Assim que cheguei lá passei meus olhos pelo local. Ali tinha... Névoa e nada mais. Uns gritos chamaram minha atenção e eu fui seguindo-o. Devia ser a tal garota que havia chegado há pouco tempo. Escutei que estava inconformada com a sua morte, mas achei que o tempo poderia resolver isso. Afinal, depois de morto não há muita coisa que se fazer.

   A cada passo que dava mais alto o som ficava.

-Aaah quem aquela coisinha pensa que é? Como puderam colocá-la no meu lugar?

     A garota loira bradava enfurecida com os braços para cima. Se minha mãe estivesse aqui diria que ela quer apenas atenção. Fiquei parado olhando a cena tentando entender.

-Quem ela pensa que é? Como teve coragem de me dar um soco?

Ela bufou e continuou.

- Aquela... Aquela e ainda por cima o padre não fez nada. Argh.

  Ao ouvir falar de alguém que socou uma pessoa somente um nome veio em minha cabeça. Suzannah. Aproximei-me dela lentamente sem querer assustá-la.

-Senhorita?

    Disse educadamente e ao fitar-me seus olhos pareciam conter duas labaredas de fogo. O ódio no momento era algo palpável diante da figura inconsolável a minha frente.

-O que é? – retrucou grosseiramente.

-Algum problema?

     Perguntei tentando manter minha voz calma e educada, mas era tudo que eu não estava. A preocupação podia exalar de meu corpo. Será que Suzannah estava bem? O espírito a minha frente tinha tanto ódio, ódio por ela, que me deixava receoso. Sua feição mudou um pouco parecendo mais relaxada.

-Uma fulaninha que entrou no meu lugar no colégio! E acha que terá tudo que é meu. Minhas amigas, meu armário, meu lugar. E eu não irei permitir.

   Ela seguia falando mais minha mente estava longe dali. Precisava saber como Suzannah estava. Tinha de certificar-me que está bem. Eu sentia-me na obrigação de protegê-la. Apesar de parecer assim pude notar que é uma menina delicada mesmo querendo provar o contrário. Sim, notei isso através da conversa com a sua mãe.

- Fora uma vaca que quer tudo meu não, Não permitirei isto. Ainda por cima ela pode e ver.

   Se eu ainda estivesse vivo sem dúvida meu coração teria parado de bater. Senti medo. Por ela. A tal da Heather continuou seu “pequeno” discurso.

- Garota, mas de onde?Como assim?

Ela arqueou a sobrancelha retrucando-me.

- Porque o interesse?É um assunto meu, mas se quer tanto saber.

-É a aluna nova da missão.

    Todos os meus temores se confirmaram! Estava se referindo a Suzannah. Continuou - Só que não conseguirá, pois tomarei minhas providencias!Ela me pagará!

    Eu fiquei por um segundo congelado na posição que me encontrava temendo pela vida dela. Uma raiva perpassou meu corpo e perdi meu controle diante desta menina.

- O que pensa que irá fazer?

      Disse segurando seu punho com força. Não permitiria que ninguém a machucasse.

-Não pense em machucá-la! Está me ouvindo!- disse-lhe firmemente.

- Me solte seu idiota! Me solta!

Berrava a plenos pulmões.

  Soltei seu pulso inesperadamente fazendo-a cambalear para trás. No segundo seguinte eu estava só. Receoso de a Heather ter ido atrás de Suzannah desmaterializei-me de lá indo dar uma espiada nela para saber como estava. Desejando que nenhum mal lhe acontecesse senti estremecer e sumir de vista.