Jardim da familia escrita por Agome chan


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Eu fiz essa oneshot para DESAFIO DE NOVEMBRO ?“ TEMAS DIVERSOS do grupo do facebook Esquadrão Fanfics.
O desafio dessa semana foi o VISUAL e usei a imagem 7 de base.
Essa a primeira fanfic do fandom de Mystic Messenger que faço, mesmo sendo doida por esse jogo a tanto tempo e doida pra fazer uma, ai vim estreia, o desafio deu ideia de uma one fraternal
Espero que gostem!



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Jardins por muito tempo foram seus lugares favoritos. Passear pelas flores, sentir seus cheiros, correr e sujar seus joelhos na terra e se limpar, não deixar pistas para mãe não notar que saiu com seu irmão Saeyoung escondido novamente. Ou com Rika. Naqueles jardins da igreja, da vizinhança, aqueles dos quais não eram o seu.

Sensação de liberdade, sentir que poderia finalmente respirar o cheiro pesado daquela residência fechada que vivia. Os jardins eram um ambiente bonito e acolhedor.

Pode admirar vendo uma senhora trabalhar com cuidado, a jardineira cantarola dando forma ao arbusto. Se perguntava se um dia entenderia como era ter uma expressão tão serena, ter aquele sentimento lhe parecia ser tão bom. De paz.

Na Mint Eye foi lhe permitido ter um, o seu espaço além do quarto em que fazia seu trabalho de hacker. Sua cabeça não doía ao redor de suas amigas plantas, como doía ao forçar tanto a vista hackeando. Ali podia relaxar no seu mundinho, era o máximo “de fora” que poderia ter. Não era forte o suficiente para sobreviver fora daquele estabelecimento, daquela organização, do culto de sua salvadora. Pelo menos é o que ela o fez acreditar por tão longos anos.

Tantas outras mentiras que acreditou durante anos…

Não era atoa que reabilitação foi mais que necessária e prosseguir nos tratamentos que se seguiram.

Era primavera, melhor época para o plantio das rosas azuis naquele jardim. Era seu, mas não somente. Era da família, da casa da família. Ele tinha uma.

Terapia familiar estava tendo progresso na relação dele com o irmão, Saeyoung, que estava extremamente animado em participar do hobby do Saeran. Era sempre uma alegria ser convidado a ajudar, mesmo ouvindo que já deveria ter se acostumado por fazerem isso por tantas vezes, era sempre uma comemoração, um passo a mais no companheirismo dos dois.

Tantos anos sem poder estar um com outro, tantos anos vivendo nas sombras, sem ter a oportunidade de se apegar a nada, de ter o que é seu, na esperança que ao fazer isso, ao se submeter aos trabalhos de uma agência que apagou sua existência, garantiria que Saeran estaria vivendo plenamente feliz e a salvo de tudo.

Tinha cometido um erro em confiar em pessoas tão desestabilizadas e destrutivas como sua mãe, de quem fugiu. Essa era a culpa e outros traumas que carregava, mas passou a trabalhar num tratamento.

Suas vidas não eram mais segredos para o mundo. O antigo ministro não tinha mais poder nenhum para lhes manter segregados da sociedade. Então podiam viver plenamente, seguir em frente na casa deles.

Saeran cavava o buraco para as mudas, estava usando as luvas e o macacão que gostava de vestir, podia ficar à vontade em se sujar com a terra. Saeyoung vinha contente carregando a caixa.

— Do que está rindo?

— Não é nada. Você fica fofo fazendo isso, Saeran. — e bagunçou o cabelo tingindo de branco do seu caçula que bufou, dando um pequeno sorriso e afastando sua mão.

— Não bagunce ainda mais meu penteado. — reclamou num tom calmo, secando o suor com o antebraço.

— Penteado de marshmallow boy?

Enrugou o cenho ao ouvir aquele apelido novamente do irmão brincalhão.

— Não é tão diferente do seu.

­— É, mas marshmallow vermelho é mais difícil de ver do que o tradicional branco.

Saeran ficou olhando para Saeyoung que se agachava ao seu lado, pensando aonde ele queria chegar com aquilo.

­— É sua forma de me convencer a parar de pintar meu cabelo.

— Eu tentei ser mais sutil.

— Você é péssimo nisso.

— Own, Saeran. — abraçou-o, sendo meloso. — Somos gêmeos, podemos ficar mais parecidos. Usar roupas combinando.

— Isso jamais. Não somos crianças, Saeyoung, pra usar roupa combinando.

— Mas somos gêmeos.

— E já adultos. Está na idade de usar roupas combinando com sua namorada.

Saeyoung fez bico.

— Mas já fazemos isso as vezes. Eu só não fiz com meu irmãozinho querido.

E o olhando assim só podia fazer o caçula de minutos suspirar. Saeran sabia que não demoraria a ser convencido.

— Eu vou pensar no seu caso.

Saeyoung já comemorava gesticulando animado.

Dizia a si mesmo que tinha que ter paciência com o espirito extrovertido do irmão, fazia até aquelas caretas demonstrando sua “irritação” quanto a isso. Mas na verdade era o que gostava e sentiu falta por todos aqueles anos.

Ficava até atento para saber quando ele estava mesmo feliz, ou só se fazendo para não lhe preocupar.

— Quer fazer isso mesmo? — perguntou e sua expressão séria pegou o ruivo de surpresa, parando gesticular energicamente, ajeitando seus óculos caros. — Digo…

— Se é só uma forma de eu me distrair? Não. É o que quero mesmo. — Coçava os cabelos atrás da cabeça, desconcertado. — Você está atento e cuidado de mim mesmo, Saeran.

­Concordou maneando a cabeça:

— É claro. Já falamos sobre isso, mas se for para repetir, eu repito: Não precisa carregar todo o peso sozinho. — Voltou o seu olhar para as mudas que plantava na terra. — Sempre ficou cuidado de mim. Não estamos mais nesse tipo de situação.

Aqueles momentos eram terapêuticos até. Ficava tão imerso assim, a vontade, que se sentia mais cômodo cada vez mais para falar o que se passava em sua cabeça.

— Eu sei.  —  Se reaproximou dele, vendo a forma como era delicado com as plantinhas. — Bem… agora eu sei mais que antes, mas ainda tenho que me acostumar vendo você querer cuidar de mim também.

Os olhos turquesas de Saeran repousaram em seu irmão, um lembrete do pesadelo que passou ficaria nas costas dos dois. Assim como a corrente do crucifico de Seven, e os óculos caros que adquiriu naquele emprego das sombras que teve por tanto tempo.

— O sentimento é reciproco.

— Talvez… eu só queira fazer “coisas de gêmeos” que a gente nunca pode fazer antes, nem quando erámos pequenos. — Riu Seven, constrangido até. — Eu não sei. Tirar fotos assim e… o natal! — Se animou espontaneamente. — Podíamos aproveitar o natal e usar o mesmo suéter!

O que só fez o irmão rir, cobrindo a boca, acabando por sujar o rosto da terra que tinha na luva. E os dois riram disso, enquanto Saeyoung lhe limpava.

— Suéteres combinando são tão feios…

— Oh, que audácia! Acha que eu escolheria modelo feio pra gente?

Arqueando a sobrancelha e se lembrando do irmão fantasiado com a cabeça de pônei que ganhou num parque de diversões que foram, moveu a cabeça em sinal de positivo, confirmando:

­— Sim, é óbvio.

— Pois saiba você que Saeyoung Choi é um homem de muito estilo. Eu posso te mostrar meus bebês de novo.

— Você deveria parar com essa mania de chamar seus carros assim.

— Esses — apontou para plantas do vasto jardim. — são seus bebês e os carros são meus. Fim de discussão, senhor marshmellow.

— Eu não as chamo assim. — enrugava a testa.

— Mas conversa com elas.

— É claro! São seres vivos! Se alimentam, crescem…

— Meus carros se alimentam também.

— Ah, por favor. — e ria tímido vendo o irmão cruzar os braços com um bico enorme que nem uma criança, se divertindo com ele.

Sun Hee saiu das portas do fundo da casa para o jardim trazendo a limonada que tinha feito. Ouvia os dois se divertindo a alguns metros, enquanto ela arrumava a mesa de madeira, se sentando e tomando o suco naquele dia ensolarado. Discretamente tirou uma foto daqueles dois.

Estava feliz que seu namorado, Saeyoung, estava vivendo realmente. E não apenas sobrevivendo de forma angustiada. Estava agora aproveitando a vida. E seu cunhado também.

Só quando eles acalmaram mais os ânimos que ela teve coragem de interromper, não queria estragar a diversão deles. Os chamou:

— Meninos, estão com sede?


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