The Divorce escrita por Amanda


Capítulo 1
Prólogo




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Seis anos após a guerra.

Aparatou num beco vazio e malcheiroso do centro de Londres, ajeitou o cachecol no pescoço depois de certificar-se de que estava sozinha ali. Colocou a alça da bolsa no ombro e começou a caminhar, o salto da bota batendo no chão indicava seu ritmo acelerado, a ponta do jornal que escapava para fora da bolsa o motivo de seu retorno.

A cidade não havia mudado quase nada desde que recebera a proposta de emprego na Holanda, as ruas continuavam as mesmas, assim como os cafés abarrotados de pessoas procurando um lugar para fugir do frio de fevereiro. Se encontraria em uma daquelas cafeterias com seu melhor amigo, fazia tanto tempo desde a última vez que o vira, não conseguia imaginar o quão diferente ele devia estar.

Ela própria estava diferente, os cabelos cortados na altura dos ombros e as feições mais amadurecidas, o corpo de uma mulher adulta. Sentia-se completamente diferente naquela cidade em que crescera, sentia-se quase como uma intrusa.

Estava tão ansiosa por partir de Amsterdã que acabou pegando uma chave de portal para uma cidade nos arredores de Londres, de lá desaparatou para o beco. Ainda assim, estava terrivelmente adiantada, teria de esperar por quase uma hora e meia, culpava seu nervosismo desenfreado e ansiedade.

Dentro da cafeteria, sentou-se próximo à janela e afundou na poltrona acolchoada, na mesinha à frente seu café fumegava. Olhou para o relógio uma ou duas vezes, e desistiu de consulta-lo, uma vez que os ponteiros demorariam a marcar a hora desejada.

Ainda naquela manhã, logo depois de terminar de ler o jornal, escrevera e enviara um bilhete para Harry. No pedacinho de pergaminho pedira para que ele a encontrasse numa cafeteria no centro de Londres às 16h. Mandara o bilhete através de um feitiço que aprendera nos cursos que fizera em Amsterdã: o pergaminho em chamas desaparecia em cinzas, mas aparecia intacto para o destinatário. Era o meio mais rápido de mandar bilhetes para longe.

E agora, aguardava.

Depois de uma hora sentada, parou de olhar para a porta toda vez que alguém entrava. Sequer sabia se Harry apareceria, imaginava o quão difícil estava sendo para o amigo, mas acreditava que era o momento certo para voltar, ele precisaria de algum apoio, seria o dele.

Terminara de beber sua segunda xícara de café, e agora, analisava a figura da borra que se formara no fundo quando a porta da frente se abriu e por ela passou um homem alto, vestido de preto que olhava curioso ao redor. Procurava por algo até que seus olhos verdes pousaram em Hermione distraída mais ao canto.

— Quase não acreditei quando recebi seu bilhete! — Disse, chamando sua atenção. — Como vai, Hermione?

Um sorriso estampou seu rosto e não conteve o impulso de jogar-se no abraço do amigo, fazia tanto tempo...

— Entediada. — Disse afastando-se. — Pensei que não fosse aparecer!

— Não podia ter escolhido dia pior para voltar. — Sentou-se de frente para Hermione e observou-a por alguns segundos, estava diferente do que se recordava.

— É por isso? — Tirou de dentro da bolsa o jornal enrolado, na capa o furo de reportagem que a fizera viajar alguns países para questionar o amigo. — Você e Gina estão se divorciando?

Surpreso pela notícia ter chego em Amsterdã em tão pouco tempo, olhou para a manchete com seu nome em letras grandes e sua foto ao lado de Gina em um daqueles tediosos eventos de Natal que o Ministério organizava. Empurrou o papel de volta para Hermione e cruzou os braços sobre o peito.

— A sessão devia ter sido sigilosa, mas acordei com minha cara estampando o Profeta Diário e outra meia dúzia de revistas. — Não olhava para Hermione, fixara seu olhar na rua movimentada. — A primeira reunião com os advogados foi há dois dias, quando fizemos o pedido formalmente.

— Harry, sinto muito.

— Não sinta! — Pediu depois de rir com escárnio. — Estávamos nos encaminhando para isso há algum tempo, chegamos a um ponto onde o casamento não significava absolutamente nada.

Dessa vez Hermione decidiu apenas escutá-lo, não tinha nenhuma conclusão sobre o todo, não estava preparada para dar qualquer tipo de consolo ou conselho. Apesar de querer, não sentia-se apta, ao menos não quando passara tanto tempo longe.

— Vai ficar até quando? — A pergunta pegou-a de surpresa, não sabia se pelo despreparo para dar uma resposta ou pelo tom suave que Harry usara, como se o divórcio nunca tivesse entrado em pauta.

— Ainda não pensei sobre isso. — Confessou, escorando os cotovelos na mesa e abrindo um sorriso leve. — Pedi um mês de férias e se for necessário, posso enviar meus relatórios via coruja, não terei problemas quanto a isso.

— Bem, pode ficar comigo! — Ofereceu. — Voltei para o Largo Grimmauld até que as coisas se resolvam.

— Acho que serei um estorvo para você, prefiro ficar no Caldeirão Furado. — Disse prontamente.

— Por que voltou? — Inclinou-se sobre a mesinha, fazendo a xícara tilintar contra o pires, encarava-a com curiosidade.

Hermione notou que Harry parecia deslocado na decoração, muito grande para a pequena mesa onde se apoiava, parecia mais alto do que se lembrava e por um breve momento, sentiu-se pequena.

— Voltei por você, pensei que poderia estar precisando de uma amiga. — Explicou depois de revirar os olhos, como se fosse uma coisa óbvia o porquê de ter largado tudo na Holanda e ter corrido para Londres.

— Preciso de você no Largo, junto comigo. — Abriu um sorriso presunçoso e deu o assunto por finalizado. — Onde estão suas malas?

De dentro da bolsa tirou uma bolsinha bem menor, de tecido floreado em tons de púrpura já gastos por conta do tempo, Harry reconheceu o objeto encantado.

— Vamos? — Do lado de fora ofereceu seu braço para que Hermione o segurasse.

No primeiro beco vazio e afastado, aparataram.


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Notas finais do capítulo

Depois de muitos meses (talvez um ano ou dois) sem postar nada, cá estou eu para finalizar essa história que comecei e deixar salva e esquecida no computador.

Espero que gostem!
Nos lemos...



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