Coração Pirata escrita por Catelyn Hudson


Capítulo 1
Na escuridão, o teu olhar me iluminava




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Fazia 2 anos desde que Ladybug e Chat Noir lutaram contra o 1º akuma e desde que Adrien e Marinette se conheceram. Conforme os ataque de Hawkmoth ficavam mais e mais frequentes, eles começaram a patrulhar a cidade toda noite, algo que se provou bastante útil, porém extremamente cansativo.

Apesar de se esforçarem ao máximo para disfarçar, tanto Marinette quanto Adrien iam à escola exaustos por ter passado a noite patrulhando. Não raro caíam no sono nas aulas ou na biblioteca, a única coisa que impedia seu rendimento de cair era a ajuda dos amigos. Também ajudou que ambos conseguiram ser diagnosticados com insônia, fazendo com que os professores pegassem mais leve com eles.

O crush de Marinette no Adrien nunca foi embora, nem as piadas de Alya sobre isso.

— Se não te conhecesse, garota, eu diria que vocês e o Adrien não dormem porque passam a noite se agarrando.

— Quem dera – replicou com sinceridade, apenas para ouvir o acréscimo da amiga:

— Maaas sei que você infartaria antes mesmo de beijá-lo, então não é o caso.

Marinette bufava sempre a aspirante a repórter lhe dizia isso.

Contudo, com o passar do tempo, ela se percebeu interessada num certo gatinho preto (bem, num garoto vestido de gato preto, mas você entendeu). Conforme as piadas ruins e o flerte diminuíram, ela pôde realmente conhecer seu parceiro, e passou a achá-lo quase tão encantador quanto seu amigo modelo.

Quase. Ela amava Adrien há tempo demais para que seus sentimentos por Chat Noir se equivalessem.

Falando do Adrien… Descobriu que ser só sua amiga não era tão ruim quanto pensava. Após seu plano em levá-lo a um passeio romântico falhar, Alix – é, ela se surpreendeu também – tomou para si a missão de “dar um jeito” para Marinette deixar de ser esquisita na frente do crush.

… Funcionou. É só o que se precisa saber.

Problema: ela se apaixonou ainda mais por ele conforme o conheceu melhor. Aprendeu que era um grande nerd e otaku, e teve uma visão mais clara do quão difícil era sua vida em casa. Ele adorava doces (algo que fez o dia dela quando descobriu) e, aparentemente, queijo Camembert (achou melhor não questionar essa parte).

Também soube, mais recentemente, do crush nele em Ladybug. Tal descoberta a deixou alegre e confusa simultaneamente.

— Tikki, não entendo – ela disse na mesma noite. – Você sempre diz que Ladybug e Marinette são a mesma pessoa. Se ele passa tanto tempo comigo, como ele se apaixonou pela Ladybug?

— Não sei, Marinette… o que ele gosta na Ladybug?

— Não sei bem… acho que coragem, determinação, disposição a ajudar os outros… – corou ao listar os adjetivos que Adrien usou para descrever seu alter ego. – Não faz sentido para mim, Tikki. Quando sou Ladybug, eu me sinto mais… profissional, sabe? Tipo, faço meu trabalho de salvar a cidade dos akumas. Não há como ele notar minha personalidade o suficiente para ficar a fim de mim…

— E se ele for o Chat Noir? Ele te conhece bem o bastante!

Ela não soube responder à pergunta de imediato. Há 2 anos, ela teria descartado a ideia de imediato. Agora ela não lhe parecia mais impossível… só improvável.

— Seria ótimo, Tikki, mas quantos loiros de olhos verdes existem em Paris? Quais as chances de que logo Adrien seja o Chat Noir? E se fosse o Adrien, eu não deveria ter deduzido a essa altura?

A kwami balançou a cabecinha.

— Lembra do encantamento que te falei, o que previne que Alya perceba que a melhor amiga é a super-heroína que ela segue diariamente? – Assentiu. – Você e Chat não são imunes a ele. Se Adrien for Chat, você é tão incapaz de perceber quanto o resto das pessoas, a menos que ele te diga ou você o flagre.

Ela suspirou.

— Entendi. Bem, só me resta torcer para que Adrien um dia veja que sou uma opção melhor que Ladybug. Não é como se eu pudesse namorar no meu uniforme, sabe?

—x-

Adrien já estava vendo isso.

Quanto mais tempo ele passava com Marinette, ele viu a garota por trás do nervosismo e da gagueira, e se apaixonou por ela.

Havia 2 problemas, contudo. Primeiro, por mais que quisesse, não conseguia superar Ladybug. Ela foi seu 1º amor, e, conforme a conhecia melhor em suas patrulhas (3x por semana), era difícil não se apaixonar ainda mais por ela. Segundo, ele tinha certeza de que Marinette não o correspondia – nenhuma delas, aliás.

— Adrien, ela gosta se você— Plagg insistiu um dia.

— Não, ela não gosta. Marinette pode ter qualquer garoto na escola, por que me escolheria?

— Você pode ter qualquer garota na escola também, sabia?

— Porque sou um modelo, Plagg. Marinette conquista os corações de mil caras, eu incluso, pelo jeito dela. Tenho certeza de que, se alguém fosse me conhecer melhor, desistiria rapidinho.

Plagg suspirou.

— Olha, garoto, sei que sua autoestima é um cocô, mas você realmente não deveria se por tão para baixo. Você é uma ótima pessoa. Pergunte a seus amigos, que, devo te lembrar, consistem na sua sala todinha. Pergunte a Marinette.

— Não é isso. É que todas essas fãs têm uma ideia de mim que… bem, não sou eu. As pessoas têm expectativas, e não preciso de baixa autoestima para saber que não me encaixo.

— E mesmo assim você não perdeu nenhum amigo nesses dois anos.

— É, mas um crush em mim? Nem Chloe tem mais.

— Chloe não conta, ela é lésbica. Nunca nem teve um crush de verdade em você.

Adrien não respondeu. Plagg tinha razão; Chloe saíra do armário há 2 meses. Às vezes, ficava surpreso com o quanto seu kwami sabia do seu mundinho, mesmo que ele quase sempre só falasse de queijo – como conseguira falar de Marinette com ele por tanto tempo era-lhe um mistério.

— Você sempre pode se voltar para Ladybug de novo, se está tão inseguro – Plagg sugeriu, trazendo-o de volta à realidade. – Ela não sabe que você é um modelo, então não há essas expectativas aí.

— Eu sei – disse, suspirando. – Mas você acha que a gente conseguiria namorar de verdade sem nos revelar? Você sabe que ela acha perigo. Até concordou uma vez.

Plagg deu de ombros. Não tinha resposta para aquilo.

—x-

Adrien não precisou se preocupar com identidades por muito tempo após aquele dia. Uma semana depois, o akuma que jogava facas o feriu segundos depois que usou seu Cataclismo. Ladybug o derrotou o mais rápido possível, mas Chat tinha menos de um minuto para destransformar quando ela purificou o akuma – e seus ferimentos lhe impediam de se mexer.

Sem pensar duas vezes, Marinette pegou seu parceiro e deixou a cena antes mesmo de conjurar Miraculous Ladybug. Encontrou um beco vazio bem na hora que a transformação dele se desfez. Tentou se virar, mas era tarde demais: Adrien Agreste estava à beira do desmaio em seus braços.

Ela conjurou Miraculous Ladybug em voz baixa e esperou a mágica o envolver, curando seus ferimentos. Ele abriu os olhos logo depois.

— My lady? O que houve…?

Ah, droga. Ele não percebeu que estava como Adrien.

— Couteau d'Argent te esfaqueou na barriga e… uma das suas p-pernas. Seu miraculous começou a a-apitar, você só tinha al-alguns segundos então… então eu te trouxe aqui antes de conjurar Miraculous Ladybug e… evocêdeveriaverporsipróprio.

Adrien piscou e se apoiou em seu braço para se levantar.

— O que disse, Bugab… – ao olhar para suas mãos, seus olhos se arregalaram, percebendo que estava sem luvas. Ela não se conteve:

— Mil, mil desculpas! Não foi minha intenção, mas foi tudo rápido demais para eu me virar e era melhor que arriscar sua transformação se desfazer em público e peço desc…

Foi interrompida por braços a envolvendo. Sentiu a cabeça dele em seu ombro.

— Tudo bem, Bugaboo. Você salvou minha vida e meu segredo. Fico feliz de que tenha sido você a me descobrir.

Sua doçura a acalmou, e ela o abraçou de volta.

— Sempre te protegerei, mon chaton.


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Notas finais do capítulo

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