não é minha mãe! Murmurei.

— Quando eu engravidei de você eu tinha sua idade, eu não tive esses cuidados, seu pai me deu as costas, já você, você tem tudo e ainda tirou minha última esperança...

—Eu não tirei nada de você! A interrompi em um tom mais alto de voz, em seguida fechei os olhos e respirei fundo, não era hora de perder o controle, precisava manter a calma por mais difícil que fosse a situação, pelos meus bebês.

Esme se afastou e finalmente realizava uma chamada de vídeo, em seguida sorriu arrumando os cabelos, aquela atitude me assustava após alguns segundos eu pude ouvir a voz de Afonso.

— Você por acaso esta maluca, Esme?

— Isso é jeito de falar comigo amor? Esme respondia.

— Coloca a minha filha quero ver ela!

— Nossa filha, e eu acho melhor acalmar seus ânimos querido!

—O que você quer?

— Primeiro que Charlie não envolva a polícia nisso!

—Eu não vou jogar seu joguinho sujo, Esme, cadê a Nessie? Charlie falava em um tom alto de voz.

— O que você quer? Afonso falou seguido de Charlie.

— Você vai receber uma mensagem com um valor e terá que entregar a uma pessoa em Port Angeles, em espécie, nada de polícia, não tentem segui-lo, assim que eu souber que ele está com o que pedir eu solto nossa filhinha!

— Eu só vou fazer isso se eu ver Renesmee! Afonso respondeu – Não se atreva a encostar nela e nem nos meus netos você entendeu, Esme?

— Ai quanto drama! Esme resmungou - Eu retorno em breve e poderão vê-la, eu sei muito bem o que está tentando fazer, beijinhos.

—Esmee...

Ela encerrou a chamada.

Seu olhar novamente se direcionou para mim então a porta se abriu, um dos homens que estavam na estrava entrava com uma sacola nas mãos entregando a ela – Aqui esta o que pediu, já entrou em contato?

 Sim! Ela respondeu pegando a sacola.

— Quantos segundos falou com eles? Você sabe que podem rastrear...

—Fique calmo, eles não tiveram tempo para isso e creio que eles não queiram correr riscos! Esme respondeu olhando para mim.

O homem a puxou para um canto pelo braço – Esme isso não é uma brincadeira, essa garota esta grávida apresse as coisas, se algo acontecer com ela adeus grana e ainda vamos ser condenados a morte por assassinar bebes indefesos.

— Será que pode manter a calma? Amanhã já teremos resolvido tudo.

O homem respirou fundo e olhou para mim se afastando de Esme e então saiu do quarto, Esme rolou os olhos deixando a sacola no chão – Para você! Em seguida saiu trancando a porta.

Me arrastei me sentando e encostando as costas na parede controlando minha imensa vontade de chorar, definitivamente eu era a garota mais azarada do mundo, desde o primeiro momento em que havia pisado em Forks as coisas haviam dado errado, sofri por um garoto, conheci vampiros, lobos, quase morri diversas vezes, descobri ser adotada e tinha uma mãe louca, o que mais poderia acontecer comigo?

Olhei para a sacola e para meus pés e mãos presos por uma fita escura, tentei soltar minhas mãos com os dentes, mas acabei desistindo, fechei os olhos tentando me manter calma novamente – Eles vão tirar você daqui Nessie, o Jake vai vir.

Não sei por quanto tempo fiquei ali sentada, mas movi o corpo voltando a deitar, mas o abrir da porta chamou minha atenção, Esme entrava novamente, olhou para a sacola e em seguida olhou para mim – Desculpe querida esqueci desse detalhe! Ela falou caminhando até a sacola e em seguida veio em minha direção, largou novamente a maldita sacola e tirou algo do bolso, cortando a fita das minhas mãos e pés.

— Não tente fazer gracinhas entendeu?

Concordei com a cabeça e então abri a sacola, eu precisava de água e havia algumas garrafinhas dentro, mesmo quente eu abri uma das garrafas e bebi, o mesmo homem aparecia na porta se encostando na mesma e Esme pegava novamente o celular.

— Está tudo pronto? Ela perguntou olhando para ele.

—Sim, pode negociar, quero acabar com isso hoje mesmo, quanto mais tempo ficarmos com ela mais eles terão de nos encontrar – O homem respondeu.

Esme voltou a se aproximar com o celular na mão virando a câmera em minha direção.

— Renesmee...

Afonso aparecia mas logo Jake tirava o celular de sua mão, meu coração apertou ao ver o desespero em seu rosto.

—Ness..

— Jake! Eu sussurrei sendo vencida pelas lagrimas.

—Vai ficar tudo bem, entendeu? Eu vou buscar você.

Concordei com a cabeça sem conseguir falar, Esme tirava a câmera da minha direção.

— Como podem ver ela esta bem, vão receber a mensagem com o local da entrega e não levem a polícia, se algo acontecer ao homem que esta a espera de vocês não vou me importar com o que os amigos dele podem fazer a ela.

— Você esta louca, ela é nossa filha! Afonso falou exaltado.

—Não encosta nela! Jake falou alto.

—Aguardem a mensagem, assim que eu receber o que quero a liberto.

Ela encerrava a chamada.

— Já podemos ir! Esme falou guardando o celular.

— A garota fica aqui, ela vai nos atrapalhar nesse estado, assim que ele entregar a grana e tivermos longe passamos o endereço.

Esme olhou para ele e concordou, em seguida voltou a se aproximar – Adeus filhinha, mamãe vai sentir saudade! Ela falou tocando em uma mecha do meu cabelo, virei o rosto tentando me afastar – Não vai se despedir da mamãe.

—Minha mãe se chama Reneé! Respondi.

— Garota idiota! Ela levantou e então saiu acompanhada do homem.

Levantei lentamente e fui até a porta, mas a mesma estava trancada, soquei a porta gritando por socorro, mas em vão, o silêncio dominou o lugar.

Eu sentei novamente no chão e abri a sacola, havia biscoitos além da água, estava com fome e pela escuridão já havia anoitecido, novamente me deitei sobre o colchão até ser vencida pelo sono.

—Ness...Ness...minha vida...

Pude ouvir a voz distante, e agora não estava mais frio.

— Ness...

—Ela está bem?

—Eu não sei, estava fria demais, a temperatura caiu a algumas horas!

—Não acha melhor levarmos ela para um hospital...

— Jake! Sussurrei abrindo os olhos lentamente e então o abracei desabando em lagrimas.

—Calma meu amor, está tudo bem agora! Jake sussurrou e eu o abracei forte enquanto ele caminhava comigo em seus braços.